Menos
de uma semana após ter a condenação imposta ao ex-tesoureiro João Vaccari Neto
derrubada por juízes de segunda instância, Sergio Moro aparece em reportagem do
Estadão, divulgada nesta segunda (3), como um magistrado "meticuloso"
que vai redobrar os cuidados com a sentença de Lula no caso triplex.
Mas
para condenar Lula sem que a Lava Jato tenha fornecido provas cabais da posse
do triplex, Moro vai ter de recorrer à saída inaugurada e muito criticada à
época do Mensalão: usar a teoria do domínio do fato.
Segundo
o Estadão, "fontes próximas a Moro" disseram que essa alternativa é
cogitada porque a absolvição de Vaccari "dificulta uma decisão contrária a
Lula". "Elas avaliam que, para condenar o petista, o juiz teria de
aplicar a teoria do domínio do fato, alegando que Lula tinha controle sobre
tudo o que acontecia."
No
caso triplex, Lula é acusado de receber propina da OAS por conta de 3 contratos
com a Petrobras. Mas a defesa do petista entregou, nas alegações finais, prova
de que o apartamento jamais poderia ser liberado para uso do ex-presidente sem
que a empresa ou o próprio petista tivessem depositado o valor correspondente
ao imóvel e às reformas em uma conta da Caixa Econômica Federal.
Para
justificar a transferência do triplex, a Lava Jato disse que Lula era o chefe
do petrolão. Seu papel era fundamental ao esquema de favorecimento a
empreiteiras porque era o presidente quem avalizava os nomes indicados para
diretorias da Petrobras. Sem provas dessa acusação, a turma de Deltan Dallagnol
apelou para a teoria da abdução das provas. (Saiba
mais aqui).
Ainda
segundo o Estadão, além de apelar para o domínio do fato, Moro pode fazer com
que Marisa Letícia seja a responsável pelas tratativas em torno do triplex. A
ex-primeira-dama, morta em fevereiro em decorrência de um aneurisma cerebral,
foi "quem decidiu comprar uma cota da Bancoop no prédio do Guarujá e quem
mais vezes esteve no imóvel", publicou o jornal. Porém, em função da
morte, Marisa não deve mais constar entre os réus.
GGN