Foto: Joka Madruga/Agência PT
Ao que tudo indica, a juíza Carolina Lebbos está esperando o
avião de Adolfo Pérez Esquível levá-lo de volta para a Argentina antes de
começar a apreciar o pedido que o Prêmio Nobel da Paz fez há alguns dias para
visitar o ex-presidente Lula, preso em Curitiba.
Reportagem publicada pela Rede Brasil Atual, na tarde desta
quinta (19), mostra que a magistrada parece estar manobrando para evitar que
Lula receba sua primeira visita internacional.
A advogada Tânia Mandarino, representante de Esquivel,
explicou que apresentou dois pedidos à juíza: o primeiro, com o argentino na
condição de amigo pessoal de Lula e o segundo, como membro de uma organização
internacional e interessado em fazer uma inspeção nas dependências da sede da
Polícia Federal.
Para o primeiro pedido, o de amizade, os procuradores de
Curitiba deram aval, desde que a defesa de Lula confirmasse que a visita seria
de interesse do petista. Já confirmaram.
No segundo pedido, de inspeção, o Ministério Público
posicionou-se contra.
Mesmo sabendo que Esquivel deverá partir do Brasil nesta
sexta-feira (20) - ou seja, tem muito pouco tempo para conferir se a Justiça
brasileira funciona sempre na velocidade da Lava Jato - a juíza Carolina Lebbo
decidiu deixar de lado o pedido de visita por amizade, que estava melhor
encaminhado em favor de Lula, e começou a analisar o da inspeção.
Desde a manhã desta quinta (19), Esquivel está na porta da PF
- assim como o escritor e teólogo Leonardo Boff - esperando que a juíza tenha a
boa vontade de se debruçar sobre o pedido com base na amizade.
Por volta das 12h, a juíza emitiu um despacho rejeitando o
recurso que a defesa de Esquivel apresentou contra a decisão que impediu a
inspeção.
Indiferente com o pouco tempo que o Nobel da Paz ainda tem no
Brasil, Lebbo escreveu que "a urgência alegada não resta
caracterizada." Na prática, segundo a advogad do argentino, a juíza quis
dizer "problema do Esquivel se ele está só de passagem".
"É preocupante essa conduta, porque Esquivel é apenas a
primeira de muitas visitas internacionais que irão ocorrer ao ex-presidente
Lula, como estadista. Sem contar o caráter de perversidade". disse
Mandarino, lembrando que Esquivel tem 87 anos e Boff, 79.
"Pelo sua relação de aconselhamento espiritual com Lula
o Leonardo Boff deveria ter, inclusive, sua entrada franqueada. É
lamentável", defendeu.
Esquivel, por sua vez, disse que ainda pode esperar até
amanhã. "Vamos ter de esperar se até amanhã (quando volta à Argentina)
para ver se sai a autorização. Espero poder encontra o Lula, abraçá-lo e
levar-lhe toda a solidariedade internacional que temos recebido, de Portugal,
Alemanha, França, Noruega, vários países. Essa prisão tem causa uma apreensão
de dimensão mundia".
Leia a matéria completa aqui.
Para acompanhar os despachos da juíza Carolina Lebbo nos
pedidos de visita a Lula, entre no site da Justiça Federal no Paraná com este
número de processo: 5014411-33.2018.4.04.7000.
GGN