Foto: Estadão
Quem
acompanha a política brasileira nos últimos anos, certamente não ficou surpreso
com os fatos revelados sobre o Governo Temer – quem não sabia do esquema do
Aécio? – mas se surpreendeu com o fato da mídia os ter divulgado.
Afinal, não
é difícil imaginar que o presidente do PSDB e o ex-presidente do PMDB fossem
capazes de fazer o que e aparentemente fizeram, por diversos fatores:
1) Temer é
Cunha e Cunha é Temer, e o ex-presidente da câmara agiu como um verdadeiro
mafioso em seu processo de cassação (Fausto Pinato que o diga); 2) Eduardo
chantegeou abertamente Michel em perguntas que Sérgio Moro barrou (só chatagea
nesse nível quem tem algum trunfo); 3) Aécio tinha relações altamente duvidosas
com sua primo “tesoureiro” (como bem recordou Brito mais cedo); 4) Neves foi
capaz, não só de perseguir jornalistas mineiros para se blindar, mas também
perseguir e torturar Marcos Carone para não atrapalhar suas pretenções
eleitorais. Por fim, claro, ambos encabeçaram um Golpe cujo objetivo era
“estancar sangria” da Lava-Jato e inventar pedaladas para tomar o poder de uma
presidenta democraticamente eleita.
É de se
estranhar, portanto, que mesmo com tanta evidência indireta Michel e Aécio
detinham tanto poder (a ponto de comandar reformas estruturais mesmo com baixa
popularidade), e precisou de provas tão objetivas para escancarar o que já era
facilmente abstraído.
Tal fenômeno
só teve respaldo por um ponto: a mídia sempre esteve ao lado do governo Temer.
Assim, considerá-la como cúmplice das ações ilícitas do alto escalão da base
aliada não é nada mais do que justo.
Imaginem só
um político que construiu um aeroporto de uso particular, com dinheiro público,
na fazenda da família e cuja chave fica em posse de um tio. Pensem, agora, num
helicóptero em nome de outro político pego com meia tonelada de pasta base de
cocaína. Considerem, também, um presidnete que conduz um achaque a luz do dia
para aprovar reformas altamente impopulares, com perdões de dívidas e
consessões totalmente fora da realidade fiscal do país.
Sabemos bem
que todos esses fatos, gravíssimos, não foram sequer investigados, quiçá
esmiuçados, como pedalinhos, um sítio ralé e um triplex. E nessas horas, onde
atitudes controversas tiveram total liberdade para acontecer sem as devidas
explicações, não há outro sentimento a não ser a dúvida sobre o papel da mídia
tradicional em todo essa sujeira que, agora, objetivamente foi colocada as
claras.
Talvez a
risada de Catanhêde com Temer, ilustrada acima, ajude a resolver esse
questionamento: algo do tipo “Tamo junto, presidente!”.
Do Cafezinho