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domingo, 12 de agosto de 2018

NO DIA DOS PAIS, A BUSCA INCESSANTE DO ENIGMA, POR LUIS NASSIF

É complexa essa relação de pais e filhos, especialmente os da nossa geração, presos a uma educação mais formal e a um fechamento maior entre as gerações.
Dia desses, ousei enxergar na essência da criação de Guinga uma relação não resolvida com o pai, especialmente depois do impressionante “Meu Pai”, letra e música dele, apresentado em uma sessão intimista no Bar do Alemão.
A permanente tensão da harmonia, que caminha na frente levando a melodia consigo, parecia uma decorrência desse conflito. O tema é a busca incessante para desvendar o enigma do pai, a tentativa permanente de entender cada gesto, cada atitude, um conhecimento gradativo e doloroso que vai se dando aos poucos quando, a cada nova etapa da vida, as experiências e semelhanças vão se acumulando.
Apenas no final do percurso é que se percebe que a busca, em si, acaba moldando nosso próprio destino, nos fazendo repetir a saga paterna, as cabeçadas, os desafios, os erros, os desafios, como maneira de ir internalizando o pai dentro de nós para conseguir as respostas. A melodia, o trajeto,  a vida, é mera decorrência.
Pela emoção de Guinga, uma semana depois, achei que tinha acertado no diagnóstico.
Em cada ida a Poços vou juntando as informações sobre seu Oscar, a saga inicial do jovem filho de imigrantes, arrimo de família desde a adolescência, que adquiriu a farmácia com vinte e poucos anos no momento em que, com o fim do jogo, Poços começava a se desenvolver. Era um grupo de jovens comerciantes que mudou o centro do comércio da rua Marechal Deodoro, que acompanhava o rio, para quatro quarteirões centrais da cidade.
Seu Oscar participou de todos os momentos, integrou todos os clubes de apoio à cidade, da Caldense, do qual foi diretor de futebol por 20 anos, ao Lyons, Rotary, Maçonaria – que deixou como pré-condição para casar na Igreja -, Associação Comercial e o que mais viesse em benefício da cidade. Acho que só não foi vicentino.
Não se metia em política partidária. Recentemente encontrei um artigo na Gazeta de Farmácia relatando seu estilo nas reuniões do Conselho Federal e do Conselho Regional. Ouvia a todos e, depois, tentava a síntese, harmonizando as posições em torno de princípios muito claros e sem jamais recorrer à retórica vazia, segundo o autor do artigo.
De certo modo repetia a saga do avô, espécie de prefeito da pequena Ain Aar, a vila que fica a poucos quilômetros de Beirute. E do próprio pai que, segundo minhas tias, era um mediador das disputas da colônia libanesa em Rosário.
Em casa, contrabalançava o radicalismo feroz do sogro, meu avô Issa Sarraf, udenista, lacerdista, com pitadas de moderação. Como quando me recomendou a leitura de uma revista liberal, Política & Negócios, se não me engano, em contraposição a um panfleto de nome Ação Democrática, que meu avô me mandava.
Dia desses, um psiquiatra escreveu um artigo instigante, identificando a família como centro de conservadorismo – da ideia de conservar valores. Em momentos de ruptura, dizia ele, famílias perdem influência nos mais jovens. Deve ser por isso que, na adolescência, envolvido em mil atividades em Poços e São João da Boa Vista, deixei de me aprofundar nas relações familiares e aproveitar as informações de minhas tias Marta e Rosita.
Descobri que não estava sozinho nessa busca quando visitei o primo Armando Bogus no Sírio Libanês e marcamos uma conversa sobre a família quando ele saísse de lá. Morreu pouco depois e a viúva me ligou dizendo que seus últimos momentos foram de expectativa para a conversa que nunca tivemos.
Os Schkair – nome de família – vieram de Aina Aar, vila próxima a Beirute e se espalharam por São Paulo, São João da Boa Vista, Vargem Grande do Sul, em uma infinidade de sobrenomes, Nassif, Constantino, Zogbi, Gebara, Salomão, Marun, Gióia, Aschkar (juro que um dia ainda conseguirei recuperar a árvore genealógica da família para desfazer a trapalhada dessa prática árabe do neto ter o nome do avô como sobrenome). No Facebook foi montado um grupo com todos esses sobrenomes, mas poucas informações sobre os ascendentes.
Mas, graças à Internet, descobri a certidão de casamento de meu avô, Luiz (Slaib) Nassif, com minha avó Carmen Abdalla Melaj, em 1907 em Mendoza, Argentina. Na certidão, o nome de meu bisavô, Nassif Schkair, o inverso do Schkair Nassif, de meu pai. E, no que restou dos arquivos do bisavô, indícios de que os conterrâneos se espalharam não apenas pelo Brasil, mas por Rosário e Mendoza, trazendo do Líbano relações comerciais que se mantiveram no Ocidente, especialmente para a importação de tecidos.
Dia desses estive em Buenos Aires em um primeiro contato com parentes, que descobri através desses serviços de árvore genealógica. Três simpáticos casais, mas refletindo a radicalização latino-americana. Havia um feroz defensor dos militares, outro defensor de Cristina Kirchner e um terceiro que, sempre que a conversa ameaçava chegar na política, ajudava a mudar de assunto. Mas pouca informação sobre os ascendentes mais longínquos.
Quando minhas tias falavam das terras no Líbano, na vila em que a família morava, sempre imaginava tendas árabes e beduínos. Depois de conseguir recuperar as fotos de família é que me dei conta de que, em fins do século 19, eram mais ocidentalizados que os fazendeiros brasileiros da época.
E fico me indagando a razão de jamais ter me aprofundado nessas investigações familiares. Pela simples razão, que me foi contada por Lindolfo Carvalho Dias, amigo de papai: “Com dez anos de idade seu pai era argentino. Com dez anos e um dia, tornou-se mineiro”.
A família que saiu de Ain Aar, passou pelo Brasil, foi para a Argentina, voltou para o Brasil, nada tinha de nômade. Havia uma necessidade tão grande de fincar raízes que Poços de Caldas jamais saiu da memória do seu Oscar. E o dia em que o vi mais exultante, feliz, foi quando reuniu dezenas de amigos em casa para celebrar o sonho alcançado: a naturalização como brasileiro.
Ser brasileiro foi o valor maior ensinado em casa, que se sobrepôs às raízes libanesas, à nostalgia porteña de minhas tias. O velho lutava em todos os momentos pelo Brasil civilizado.
Anos atrás recebi um e-mail de uma conterrânea, que morava no início da subida da rua Rio de Janeiro para o Largo de São Benedito, nossa rua. Quando a rua foi asfaltada, os carros passavam em velocidade imprudente.
Seu Oscar juntou os meninos do início da subida, explicou que a rua era deles e, por isso, deveriam zelar por ela e por sua segurança. E orientou-os a criar faixas alertando os motoristas a correrem menos.
GGN

sábado, 2 de junho de 2018

Seguiremos nas ruas contra o preço da gasolina, do gás, e a privatização da Petrobrás, diz Levante da Juventude

Cerca de 2 mil jovens do Levante Popular da Juventude, reunidos simultaneamente em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Bahia, lançaram, na manhã desta sexta-feira (01/06), um manifesto em defesa da Petrobrás e da democracia.
Diz o documento (na íntegra ao final):
Nos últimos dias, vivenciamos uma crise de abastecimento no país, produto da paralisação das atividades dos caminhoneiros que protestam contra o aumento abusivo dos combustíveis.
(…)
A política adotada por Parente vincula o preço dos derivados de petróleo ao mercado internacional, fazendo assim como que os preços dos combustíveis e gás de cozinha sejam determinados pelo rentismo que não tem nenhum compromisso com as necessidades do povo brasileiro, estão interessados apenas nos seus lucros
(…)
O petróleo é do Brasil e precisa ser revertido para satisfazer as necessidades do povo brasileiro, como educação e saúde.
Defender uma Petrobrás estatal é defender o direito de o Brasil decidir sobre as nossas riquezas.
Por isso, nos solidarizamos com os petroleiros que tiveram seu direito de greve violado, assim como nos colocamos nessa luta para defender a Petrobrás e a soberania nacional.
(…)
Caiu o presidente da Petrobras, agora faltam só a gasolina e o gás!
O Viomundo perguntou ao Levante o que achou da demissão de Pedro Parente, já que o manifesto foi redigido antes.
Via Jessy Dayane, da coordenação nacional, e Emilly, da Comunicação Nacional, o Levante se posicionou:
“A renúncia de Pedro Parente, antes de qualquer coisa, é um sinal de que com o povo unido e em luta nas ruas conseguiremos construir o país que queremos e contornar os retrocessos do governo golpista de Michel Temer.
Mas não basta tirar Parente da presidência da Petrobrás, queremos a queda dos preços do gás e da gasolina.
Isso só virá, de fato, com a mudança da política  dos preços do petróleo.
Por isso, seguiremos nas ruas  contra a privatização da Petrobrás. 
E, a partir do dia 12 de junho, estaremos mais uma vez somando forças na greve dos petroleiros”.
SÁBADO, ATO EM FRENTE À SEDE DA PETROBRÁS NA PAULISTA
Desde quinta-feira (31/05) acontece em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Bahia encontros de jovens do Levante Popular da Juventude.
Os acampamentos, como são chamados esses encontros, têm por objetivo reunir a militância do movimento popular de cada estado para debater sobre os desafios da juventude diante do atual cenário de golpe que vive o país.
No Rio, São Paulo e Bahia a programação vai até domingo (03/06).
Em São Paulo, especificamente, o Levante realiza neste sábado, às 14h, uma grande manifestação em frente à sede da Petrobrás, na avenida Paulista.
MANIFESTO DA JUVENTUDE BRASILEIRA EM DEFESA DA PETROBRAS E DA DEMOCRACIA  
Nós, jovens brasileiras e brasileiros, sonhamos com um país de oportunidades e direitos! Um país onde a juventude possa desenvolver seu potencial, sem miséria, sem exploração e sem violência.
Lutar por esse Brasil é necessariamente lutar para que nossa juventude não seja exterminada nas periferias e, ao contrário disso, tenha acesso universal à educação em todos os níveis, bem como a saúde, moradia, trabalho, cultura e lazer.
Infelizmente estamos vivendo tempos de golpe na democracia que guia nosso país na contramão dos nossos sonhos.
Diante disso, nós jovens nos levantamos para resistir aos retrocessos, lutar pelo nosso presente e pelo futuro dos que virão.
Nos últimos dias, vivenciamos uma crise de abastecimento no país, produto da paralisação das atividades dos caminhoneiros que protestam contra o aumento abusivo dos combustíveis.
Esse aumento abusivo, que todas as famílias estão sentindo, não se limita aos combustíveis, a exemplo do gás de cozinha que em dois anos de golpe subiu mais de R$45,00.
Na realidade, o que tem aumentado são os preços dos derivados do petróleo, como conseqüência de uma política de preços adotada por Pedro Parente, que é o atual gestor da Petrobrás colocado pelo ilegítimo Michel Temer.
A política adotada por Parente vincula o preço dos derivados de petróleo ao mercado internacional, fazendo assim como que os preços dos combustíveis e gás de cozinha sejam determinados pelo rentismo que não tem nenhum compromisso com as necessidades do povo brasileiro, estão interessados apenas nos seus lucros.
Diante dessa situação, os petroleiros que há muito tempo vêm denunciando o desmonte da Petrobrás provocado pelo governo ilegítimo e entreguista, decidiram construir uma greve de advertência por 72h, sem riscos de gerar desabastecimento ao país, mas denunciando a privatização da Petrobras que agrava ainda mais esse quadro de preços abusivos dos derivados de petróleo.
Essa greve foi duramente criminalizada pelo Tribunal Superior do Trabalho, que declarou a greve ilegal, atribuindo uma multa diária inicialmente de 500 mil e logo depois de 2 milhões, aos sindicatos que aderissem à greve.
Isso demonstra o avanço do golpe sobre os nossos direitos sociais e políticos.
O petróleo é do Brasil e precisa ser revertido para satisfazer as necessidades do povo brasileiro, como educação e saúde.
Defender uma Petrobrás estatal é defender o direito de o Brasil decidir sobre as nossas riquezas.
Por isso, nos solidarizamos com os petroleiros que tiveram seu direito de greve violado, assim como nos colocamos nessa luta para defender a Petrobrás e a soberania nacional.
Nossa tarefa é nos preparar para fortalecer a greve da categoria que já está aprovada, por tempo indeterminado a partir do dia 12 de junho.
Todo retrocesso que estamos vivendo no país é fruto de um golpe que usurpou a nossa democracia e jogou os votos do povo nas eleições de 2014 no lixo.
Por essa razão, não há saída para combater os retrocessos que não seja devolvendo ao povo brasileiro o direito de decidir sobre os rumos da nação, através de eleições livres e democráticas em 2018.
Defendemos a liberdade de Lula e seu direito de concorrer às eleições, para que o povo decida quem deve ocupar a presidência do país.
Por fim, só com um povo forte seremos capazes de defender nossa nação. E um povo forte é um povo organizado e consciente, construindo na luta as soluções para os nossos problemas.
Nesse sentido, a construção do Congresso do Povo pela Frente Brasil Popular deve ser cada vez mais fortalecida por nós, para que assim possamos construir com grande unidade o país dos nossos sonhos!
Caiu o presidente da Petrobras, agora faltam só a gasolina e o gás!
#OPetróleoÉdoBrasil
SOMOS TODOS PETROLEIROS!
PS do Viomundo: Os destaques em negrito são do próprio texto do manifesto.
Do Viomundo

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

A intervenção no Rio e a arte da embromação, por Luis Nassif

No meu início de carreira no jornalismo econômico, impressionava-me a operosidade que parecia vir de alguns Ministros em Brasilia – ou Secretários em São Paulo. Paracanã questão, tinham respostas, tipo “estamos providenciando”, “montamos um grupo de trabalho para a questão” e coisas do gênero.
Não foi necessário muito tempo para perceber o uso do chamado embromation.
Após a redemocratização, o embromation ampliou-se, porque ampliaram-se os personagens políticos. Pouco a pouco fui entendendo os truques. A mídia aborda um fato e não dá continuidade. Com um mero “estamos tomando providência” aplaca-se a expectativa gerada pelo fato. E só depois de muitos meses o não-cumprimento da promessa resultará em alguma matéria de pouco destaque – a não ser que o governante seja inimigo político do jornal.
Vamos a um balanço deles nessa história da intervenção no Rio de Janeiro.
Truque 1 – o já mencionado “grupo de trabalho” anunciado pelo Moreira Franco, sinal de que nada foi feito até então. O Ministro Moreira Franco diz: somos uma equipe experiente. Já trabalhamos nisso há tempos. Provavelmente se referia ao trabalho do lado de lá. Se tem do lado de cá, é só mostrar.
Truque 2 – relançar medidas já existentes.
Hoje foi anunciado que o governo incumbiu o COAF (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) de rastrear o dinheiro do crime. Fantástico! Quer dizer que até então ele não rastreava? O COAF foi criado exclusivamente para rastrear dinheiro de origem desconhecida. No seu site, está clara a missão: ˆProduzir Inteligência Financeira e promover a proteção de setores econômicos contra a lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo”. Daqui a pouco o governo anunciará a criação do Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência), que existe há mais de dez anos.
Truque 3 – mostrar a parte pelo todo
O governador Paulo Hartung, do Espírito Santo, é craque nisso. Monta poucas unidades de escolas-modelo e apresenta à opinião pública como se fosse o todo. É por isso que, a partir dos anos 2.000 multiplicaram-se os indicadores de desempenho. Mas a mídia não recorre a eles.
Nos próximos dias haverá uma sequencia de factoides, invasão de favelas, de presídios, prisão de alguns lambaris, criando a sensação do universo em movimento. Como os indicadores são matéria estranha para a mídia, levará algum tempo para se dar conta da irrelevância desses fatos.
Aliás, pelo menos uma vantagem o prefeito de São Paulo João Doria Junior trouxe para a cobertura. Os jogos-de-cena eram tão primários que avacalharam com os mandamentos da embromation.
GGN

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

As FORÇAS ARMADAS são um ENSAIO DE INTERVENÇÃO MILITAR no Rio de Janeiro, por Luis Nassif

Aparentemente, a estratégia por trás da intervenção militar no Rio de Janeiro é a seguinte:
Aprofundar a intervenção, com o governo federal assumindo outras setores do governo estadual, especialmente o controle do orçamento estadual.
Tirar o governo Temer da defensiva atual e dotá-lo de poderes políticos extraordinários, em nome do combate à violência.
Contaminar a opinião pública com as ameaças de perda de controle para o crime organizado, permitindo ampliar o estado de exceção para outros estados, sempre tendo como álibi a ampliação da violência.
Transformar a perda de controle para o crime organizado no novo bicho papão, capaz de substituir o clima de comoção nacional da luta contra a corrupção.
A fundamentação da intervenção
A intervenção militar no estado do Rio de Janeiro se baseou no inciso 3 do artigo 34.
Diz o artigo 34:
A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) A intervenção militar se baseou no inciso 3.
A estratégia do governo será ampliar, com base no inciso 5. Ou seja, a intervenção militar foi a forma destrambelhada de preparar-se para uma intervenção maior, na qual a União assumirá também o controle das contas públicas.
Outras intervenções
Provavelmente, se conseguir os votos para as reformas pretendidas, o governo Temer apelará para a intervenção branca, figura que foi usada pelo governo FHC em Alagoas.
Na ocasião, o governador renunciou e o vice assumiu e nomeou um coronel para Secretário da Fazenda.
No Rio de Janeiro, o maior defensor da intervenção federal junto ao governo Temer tem sido justamente o vice-governador Francisco Dornelles. E a maior propagadora do caos foi a Rede Globo.
Com a intervenção branca, não haveria interrupção das votações das reformas.
Também são possíveis intervenções via convênio, adotada pelo ex-Ministro da Justiça Nelson Jobim.
No caso do Rio de Janeiro, o mais provável será uma intervenção branca geral. E, como o governo federal terá que chegar lá com um caminhão de dinheiro, não haverá como abrir mão de um controle geral das finanças.
Um observador bem situado do governo Temer explica: como se poderá impor a ordem em um Estado em que a polícia não está recebendo salários e o Judiciário chega a receber três vezes o teto?
A estratégia Temer
Evidentemente, o episódio cai como uma luva para uma releitura do governo Temer. Segundo esse observador, o sucesso dependerá da sua implementação.
No mundo ideal de Temer, a intervenção ganharia apoio popular, mais ainda em função do terrorismo implantado pela Globo. Junto virá a criação do tal Ministério da Segurança Pública, criaria as condições para o governo Temer cavalgar novas medidas de exceção, maneira de tirá-lo da defensiva atual e provê-lo de mais poder.
Conhecendo-se a profunda incompetência do governo Temer, é possível que seja mais um tiro na água.
De qualquer modo, há três motivos para o não protagonismo do Ministro da Justiça Torquato Jardim:
O fato de admitir que nada entende de segurança pública.
O indulto de Natal, que o queimou junto ao grupo de Temer.
Provavelmente sua não aprovação a esse semi-golpe político.
Do GGN

Globo já admite que o STF impedirá prisão de Lula

Há quem diga que a decretação de intervenção militar no Rio de Janeiro é prévia de uma intervenção militar no Brasil que decorrerá de greves que estão para começar e de uma faixa colocada na entrada da favela da Rocinha que diz que, se Lula for preso, “o morro vai descer”. Esses temores são pertinentes e é por isso que aumenta a certeza de que o STF irá impedir um incêndio social e político no país impedindo a prisão de Lula.
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) reagiu com indignação contra o decreto de Temer que estabelece uma intervenção militar na Segurança Pública do Rio de Janeiro. O deputado acha que o exército pretende reprimir greves e outros protestos que explodirão pelo país caso Lula seja preso.
A faixa na favela da Rocinha está sendo pintada pelos grupos político-midiáticos de direita como uma ameaça de traficantes cariocas em caso de prisão de Lula, mas essa é uma das maiores imbecilidades que os golpistas já proferiram já que nem mesmo o consórcio jurídico-midiático anti Lula já ousou associá-lo a tráfico de drogas.
Muito antes, a faixa traduz o sentimento de desespero vigente entre a população mais humilde ante o acelerado empobrecimento causado pelas reformas golpistas de Michel Temer, que estão incentivando o trabalho sem direitos e a redução de salários no país.
A medida de Temer se coaduna bem com o viés autoritário que está sendo imposto ao país pelo golpe de 2016; em vez de buscar a paz social, os golpistas querem reprimir a divergência contra a retirada de direitos do povo.
Em um momento de tanta preocupação, porém, até o jornal mais entusiasta do arbítrio contra Lula, O Globo, já publica matérias que reconhecem que a tendência no Supremo Tribunal Federal é a de agir para impedir uma explosão social no país causada pela prisão arbitrária do maior líder político brasileiro.
Matéria publicada no jornal O Globo nesta sexta-feira afirma que já estaria consolidada no Supremo a tendência de usar o pedido de habeas corpus preventivo impetrado pela defesa do ex-presidente Lula para suspender uma medida arbitrária e inconstitucional, a prisão de réus antes de esgotados todos os recursos na Justiça, Palavras de O Globo:
“Já é dada como certa no Supremo uma decisão da Corte contra a prisão após condenação em segunda instância. Apesar de a presidente Cármen Lúcia ter negado a intenção de retomar o assunto, a decisão do ministro Edson Fachin de levar ao plenário o pedido de habeas corpus feito pela defesa do ex-presidente Lula forçará uma deliberação.
Há certo desconforto entre ministros com a estratégia da defesa de apostar numa declaração de impedimento de Cármen e de Luiz Fux como forma de reduzir o quórum e garantir placar favorável.
Em 2016, ambos deram dois dos seis votos pela execução da pena depois da condenação em segunda instância.
Mas, mesmo sem a presença dos dois, hipótese hoje remota, a tendência no STF é a mudança de entendimento. Há sinais claros de que Gilmar Mendes mudará o voto dado pela prisão, e de que Rosa Weber manterá sua posição contra a execução da pena após a segunda condenação.”
A Lava Jato, a mídia e até Raquel Dodge, a procuradora-geral da República que Temer tirou do bolso do colete, preferem apostar no confronto nas ruas após uma insana prisão de Lula sob provas inexistentes, mas caberá ao STF impedir que o país se incendeie em pleno processo eleitoral.
Há uma corrente política de esquerda que acredita até que as eleições deste ano serão suspensas porque o país será tomado por choques entre os militares e grevistas e manifestantes que se revoltarão se Lula for preso. É possível, mas improvável.
O mais certo é que o vaticínio de O Globo se materialize e o STF ponha fim a uma situação que vai acabar transformando o Brasil em uma ditadura formal, já que com o país conflagrado não haverá clima para uma eleição tranquila.
As eleições seriam adiadas só para prenderem Lula sem provas? Duvido.
*Assista a reportagem em vídeo:
 
Blog da Cidadania

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Paraíso do Tuiuti salva o Carnaval 2018, por Fábio St Rios

Samba e figurino sempre pelo ponto de vista dos dominados, desfile retratou diversos momentos da história com destaque para última ala representando os paneleiros feitos de fantoches e, no topo do carro alegórico, Michel Temer como “O Vampiro Neoliberalista”.
O desfile da Paraíso do Tuiuti foi muitíssimo bem elaborado, o enredo retratou a escravidão e pôs todos os trabalhadores assalariados, como médicos, engenheiros, faxineiras e qualquer outro, como escravos modernos. Ao contar a história da exploração do homem pelo homem, abriu o desfile com uma comissão de frente comovente, retratando os escravos, os pretos velhos e a redenção do feitor que é transformado pela espiritualidade e liberta dos escravos.
Com um desfile sem erro de história, bem concebido e construído, segundo a historiografia. Retratou diversos momentos da história das civilizações humanas, sempre pelo ponto de vista dos dominados. Lembrou que aleijadinho, no penúltimo carro, é negro. 
O melhor ficou para a última ala e o último carro, que retrata os manifestantes paneleiros, acima deles, diversas grandes mãos, formando um a imagem de diversos fantoches, cujo o topo está representado por Michel Temer, cuja fantasia é de um vampiro presidente. O nome do destaque foi dado de “O Vampiro Neoliberalista”.
Atrás de cada um dos manipulados, estão os trabalhadores segurando um CLT toda suja. O carro tem em seu verso, olhando para trás, uma enorme CLT. A transmissão da Globo fez mais de dois minutos de silêncio durante as últimas alas e o último carro. O destaque, que representou Temer, foi um professor de história, Leo Morais. O último carro chamava “Navio neo-tumbeiro”, que presenta a atualização do tombadilho que transportava escravos no período escravocrata. 
Outro grande destaque, foi o carro representando a Lei Áurea, em uma réplica gigante perfeita. Logo atrás do carro, as formas de escravidão moderna, cujas críticas começaram em uma ala representando as favelas. Um desfile perfeito e comovente, que levou a Sapucaí a cantar e aplaudir de pé, como poucas vezes se viu.
Por Fábio St Rios Estudou Ciência da Computação, Engenharia Metalúrgica na UFF, Engenheiro de Software, Desenvolvedor, Programador, Hacketivista e Estudante de História na UniRio.
GGN

segunda-feira, 3 de julho de 2017

“Rei dos ônibus” preso tem relações com políticos e Gilmar

Herdeiro do "Rei dos Ônibus", o empresário Jacob Barata Filho foi preso na noite deste domingo (02) pela Lava Jato, sob a suspeita de pagar milhões de reais em propina a políticos do Rio de Janeiro. Além da influência no setor, o alvo da Operação também guarda relações com políticos ruralistas e a esposa do ministro Gilmar Mendes.

Jacob é sócio de diversas empresas de ônibus no Rio, o que trouxe a fama do nome ao empresário. A pedido de procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF) e autorizado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, ele foi detido no Aeroporto Internacional do Galeão, quando estava prestes a embarcar para Lisboa, em Portugal, com passagem apenas de ida.

Os investigadores monitoravam o empresário e solicitaram a detenção quando descobriram que Barata Filho havia comprado uma passagem apenas de ida à Europa, levantando a suspeita de fuga do país.

O empresário já tinha conhecimento que estava sendo alvo das investigações e portava consigo, dentro de sua bagagem, um ofício do banco informando que a quebra de seu sigilo bancário. A prisão iria ocorrer posteriormente, mas a possibilidade de fuga fez com que os procuradores antecipassem a Operação.

Herdando de seu pai os negócios do ramo dos transportes de ônibus no Rio de Janeiro, o patriarca Jacob Barata é fundador do Grupo Guanabara, e seu filho, agora preso, era um dos gestores das empresas de transporte de passageiros.

Em nota oficial, a assessoria de imprensa do empresário afirmou que ele não estava fugindo, mas "realizando viagem de rotina a Portugal, onde possui negócios há décadas e para onde faz viagens mensais". Os advogados decidirem se pronunciar somente após o acesso aos autos da investigação.

Relações de parentesco

O nome do empresário estampou o noticiário em 2013, quando foi realizado o luxuoso casamento da filha de Jacob, Beatriz Perissé Barata com Francisco Feitosa Filho. Em pleno ápice de atos contra o aumento das tarifas de ônibus no Brasil, manifestantes protestaram em frente ao Copacabana Palace, na zona sul do Rio, onde ocorria a festa de calculados R$ 2 milhões.

Entre os convidados presentes no evento, estava o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. As relações de Gilmar vão além de um simples convidado, ele foi padrinho do casamento. Se a noiva é neta do "Rei dos Ônibus", o noivo Francisco é filho do ex-deputado federal cearense Chiquinho Feitosa, irmão de Guiomar Feitosa, a esposa do ministro.

O pai, Chiquinho, é um político ruralista, com milhões de bens declarados em empresas agropecuárias e publicamente dono de grandes fazendas no Ceará. Chiquinho é cunhado do ministro do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além de carregar como tia a esposa de Gilmar Mendes, Francisco Feitosa Filho, agora marido da filha do empresário preso, também é sobrinho também do ex-deputado federal Mário Feitoza (PMDB).

Do GGN

domingo, 21 de maio de 2017

SP hoje o povo enfrentou chuva para retomar democracia

Assista o vídeo da grande manifestação de hoje pela retomada da Democracia e pelas eleições diretas já. Clique aqui.

Manifestantes foram neste domingo (21) à Avenida Paulista, no MASP, para pedir a saída de Michel Temer, acusado após várias denúncias de corrupção que deixam o seu governo cada vez mais insustentável; participantes da manifestação também pedem eleições diretas; a mobilização foi convocada pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular; o vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu a saída de Temer; "Ele deve renunciar e para pacificar esse maravilhoso povo brasileiro queremos eleições diretas já", disse.

No desespero, Temer prefere o enfrentamento, dizendo haver manipulações nas gravações da PF, ao invés de se defender; peemedebista sequer passou no detector de mentiras da Truster Brasil, tecnologia em análise de voz; PGR já confirmou tentativa de estancar a Operação Lava Jato e a OAB pediu seu impeachment; ruas são tomadas pela população em prol de eleições diretas para a retomada a democracia com um governo legítimo, eleito pelo povo.

Manifestantes foram neste domingo (21) à Avenida Paulista, no MASP, para pedir a saída de Michel Temer, acusado após várias denúncias de corrupção que deixam o seu governo cada vez mais insustentável. O protesto na capital teve início às 16h, e deve caminhar até o Escritório da Presidência da República, na mesma Avenida. Participantes da manifestação também pedem eleição direta para presidente da República.

A mobilização foi convocada pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular. O vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu a saída de Temer. "Ele deve renunciar e para pacificar esse maravilhoso povo brasileiro queremos eleições diretas já", disse o parlamentar.

Segundo pesquisa Ipsos, divulgada no mês passado, 92% dos brasileiros veem o País no rumo errado com Temer. Pesquisa feita por 247 com 5,7 mil internautas apontou que 98,5% dos brasileiros defendem eleições diretas para presidente. A OAB também já pediu o impeachment dele.

A situação do peemedebista ficou mais complicada após ser gravado dando aval para a compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba. Segundo o conteúdo do áudio, 0 empresário Joesley Batista, dono da JBS, disse a Temer que estava dando ao ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: "Tem que manter isso, viu?". O teor das delações foi publicado pelo colunista Lauro Jardim, do Globo. 

Os empresários Joesley Batista e seu irmão Wesley também afirmaram que Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Depois, o parlamentar foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley. 

Em nota, Temer disse que "jamais" solicitou pagamentos para obter o silêncio de Cunha e negou ter participado ou autorizado "qualquer movimento" para evitar delação do correligionário. 

Janot confirma ação contra a Lava Jato
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que Michel Temer e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) agiram "em articulação" para impedir o avanço da Lava Jato. "Verifica-se que Aécio Neves, em articulação, dentre outros, com o presidente Michel Temer, tem buscado impedir que as investigações da Lava Jato avancem, seja por meio de medidas legislativas, seja por meio de controle de indicação de delegados de polícia que conduzirão os inquéritos", afirma Janot.

Em seu pronunciamento, Temer disse que "o áudio reflete uma gravação amadora feita por Joesley. "Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos. Incluída no inquérito sem a devida e adequada averiguação, levou muitas pessoas ao engano induzido e trouxe grave crise ao Brasil. Por isso, no dia de hoje, estamos entrando com petição no Supremo Tribunal Federal para suspender o inquérito proposto até que seja verificada em definitivo a autentiticidade da gravação", acrescentou.

Em nota, a J&F, holding que controla a JBS, afirmou, em nota neste sábado, 20, que o empresário Joesley Batista entregou para a Procuradoria-Geral da República a íntegra da gravação de sua conversa com Michel Temer. De acordo com o texto, também foram entregues "os demais documentos que comprovam a veracidade de todo o material delatado". "Não há chance alguma de ter havido qualquer edição do material original, porque ele jamais foi exposto a qualquer tipo de intervenção", diz (veja aqui).

Apesar de as gravações da PF irem para uma perícia, Janot enviou neste sábado (20), ao Supremo Tribunal Federal manifestação defendendo a continuidade do inquérito contra Temer e outras autoridades com foro por prerrogativa de função. O procurador disse que não se opõe à perícia no áudio da conversa entre Temer e Joesley Batista, embora certo de que a gravação não contém qualquer mácula que comprometa a essência do diálogo.

Temer não passa no detector de mentiras
Um laudo técnico da Truster Brasil, tecnologia em análise de voz, conclui que Michel Temer não estava falando a verdade em seu pronunciamento neste sábado (20). "Temer parece ter conhecimento de que não existe manipulação no áudio divulgado", diz o laudo.

No documento estão classificados os níveis de comportamento do peemedebista de acordo com trechos da sua fala. Quando Temer fala que o conteúdo do áudio foi "manipulado", o laudo técnico classifica este momento do discurso como "imprecisão".

O peemedebista preferiu o discurso de enfrentamento ao invés de se defender e acusou Joesley Batista, dono da JBS, de cometer o "crime perfeito", expressão usada com "imprecisão", conforme o laudo técnico; Ao citar "gravação fraudulenta" e "manipulada", Temer estava "estressado" e com "tensão alta, respectivamente, apontou o documento (veja aqui).

Do 247

domingo, 14 de maio de 2017

Planalto emprega babá de Michelzinho como assessora

O Palácio do Planalto emprega uma babá de Michelzinho, Leandra Brito, como assessora do Gabinete de Informação em Apoio à Decisão (Gaia), órgão responsável por municiar o presidente da República com dados para a tomada de decisão, informa a coluna de Lauro Jardim neste domingo 14; "Leandra diz não ser babá do menino, mas não sabe precisar o que faz no palácio", diz a nota; no Tijolaço, o jornalista Fernando Brito comenta ser "lamentável que o caso atinja uma pessoa simples", mas que "a moça é um nada perto do papel que o Governo faz como babá dos banqueiros e dos rentistas, marmanjos mimados de quem faz todas as vontades".

O Palácio do Planalto emprega uma babá de Michelzinho, Leandra Brito, como assessora do Gabinete de Informação em Apoio à Decisão (Gaia), órgão responsável por municiar o presidente da República com dados para a tomada de decisão, informa a coluna de Lauro Jardim neste domingo 14. "Leandra diz não ser babá do menino, mas não sabe precisar o que faz no palácio", diz a nota sobre o assunto.

A coluna diz ainda "Leandra dá expediente no Palácio do Jaburu ou em viagens da família Temer, como na Páscoa, quando os acompanhou para São Paulo, ou no réveillon, quando viajou para uma reserva da Marinha no Rio de Janeiro. Recebe R$ 5.194 mensais, fora as diárias referentes às viagens". O Planalto diz que a funcionária está sendo transferida do Gaia para o staff que serve à família do presidente, o que ainda não teria acontecido por questões burocráticas.

Confira abaixo texto sobre o assunto publicado pelo jornalista Fernando Brito, do Tijolaço:

História que as babás não contam: a mídia no país das abobrinhas

A contratação da D. Leandra Brito como assessora da Presidência para desempenhar o papel de babá do “Michelzinho”, temporão presidencial é daquelas que tem tudo para virar “meme” nas redes sociais.

É de lamentar que atinja uma pessoa simples, que nada mais faz que trabalhar e com algo difícil, uma criança submetida a uma intensa exposição e a um ambiente que pode ser tudo, menos o espaço de simplicidade e liberdade que toda criança merece.

Também não é novidade que a prática de misturar público com privado – ou empresarial com o privado, pois sobram situações de empresários que contratam seus empregados domésticos na folha da empresa – e vai ganhar notoriedade mais porque a mídia nos acostumou a olhar acidamente cada pequeno episódio para que não se veja, ou se olhe com tolerância – os grandes dramas desta nação.

Assim, o emprego de D. Leandra vai chocar, porque é um arranjo destes que não se deveria fazer, mas a moça é um nada perto do papel que o Governo faz como babá dos banqueiros e dos rentistas, marmanjos mimados de quem faz todas as vontades.

Isso, porém, não tem o escândalo com que se vai tratar o caso da moça que cuida de uma criança que, com seus potes de Nutela, tem apetites muito menos vorazes que os do capital.

Os R$ 5 mil  mensais que o patrão de D. Leandra tira do Erário para pagá-la são, de fato – uma gotícula perto do que dele vaza para nutrir os meninos do dinheiro: no Orçamento deste ano, prevê-se para eles um “leitinho” de R$ 1,356 trilhão – 47% de toda a despesa do poder público brasileiro ou quase 23 milhões de babás, se estas ganhassem o salário daquela moça. Como não ganham, ponha mais milhões aí.

Mas isso é muito menos grave e por isso “Michelzão” não será criticado.

É o “mercado”, que bate o pé quando lhe negam algo, com muito mais fúria do que qualquer criança mal-criada e que se lambuza com o dinheiro muito mais do que o Michelzinho com a Nutela.

Do 247

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Trabalhadores contra as reformas de Temer protestam nas ruas neste 1º de maio, veja a bela imagem em SP

Foto: Dino Santos/CUT
Passados dois dias da greve geral que contou com a adesão de mais de 35 milhões de trabalhadores, as centrais sindicais, sindicatos e movimentos populares, do campo e da cidade, voltam a se unir para ocupar as ruas nesse 1º de Maio contra as reformas trabalhistas e da Previdência que conduzidas pelo governo de Michel Temer.
  
De acordo com as entidades, em todos os atos que serão realizados ao longo do dia, com a participação de lideranças e artistas, as palavras de ordem são "nenhum direito a menos".

São Paulo
Depois de uma disputa na Justiça, em que derrubou uma liminar concedida ao prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), a CUT, garantiu o direito de fazer o ato político na Avenida Paulista. Com a central estarão ainda a CTB, Intersindical, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo sem Medo. Após o ato político de resistência, que começa às 12h, os manifestantes seguirão em passeata até a Praça da República, no centro da cidade, onde haverá programação artística, com shows de Leci Brandão, Ilú Obá de Min, MC Guimê, As Baianas e a Cozinha Mineira, Bixiga 70, Mistura Popular, Marquinhos Jaca e Sinhá Flor.

Além da capital, outras regiões do interior paulista também farão atos do 1º de Maio. Em Campinas, a atividade unificada será na Avenida Francisco Glicério, s/n, em frente à Catedral de Campinas, com início às 10h. Já em Araraquara, a militância irá se encontrar a partir das 14h, na Praça Deputado Scalamandré Sobrinho, s/n, na Vila Ferroviária.

Rio de Janeiro
Após a forte repressão aos atos no dia da greve geral, as centrais sindicais e as frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo e Esquerda Socialista farão ato contra as reformas e também para denunciar a ação policial contra o direito de manifestação.

O evento, que contará com ato ecumênico, está sendo convocado para início às 11 horas, na Praça da Cinelândia, onde os manifestantes que vinham da Assembleia Legislativa foram atacados pela polícia com bombas de gás lacrimogêneo ainda na saída do ato. A PM chegou a atirar contra o deputado estadual Flávio Serafini (PSol) enquanto discursava, transformando a região central do Rio em uma praça de guerra.

Distrito Federal
 A CUT Brasília e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo realizam o 1º de Maio da Classe Trabalhadora a partir das 9 horas, na Torre de TV. Segundo a direção da central, além de uma celebração, o evento será "de resistência na defesa dos direitos duramente ameaçados pelas medidas que tramitam no Congresso Nacional e ferem, de morte, a Constituição Federal, a legislação trabalhista e a CLT".

O ato de conscientização, mobilização e repúdio aos ataques aos direitos e à democracia será também de revigorar a unidade e pressão na defesa das nossas conquistas. Além de debates políticos, haverá shows com as bandas Bossa Greve e Samba de Tapera, além de tendas do Coletivo de Mulheres e a das Frentes, além de brincadeiras dirigidas para as crianças.

Rio Grande do Sul
CUT, CTB, UGT, Nova Central, CGTB, Intersindical, CSP-Conlutas, Força Sindical e Pública, partidos progressistas e movimentos sociais vão se reunir a partir das 10 horas, em ato de resistência junto ao Monumento do Expedicionário, no Parque da Redenção, em Porto Alegre. A direção da CUT gaúcha destaca que, se no início do século passado a classe trabalhadora lutava por direitos sociais, trabalhistas e previdenciários, hoje a luta continua pela manutenção dos direitos conquistados.

Como a destruição dos direitos adquiridos afetam também a saúde e o meio ambiente, a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, com apoio com a Associação Nacional de Catadores de Recicláveis, Rede Nacional de Advogados e Advogados Populares, Clube de Cultura, Radio na Rua e A Cidade que Queremos, entre outros coletivos, também estarão no Parque da Redenção para o ato em defesa do trabalho, da natureza e da saúde.

Pará
O ato político e cultural está previsto para início às 9 horas, na Praça da República, em Belém. CUT, CTB, Intersindical, Nova Central e Força Sindical e diversos movimentos sociais farão do encontro um ato político e cultural contra as reformas do presidente Michel Temer. Conforme a direção da CUT paraense, jovens sairão em passeata a rumo ao local do ato às 8h30.

Goiás
O 1º de Maio será celebrado pela CUT Goiás com a realização de um ato festivo-político e cultural, que contará com a presença de lideranças religiosas e políticas progressistas e muitos artistas com shows ao vivo. O palco será a Praça do Trabalhador, em Goiânia. E o objetivo, segundo a organização, será a união, o fortalecimento e a consciência da classe trabalhadora acerca de seus direitos fundamentais, como acesso à terra, moradia, trabalho, educação, saúde, cultura e aposentadoria.

Com o lema "100 Anos Depois, a Luta Continua - Nem Um Direito a Menos!", o ato começa às 16 horas, com shows de artistas locais. Haverá sorteio de brindes.

Do GGN/RBA

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Mãe suspeita de mandar matar o próprio filho é presa pela Polícia do RJ, confira

Maria Selma dos Santos, mão que mandou matar o próprio filho
Frases como “o dinheiro transforma as pessoas em monstros” dão uma noção aproximada do impacto do crime ocorrido em novembro de 2011 na Rua José Alvarenga, no Centro de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ao descobrirem, esta semana, que a moradora que vivia há mais de 50 anos na rua, Maria Selma dos Santos, de 70 anos, seria a mandante da morte do próprio filho, José Fernandes dos Santos, não conseguem esconder a indignação. Procurados pelo G1 na tarde desta quarta-feira (23), eles comentaram o episódio e a descreveram como educada e reservada, mas não quiseram se identificar.

Maria Selma foi presa na terça-feira (22). Ela pagou R$ 20 mil para que um assassino cometesse o crime. De acordo com as investigações, ela queria administrar os bens da família, entre eles vários imóveis, que estavam nas mãos de José Fernandes. Maria Selma, a empregada doméstica Maria José da Silva e Isaac Paulo de Moraes, um dos suspeitos de executar o assassinato, estão presos temporariamente, por 30 dias, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Todos vão responder por homicídio duplamente qualificado. 

Selma é descrita como uma pessoa discreta, que vivia recolhida na casa ampla, com fachada de pedra, que atualmente é guardada por um segurança. Ela era tida por alguns vizinhos como uma pessoa educada, que cumprimentava todos na rua e até perguntava se alguém queria algo do mercado. Mas para outros, era distante, dirigia o próprio carro e não cumprimentava ninguém.

“Ela era reservada. Não cumprimentava, mas também não era ruim. Era uma pessoa comum. A gente fica chocado quando sabe de um crime assim”, disse um funcionário do Instituto Marcos Freitas, em Caxias, que há dez anos trabalha no local.

Procurado pelo G1, o advogado de Selma, Thiago Lins e Silva, não foi encontrado no escritório para dar a versão de sua cliente sobre o caso.

Depois do assassinato do filho, Maria Selma passou a dormir na cobertura do prédio em frente à casa, que também pertence à família Santos.

“Esse mundo está mesmo perdido. Quem poderia imaginar que uma mãe, que normalmente faz de tudo para proteger um filho, é capaz de mandar matar alguém que saiu de suas entranhas. Isso só pode ser coisa do demônio. O dinheiro é que faz isso: transforma as pessoas em monstros”, disse uma vizinha da rua de trás da acusada.

Ela contou que uma semana após o crime, ao ver Selma junto com a empregada, pensou em se aproximar para dar os pêsames. “Ela parecia tão consternada, que desisti de falar com ela. Achei que não seria apropriado. Ainda bem. Depois de saber que ela mandou matar o próprio filho a gente fica com medo, não sabe o risco que correu”, disse a vizinha.

Já um professor de uma escola próxima da rua comentou: “Esse crime tem que ser muito bem apurado. Não acredito que tenha sido só por dinheiro. Tem mais coisas envolvidas. Se até mãe de bandido sanguinário protege o filho, como uma senhora distinta comete um crime bárbaro desses assim?”, indagou o professor.

Moradora da rua desde que nasceu, há 87 anos, a vizinha que não quis se identificar disse que nunca viu a família discutir. Ela também afirmou que José vinha constantemente à casa da mãe, onde tinha um escritório. “A gente não conhece ninguém. Estou assustada. Meu casamento foi feito pelo sogro dela, Gastão Reis. Dá medo ver um crime desses assim tão pertinho. Ninguém nunca ia imaginar isso”, disse ela.

O funcionário de uma garagem próxima à casa contou que no dia do crime viu uma moto saindo em velocidade da porta da casa de Selma. Mas como estava passando muito mal, com pressão alta, não foi até a rua ver o que acontecia.

“Na hora, achei estranho um assalto com quatro tiros disparados tão rapidinho. Mas nunca ia imaginar que a mãe tinha mandado matar o filho. Uma amiga contou que eles não se davam muito bem, que ela reclamava que o filho a roubava e não queria dividir os bens deixados pelo marido dela. Mas acho que a coisa piorou quando o filho pegou os documentos da casa onde ela morava para vendê-la. Ela contou que foi uma briga séria e dois dias depois o advogado dela conseguiu pegar a documentação de volta”, contou o funcionário.

Uma outra vizinha, dona de casa, acrescentou: “Para quê um crime desses? Ela se vestia mal, não passeava, não viajava. Queria tanto dinheiro para quê? As pessoas não sabem aproveitar a vida que têm. Querem sempre mais. A ganância é que causa tudo isso”, observou.

Denúncia
A empregada da idosa suspeita de mandar matar o próprio filho para poder administrar os bens da família afirmou que a mãe comemorou ao saber que os assassinos haviam concluído a execução, de acordo com o RJTV. Em depoimento à polícia, a doméstica contou que, na comemoração, a patroa chegou a dizer que o filho, José , tinha “ido para o inferno”.

A família Dos Santos é bastante conhecida em Duque de Caxias. O avô de José Fernandes foi prefeito por duas vezes da cidade, e também exerceu um mandato à frente da Prefeitura de Rio Bonito, no interior do estado. A família também era dona de um cartório em Caxias. Na manhã desta quarta-feira, os vizinhos de Maria Selma estavam chocados.

Testemunhas com mesmo advogado
De acordo com as investigações, José Fernandes saía de casa em um carro, quando deixou o automóvel para fechar a porta da residência. Neste momento, dois homens em uma moto o cercaram e dispararam contra ele. Quatro tiros atingiram José, que morreu na hora. Isaac teria cometido o crime com outro suspeito, que ainda é procurado pela polícia. “Continuamos com a investigação em andamento para localizar o segundo atirador”, disse o delegado.

Os investigadores desconfiaram da idosa depois que várias testemunhas do caso prestaram depoimento acompanhados de um mesmo advogado.

 Do G1