Em uma
contundente manifestação, o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB), dom Leonardo Ulrich Steiner diz que não há a mínima condição
ética para que Michel Temer continue no cargo, após as revelações da JBS;
"Nós pensávamos que o pior já tivesse passado. Claro que, de alguém que
está há tanto tempo na política e num partido que também vinha sendo acusado na
Lava Jato, se podia esperar alguma coisa, mas não nesse montante", diz o
dom Leonardo; ele defende que a escolha do substituto de Temer deve passar pelo
povo; "Penso que é sempre importante passar pelo voto, é sempre importante
ouvir a sociedade", afirmou.
Em uma
contundente manifestação, o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB), dom Leonardo Ulrich Steiner diz que não há a mínima condição
ética para que Michel Temer continue no cargo, após as revelações da JBS.
"Nós
pensávamos que o pior já tivesse passado. Claro que, de alguém que está há
tanto tempo na política e num partido que também vinha sendo acusado na Lava
Jato, se podia esperar alguma coisa, mas não nesse montante", diz o dom
Leonardo em entrevista à BBC Brasil. "Por isso a presidência [da CNBB]
tomou a iniciativa de emitir uma nota para dizer que, para alguém que exerce um
cargo público, a idoneidade é tudo", acrescenta. '"Se alguém vem
e diz que está subornando juiz e o Ministério Público, não é possível que quem
está à frente do Estado não se mexa", afirma Steiner.
Para o
dirigente católico, as gravações da JBS mostram para o País que a coisa pública
é tratada como vantagem pessoal, ou como vantagem do partido, de determinados
grupos. "O que espanta é que falem de bilhões como se fossem mil
reais."
Sobre o
processo de substituição de Michel Temer, dom Leonardo Steiner defende que a
escolha deve passar pelo povo. "A outra saída em que se fala mais é do
próprio Congresso eleger um novo presidente e um novo vice, no caso de renúncia
ou de cassação do atual presidente. Mas penso que é sempre importante passar
pelo voto, é sempre importante ouvir a sociedade", afirmou.
O bispo
católico disse também que o agravamento da crise política deve paralisar o
andamento das reformas da trabalhista e da Previdência. "Como podem
pessoas que estão tão envolvidas na Lava Jato decidir os destinos da população
brasileira? Depois, há a necessidade de maior diálogo com a sociedade em
relação, por exemplo, à [reforma da] legislação trabalhista. Sobre a
terceirização, não houve diálogo. Sobre a reforma da Previdência, até agora não
se mostraram os dados reais. Fala-se em deficit, mas como funciona a
Previdência brasileira? É preciso debater muito mais", afirmou.
Leia a
entrevista na íntegra AQUI.
Dop 247