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segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

DNA IDENTIFICA HOMEM TORTURADO E MORTO SOB COMANDO DE USTRA, O HERÓI DE BOLSONARO

Foto: EBC 
O Grupo de Trabalho Perus divulgou nesta segunda-feira (3), em Brasília, a confirmação da identidade de um homem torturado e morto sob o regime militar. A identificação do bancário Aluízo Palhano Pedreira Ferreira, que esteve preso no departamento comandando por Carlos Brilha Ustra - o herói de Jair Bolsonaro - nos anos 1970, foi possível por conta de exame de DNA. Ele foi assassinado por volta dos 49 anos.  
O Ministério Público Federal denunciou Ustra e mais um agente da ditadura pelo feito em 2012, mas após a morte do coronel, seu nome foi retirado da ação. À época, a Justiça Federal rejeitou a denúncia argumentando que ela violava os fundamentos da Lei da Anistia. O MPF recorreu e o caso está aguardando análise do Superior Tribunal de Justiça. 
Ferreira foi funcionário do Banco do Brasil e um dos principais líderes sindicais do País. Em 1970, segundo dados da Folha de S. Paulo, Ferreira integrou a organização clandestina de luta armada contra a ditadura VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), do ex-capitão Carlos Lamarca. Ele foi foi preso em 9 de maio, em São Paulo, e torturado em instalações do Cenimar, o centro de inteligência da Marinha.
Depois, foi transferido para o DOI-Codi (Departamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna) de São Paulo, órgão do Exército sob comando de Ustra, onde Ferreira morreu após novas torturas, possivelmente em 21 de maio de 1971. 
O Grupo de Trabalho Perus tem o objetivo de identificar os corpos encontrados na vala de Perus, em parceria com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o Ministério dos Direitos Humanos, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos da Prefeitura e a CEMDP (Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos), além do Ministério Público Federal. 
O caso de Ferreira é o segundo identificado pelo Grupo, o quinto relacionado à vala de Perus, onde cerca de outras mil ossadas foram localizadas nos anos 1990 em Perus, durante a gestão de Luiza Erundina, no Paço paulistano. O cemitério Dom Bosco fica na periferia da capital.
GGN

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Quem não te conhece que te compre, Alckmin tem apenas 14% dos votos paulistas, onde é conhecido por 99%

Foto: GOVESP/ Fotos Públicas
Aposta do PSDB para concorrer ao Palácio do Planalto, Geraldo Alckmin é conhecido por 99% da população paulista, segundo pesquisa do Datafolha divulgada no dia 22 de agosto. A maioria, 65%, respondeu que conhece o tucano "muito bem". Outros 23% conhecem "pouco" e 11%, "só de ouvir falar".
Mas apesar de ser tão conhecido no Estado em que governou de 2011 até o primeiro semestre deste ano, o levantamento realizado entre 20 e 21 de agosto, com 8.433 eleitores de 313 municípios, também mostra que apenas 14% dos paulistas votariam no tucano, caso Lula (PT) encare a disputa presidencial.
Neste cenário, além de perder para o ex-presidente petista, que soma 27% das intenções de votos em São Paulo, Alckmin também fica numéricamente atrás de Jair Bolsonaro (PSL), que tem 15% da preferência. 
São Paulo é hoje o maior colégio eleitoral do País com 33.040.411 de eleitores, o que corresponde a 22,4% do eleitorado do Brasil, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No segundo turno das eleições presidenciais de 2014, São Paulo foi o estado da região Sudeste que mais destinou votos ao PSDB. Com Aécio Neves, o partido ganhou 64,2% dos votos válidos paulistas. No Espírito Santo foram 53,85%. Em Minas Geais, 47,59%, e no Rio de Janeiro, 45,06%.
TRAJETÓRIA
Esta não é a primeira vez que o tucano abandona o cargo máximo paulista para concorrer à Presidência. Em 2006 Alckmin lançou-se ao Planalto contra a reeleição de Lula e perdeu no 2º turno com 41,64% dos votos, enquanto o petista angariou 48,61%.
O currículo de Alckmin no governo de São Paulo é extenso. O tucano assumiu o cargo pela primeira vez entre 2001 e 2006. Em 2011 conquistou o segundo mandato na urna e, em 2014, apesar da crise hídrica assombrar seu final de mandato, foi reeleito com 57% dos votos, no primeiro turno.
Alckmin se despediu do governo após escândalos envolvendo a merenda escolar, fechamento de salas de aulas, repressão policial contra professores, fraudes no metrô, entre outras denúncias que levam nomes de seu mandato.
GGN

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

LULA MANTÉM VITÓRIA OU TRANSFERE VOTOS, E BOLSONARO ESTANCA, SEGUNDO NOVA PESQUISA CNT/MDA

Lula registra 21,8% das intenções de votos dos paulistas, Bolsonaro fica com 18,4%. Pesquisa também revela capacidade de transferência de votos de Lula, quando Haddad ainda não era o vice.
Preso na sede da Polícia Federal em Curitiba, o ex-presidente Lula segue como o favorito na disputa presidencial também entre os eleitores do estado de São Paulo, histórico reduto tucano. É o que mostra a pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta quarta-feira (08), registrando 21,8% das intenções de votos dos paulistas. 
No cenário em que foi testada a disputa com a participação do ex-presidente Lula, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) fica em segundo lugar com 18,4%, seguido do então governador do estado Geraldo Alckmin (PSDB), com 14%. 
Já sem Lula, Bolsonaro consegue a vitória, ainda que não em primeiro turno, com o mesmo resultado de 18,9%. Ou seja, a ausência de Lula na disputa não favorece o candidato da extrema direita. 
É possível perceber, ainda, que com a ausência de Lula, há uma transferência de votos, em maior e menor grau, para três candidatos: Marina Silva (Rede) sai de 6,7% para 8,4%; Fernando Haddad que não havia sido cogitado no cenário com Lula fica com 8,3%, em empate técnico com Marina; e Ciro Gomes (PDT) passa de 5% para 6%. 
Entretanto, a pesquisa entrevistou pouco mais de 2 mil paulistas antes das convenções partidárias deste final de semana, que definiram muitos rumos que ainda estavam incertos. A decisão, por exemplo, de indicar Haddad como vice de Lula ocorreu no final da noite de domingo (05), quando as entrevistas já estavam contabilizadas pelo CNT. 
Naquele momento, Bolsonaro iria para o segundo turno com Alckmin, em caso de impedimento de Lula participar da disputa presidencial, segundo os eleitores paulista. 
Por isso, a pesquisa absorveu as intenções do eleitorado de São Paulo em um momento de indecisões partidárias. Ainda assim, Haddad surge no segundo cenário com 8,3%, quando ainda não havia sido cotado oficialmente para disputar a chapa.  
GGN

sábado, 2 de junho de 2018

Seguiremos nas ruas contra o preço da gasolina, do gás, e a privatização da Petrobrás, diz Levante da Juventude

Cerca de 2 mil jovens do Levante Popular da Juventude, reunidos simultaneamente em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Bahia, lançaram, na manhã desta sexta-feira (01/06), um manifesto em defesa da Petrobrás e da democracia.
Diz o documento (na íntegra ao final):
Nos últimos dias, vivenciamos uma crise de abastecimento no país, produto da paralisação das atividades dos caminhoneiros que protestam contra o aumento abusivo dos combustíveis.
(…)
A política adotada por Parente vincula o preço dos derivados de petróleo ao mercado internacional, fazendo assim como que os preços dos combustíveis e gás de cozinha sejam determinados pelo rentismo que não tem nenhum compromisso com as necessidades do povo brasileiro, estão interessados apenas nos seus lucros
(…)
O petróleo é do Brasil e precisa ser revertido para satisfazer as necessidades do povo brasileiro, como educação e saúde.
Defender uma Petrobrás estatal é defender o direito de o Brasil decidir sobre as nossas riquezas.
Por isso, nos solidarizamos com os petroleiros que tiveram seu direito de greve violado, assim como nos colocamos nessa luta para defender a Petrobrás e a soberania nacional.
(…)
Caiu o presidente da Petrobras, agora faltam só a gasolina e o gás!
O Viomundo perguntou ao Levante o que achou da demissão de Pedro Parente, já que o manifesto foi redigido antes.
Via Jessy Dayane, da coordenação nacional, e Emilly, da Comunicação Nacional, o Levante se posicionou:
“A renúncia de Pedro Parente, antes de qualquer coisa, é um sinal de que com o povo unido e em luta nas ruas conseguiremos construir o país que queremos e contornar os retrocessos do governo golpista de Michel Temer.
Mas não basta tirar Parente da presidência da Petrobrás, queremos a queda dos preços do gás e da gasolina.
Isso só virá, de fato, com a mudança da política  dos preços do petróleo.
Por isso, seguiremos nas ruas  contra a privatização da Petrobrás. 
E, a partir do dia 12 de junho, estaremos mais uma vez somando forças na greve dos petroleiros”.
SÁBADO, ATO EM FRENTE À SEDE DA PETROBRÁS NA PAULISTA
Desde quinta-feira (31/05) acontece em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Bahia encontros de jovens do Levante Popular da Juventude.
Os acampamentos, como são chamados esses encontros, têm por objetivo reunir a militância do movimento popular de cada estado para debater sobre os desafios da juventude diante do atual cenário de golpe que vive o país.
No Rio, São Paulo e Bahia a programação vai até domingo (03/06).
Em São Paulo, especificamente, o Levante realiza neste sábado, às 14h, uma grande manifestação em frente à sede da Petrobrás, na avenida Paulista.
MANIFESTO DA JUVENTUDE BRASILEIRA EM DEFESA DA PETROBRAS E DA DEMOCRACIA  
Nós, jovens brasileiras e brasileiros, sonhamos com um país de oportunidades e direitos! Um país onde a juventude possa desenvolver seu potencial, sem miséria, sem exploração e sem violência.
Lutar por esse Brasil é necessariamente lutar para que nossa juventude não seja exterminada nas periferias e, ao contrário disso, tenha acesso universal à educação em todos os níveis, bem como a saúde, moradia, trabalho, cultura e lazer.
Infelizmente estamos vivendo tempos de golpe na democracia que guia nosso país na contramão dos nossos sonhos.
Diante disso, nós jovens nos levantamos para resistir aos retrocessos, lutar pelo nosso presente e pelo futuro dos que virão.
Nos últimos dias, vivenciamos uma crise de abastecimento no país, produto da paralisação das atividades dos caminhoneiros que protestam contra o aumento abusivo dos combustíveis.
Esse aumento abusivo, que todas as famílias estão sentindo, não se limita aos combustíveis, a exemplo do gás de cozinha que em dois anos de golpe subiu mais de R$45,00.
Na realidade, o que tem aumentado são os preços dos derivados do petróleo, como conseqüência de uma política de preços adotada por Pedro Parente, que é o atual gestor da Petrobrás colocado pelo ilegítimo Michel Temer.
A política adotada por Parente vincula o preço dos derivados de petróleo ao mercado internacional, fazendo assim como que os preços dos combustíveis e gás de cozinha sejam determinados pelo rentismo que não tem nenhum compromisso com as necessidades do povo brasileiro, estão interessados apenas nos seus lucros.
Diante dessa situação, os petroleiros que há muito tempo vêm denunciando o desmonte da Petrobrás provocado pelo governo ilegítimo e entreguista, decidiram construir uma greve de advertência por 72h, sem riscos de gerar desabastecimento ao país, mas denunciando a privatização da Petrobras que agrava ainda mais esse quadro de preços abusivos dos derivados de petróleo.
Essa greve foi duramente criminalizada pelo Tribunal Superior do Trabalho, que declarou a greve ilegal, atribuindo uma multa diária inicialmente de 500 mil e logo depois de 2 milhões, aos sindicatos que aderissem à greve.
Isso demonstra o avanço do golpe sobre os nossos direitos sociais e políticos.
O petróleo é do Brasil e precisa ser revertido para satisfazer as necessidades do povo brasileiro, como educação e saúde.
Defender uma Petrobrás estatal é defender o direito de o Brasil decidir sobre as nossas riquezas.
Por isso, nos solidarizamos com os petroleiros que tiveram seu direito de greve violado, assim como nos colocamos nessa luta para defender a Petrobrás e a soberania nacional.
Nossa tarefa é nos preparar para fortalecer a greve da categoria que já está aprovada, por tempo indeterminado a partir do dia 12 de junho.
Todo retrocesso que estamos vivendo no país é fruto de um golpe que usurpou a nossa democracia e jogou os votos do povo nas eleições de 2014 no lixo.
Por essa razão, não há saída para combater os retrocessos que não seja devolvendo ao povo brasileiro o direito de decidir sobre os rumos da nação, através de eleições livres e democráticas em 2018.
Defendemos a liberdade de Lula e seu direito de concorrer às eleições, para que o povo decida quem deve ocupar a presidência do país.
Por fim, só com um povo forte seremos capazes de defender nossa nação. E um povo forte é um povo organizado e consciente, construindo na luta as soluções para os nossos problemas.
Nesse sentido, a construção do Congresso do Povo pela Frente Brasil Popular deve ser cada vez mais fortalecida por nós, para que assim possamos construir com grande unidade o país dos nossos sonhos!
Caiu o presidente da Petrobras, agora faltam só a gasolina e o gás!
#OPetróleoÉdoBrasil
SOMOS TODOS PETROLEIROS!
PS do Viomundo: Os destaques em negrito são do próprio texto do manifesto.
Do Viomundo

sábado, 24 de junho de 2017

Caciques do PSDB descobrem tarde que Doria é uma fraude

Primeiro foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso quem afirmou que o atual prefeito de São Paulo, João Doria, só sabe mexer no celular e não produziu nenhuma mudança relevante em São Paulo; agora, o ex-governador José Serra foi além e disse que Doria é "um blefe"; mais do que isso, Serra garantiu que deixará o PSDB se Doria vier a ser o candidato do partido à presidência da República; uma espécie de novo Jânio Quadros, Doria desagrada quadros históricos do PSDB e pode ser alvo de impeachment por ter favorecido a Ambev no carnaval de São Paulo.

O prefeito de São Paulo, João Doria, não terá um caminho fácil para se viabilizar candidato do PSDB à presidência da República, a despeito da morte política do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e do péssimo desempenho nas pesquisas do governador Geraldo Alckmin.

Isso porque tucanos históricos não engolem seu estilo populista, à la Jânio Quadros. 

Primeiro foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso quem afirmou que o atual prefeito de São Paulo, João Doria, só sabe mexer no celular e não produziu nenhuma mudança relevante em São Paulo – no que tem razão.

Agora, o ex-governador José Serra, também com razão, foi além e disse que Doria é "um blefe", segundo informa a coluna Radar.

Mais do que isso, Serra garantiu que deixará o PSDB se Doria vier a ser o candidato do partido à presidência da República.

Doria também pode ser alvo de impeachment por ter favorecido a Ambev no carnaval de São Paulo.

Abaixo, reportagem da Rede Brasil Atual:
A denúncia de favorecimento a uma agência contratada pela Ambev em uma licitação pública para o carnaval de rua de 2017, veiculada no início do mês pela Rádio CBN, levou o vereador Toninho Vespoli (Psol) a pedir abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Casa, que já conta o mínimo de 19 assinaturas para que o pedido seja acolhido e submetido ao plenário.

"A conduta de um agente público que visa macular um procedimento licitatório atenta contra os princípios da administração pública e, também, contra a lei de improbidade administrativa", afirmou o vereador. De acordo com o edital que organiza o carnaval de rua na cidade, publicado durante a gestão de Fernando Haddad (PT), vence o processo licitatório a proposta que privilegie segurança, limpeza, banheiros químicos e ambulâncias. Com Doria, não foi assim que funcionou.

Segundo a denúncia, a Dream Factory, contratada da Ambev, teria sido favorecida por informações privilegiadas. E terminou vencendo o pleito mesmo em disputa com proposta mais adequada ao edital. A proposta da empresa foi de R$ 15 milhões, dos quais R$ 2,6 milhões sendo destinados ao interesse público. Já a concorrente, SRCOM, que representa a Heineken, orçou o projeto em R$ 8,5 milhões, com R$ 5,1 milhões de gastos em itens como segurança e limpeza. A SRCOM Heineken perdeu.

"Resultando comprovado que Doria teve participação nas negociações, tanto ele quanto os demais envolvidos serão obrigados a ressarcir os cofres públicos com acréscimo de multa, poderão tanto perder o mandato eletivo quanto as funções públicas que os demais exercem e podem ter os direitos políticos suspensos por até oito anos", disse Vespoli, ao explicar que, confirmadas as denúncias, Doria estaria passível de sofrer um processo de impeachment.

"Pedimos a abertura de CPI tendo em vista que possui maior poder de investigação, de modo a auxiliar o Ministério Público numa provável propositura de Ação de Improbidade Administrativa", afirmou Vespoli. A CPI ainda deve passar por votação na Casa para ser instaurada.

'Marketing e abandono'
Mesmo diante das denúncias, com apresentação de áudios comprometedores, parte da sociedade demonstra apatia em relação às contradições e às possíveis fraudes da gestão Doria. Para Vespoli, isso é parte de um discurso de desconstrução da política, constante nos meios de comunicação e crescente no país.

"A população está cansada da classe política. Diante dos escândalos de corrupção revelados pela operação Lava Jato há uma falsa ideia de que o público é um problema e a solução seria privatizar tudo para que se melhore. O que não é dito, no entanto, é que boa parte das empresas privadas e dos grandes empresários estão no olho da corrupção", disse.

"Doria baseia seu governo em ações de marketing", observa Vespoli, dentro de uma lógica de falar o que os eleitores querem ouvir e maquiar a realidade. "O programa Cidade Linda, por exemplo, é uma grande farsa. A cidade está abandonada, porém, as pessoas querem ver o prefeito indo para a rua e pintando muros, capinando praças, mas a realidade é que a zeladoria da cidade, principalmente na periferia, está completamente abandonada. A sociedade está encantada com Doria e seu marketing, o discurso e a retórica dele seduziu as pessoas, porém sabemos que as coisas são bem diferentes."
  
Sobre o caso, a prefeitura emitiu o seguinte posicionamento:
A reportagem da CBN se esforçou para fazer parecer haver irregularidade onde houve esforço do poder público para que se obtivesse o maior benefício possível à população: a ação da Prefeitura de São Paulo permitiu à cidade ter um Carnaval com maior qualidade sem nenhum gasto público, ao contrário do que ocorreu em 2016, quando foram investidos R$ 10 milhões de recursos do município. 

O edital, elaborado e publicado pela gestão passada, foi inteiramente obedecido. Como previsto, a empresa que havia feito a maior oferta financeira foi chamada a esclarecer sua proposta. Ainda conforme previa o edital, foi permitido que a esta empresa, a Dream Factory, alterasse os itens de investimento, mas mantendo-se dentro do escopo do que já havia sido apresentado. Pare que fique claro: a proposta da SRCOM foi de R$ 8,5 milhões; a da Dream Factory, de R$ 15 milhões. 


 O conteúdo da proposta de maior valor, porém, foi julgado insatisfatório pela comissão, pois boa parte dos recursos era destinada a ações de marketing. Como o edital permitia, foi solicitado à Dream Factory que alterasse o conteúdo de sua proposta, para que esse valor se destinasse inteiramente a serviços de interesse público (segurança, ambulâncias, banheiros químicos). À diferença do que sugere a reportagem da CBN, o mesmo não poderia ser oferecido à SRCOM, uma vez que o edital não permitia que o valor da proposta fosse alterado, apenas sua composição, desde que dentro do escopo. 

Ou seja, a SRCOM não poderia oferecer R$ 15 milhões em serviços. Se fosse mantida a decisão de dar vitória à SRCOM, a Prefeitura teria, portanto, de investir pelo menos R$ 10 milhões no Carnaval. Cabe mencionar que, se houvesse qualquer intenção de praticar irregularidades por parte dos funcionários públicos envolvidos, os atos da comissão não teriam saído divulgados em ata publicada no Diário Oficial, nem a ocorrência da reunião seria confirmada pela Prefeitura. 

Os “especialistas” consultados pela CBN, evidentemente, falam sem conhecimento do edital de chamamento e dos decretos municipais que regulam contratos como esse. Não houve contato para favorecer uma das empresas, houve contato com a única empresa que teria condições de melhorar sua proposta, em benefício da população paulistana e do Carnaval. Um indicativo de que nada de errado foi feito é o fato de que a SRCOM, que segundo a CBN teria sido prejudicada, não recorreu e nem mesmo se manifestou na reportagem. 

Com base num relatório de auditores do Tribunal de Contas do Município, a CBN dá como fato comprovado que tenha havido irregularidades no edital e no processo de escolha. Deixa de informar a seus ouvintes que, a esta altura, as supostas irregularidades são apenas a opinião dos auditores, uma vez que o relatório não passou pela análise do conselheiro responsável nem foi a julgamento. 

A Prefeitura ressalta ainda que saúda a decisão do Ministério Público de abrir investigação a respeito do patrocínio ao Carnaval de 2017. Assim, ficará comprovado ao final que foi cumprida a lei e que a ação da administração municipal beneficiou a população, que pode ter acesso a um Carnaval com mais qualidade, preservando os cofres públicos, que deixaram de investir R$ 10 milhões.

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domingo, 4 de junho de 2017

SP reúne multidão e grito por diretas já aponta o voto como a única saída para crise generalizada do país

Milhares de manifestantes e artistas participaram neste domingo 4 de um grande ato pela saída de Michel Temer e em defesa de eleições diretas para a escolha do novo presidente da República.

Passaram pelo palco artistas como Criolo, Rael, Chico César, Edgar Scandurra, Emicida, Otto, Paulo Miclos, Péricles, Pitty, Simoninha, Tulipa Ruiz e Maria Gadú, com encerramento de Mano Brown, além de lideranças como Guilherme Boulos e a presidente da UNE, Carina Vitral, e personalidades.

Para a economista Laura Carvalho, que também discursou, não basta tirar Temer e colocar outro Temer. "Não queremos esse Temer nem outro Temer. Mais igualdade a gente conquista com voto", disse. "O Brasil quer escolher seu presidente e, se possível, já", defendeu Chico César, o primeiro a cantar.

Vídeo: Mídia Ninja. AQUI.

Confira reportagem da Rede Brasil Atual sobre o ato:

'Não queremos esse Temer nem outro Temer. Mais igualdade a gente conquista com voto'

Artistas e movimentos sociais deixam o recado para os presentes. "A gente quer mais democracia e novos direitos. Mais direitos e mais participação dos movimentos", diz a economista Laura Carvalho.

O Largo da Batata, na zona oeste de São Paulo, está tomado por manifestantes que acompanham o ato SP pelas Diretas Já, convocado por artistas, ativistas da mídia independente e blocos de carnaval, com a presença de movimentos sociais. A primeira atração do dia ensolarado na capital foi o cantor paraibano Chico César. "O Brasil não suportaria a possibilidade de uma eleição indireta tendo um Congresso completamente contaminado", disse.

"É importante que o povo se manifeste hoje pela queda de Michel Temer (PMDB). Parece que esse governo que entrou há um ano quer desfazer tudo que foi conquistado nos últimos 100 anos. Ele deseja a precarização completa das relações de trabalho, levando o país a um sistema de semiescravidão", completou. O cantor ainda levantou a bandeira da necessidade da realização de uma greve geral no país. "A greve significa a classe trabalhadora unida para assegurar direitos conquistados arduamente".

Após o show do artista, um dos apresentadores do evento, Leo Madeira, chamou o coletivo carnavalesco Arrastão dos Blocos. "Os blocos de carnaval são as pessoas unidas. E isso não acontece apenas em cinco dias. Os blocos entendem que o papel da mobilização não é só o escape, mas o posicionamento político, especialmente em um momento tão delicado como esse."

Arrastão levantou o público com marchinhas tradicionais e composições dedicadas ao tema da manifestação: a queda do presidente Temer e a realização de eleições diretas. "Fora Temer! Ele é golpista, ladrão devoto, quer roubar o trabalhador. Arrastão está nas ruas para derrubar esse imposto", cantaram.

Integrantes de movimentos populares utilizaram o microfone para reforçar a unidade do ato. "Lutar pelas diretas hoje é essencial. Primeiro, para derrubar o Temer, que mesmo envolvido nos maiores absurdos está querendo se recompor, começa a ensaiar uma forma de se agarrar no governo até 2018. E também, caso o Temer caia, precisamos barrar a tentativa de um Congresso totalmente desmoralizado de eleger o presidente", disse o coordenador do Movimento dos Trabalhadores sem teto (MTST) e da Frente Povo sem Medo, Guilherme Boulos.

"Sem ampliar a luta, não vamos conseguir derrubar o Temer. Os grupos de cultura estão de parabéns", disse Boulos sobre a organização dos artistas. "A única forma de construir uma saída da crise é resgatar a soberania popular, chamando o povo a decidir. Isso não resolve tudo, mas é o princípio de um caminho democrático. No nosso entendimento, o movimento das diretas é a bandeira hoje que pode barrar as reformas da Previdência e trabalhista, que ninguém conseguiria se eleger nas urnas com essas propostas. Vamos derrubar essa agenda política", completou.

O presidente da CUT-SP e integrante da Frente Brasil Popular, Douglas Izzo, ressaltou a importância da união em torno das diretas. "Estamos todos aqui, Frente Brasil Popular, Frente Povo sem Medo, artistas, CUT. Nós, das centrais sindicais, lutamos também contra a retirada de direitos, contra reformas apresentadas por Temer. É a luta pela garantia de direitos, para que o povo possa definir quem será o próximo presidente. Não aceitamos eleições indiretas. Precisamos ficar de olho. O Congresso é totalmente envolvido com corrupção e com as mais diretas falcatruas deste país", disse.

Presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, também da Frente Brasil Popular, elogiou a iniciativa. "Esse ato é muito importante. A luta pelas diretas tem que ser de todos. Das pessoas, dos artistas, dos partidos, dos cidadãos comuns que podem e devem se unir nesta grande campanha. Venham juntos e vamos derrubar o Temer e conquistar as eleições diretas", disse.

Para a economista Laura Carvalho, professora da USP, a luta contra a desigualdade social passa pela ampliação da democracia e não sua supressão. "A gente não quer esse Michel Temer nem outro Michel Temer para fazer isso. A gente quer mais democracia e novos direitos. Mais direitos e mais participação dos movimentos. A gente quer mais igualdade. Tudo isso a gente só conquista com o voto. Fora Temer e Diretas Já."

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Carta Capital: Diretas Já chega a São Paulo, neste domingo, sob a liderança dos artistas

Após mobilizar milhares de cariocas, a classe artística volta a encampar, agora em São Paulo, um ato político em defesa das Diretas Já neste domingo 4. A manifestação, inspirada na campanha por eleições diretas que reuniu multidões na capital paulista e no Rio de Janeiro no fim da ditadura, carrega a mesma receita: grandes mobilizações com forte presença de artistas e expoentes da cultura brasileira.

O ponto de encontro dos manifestantes será no Largo da Batata, onde a partir das 11h diversos artistas de porte como Mano Brown, Péricles, Criolo, Maria Gadú e Paulo Miklos farão parte do ato. No Rio, nomes como Caetano Veloso e Milton Nascimento marcaram presença na manifestação por Diretas Já que ocorreu no último domingo 28 na praia de Copacabana, onde 50 mil manifestantes pediram a antecipação de eleições diretas.

Um dos organizadores do ato, Daniel Ganjaman, produtor musical de grande prestígio, foi o responsável por fazer o contato com os artistas. A construção dos atos se deu a partir da reunião da classe artística, que refletida na insatisfação popular, começou a se mobilizar. Produtores, ativistas e mídia ativistas dividem o trabalho da organização de maneira coletiva. “Alguns já tinham organizado manifestações similares, mas o principal é que não existe nenhuma organização política ou social por trás disso, não existe nenhum protagonista”, conta o produtor.

A organização afirma que, embora não exista nenhum movimento político, partidário ou sindical por trás da organização da manifestação, não há a intenção de excluir grupos ou “tirar aspectos das lutas tradicionais” na mobilização.

Os responsáveis pelo ato rebateram reportagens da mídia que indicavam a exclusão de grupos políticos tradicionais na manifestação. "Em nenhum momento falamos em barrar ou excluir qualquer movimento do nosso ato, como foi publicado com sensacionalismo em matérias da grande imprensa", afirmam os organizadores em nota. "Pelo contrário: achamos fundamental para a relevância da nossa manifestação a participação de todas e todos que estejam alinhados à causa das Diretas." 

Também idealizador do ato no Rio de Janeiro, Ganjaman explica que o motivo da convocação são as eleições diretas, que hoje teriam o “consenso da população”.

A instabilidade do governo de Michel Temer, que para Ganjaman é ilegítimo, trouxe para rua o grito pelo impeachment e inflou a chamada pelas eleições diretas. Um levantamento do DataFolha revela que o presidente tem apenas 9% de aprovação, enquanto 61% da população considera seu governo ruim ou péssimo. A mesma pesquisa afirma que 85% da população pedem eleições diretas.

“Você tem um Congresso com centenas de deputados acusados, alguns que já foram condenados. Não podemos deixar pra esse Congresso definir quem vai ser esse presidente tapa buraco”, argumenta o produtor, ao explicar que um ato suprapartidário como este pode unir a insatisfação geral, na maioria das vezes segmentada por preferências partidárias.

A escolha de artistas renomados para compor o quadro de atrações levanta dúvidas sobre os motivos que levarão o público para o Largo da Batata neste domingo. A decisão, no entanto, foi estratégica. A organização do ato busca atrair a população que está descrente na política, a fim de trazer diversas camadas sociais “para o debate”.

Ganjaman endossa ainda que “toda manifestação artística é uma possibilidade de politização”, ao afirmar que agora a função da classe cultural é buscar no “papel transformador do artista” a possibilidade de discussão sobre a política que hoje é explicada por meios que “provocam a desinformação”.

“As pessoas vão trocar informações. Precisamos insistir no diálogo que perdemos nos últimos anos, pois neste momento é fundamental. Se não insistirmos nisso a consequência será brutal, desastrosa”, alerta.

A presença dos blocos de carnaval também é um carro chefe na mobilização. Alexandre Youssef, produtor cultural e presidente do bloco Acadêmicos do Baixo da Augusta, acredita que esta é uma forma de mostrar o caráter ativista dos blocos que, depois das dificuldades enfrentadas para ocupar as ruas de São Paulo no Carnaval, se articulam em torno das lutas democráticas. “Temos uma temática política envolvida nisso, uma articulação com as pautas da cidade em torno de lutas democráticas”, explica Youssef.
O desmonte do carnaval de São Paulo acendeu ainda um forte debate sobre o papel do Estado na construção da cultura e do fomento à classe artística. O produtor musical Daniel Ganjaman acredita que este é o momento para não apenas de usar a classe artística para a construção de um movimento legítimo e popular, mas também para própria classe se articular em torno de suas causas.

“Em âmbito nacional nós estamos sem um representante, o que quer dizer que a cultura está sendo deixada de lado no que diz respeito aos subsídios”, diz o produtor, que crê ser necessário “aproveitar o incêndio” para unir a classe artística.

Para ele, a piora se deu no momento em que foi consumado o impeachment. “Era uma tragédia anunciada. Hoje, vivemos num estado de exceção. Eu olho para o Temer e não consigo chamá-lo de presidente.”

GGN/Carta Capital

domingo, 21 de maio de 2017

SP hoje o povo enfrentou chuva para retomar democracia

Assista o vídeo da grande manifestação de hoje pela retomada da Democracia e pelas eleições diretas já. Clique aqui.

Manifestantes foram neste domingo (21) à Avenida Paulista, no MASP, para pedir a saída de Michel Temer, acusado após várias denúncias de corrupção que deixam o seu governo cada vez mais insustentável; participantes da manifestação também pedem eleições diretas; a mobilização foi convocada pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular; o vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu a saída de Temer; "Ele deve renunciar e para pacificar esse maravilhoso povo brasileiro queremos eleições diretas já", disse.

No desespero, Temer prefere o enfrentamento, dizendo haver manipulações nas gravações da PF, ao invés de se defender; peemedebista sequer passou no detector de mentiras da Truster Brasil, tecnologia em análise de voz; PGR já confirmou tentativa de estancar a Operação Lava Jato e a OAB pediu seu impeachment; ruas são tomadas pela população em prol de eleições diretas para a retomada a democracia com um governo legítimo, eleito pelo povo.

Manifestantes foram neste domingo (21) à Avenida Paulista, no MASP, para pedir a saída de Michel Temer, acusado após várias denúncias de corrupção que deixam o seu governo cada vez mais insustentável. O protesto na capital teve início às 16h, e deve caminhar até o Escritório da Presidência da República, na mesma Avenida. Participantes da manifestação também pedem eleição direta para presidente da República.

A mobilização foi convocada pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular. O vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu a saída de Temer. "Ele deve renunciar e para pacificar esse maravilhoso povo brasileiro queremos eleições diretas já", disse o parlamentar.

Segundo pesquisa Ipsos, divulgada no mês passado, 92% dos brasileiros veem o País no rumo errado com Temer. Pesquisa feita por 247 com 5,7 mil internautas apontou que 98,5% dos brasileiros defendem eleições diretas para presidente. A OAB também já pediu o impeachment dele.

A situação do peemedebista ficou mais complicada após ser gravado dando aval para a compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba. Segundo o conteúdo do áudio, 0 empresário Joesley Batista, dono da JBS, disse a Temer que estava dando ao ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: "Tem que manter isso, viu?". O teor das delações foi publicado pelo colunista Lauro Jardim, do Globo. 

Os empresários Joesley Batista e seu irmão Wesley também afirmaram que Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Depois, o parlamentar foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley. 

Em nota, Temer disse que "jamais" solicitou pagamentos para obter o silêncio de Cunha e negou ter participado ou autorizado "qualquer movimento" para evitar delação do correligionário. 

Janot confirma ação contra a Lava Jato
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que Michel Temer e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) agiram "em articulação" para impedir o avanço da Lava Jato. "Verifica-se que Aécio Neves, em articulação, dentre outros, com o presidente Michel Temer, tem buscado impedir que as investigações da Lava Jato avancem, seja por meio de medidas legislativas, seja por meio de controle de indicação de delegados de polícia que conduzirão os inquéritos", afirma Janot.

Em seu pronunciamento, Temer disse que "o áudio reflete uma gravação amadora feita por Joesley. "Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos. Incluída no inquérito sem a devida e adequada averiguação, levou muitas pessoas ao engano induzido e trouxe grave crise ao Brasil. Por isso, no dia de hoje, estamos entrando com petição no Supremo Tribunal Federal para suspender o inquérito proposto até que seja verificada em definitivo a autentiticidade da gravação", acrescentou.

Em nota, a J&F, holding que controla a JBS, afirmou, em nota neste sábado, 20, que o empresário Joesley Batista entregou para a Procuradoria-Geral da República a íntegra da gravação de sua conversa com Michel Temer. De acordo com o texto, também foram entregues "os demais documentos que comprovam a veracidade de todo o material delatado". "Não há chance alguma de ter havido qualquer edição do material original, porque ele jamais foi exposto a qualquer tipo de intervenção", diz (veja aqui).

Apesar de as gravações da PF irem para uma perícia, Janot enviou neste sábado (20), ao Supremo Tribunal Federal manifestação defendendo a continuidade do inquérito contra Temer e outras autoridades com foro por prerrogativa de função. O procurador disse que não se opõe à perícia no áudio da conversa entre Temer e Joesley Batista, embora certo de que a gravação não contém qualquer mácula que comprometa a essência do diálogo.

Temer não passa no detector de mentiras
Um laudo técnico da Truster Brasil, tecnologia em análise de voz, conclui que Michel Temer não estava falando a verdade em seu pronunciamento neste sábado (20). "Temer parece ter conhecimento de que não existe manipulação no áudio divulgado", diz o laudo.

No documento estão classificados os níveis de comportamento do peemedebista de acordo com trechos da sua fala. Quando Temer fala que o conteúdo do áudio foi "manipulado", o laudo técnico classifica este momento do discurso como "imprecisão".

O peemedebista preferiu o discurso de enfrentamento ao invés de se defender e acusou Joesley Batista, dono da JBS, de cometer o "crime perfeito", expressão usada com "imprecisão", conforme o laudo técnico; Ao citar "gravação fraudulenta" e "manipulada", Temer estava "estressado" e com "tensão alta, respectivamente, apontou o documento (veja aqui).

Do 247

domingo, 14 de maio de 2017

Planalto emprega babá de Michelzinho como assessora

O Palácio do Planalto emprega uma babá de Michelzinho, Leandra Brito, como assessora do Gabinete de Informação em Apoio à Decisão (Gaia), órgão responsável por municiar o presidente da República com dados para a tomada de decisão, informa a coluna de Lauro Jardim neste domingo 14; "Leandra diz não ser babá do menino, mas não sabe precisar o que faz no palácio", diz a nota; no Tijolaço, o jornalista Fernando Brito comenta ser "lamentável que o caso atinja uma pessoa simples", mas que "a moça é um nada perto do papel que o Governo faz como babá dos banqueiros e dos rentistas, marmanjos mimados de quem faz todas as vontades".

O Palácio do Planalto emprega uma babá de Michelzinho, Leandra Brito, como assessora do Gabinete de Informação em Apoio à Decisão (Gaia), órgão responsável por municiar o presidente da República com dados para a tomada de decisão, informa a coluna de Lauro Jardim neste domingo 14. "Leandra diz não ser babá do menino, mas não sabe precisar o que faz no palácio", diz a nota sobre o assunto.

A coluna diz ainda "Leandra dá expediente no Palácio do Jaburu ou em viagens da família Temer, como na Páscoa, quando os acompanhou para São Paulo, ou no réveillon, quando viajou para uma reserva da Marinha no Rio de Janeiro. Recebe R$ 5.194 mensais, fora as diárias referentes às viagens". O Planalto diz que a funcionária está sendo transferida do Gaia para o staff que serve à família do presidente, o que ainda não teria acontecido por questões burocráticas.

Confira abaixo texto sobre o assunto publicado pelo jornalista Fernando Brito, do Tijolaço:

História que as babás não contam: a mídia no país das abobrinhas

A contratação da D. Leandra Brito como assessora da Presidência para desempenhar o papel de babá do “Michelzinho”, temporão presidencial é daquelas que tem tudo para virar “meme” nas redes sociais.

É de lamentar que atinja uma pessoa simples, que nada mais faz que trabalhar e com algo difícil, uma criança submetida a uma intensa exposição e a um ambiente que pode ser tudo, menos o espaço de simplicidade e liberdade que toda criança merece.

Também não é novidade que a prática de misturar público com privado – ou empresarial com o privado, pois sobram situações de empresários que contratam seus empregados domésticos na folha da empresa – e vai ganhar notoriedade mais porque a mídia nos acostumou a olhar acidamente cada pequeno episódio para que não se veja, ou se olhe com tolerância – os grandes dramas desta nação.

Assim, o emprego de D. Leandra vai chocar, porque é um arranjo destes que não se deveria fazer, mas a moça é um nada perto do papel que o Governo faz como babá dos banqueiros e dos rentistas, marmanjos mimados de quem faz todas as vontades.

Isso, porém, não tem o escândalo com que se vai tratar o caso da moça que cuida de uma criança que, com seus potes de Nutela, tem apetites muito menos vorazes que os do capital.

Os R$ 5 mil  mensais que o patrão de D. Leandra tira do Erário para pagá-la são, de fato – uma gotícula perto do que dele vaza para nutrir os meninos do dinheiro: no Orçamento deste ano, prevê-se para eles um “leitinho” de R$ 1,356 trilhão – 47% de toda a despesa do poder público brasileiro ou quase 23 milhões de babás, se estas ganhassem o salário daquela moça. Como não ganham, ponha mais milhões aí.

Mas isso é muito menos grave e por isso “Michelzão” não será criticado.

É o “mercado”, que bate o pé quando lhe negam algo, com muito mais fúria do que qualquer criança mal-criada e que se lambuza com o dinheiro muito mais do que o Michelzinho com a Nutela.

Do 247

segunda-feira, 1 de maio de 2017

“Dória, o prefeito de uma facção radical”, por Fornazieri

Foto: Andre Bueno/CMSP/Fotos Públicas 
Dória: um prefeito faccioso

A cada dia que passa, João Dória se revela menos o prefeito de todos os paulistanos e mais o prefeito de uma facção radical. Prima pelo desrespeito a adversários, a cidadãos, a sindicalistas, a trabalhadores e ao seu próprio secretariado. Manifesta uma clara vocação para humilhar os outros. Mais ofende do que agrega; mais agride do que une. Despreza um princípio que deveria ser cardeal na conduta de todo governante: promover a concórdia dos governados, a paz e o entendimento com todos. Como principal magistrado do município, deveria buscar sempre a mediação racional para resolver os conflitos. Mas faz o contrário: os estimula, com práticas de arruaça política. Se, pela sua esperteza e inteligência, Dória deixava dúvidas e esperanças acerca de seu potencial de evoluir para a condição de um líder político efetivo, aos poucos, pela atitudes agressivas e facciosas com que se conduz, vai consolidando a impressão de que trilhará cada vez mais o caminho dos vaidosos e dos inconsequentes. 

No contexto da greve geral que parou o Brasil, Dória verbalizou várias agressões contra grevistas, trabalhadores e sindicalistas. Classificou-os de preguiçosos e vagabundos, entre outros tipos de ofensa. Cultiva um solene desprezo pela alteridade, pelo outro, pela diferença. Vangloria-se de acordar cedo, definindo-se, desde a campanha eleitoral, como um trabalhador. Esmera-se em aparecer vestido de gari e de outras fantasias para criar uma imagem de algo que não é.

Há uma indignidade na conduta de Dória ao travestir-se, por mero proselitismo político, de trabalhador. Embora possa acordar cedo, ser hiperativo e trabalhar muito, pelas categorias analíticas da sociologia e da economia, ele, na condição de empresário, é um capitalista. Possui meios de produção e aufere (ou auferiu antes de ser prefeito) a sua renda desses meios. 

Trabalhador, de fato, é um conceito amplo que, de modo geral, indica aquele que vive da sua força de trabalho, vendendo-a. Nos tempos modernos, trabalhador veio sendo considerado, legal e formalmente, como aquele que realiza uma atividade a partir de um contrato de assalariamento, de acordo com a lei, na medida em que as relações de trabalho foram cada vez mais legalizadas e reguladas pela ordem estatal. Aqui também está implicada a venda da força de trabalho.

O empresário ostentação e o capitalista asceta
Definitivamente, Dória não é um trabalhador. A indignidade desta comparação reside no fato de que as condições de vida de Dória comparadas com as dos trabalhadores são drasticamente distintas, brutalmente desiguais. Como empresário e capitalista, Dória tem um capital declarado próximo dos duzentos milhões de reais. Vive numa mansão nos Jardins, tem empregados como serviçais e já chegou a ser processado na Justiça do Trabalho. Dispõe  de muitos recursos e meios de vida, de deslocamento, de fruição em termos de viagens, cultura, lazer, gastronomia etc. Dispõe de helicóptero e jatinho, segundo noticiário da imprensa.

O verdadeiro trabalhador não tem nada disso de que o Dória dispõe. Vive uma vida de sacrifícios e de carecimentos. Se acorda às 4 ou 5 horas da manhã para trabalhar, não o faz por decisão própria e por prazer, mas porque é obrigado. Vive cansado, dorme pouco, perde horas no trânsito. O trabalho exaure as suas forças e energias com o passar dos anos. Chegará à velhice e terá uma aposentadoria miserável, que será ainda mais precária se a reforma da previdência, que Dória apóia, for aprovada. Dória não tem por que se preocupar com aposentadoria, com plano de saúde, com as vicissitudes da velhice. Terá recursos para enfrentar tudo isto sem o temor de ter uma vida indigna nos tempos finais da existência.

Enquanto Dória vive no conforto de uma mansão luxuosa e frequenta a opulência das festas dos salões dos Jardins, milhões de trabalhadores não têm casa, pagam o aluguel ou prestações intermináveis da casa própria. Muitas vezes, falta-lhe o pão na mesa, a alegria nos rostos, o brilho nos olhos, porque suas vidas são de padecimentos e angústias. Diante dessas e de muitas outras diferenças, Dória deveria sentir vergonha na cara e não declarar-se mais o "João trabalhador". Que se declare empresário e gestor, e isto estará certo. 

Já que não dá para comparar o empresário e capitalista Dória a um trabalhador verdadeiro, tome-se como termo de comparação o proselitismo e a vanglória que ele faz de si mesmo por trabalhar muito e acordar cedo, com a conduta e as atitudes de Antônio Erminio de Morais, conhecido pela sua austeridade, pelo seu despojamento, por trabalhar mais de 12 horas por dia e ainda por fazer hora extra no Hospital da Beneficência Portuguesa, já que dedicou boa parte de sua vida à assistência social. 

Ao que se sabe, Antônio Erminio nunca teve o desplante hipócrita de declarar-se trabalhador ou mesmo de vangloriar-se por acordar cedo e trabalhar muito. Teve um estilo de vida marcado pela ascese e foi avesso ao luxo e às festas dos altos círculos da elite branca dos Jardins. Usava ternos surrados, era econômico em pares de sapatos por ter apenas dois pés, dirigiu por décadas seu próprio carro para ir ao trabalho e dispensava seguranças. Sabia que era empresário e capitalista e honrava a sua condição com humildade, sem a vaidade e a ostentação de um Dória. 
Dória não é gentil, nem como prefeito e nem como homem.

Ao receber flores de uma moça, neste domingo, dia 30 de abril, em "homenagem aos mortos das marginais", ele atirou-as ao chão, faltando com o respeito tanto com a moça, quanto com os mortos. Com essas atitudes agressivas e belicosas, ele vai deixando um rastro de perplexidade nos munícipes, que passam a vê-lo como um arrogante, como um chefete medieval que se considera dono da cidade. Ao demitir Soninha Francine da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social impôs-lhe uma humilhação pública. Passa por cima de secretários, desrespeitando-os, quase que diariamente.

Declarando-se fiel a Alckmin, manipula todos os cordões da infidelidade, estimulando sua candidatura presidencial, seja pela via do MBL, seja nos salões da ostentação nos Jardins ou seja, ainda, através dos empresários seus amigos do Lide, com a promessa de abrir-lhes as portas de negócios fabulosos no futuro.

 Dória não mostrou ainda a que veio. Vangloria-se de ter zerado a fila das consultas, mas os hospitais públicos estão mandando pacientes que precisam de cirurgia para casa, pois não tem vagas, não tem equipamentos, não tem médicos e nem remédios. A cidade não está nada linda: esburacada, com semáforos queimados para todos os cantos e com a violência crescendo assustadoramente. Moradia, educação e assistência social enfrentam vários problemas. Programas sociais e culturais vão sendo podados. 

O marketing e o proselitismo podem muita coisa, mas não podem tudo. Aos poucos, os paulistanos vão caindo na real e percebem que a vida no bairro não mudou ou está mudando para pior. Banheiros perfumados podem mudar as aparências e o odor, mas não mudam o esgoto a céu aberto de vários bairros, a falta de zeladoria e o lixo espalhado. O marketing e o proselitismo político têm data de validade e o João precisará fazer bem mais do que a ostentação do título de "trabalhador" se quiser manter parte do seu capital político e eleitoral e o benefício da dúvida que muitos paulistanos ainda lhe concedem.

Do GGN, Aldo Fornazieri

Sete verdades que você precisa saber sobre o João Dória

7 coisas que você precisa saber sobre João Doria.


Todas as informações contidas neste artigo são públicas e contém links e fontes que podem ser pesquisados através do Google.

Bill Gates é um dos grandes empreendedores americanos e todo mundo sabe o que a empresa dele produz. João Doria, também é tido como um dos “grandes empreendedores do Brasil”, mas nós não sabemos exatamente o que suas empresas produzem.

Sendo assim fomos pesquisar para saber qual é o “Windows” do “Grupo Doria”,  qual é o grande produto que alavancou o nome de Doria para o panteão do empreendedorismo nacional e por sua vez à prefeitura de São Paulo.

Descobrimos coisas muito interessantes sobre o prefeito. Confira abaixo!

1 – O SITE DO GRUPO DORIA AINDA ESTÁ EM CONSTRUÇÃO
Com a rotina corrida de acordar cedo pra varrer as ruas de São Paulo,  João Doria talvez ainda não tenha conseguido tempo útil para delegar que uma equipe termine o site do seu “grupo empresarial”.

De qualquer forma, o site em construção hospedado sob o endereço https://www.grupodoria.com.br/ nos deu uma pista para nossa segunda descoberta.

2 – SUA PRINCIPAL “EMPRESA”,  LIDE “GLOBAL” POSSUI UNIDADES EM 15 PAÍSES, MAS AINDA NÃO TEM SITE EM INGLÊS
Pelo site oficial do Grupo Doria nós não descobrimos exatamente o que suas empresas fazem, então seguimos para o site indicado, que parece não ser exatamente de uma empresa, mas de um “grupo de empresários”, o LIDE “uma organização de caráter privado, que reúne empresários em diversos países.” diz a publicação.

O grupo LIDE se diz “GLOBAL”, diz ter atuação em diversos países, mas ainda não possui um site em inglês. Você conhece alguma empresa ou entidade com atuação global que não tenha ao menos um website em inglês? Nós também não, mas se encontrar indique lá nos comentários.  Site:  https://www.lideglobal.com/

A curiosidade só aumentou e isso nos levou para o item a seguir.

3 – ELE VIAJA EM UM JATO PRÓPRIO QUE NÃO FOI DECLARADO AO TSE
Pesquisando as últimas notícias sobre o prefeito, descobrimos na coluna da jornalista Mônica Bergamo na Folha de São Paulo,  que ele anda viajando pelo mundo em seu jato particular. Diz a coluna: “O prefeito de São Paulo, João Doria, decidiu viajar pelo mundo, mesmo a trabalho, em seu próprio jato particular. (…)  Doria partiu em seu Legacy 650, de preço estimado em US$ 30 milhões, para visitar o papa Francisco em Roma. (…)  O jato, da Embraer, tem o prefixo PR-JDJ –as iniciais de João Doria Junior.”

No site da ANAC, descobrimos que o avião está em situação de alienação fiduciária e pertence à DORIA ADMINISTRACAO DE BENS LTDA,  que declarou um patrimônio de 34 milhões ao TSE.  O jato modelo “Embraer Legacy 650” está avaliado em aproximadamente R$ 90 milhões (US$30 milhões).

Todos os bens da declaração ao TSE somam 179 milhões e você pode acessá-la
aqui:http://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/candidato/2016/2/71072/250000004975/bens.

Só o valor do jato representa metade de todo o valor declarado, o que nos levou a nos levou pesquisar e chegar ao próximo item.

4 – SEGUNDO MATÉRIA DO ESTADÃO, ELE TAMBÉM NÃO DECLAROU 2 APARTAMENTOS EM MIAMI, UM DELES EM NOME DE UMA OFF-SHORE REGISTRADA PELA MOSSAK FONSECA, AQUELA DO PANAMA PAPERS
O apartamento também não declarado, vale US$ 11,2 milhões e fica em uma área nobre de Miami. Segundo a matéria do Estadão, o prefeito ainda possui um outro apartamento, também não declarado que vale US$ 243 mil e foi adquirido por meio de uma empresa offshore aberta pela Mossack Fonseca, empresa envolvida no escândalo do Panama Papers.

Ainda segundo a reportagem do Estadão a casa onde mora o prefeito foi subvalorizada na declaração de bens enviada ao TSE.

O imóvel declarado por R$ 12,4 milhões, valeria ao menos 3 vezes mais.
Para os advogados de Doria, a declaração de bens à Justiça Eleitoral foi feita de acordo com a lei, mas segundo os nossos cálculos ou de qualquer um que saiba fazer contas, os bens NÃO declarados somam quase o mesmo valor do que foi declarado ou seja, Doria ocultou no mínimo 50% de todos seus bens.

Fomos pesquisar então o que fazem suas empresas para arrecadar tanto e você confere no próximo item.

5 – AS EMPRESAS DE DORIA “EMPREENDEM” EM “PARCERIA” COM O ESTADO
Os seguidores do prefeito adoram falar em “Estado Mínimo” e usam como exemplo a “gestão” e “eficiência” e principalmente o corte de gastos, e nós concordamos que o dinheiro do povo não deva ser gasto com banalidades, como as revistas de coluna social que são publicadas pela Doria Editora por exemplo.

Mas as empresas do “Grupo Doria” fazem “sucesso” em muitas “parcerias” com o Estado.  São milhões de reais gastos em publicações desconhecidas por 99% das pessoas que pagam impostos no Brasil.

Segundo matéria publicada no portal UOL, os governos tucanos repassaram R$ 10,1 milhões a empresas de Doria desde 2010, porém, nem só de verba tucana vivem as empresas de “João Trabalhador”.

Com pelos menos 7 CNPJs elas aparecem como fornecedoras de diversas empresas e órgãos ligados à governos estaduais e também em pagamentos do governo federal. Você mesmo pode pesquisar jogando os CNPJs no Google e obviamente só irá encontrar o que foi publicado em portais de transparência.

Para ajudar nessa tarefa, listamos abaixo alguns pagamentos e o nome das empresas com seus respectivos CNPJs, cada um com link para a busca do Google.

Doria Administração e Eventos LTDA  – CNPJ: 01.409.348/0001-08 — É a empresa a qual está registrado o Jato Legacy 650 que não foi declarado ao TSE.

Este CNPJ aparece em diversos pagamentos do governo federal no portal da transparência como nos exemplos abaixo.

• Outras Despesas Correntes Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica   = R$ 104.249,00.

• Aluguel de imóveis próprios (????) = R$ 160.000,00
Doria Editora Ltda. –   CNPJ: 11.704.394/0001-85 — A Doria Editora, que também não tem site nem página no Facebook, possui publicações “direcionadas a leitores exigentes”, segundo perfil publicado na plataforma Issu.

“São dezesseis revistas, destas, onze direcionadas ao mundo corporativo, economia e negócios, e cinco voltadas a estilo de vida, comportamento, gastronomia, viagens e alto luxo”, ostenta a descrição.

O CNPJ ligado a editora, aparece em diversos pagamentos, em diversas empresas e órgãos estatais como a Embratur, o Banco do Brasil, os Correios , Caixa Econômica Federal, Secretaria de Comunicação do Governo de SP, lista de fornecedores do Governo de Mato Grosso,  Secretaria de Comunicação do Governo da Bahia, Ministério do Esporte, Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais,  e aparece também em listas de pagamentos da SECOM ( Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República) de 2011, durante o governo Dilma que comprou milhares de reais em exemplares da revista Fórum e Negócios.


Doria Eventos Internacionais Ltda – CNPJ: 11.460.578/0001-47 — Não tem site, nem em português, mas o CNPJ também aparece em pagamentos no Portal da Transparência.

Doria Associados Consultoria Ltda – CNPJ: 11.448.516/0001-10 — O site da empresa ( http://www.doriassociados.com.br) redireciona para o site da LIDE Global e seu CNPJ aparece como beneficiário em diversas empresas e órgãos estatais. O principal é a Agência de Desenvolvimento do Governo Paulista, Desenvolve SP.

Lide — Grupo de Líderes Empresariais –  CNPJ: 19.248.787/0001-33  — Segundo o site, que não possui versão em inglês, o Lide é um grupo de Líderes Empresariais que atua em 15 países. Seu CNPJ aparece nos pagamentos da Agência de Desenvolvimento do Governo Paulista.

D. Empreendimentos Eireli – CNPJ: 12.086.271/0001-90 — Uma empresa de empreendimentos que não possui website.

Max Marketing e Producoes Ltda – CNPJ: 47.837.885/0001-41 — Uma empresa de Marketing que não possui website.

A “influente” página do Grupo Doria no Facebook, possui apenas 11.000 curtidas e traz em seus posts as capas das revistas da editora. Os últimos posts possuem em média menos de 20 curtidas cada.

As publicações e eventos promovidos pelas empresas de Doria parecem servir apenas para alimentar e evidenciar o circulo que envolve empresários e políticos e nos levam para o próximo item.

6 – PARA UM CACIQUE DE SEU PRÓPRIO PARTIDO, DORIA NÃO PASSA DE UM LOBISTA
Em um artigo intitulado, Para conhecer melhor João Doria, Alberto Goldman um dos caciques do PSDB paulista, que já ocupou a vaga de vice-governador do Estado, diz o que em nossa pesquisa ficou bastante evidente: ”Dória se diz empresário. Tem várias empresas, é verdade, e divulga em seu material de propaganda que, através delas, é um dos principais geradores de negócios do Brasil.  No entanto, como empresas de eventos, não produzem qualquer bem ou serviço diretamente, apenas estabelecem e ampliam relações entre empresários e agentes públicos (deputados, senadores, secretários, ministros, governadores), atividade lícita que se chama de lobby.”

Como exímio lobista e marqueteiro, Doria parece não dar ponto sem nó. Criou uma verdadeira máquina que marketing e eventos, cujo principal objetivo é reunir empresários e políticos e com isso, vender seus serviços para ambos.

Assim chegou até a prefeitura de SP com a imagem de “empreendedor de sucesso” que criou através de muito marketing em suas próprias publicações e programas de TV, o que nos leva ao nosso último item.

7 — É 100% MARKETING
Mansões, jatos, festas e tudo o que o dinheiro possa comprar, formam o imaginário do “empreendedor de sucesso”, mesmo que esse sucesso dependa das verbas gordas do Estado.  O que importa é a imagem e um homem de sucesso deve ter uma adega de vinhos cinematográfica, mesmo não sendo apreciador de vinhos. Doria construiu a dele com garrafas emprestadas do consultor de vinhos.

Elídio Lopes, que virou notícia quando tentou sem sucesso reaver US$ 84 mil (cerca de R$ 265 mil) em garrafas que cedeu para a adega do prefeito.
Com essa mesma receita da adega fake, Doria começou a sua campanha para presidência da república desde o primeiro dia na prefeitura de São Paulo.

Vendendo a imagem do “não político” e do “empreendedor bem sucedido” em meio a maior crise de representatividade da história do Brasil, caiu como uma luva e encantou os patriotas que desfilaram com a camiseta da CBF, um dos maiores símbolos da esculhambação nacional.
Sua última jogada de marketing é a DronePol, um “sistema de monitoramento de segurança” feito através de drones. Para isso recebeu uma “doação” de 5 drones, 4 deles modelo DJI Phanton 4.

Segundo o site da prefeitura a doação dos equipamentos foi feita pela fabricante chinesa Dahua Technology e foi estimada em cerca de “R$ 650 mil” em equipamentos.

Cada drone DJI Phanton 4 custa US$ 1.500 cada, o que dá por volta de R$ 20.000.

O outro Drone, a nota da prefeitura diz ser da fabricante “Dahua Technology” cujo modelo é “Dahua Technology X820”, mas nós não encontramos no Google nenhum drone dessa marca à venda, sendo assim não conseguimos saber onde foi diluído esse total de “R$ 650 mil”.

Para os desatentos, a ideia parece promissora e passa a imagem de que o prefeito é antenado ao que há de mais moderno.

Porém, qualquer adolescente sabe para o que servem drones como o DJI Phantom por exemplo, cujo as baterias não duram mais de 28 minutos, uma autonomia de voo que serve apenas para fazer registros panorâmicos de imagens aéreas, pois as câmeras não possuem zoom.

Os drones de “monitoramento de segurança” de Doria, não irão monitorar nada, poderão no máximo fazer belas imagens aéreas de SP, nada mais.

PS do Viomundo: Doria é o “administrador” que teve a ideia idiota de pagar Uber para 135 mil funcionários da Prefeitura de São Paulo furarem a greve, o que representaria por baixo um gasto de alguns milhões de reais apenas nas viagens, sem contar toda a burocracia envolvida no esforço — apenas, e tão somente, para criar um factoide que o levasse às manchetes.

Doria é o “administrador” que conscientemente mandou aumentar o limite de velocidade nas marginais de São Paulo, provocando mais acidentes e mortes, segundo o Diário de S. Paulo:

No segundo mês com novos limites de velocidade nas marginais Pinheiros e Tietê, o número de registros de acidentes com vítimas aumentou 10,3% em relação ao primeiro mês e o de mortes dobrou. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), dados operacionais, anotados por seus próprios agentes, indicam que aconteceram 106 acidentes com vítimas e uma morte no período de 25 de janeiro a 23 de fevereiro. Já entre os dias 24 de fevereiro e 26 de março foram computados pela companhia 117 ocorrências com vítimas e duas mortes. Após o fechamento do balanço do segundo mês, entretanto, a CET registrou ainda mais uma morte, de um motociclista, no dia 30 de março, passando para três óbitos no período.

Ah, e joga flores pela janela do automóvel quando é lembrado disso por uma ciclista. Se considerava lixo, deveria ter depositado em uma lixeira!

Do Vi o Mundo