No
dia 26 de outubro, o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Força Tarefa
Lava Jato no Ministério Público Federal em Curitiba, vai ministrar palestra
sobre combate à corrupção a donos de postos e distribuidoras de
combustíveis.
A
palestra vai abrir ExpoCom, feira de negócios que integra a programação
comemorativa dos 60 anos do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis
(Sindicombustíveis-PR).
O
valor recebido pelo procurador para ministrar a palestra não foi divulgado. Em
junho, uma empresa de eventos revelou acidentalmente na internet que Deltan
cobra de R$ 30 mil a R$ 40 mil por palestra.
O
procurador afirma que “a maior parte” dos valores recebidos é doada
à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) ou destinada a
ações de combate à corrupção.
O
Sindicombustíveis congrega empresários varejistas no
setor, parte deles alvo de denúncias constantes relacionadas à corrupção,
formação de cartel e manipulação abusiva de preços na venda de combustíveis ao
consumidor e até a assassinato. O próprio sindicato já foi multado
diversas vezes pelo Procon -PR em valores que ultrapassam um milhão de reais.
A
intenção da palestra de Dallagnol é discutir “corrupção e ética nos
negócios”. Entre os palestrantes também está o juiz federal Marlos Melek,
magistrado curitibano conhecido como o pai do projeto de lei da Reforma
Trabalhista, redigido após longa batalha no Congresso Nacional.
Dallagnol
se recusa a revelar que percentual ele embolsa e que percentual ele
supostamente doa a instituições benemerentes, mas o fato incontestável é que
ele só consegue dar essas palestras devido ao seu cargo.
O
procurador acusa o ex-presidente Lula de ter conseguido dar palestras
remuneradas graças a ter exercido cargo público de presidente da República.
Suas palestras teriam sido contratadas por empresas interessadas em “agradar”
um servidor público influente.
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da Cidadania