Lula
denuncia condenação pela mídia: 55 capas de revistas, 1.146 manchetes e o
equivalente a 12 partidas de futebol contra ele no JN.
Foto montagem
O depoimento de Lula em Curitiba, seis trechos que considerados os mais relevantes. No total, são
cerca de 27 minutos do total de 5 horas.
Do
ponto-de-vista da defesa, o mais importante foi a denúncia final do
ex-presidente de que sofreu um verdadeiro justiçamento antecipado pela mídia, o
que significa que Moro não terá como absolvê-lo.
Pelas
perguntas que fez — mas não foram respondidas — , Moro trabalha na linha do
power point do procurador Deltan Dallagnol, inclusive na tentativa de alinhavar
o mensalão ao petrolão tendo Lula como o poderoso capo de todo o esquema.
Sugerimos
que o leitor assista à íntegra do depoimento, aqui, para
fazer sua própria avaliação.
Pontos altos de Moro:
Passou
ao público a ideia de que está dando amplo direito de defesa ao ex-presidente;
Explorou
contradição entre depoimento anterior de Lula, quando o ex-presidente afirmou
que sabia da reforma feita no triplex do Guarujá, e as afirmações atuais do
ex-presidente de que não tinha conhecimento de que haveria uma reforma para
tentar adequar o apartamento às suas necessidades.
Pontos altos do Ministério Público:
Lula
fez uma retirada de R$ 7 milhões da sua empresa de palestras, porém não se
preocupou em cobrir os custos de R$ 20 mil reais mensais com a guarda do acervo
presidencial, mantido em depósito pela empreiteira OAS na Granero.
O
estabelecimento, por conta de reuniões periódicas confirmadas pelo
ex-presidente, de uma relação relativamente próxima entre Lula e o delator Léo
Pinheiro, da OAS.
Pontos altos de Lula:
A
demonstração de que vive em um apartamento com escada há anos e que, se tivesse
de pedir um elevador de favor à OAS, o faria onde vive atualmente em São
Bernardo do Campo.
A
insistência na apresentação de provas materiais — um documento, qualquer
documento — de que ele seja efetivamente dono do triplex, sem as quais a
acusação fica num disse-me-disse.
A
declaração de que Moro, como alguém que soltou e mandou grampear Alberto
Youseff, poderia saber tanto quanto ele, Lula, sobre corrupção no interior da
Petrobras.
O
argumento de que os presos preventivamente, réus confessos, usam o nome de Lula
como forma de garantir liberdade enquanto assistem a outros delatores, já
soltos, viver uma vida boa com o dinheiro dos negócios escusos que promoveram.
O
argumento de que ele, Lula, sofre um massacre midiático, um justiçamento nas
emissoras de rádio e TV e nas manchetes de jornais que torna irreversível sua
condenação. Lula relembrou que o uso da imprensa foi citado como
ferramenta importante pelo próprio juiz Moro, em
artigo que escreveu sobre a Operação Mãos Limpas, da Itália.
Veja também:
Do
Vi o Mundo