O líder do governo, Carlos Marun, é um ogro. Mas quem está
pretendendo deformar a Constituição a marteladas é o Ministro Luís Roberto
Barroso e seus maneirismos.
Sua interferência no indulto de Natal do Presidente é um
abuso que seria denunciado em outros tempos pela mídia, não fizesse parte do
mesmo jogo de encenação dos “virtuosos” contra os “corruptos”.
Como bem colocado no artigo “Ação
Direta de Inconstitucionalidade não é bagunça, por Márcio Ortiz Meinberg”
não há nenhum amparo legal na intenção de Barroso de considerar
inconstitucional o indulto presidencial. Sem entrar no mérito do indulto, sem
entrar no mérito do deplorável Michel Temer, Barroso incidiu em abuso
contra a separação entre os poderes. Tentou se apossar de prerrogativas do
Executivo, tentou atropelar os Constituintes, tentou utilizar o poder do
Supremo para se sobrepor ao Legislativo. A arrogância política do Ministro
“ilusionista” – apelido bem lançado por um jurista, incomodado com sua
insistência em se declarar “iluminista” - suplantou até os deveres de moderação
e de discernimento que se exige de um Ministro do Supremo, especialmente quando
faz uso do poder que lhe foi conferido.
Fosse um país sério, Barroso seria impichado. O nível de
atrevimento, a falta de semancol, o oportunismo político não dariam outra opção
ao Congresso do que o impeachment, mesmo sendo proposto por um sujeito do nível
de Marun.
Antes de iniciar essa sua escalada, Barroso invocou os
juristas-políticos históricos, como Joaquim Nabuco, Ruy Barbosa e San Thiago
Dantas. Ali Barroso “espelho, espelho meu” já dava indicações de sua falta de
discernimento sobre sua própria dimensão intelectual e política.
Depois, tratou de espalhar suas interpretações de almanaque
sobre os brasilianistas e o Brasil, um vexame! Esse simulacro de brasilianista
foi reduzido a pó por diversos artigos acadêmicos, espantados com sua
superficialidade. Enveredou pelo direito do trabalho, invocando um
brasilianista à sua altura, Flávio Rocha, das Lojas Riachuelo. As estatísticas
apregoadas foram desmentidas. E sua defesa foi a de que os números não eram
dele, mas de terceiros – como se o autor não fosse responsável pelas fontes
citadas.
Finalmente, apresentou estatísticas sobre reformas de decisão
em 3ª Instância totalmente distintas daquelas levantadas pelo Conselho Nacional
de Justiça (CNJ) – e entregues a cada Ministro do STF pelo então presidente
Ricardo Lewandowski. Ou seja, tendo estatísticas oficiais que não endossavam
sua tese, montou uma pesquisa com outro advogado, sem revelar a metodologia, e
passou a utilizá-la da maneira que quis, do mesmo modo de quem tira conceitos
da cachola para investir contra a Constituição. Recentemente, autodefiniu-se
como uma pessoa que “só quer fazer o bem”.
Cáspite! É muita desmoralização para a casa que deveria ser o
último reduto da Constituição.
GGN