Pedro
França/Agência Senado
"A
traição de Aécio foi clara: enganou boa parte do seu eleitorado e o arrastou
para um Golpe que afundou o Brasil. Desacreditou o pleito, usou e abusou da
mídia para incendiar o país com um falso discurso de combate à corrupção e
nomeou seus aliados mais fortes para derrubar Dilma e depois compor o governo
ilegítimo de Michel Temer", diz Tadeu Porto, editor-sênior do Cafezinho.
Eu
era apenas um adolescente de 17 anos quando Brizola faleceu.
Naquele
tempo, graças a Lula, já tinha título de eleitor e estava a um passo de amar a
política, mas não tinha noção da grandeza que Leonel Brizola representava (e
representa) para a política brasileira.
Claro,
a dinâmica e a quantidade de informações que o século XXI nos proporciona me
ajudou a ter mais contato com a história e, nesse sentido, acabei conhecendo
melhor o gaúcho a ponto de admirá-lo e, volta e meia, procurar palavras dele no
Youtube para assistir e aprender mais de a política, o Brasil e o combate a
desigualdade (como é o caso do Roda Viva com ele na campanha de 94).
Além
disso, tenho um ex-assessor do Brizola como ídolo – ídolo e exemplo, me inspiro
nele para escrever – o jornalista e blogueiro Fernando Brito, do Tijolaço, que,
justiça seja feita, escreveu um dos textos mais importantes da história do
Brasil (sem eufemismo), o direito de resposta que Brizola ganhou no Jornal
Nacional, no dia 15 de Março de 1994, lido por Cid Moreira.
Foi
Através de Brito, também, que conheci uma frase de Brizola que, nesses tempos de golpe, não vai cansar
de aparecer nas análises diárias de conjuntura:
“A
política ama a traição e abomina o traidor”.
Não
tem oração que possa descrever melhor o que se passa com o ex-governador
mineiro, Aécio Neves, que, nas condições atuais, se encontra mais abandonado
que chocolate Caribe na caixa de bombons sortidos da Garoto.
Quando
leio informações de que Aécio inutiliza seus dias oscilando entre a ingestão de
álcool e o derrame de lágrimas, não consigo deixar de visualizar o quão
solitário está o senador mineiro, nesse cenário que devasta, a vida e a
história de sua família.
Jogado
às traças por apoiadores que se dizem decepcionados, amigos que deletam fotos
por vergonha e pela irmã Andréa que o quer na cadeia, Aécio é a melhor
materialização da frase brizolista, se tornando o símbolo máximo de abominação
que a história recente desse país proporcionou a um enganador.
Nem
mesmo Cunha foi tão abandonado, diga-se de passagem. Afinal, existem figuras
como o deputado Carlos Marun – presidente da comissão da Reforma da Previdência
– que continuam defendendo o ex-deputado mesmo depois de sua prisão.
A
traição de Aécio foi clara: enganou boa parte do seu eleitorado e o arrastou
para um Golpe que afundou o Brasil. Desacreditou o pleito, usou e abusou da
mídia para incendiar o país com um falso discurso de combate à corrupção e
nomeou seus aliados mais fortes para derrubar Dilma e depois compor o governo
ilegítimo de Michel Temer.
Como
um bom farsante, daqui a um tempo não muito longínquo, Aécio, engolido pela
trama que criou, entrará para a história representando uma das figuras
políticas mais folclóricas que o país já viu: o abominável traidor dos neves.
Brizola
não poderia ter mais razão.
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