Além
de ter atingido em cheio o governo Michel Temer, ao revelar que o presidente
deu aval à compra de silêncio de Eduardo Cunha, a proposta de delação da JBS
caiu como uma bomba em cima da cabeça do senador Aécio Neves (PSDB).
Reportagem
de Lauro Jardim, em O Globo desta quarta (17), revelou que a Lava Jato tem
provas de que o tucano pediu R$ 2 milhões a Joesley Batista, um dos donos da
JBS, com a desculpa de que precisava pagar seus advogados. Mas, na verdade, a
Polícia Federal sabe que parte do dinheiro foi parar na empresa de Gustavo
Perrella, filho do senador Zezé Perrela (PMDB-MG), o mesmo que se envolveu no
episódio do helicóptero de cocaína.
Uma
das provas contra Aécio é a gravação que a JBS entregou à Procuradoria Geral da
República. O diálogo com o tucano ocorreu em março, em um hotel em São Paulo.
Nele, Joesley concorda com o pedido dos R$ 2 milhões e pergunta ao senador quem
será enviado para retirar o dinheiro. Aécio responde: "Tem que ser um que
a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos
combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai
me dar uma ajuda do caralho."
A
Polícia Federal gravou o primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros,
carregando uma mala com R$ 500 mil. Outras três retiradas foram feitas.
"Fred, como é conhecido, foi diretor da Cemig, nomeado por Aécio, e um dos
coordenadores de sua campanha a presidente em 2014. Tocava a área de
logística", apontou O Globo.
Fred,
segundo a Lava Jato, entregou as malas para Mendherson Souza Lima, secretário
parlamentar do senador Zeze Perrella (PMDB-MG).
O
assessor fez três viagens a Belo Horizonte, sempre seguido pela PF, e
"negociou para que os recursos fossem parar na Tapera Participações
Empreendimentos Agropecuários, de Gustavo Perrella, filho de Zeze
Perrella."
Gustavo
Perrella é o dono do helicóptero apreendido em uma cidade mineira com quase
meia tonelada de pasta base de cocaína, em 2013. O caso acabou com todos os
envolvidos inocentados.
Do
GGN