quinta-feira, 29 de junho de 2023

AGRICULTURA FAMILIAR TERÁ JUROS MAIS BAIXOS PARA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS


 Paulo Teixeira, Lula e agricultores familiares 28/6/23 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, nesta quarta-feira (28), em Brasília, o Plano Safra da Agricultura Familiar 2023/2024, com R$ 71,6 bilhões destinados ao crédito rural no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O valor é 34% superior ao anunciado na safra passada e o maior da série histórica.

Segundo o governo, somadas outras ações anunciadas para a agricultura familiar, como compras públicas, assistência técnica e extensão rural, Política de Garantia de Preços Mínimos para os Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio), Garantia-Safra e Proagro Mais, o volume investido chega a R$ 77,7 bilhões.

Taxas de juros menores para quem produzir alimentos que vão à mesa dos brasileiros e da biodiversidade, incentivos à compra de máquinas agrícolas, ampliação do microcrédito produtivo para agricultores familiares do Norte e Nordeste, inclusão produtiva de indígenas e quilombolas, mais crédito às mulheres rurais e ao acesso à terra também estão entre os destaques anunciados em cerimônia no Palácio do Planalto.

“O que nós estamos fazendo é tentando diminuir a desigualdade que ainda é muito grande entre o pequeno [produtor] e o grande, entre aqueles que trabalham e aqueles que são donos das empresas que produzem trabalho. Há uma diferença que não pode continuar existindo, senão o mundo não vale a pena”, disse Lula em seu discurso.

Ele destacou ainda que o governo vai retomar a política do preço mínimo para produção de alimentos e de compra de excedentes em caso de supersafras..

“Vocês vão plantar e nós vamos garantir preço mínimo para que ninguém tenha prejuízo na sua safra”, disse, citando ainda o trabalho da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na manutenção do estoque regulador para que “não falte mais alimento nesse país e que o preço não aumente de forma exorbitante”.

Outro desafio, segundo Lula, é garantir o acesso à terra para quem quer produzir, como no reconhecimento de quilombos e no levantamento de terras improdutivas para a reforma agrária.

Plano Safra

Durante a solenidade, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, destacou um dos pilares desse Plano Safra, que é a proteção ao meio ambiente. “Queremos aproveitar esse ciclo, essa janela que se abriu para a agroecologia, para produção de alimentos saudáveis, mas também de uma agricultura regenerativa, restaurativa que recupere as nascentes de água, as matas ciliares, que possa recuperar as Áreas de Proteção Ambiental”, disse.

“Nós vamos fazer um grande programa de florestas produtivas e agroflorestas na região amazônica e de reflorestamento no nosso país. É por isso que tem a criação da nova faixa do Pronaf Custeio para a produção da sociobiodiversidade, orgânicos e agroecológicos”, explicou.

Segundo Teixeira, outro desafio é a produção de alimentos mais saudáveis aos brasileiros, diante da perda de área na produção de itens como arroz, feijão, legumes e frutas, e da mudança de hábitos das famílias.

“A perda de renda, o desemprego e a pandemia ajudaram a mudar o hábito alimentar do povo brasileiro em uma mudança negativa, aqueles alimentos que são tradicionalmente da mesa do brasileiro deixaram de ser consumidos e foram substituídos por ultraprocessados. Então, temos aumentado as doenças por conta da má alimentação na sociedade”, disse o ministro.

Agronegócio

Complementando os valores para o setor rural, ontem (27), Lula anunciou o Plano Safra 2023/2024 para o agronegócio, com R$ 364,22 bilhões para o financiamento da agricultura e da pecuária empresarial no país.

Setor produtivo

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Aristides Veras dos Santos, afirmou que o plano apresentado “não será ainda o ideal”, mas acredita que “foi o possível para o momento que nós estamos vivendo”. Ele também cobrou mais facilidade no acesso aos recursos junto às instituições financeiras.

“Nós acreditamos que vamos reconstruindo aos poucos, passo a passo, naquilo que houver de dificuldades das relações com os bancos, nós vamos construindo no dia a dia com o governo, com os ministérios para que a gente tenha acesso. Não basta ter os recursos, tem que ter acesso e as facilidades”, acentuou. “Espero que a gente possa ter a cada dia mais recursos para o campo para produzir alimentos e ter preço justo para nós e ter preço justo também para o consumidor”, acrescentou.

A coordenadora-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (Contraf), Maria Josana de Lima Oliveira, destacou que o setor tem capacidade para produzir mais alimentos e mais saudáveis. “Produzir alimentos saudáveis é cuidar da mãe terra, é trabalho da nossa vida, isso a gente sabe fazer”, disse.

“O apoio à agricultura familiar como estratégia é importante medida para garantir a dignidade e a inclusão produtiva, a superação da insegurança alimentar nas populações rurais que permita às populações urbanas também o acesso a alimentos em maior quantidade, qualidade e preço justo”, destacou.

Taxas de juros

Entre as medidas anunciadas está a redução da taxa de juros, de 5% ao ano para 4% ao ano, para quem produzir alimentos, como arroz, feijão, mandioca, tomate, leite, ovos, entre outros. O objetivo do governo é contribuir com a segurança alimentar do país, ao estimular a produção de alimentos essenciais para as famílias brasileiras.

As alíquotas do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária, o Proagro Mais, vão cair 50% para a produção de alimentos. Agricultores familiares que optarem pela produção sustentável de alimentos saudáveis, com foco em orgânicos, produtos da sociobiodiversidade, bioeconomia ou agroecologia, também terão incentivos maiores, com juros de apenas 3% ao ano no custeio e 4% ao ano no investimento.

Outra novidade são as mudanças no microcrédito produtivo, destinado aos agricultores familiares de baixa renda. O chamado Pronaf B terá o enquadramento da renda familiar anual ampliado de R$ 23 mil para R$ 40 mil e o limite de crédito de R$ 6 mil para R$ 10 mil. O desconto de adimplência para as regiões Norte e Nordeste saltará de 25% para 40%.

O fomento produtivo rural, que é um recurso não reembolsável destinado aos agricultores em situação de pobreza, também será corrigido e passará de R$ 2,4 mil para R$ 4,6 mil por família. Essa ação é executada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).

Mulheres rurais também ganharam uma linha específica no Plano Safra da Agricultura Familiar. Será criada uma nova faixa na linha Pronaf Mulher, com limite de financiamento de até R$ 25 mil por ano e taxa de juros de 4% ao ano, orientada às agricultoras com renda anual de até R$ 100 mil.

Além disso, caso haja enquadramento da mulher no Pronaf B, o limite do financiamento dobra e chega a R$ 12 mil, com desconto de adimplência de 25% a 40%. As quilombolas e assentadas da reforma agrária terão aumento no abatimento do Fomento Mulher (modalidade do crédito instalação) de 80% para 90%.

O Plano Safra passa a incluir ainda povos e comunidades tradicionais e indígenas como beneficiários do Pronaf A, voltado a assentados da reforma agrária.

Mecanização

Outra novidade é a recomposição do Programa Mais Alimentos, com medidas para estimular a produção e a aquisição de máquinas e implementos agrícolas específicos para a agricultura familiar. A medida visa melhorar a qualidade de vida das agricultoras e agricultores familiares, aumentar a produtividade no campo e aquecer a indústria nacional.

Segundo o ministro Paulo Teixeira, a mecanização no setor é de apenas 17%. “Temos que aumentar a mecanização na agricultura familiar para aumentar a produtividade, diminuir a penosidade [atividades desgastantes] do trabalho, atrair a juventude para permanecer no campo”, explicou. Para o ministro, o desafio para indústria é produzir máquinas menores, mais acessíveis ao agricultor familiar.

“Mencionei a situação das mulheres que criam camarão no Nordeste, que muitas vezes têm que trabalhar dentro da água, sem nenhuma proteção. Então, nós precisamos ter aparelhos modernos de processamento e limpeza do camarão. Como trabalha a pessoa que colhe açaí no Norte? Ela sobe árvore, colhe e desce. Nós podemos desenvolver pequenos elevadores que pudessem levantar a pessoa e que pudessem ser dirigidos”, exemplificou.

Para o ministro, o tripé para a excelência da agricultura familiar é crédito, máquinas e assistência técnica. Segundo Teixeira, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) vai propor um convênio com os ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para extensão rural em parceria com universidade e institutos federais.

Os juros na linha do Pronaf para máquinas e implementos agrícolas também foram reduzidos, de 6% ao ano para 5% ao ano. O programa será coordenado pelo MDA em parceria com o MCTI e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Acesso à terra

Na solenidade desta quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decretos que retomam as políticas de acesso à terra. As medidas visam garantir mais crédito para a instalação das famílias, possibilitando a compra de itens de primeira necessidade, bens duráveis de uso doméstico ou equipamentos, para que o assentado inicie ou possa investir na produção.

O reajuste será de até 220% nos valores das modalidades do crédito instalação do Programa Nacional de Reforma Agrária. O governo federal também investirá no Fomento Jovem, nova modalidade voltada para a juventude rural, de jovens entre 16 e 29 anos. O valor será de até R$ 8 mil por unidade familiar, prazo de reembolso de dois anos e rebate de 80%.

Também serão destinados mais recursos e melhores condições de financiamento para quem produz alimentos e para os assentados que vivem na região semiárida, com redução na taxa de juros de 5% ao ano para 4% ao ano e aumento no limite de financiamento de R$ 24 mil para R$ 30 mil. Além disso, os povos quilombolas também serão incluídos como público beneficiário do crédito e instalação da reforma agrária.

Será criada uma faixa de acesso exclusiva para a juventude no Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), propiciando o acesso à terra aos jovens que querem viver no campo. O teto do financiamento será de R$ 184.380,77, com prazo para pagamento de 25 anos e 36 meses de carência.

Brasil 247.

quarta-feira, 31 de maio de 2023

"MARCO TEMPORAL É FLAGRANTEMENTE INCONSTITUCIONAL", DIZ EUGÊNIO ARAGÃO

 Foto: Reprodução/TV 247 | Lula Marques/ABr

O advogado e ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão participou nesta terça-feira (30) do Boa Noite 247, da TV 247, e comentou sobre a aprovação do PL 490 pela Câmara, o chamado marco temporal, que restringe a demarcação de terras indígenas e desmonta uma série de direitos dos povos originários brasileiros. 

Aragão disse que a matéria aprovada pela Câmara fere a Constituição de 1988. “É uma proposta flagrantemente inconstitucional”. O jurista lembrou que a Constituição estabeleceu um marco temporal para as terras ocupadas por quilombolas até a promulgação da Carta, em 5 de outubro de 1988. “Para os indígenas, não. A única condição para a caracterização das terras indígenas é sua ocupação tradicional ou imemorial. E isso daí é qualquer tempo, desde que eu consiga mostrar que é imemorial. Você tem que ter uma demonstração concreta da imemorialidade em cada caso”, afirmou Eugênio Aragão. 

Para o ex-ministro da Justiça, a aprovação do PL 490 pela Câmara representa uma cobiça sobre as riquezas das terras indígenas. “As reservas fundiárias no Brasil são muito restritas hoje. Se você quiser avançar, ou tem as terras devolutas, que são da União, ou as terras protegidas pelo meio ambiente, ou as terras indígenas. Então, a cobiça sobre estas terras é muito grande, principalmente quando elas estão incrustadas em áreas valorizadas por causa do agronegócio, ou áreas urbanas”, afirmou. “Na verdade, o que se quer é expulsar os indígenas das terras que são preciosas”, acrescentou Aragão. 

Para Eugênio Aragão, está muito claro no Artigo 231 da Constituição que a imemorialidade está garantida, apesar da aprovação do projeto de lei pela Câmara. “Isso é um marco constitucional do artigo 231 da Constituição de 1988 e ponto final. Não pode chegar uma lei e mudar aquilo que a Constituição diz”, acrescentou. Confira o vídeo:

Brasil 247.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

OMISSÃO É GRAVE, MAS PLANO GOLPISTA É AINDA MAIS, POR FERNANDO BRITO

Até agora, o peso da lei caiu sobre os que se omitiram – possivelmente por cúmplices – diante do ataque de domingo aos Três Poderes, retirando ou “amolecendo” o policiamento da Esplanada dos Ministérios. Anderson Torres, o comandante da PM do Distrito Federal e, nos próximos dias, do governador Ibaneis Rocha, são peças graúdas, mas não as cabeças do que se passou.

Anuncia-se que, agora, vai recair também sobre os contratantes dos ônibus, dos churrascos e de todo o fluxo de suprimento para os golpistas.

É preciso que isso aconteça, sim, mas não suficiente.

Não se precisaria de um PM ou de um sanduíche se não houvesse quem se interessasse em fazer uma tomada das sedes do Executivo, Legislativo e do Judiciário senão para preparar as condições de desordem para uma ação de força que desse consequência ao golpe de Estado.

Não é preciso muito para enxergar o óbvio.

Certamente havia, até domingo – senão até poucos dias antes, poucos para que se desmontasse a ação da horda de fanáticos – algum planejamento para que se iniciasse, na capital conflagrada com seus palácios ocupados, a tal “garantia da lei e da ordem”, o tão invocado “artigo 142”, tomando o controle da situação para, daí, ter o comando do país e ditar as regras sobre como seria a “normalização”, com Jair Bolsonaro ou, talvez, sem ele.

Este era o objetivo, não telefonar para extraterrestres.

Os inspiradores da baderna golpista certamente não visavam a deixar os bolsoblocs no controle do Planalto, do Congresso ou do STF. É evidente que viria uma “segunda onda”, não com os adereços verde-amarelos daquela turba, mas com um verde-oliva, escuro e sombrio.

Diz-se que, com razão, que a diferença entre o nosso 8 de janeiro e o Capitólio dos EUA no seu 6 de janeiro é que, por lá, não havia uma retaguarda das Forças Armadas aos golpistas.

Aqui, ninguém duvida que os militares emprestaram mais que as calçadas de seus quartéis aos fanáticos e lunáticos. Ao colocá-los como pelotão vanguardeiro da quebra da normalidade, havia os que planejavam – nada original – apresentarem-se como “restauradores da ordem” e, em nome disso, passarem a ditar o rumo do país.

O ministro Alexandre de Moraes, nos seus decididos despachos contra o golpismo, diz, lembrando do primeiro-ministro inglês Neville Chamberlain e sua desastrosa política de “apaziguamento” com Hitler e o nazismo, lembrou seu sucessor, Winston Churchill e da sua frase de que “‘um apaziguador é alguém que alimenta um crocodilo esperando ser o último a ser devorado”.

Esperemos que, um passo de cada vez, a Justiça não se engane e alcance os crocodilos. Sem isso, não sairemos do pântano da tutela militar.

Tijolaço.

domingo, 8 de janeiro de 2023

OS GOLPISTAS E OS CÚMPLICES, QUEM VAI PAGAR POR ISSO? POR FERNANDO BRITO

Não é preciso descrever o grau de selvageria da invasão às sedes dos 3 poderes da República. Você as viu na TV e dispensam qualificativos.

Também não é preciso falar da omissão das forças policiais e, sobretudo, dos seus chefes. Nem da necessidade do decreto de intervenção na segurança pública do DF, baixado no final da tarde.

Tudo está autoexplicado.

O que não está explicado é o que se vai fazer agora com os criminosos que continuam concentrados no gramado diante do Congresso.

Vai ser permitido que, impunemente, os protagonistas de um tosco e fracassado golpe de estado voltem para seu acampamento diante do Quartel General do Exército para o que, nas palavras do ministro José Múcio, da Defesa, continuarem sua “manifestação democrática”??

Não vão ser identificados e autuados?

Os ônibus que os levaram para o assalto à sede dos poderes não serão retidos à espera que se esclareça quem os contratou para a empreitada golpista?

O que fazia o Batalhão da Guarda Presidencial, encarregado da segurança do Palácio do Planalto que não se deslocou, como de outras vezes, para fazer a segurança da sede do Governo?

Onde estava a Polícia Federal que não foi posta a proteger o Palácio?

Os chefes dos poderes Legislativo e Judiciário vão permanecer no Twitter com “manifestações de repúdio” ou irão a público exigir responsabilização de autores e de mandantes das agressões.

Governos que não se defendem acabam caindo. E isso vale também para a própria democracia, que frequentemente na história morreu por overdose de tolerância.

Tijolaço.

sábado, 7 de janeiro de 2023

O ANO DE 2023 COMEÇA VIOLENTO EM BURITI DE INÁCIA VAZ

Foto pública do Galego

Hoje pela manhã ficou-se sabendo por populares inclusive com imagens fortes da morte violenta do rapaz conhecido por Galego, filho do professor e carpinteiro o senhor Delfino, morador antigo do balneário Morro. Situação lamentável, a eliminação sumária de qualquer ser humano, seja em qualquer circunstância.

O homem foi encontrado sem vida na localidade Fazendinha próximo ao Bairro Bacuri, depois de ter sido supostamente morto violentamente por pauladas na região da cabeça, e em seguida arrastado para dentro do mato fechado, com a clara intenção de ocultação do cadáver.

O crime deve ter acontecido antes da meia noite ou no início da madrugada, pois a vítima fora vista por volta das 11:30h da noite de ontem pedindo R$ 0,50 (cinquenta centavos) a uma pessoa, pois aparentava ser dependente química, ou usuária de entorpecentes.

Imagem captada por câmeras das imediações do Comercial Santa Cruz.

Outro crime que também já está se tornando corriqueiro para estas bandas de Buriti de Inácia Vaz, são os assaltos análogos aos praticados contra as instituições bancárias, surgidos lá pelo ano de 2003, muito em voga ainda hoje, o tal crime é conhecido como “sapatinho”, em que os criminosos ao par de bastante informações sobre suas vítimas, sequestram as em um outro local de fácil acesso, e sob chantagem e miras de armas potentes os levam aos seus estabelecimentos a fim de roubarem seu patrimônio, como valores em dinheiro, veículos e tudo mais.

Em similitude aos roubos que aplicaram aos empresários Neto Borges e Herbert da Novinha, ocorridos no ano passado, todos com o mesmo modus operandi. Hoje, dia 07 de janeiro de 2023, ao amanhecer a vítima foi outro empresário, o senhor Nena (Antonio Pereira da Cruz Filho), dono do  Comercial Santa Cruz, quando realizava a sua costumeira caminhada  pela MA-034, a sua esposa também fora envolvida no evento, antes disto já haviam abordado por engano o senhor  conhecido como Totô Tertulino.

Os detalhes já devem estar com as autoridades policiais, o levantamento pericial, as imagens, o relato das vítimas, das testemunhas, para subsidiarem as investigações aos autores de tais crimes, é o mínimo que se espera das forças policiais em operação nestes casos.

É que se descubra a autoria dos delitos, prendam os bandidos, e entreguem ao sistema de justiça para que sejam punidos exemplarmente, no caso do bem jurídico tutelado seja a própria vida é irreparável, em sendo patrimônio sejam resgatados  e restituídos aos seus verdadeiros donos, vez que o trauma sofrido pelas famílias, estes não tem quem as repare, a não ser o tempo que tudo consola.  

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

A FESTA ESTÁ NO FIM E A GUERRA SERÁ NA ECONOMIA, POR FERNANDO BRITO

 

Um bom amigo de Lula, Leonardo Boff, já escreveu que “a festa é o tempo forte no qual o sentido secreto da vida é vivido mesmo inconscientemente” e que, nela, todos estão juntos não para aprenderem ou ensinarem algo uns aos outros, mas para alegrarem-se, para estar aí, um-para-o-outro comendo e bebendo na amizade e na concórdia”.

A festa de posse de Lula, ontem, foi assim e não poderia ser mais carregada de símbolos do que foi.

Como em todas as festas, sobra um pouco ainda para hoje – uma agenda repleta de encontros com autoridades estrangeiras, e não é ainda dia para voltarem as intolerâncias e os ódio que, como ontem, ficam restritos aos resmungos dos derrotados.

Mas logo voltarão e o de novo Presidente Lula sabe que, desta vez, tudo será mais rápido e urgente.

Ele não terá o período de boa vontade com que, normalmente, novos governos contam e lhe será todo o tempo exigido que abandone seus compromissos de estadista para agir como um contabilista que pratique a mesma política de transferência da renda nacional para o rentismo que há quase uma década passamos a viver.

Dois serão os alvos destes primeiros dias e semanas: uma reaceleração da inflação e crises na base de sustentação política do governo no Congresso.

Não é à toda que, numa gag em seu discurso de posse, agora de manhã (assista abaixo), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recomendou a seu auxiliar Guilherme Mello, pediu que este “aguentasse o tranco”, “porque a turma está batendo duro”.

Vai bater mais duro ainda e será preciso enfrentar a polêmica e foi apenas isso que, ao cumprimentar ontem Haddad, este blog lhe pediu: que sua equipe sustentasse a polêmica econômica, porque é com isto que se tentará deslegitimar o projeto social e democrático que está a cargo do governo Lula levar à frente.

Nenhuma ingenuidade será possível neste campo e, diante da absoluta ausência de políticas que temos, com o festival de gambiarras econômicas que nos é legado pelo período guedesiano de gestão que Fernando Haddad estimou em “um rombo de cerca de R$ 300 bilhões, provocado pela insanidade”.

É preciso, porém, que passe rápido das intenções declaradas para os gestos tomados, porque o longo prazo, o melhor e mais consistente em economia, para o “mercado” brasileiro é nada, viciado em voracidade e gula.

Mas ciente de que haverá palmas ilusórias para decisões que, embora bem recebidas e apoiadas pelo “andar de cima” são armadilhas para que se desgaste Lula onde ele deve permanecer invulnerável: o povão. Confira o primeiro pronunciamento de Fernando Haddad:


Tijolaço.

domingo, 1 de janeiro de 2023

O ÚLTIMO ATO DO DELÍRIO MILITAR FOI UMA COVARDIA, POR FERNANDO BRITO

Hamilton Mourão, ironicamente, foi o personagem da primeira e última fala de um delírio, autoritário e anacrônico, de volta dos militares ao poder no Brasil.

Lá atrás, ainda no período Dilma, foi a peça da qual se serviu o então comandante do Exército para encobrir o xadrez subversivo em que já se encontravam, tramando a derrubada do governo constitucional. Foi a voz aberta da desobediência militar que todos na cúpula das Forças Armadas sussurravam.

Ontem, melancolicamente, coube ao mesmo Mourão apresentar a vexaminosa versão de que as Forças Armadas nada tinham a ver com o projeto golpista e autoritário do qual Bolsonaro foi o pretendido e fracassado “Cavalo de Tróia”.

Entre outras bobagens e autolouvações, no pronunciamento em rede nacional – em que se serviu da ridícula condição de “Presidente da República em exercício” de um titular que fugiu do país e nem lhe transmitiu o cargo – quase lamenta que não se possa dar golpes de estado sem quebrar a Constituição.

A falta de confiança de parcela significativa da sociedade nas principais instituições públicas decorre da abstenção intencional desses entes do fiel cumprimento dos imperativos constitucionais, gerando a equivocada canalização de aspirações e expectativas para outros atores públicos que, no regime vigente, carecem de lastro legal para o saneamento do desequilíbrio institucional em curso.

“Carecem de lastro legal para o saneamento do desequilíbrio institucional”?

O que é isso, general, o senhor espera que alguma Constituição vá dar “lastro legal” à sua própria violação?

Pior ainda é o “me incluam fora desta” que Mourão pretende usar diante das responsabilidades das Forças Armadas por um quadro que boa parte de sua oficialidade estimulou e integrou:

Lideranças que deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de País deixaram com que o silêncio ou o protagonismo inoportuno e deletério criasse um clima de caos e de desagregação social e de forma irresponsável deixaram que as Forças Armadas de todos os brasileiros pagassem a conta, para alguns por inação e para outros por fomentar um pretenso golpe.

Se o comando das Forças Armadas não tivessem sido sócios ativos deste processo, não estariam “pagando a conta”, conta na qual a instituição teve prejuízos imensos, mas alguns de seus integrantes, como Mourão, recolheram lucros, como os oito confortáveis anos que terá no Senado.

A culpa é de Bolsonaro, mas não só dele. E não será fingindo que não tiveram nada com isso que os militares, se conseguirem, vão apagar estes anos de demolição de sua imagem. Verdade e dignidade, para começar, seria uma boa e bem-vinda demão de cal nas nódoas com que as mancharam.

Aliás, a maior prova de que são necessárias é a reação dos bolsonaristas a Mourão, que tem de se calar quando é chamado por eles de “traidor”.

Tijolaço.