Trecho do
artigo do procurador aposentado e ex-Ministro da Justiça, Eugênio Aragão, no blog
do Marcelo Auler:
Tristes
tempos. Tudo leva a crer que o STF não se dá o respeito, nem disfarça suas
preferências. Enquanto parecem “melar” qualquer reação ao golpe, dão suporte à
turma de Curitiba que massacra o PT e Lula. O homem da mala de Temer é solto
após quarenta dias; Vaccari, o tesoureiro do PT, porém, contra quem nada de
concreto se conseguiu apontar, fica preso por dois anos, por conta de indícios
criados com suposições e convicções sem base empírica. Laudatória a Vaccari?
Nem pensar!
A decisão
que favorece Aécio não está, no seu dispositivo, errada. De fato, nada há na
Constituição da República que autorize o judiciário a afastar preventivamente
um senador do exercício de seu mandato. Mas não é isso que vem ao caso.
O que
escandaliza qualquer jurista que não tenha ainda perdido sua sanidade mental é
a extrema politização por detrás da opção do julgador. Será que faria o mesmo
se o afastado não fosse de sua predileção, ante tantos elogios pegajosos – e
desnecessários – a Aécio Neves? Não seria ilegítimo supor que não.
Causa
espécie que esse “neogarantismo” no STF vem no momento em que os golpistas de
2016 começam a ser chamados à responsabilidade. E olha que essa chamada também
só se dá, por parte do MPF, por absoluta falta de alternativa, dado o vulto da
sujeira posta a nu, difícil de ser escondida debaixo do tapete.
Tijolaço/Marcelo Auler