“Quem
é o chefe da ORCRIM?”
A
senha foi dada por Augusto Nunes, colunista da Veja por enquanto (toda a turma
dele foi mandada embora, de Felipe Moura Brasil a Reinaldo Azevedo).
“O
que falta é mais gente decidida a avisar nas ruas, aos berros, que o Brasil
decente não se deixará intimidar pelos poderosos patifes que teimam em obstruir
os caminhos da Lava Jato. Refiro-me à verdadeira Lava Jato, representada por
Sérgio Moro, não à caricatura parida em Brasília por Rodrigo Janot”, escreveu.
Joesley
Batista está terminando de enterrar a narrativa segundo a qual Lula comandava a
chamada ORCRIM, organização criminosa, “o maior esquema de corrupção desde as
pirâmides do Egito” e por aí vai.
Essa
versão alimentou gerações de indigentes mentais que alimentavam outros
indigentes mentais num ciclo que parecia infinito — e agora eles estão perdidos
como alcoólatras sem o uisquinho da manhã.
Marcello
Reis, o zumbi dos Revoltados Online, está batendo pino nas redes sociais.
“Então, quem é Lula? Joesley diz que Temer é o chefe da quadrilha. Quem
acredita em Joesley?”
Marcello,
um picareta fanático — e vice versa — se sente enganado. Joesley só estaria
dizendo a verdade se apontasse o dedo para Lula.
O
dono da JBS falou o seguinte à Época:
O
Temer é o chefe da Orcrim da Câmara. Temer, Eduardo, Geddel, Henrique, Padilha
e Moreira. É o grupo deles. Quem não está preso está hoje no Planalto. Essa
turma é muita perigosa. Não pode brigar com eles. Nunca tive coragem de brigar
com eles. Por outro lado, se você baixar a guarda, eles não têm limites. Então
meu convívio com eles foi sempre mantendo à meia distância: nem deixando eles
aproximarem demais nem deixando eles longe demais. Para não armar alguma coisa
contra mim. A realidade é que esse grupo é o de mais difícil convívio que já
tive na minha vida. Daquele sujeito que nunca tive coragem de romper, mas
também morria de medo de me abraçar com ele.
O
time de Moro perdeu o controle sobre a história que queria contar. Isso começou
em maio de 2016, com o vazamento das conversas de Sergio Machado.
Logo
que os áudios vieram a público de sua conversas, sendo a mais famosa a de
Jucá narrando o “grande acordo nacional com o Supremo, com tudo”, o
primeiro a se manifestar foi o delegado Igor Romário de Paula.
“O
que nos preocupa somente é que isso (o grampo) venha a público dessa forma, sem
que uma apuração efetiva tenha sido feita antes”, afirmou ele.
Igor
estava dizendo que há vazamentos bons e ruins. Os primeiros são os que são
feitos pela força tarefa de Curitiba e que desembocam sempre no “Barba”.
O
que resta, agora, é o pessoal pegar uma carona em Janot. Na semana passada,
Deltan Dallgnol pediu a prisão de Aécio Neves.
Deltan
teve a oportunidade de investigar o esquema de Aécio quando o doleiro Alberto
Yousseff, há três anos, contou que a irmã do senador recolhia propina na
empresa Bauruense, por contratos em Furnas.
Não
o fez porque, assim como Augusto Nunes, Sergio Moro, Marcello Reis, Diogo
Mainardi e tantos outros, dependem de Lula para viver. Lula garante o
leitinho das crianças.
Joesley
jogou água no chope e deu um curto circuito no powerpoint e no cérebro da
extrema direita.
DCM