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segunda-feira, 12 de março de 2018

Marcos Valério enfim entrega o esquema de corrupção do PSDB. Por Joaquim de Carvalho

Na sexta-feira da semana passada, o publicitário Marcos Valério ficou sete horas no Departamento Estadual de Investigações sobre Fraudes em Belo Horizonte, no primeiro depoimento que prestou depois que fez um acordo de delação premiada com a Polícia Civil de Minas Gerais.
“O Valério implodiu o PSDB”, disse uma pessoa que acompanhou o depoimento. Conversei com outras pessoas que estiveram presentes no depoimento. Os relatos são impactantes. Rodrigo Pinho de Bossi, chefe do Departamento, não deu entrevista, mas anunciou que deve falar sobre o caso em coletiva.
Ele, entretanto, não liberará o depoimento até que o acordo de delação premiada seja homologado pela Justiça.
Marcos Valério cumpre pena de 37 anos e cinco meses de prisão por participação no caso conhecido como Mensalão de Brasília ou Mensalão do PT.
Ele tinha uma agência de publicidade usada para repassar recursos a políticos de todos os partidos, durante os primeiros anos do primeiro mandato do governo Lula.
Era um operador. O dinheiro de caixa 2 passava por ele.
O que a velha imprensa quase não diz  — e quando diz não destaca — é que Marcos Valério começou a operar no submundo da política muito antes do PT chegar ao governo.
“Foi no governo de Eduardo Azeredo, do PSDB, que ele criou os mecanismos para ser o maior trem pagador da política brasileira”, disse uma pessoa que acompanhou o depoimento.
Marcos Valério tentou fazer delação premiada em outros momentos, mas o Ministério Público Federal rejeitou seu depoimento.
“Agora nós sabemos por que. É porque ele arrebenta o PSDB e seus apoiadores. É muita sujeira, e o Ministério Público não quis ouvir”, afirmou a fonte.
Valério confirmou a autenticidade de documentos apreendidos pela Polícia Civil em casas de pessoas que estavam sendo investigadas por envolvimento em esquemas de corrupção, como Denise Landim e o advogado Joaquim Engler.
Um dos documentos apreendidos é a cópia da chamada Lista do Valério, um documento que foi considerado apócrifo. Nesta lista, a exemplo de outra lista famosa, a de Furnas, aparecem os nomes de pessoas que receberam recursos operados por Valério.
São pessoas que ocupavam postos de destaque no governo de Fernando Henrique Cardoso. O que Valério contou à Polícia Civil é a origem desses recursos.
“A origem está na negociação na venda da CEMIG”, contou ele, em referência à estatal de energia controlada pelo governo de Minas Gerais.
Em 1997, o governo de Minas Gerais, por decisão de Eduardo Azeredo, vendeu 32,7% das ações da CEMIG para o que se chamou à época “parceiros estratégicos”, que formaram o consórcio Southern Electric Brasil Participações Ltda.
O consócio foi costurado pelo Banco Opprtunity, de Daniel Dantas, com duas empresas de eletricidade dos Estados Unidos, a Southern Electric e a AES.
Pelo lado do governo, quem conduziu a venda foi o vice-governador Walfrido dos Mares Guia. O consórcio arrematou quase 33% das ações ordinárias da Cemig por R$ 1,13 bilhão.
O dinheiro que financiou a compra saiu dos cofres do BNDES, na época presidido por Luiz Carlos Mendonça de Barros.
Metade do dinheiro seria paga em 12 meses sem juros e, a outra metade, em 10 anos, com financiamento do BNDES, que cobrava do consórcio juros de 3,5% ao ano.
O governador Azeredo não se reelegeu. Em seu lugar, assumiu Itamar Franco, que em 1999 entrou com ação para desfazer o acordo de acionistas e retomar para o Estado o controle da CEMIG.
O Tribunal concedeu liminar favorável a Itamar, que demitiu os três diretores que representavam o consórcio.
Mas as ações continuaram nas mãos do consórcio, que até hoje recebem altos dividendos, o que demonstra que as empresas capitaneadas por Daniel Dantas fizeram um excelente negócio.
Se foi bom para os investidores, foi péssimo para a estatal, e um negócio desse tipo não se concretizaria sem o pagamento de propina, muita propina.
É aí que entra Marcos Valério.
Ele já tinha negócios com Daniel Dantas, através das contas de empresas de telefonia controladas pelo Banco Opportunity.
Para Valério, publicidade sempre foi um meio de fazer caixa 2, e era essa a natureza dos negócios com Dantas.
“Ele pagou todo mundo, a maior parte gente graúda do PSDB, graúda não, muito graúda, do governo de Minas Gerais e do governo federal”, contou a fonte.
Quando estourou o escândalo do Mensalão, começou a circular a lista com o nome das pessoas que receberam recursos de Valério. Não fazia referência explícita à CEMIG, mas os nomes que apareciam lá eram de pessoas envolvidas, de uma forma ou de outra, com a venda das ações.
A lista tem a assinatura de Valério e documentos desse tipo, como o de Furnas, servem para intimidar recebedores de recursos ilegais.
Na época, a velha imprensa noticiou que Valério havia negado a autenticidade da lista, mas nunca se fez perícia para verificar se a assinatura era dele.
A lista original foi entregue pelo advogado Dino Miraglia, na época advogado do lobista Nílton Monteiro, delator de Furnas e do Mensalão de Minas, ao então presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que foi o relator do Mensalão de Brasília.
O documento nunca foi investigado e se encontra nos arquivos do Supremo Tribunal Federal. Mas a lista teve repercussão. Negativa para quem a denunciou.
O ministro Gilmar Mendes, que fazia parte do governo Fernando Henrique Cardoso, aparece na lista como recebedor de propina. O caso foi noticiado pela revista Carta Capital.
Gilmar processou a publicação, o jornalista autor da reportagem e o advogado. Todos foram condenados.
Com o depoimento de Marcos Valério, abre-se nova oportunidade para um mergulho no submundo que une política, Ministério Público, Judiciário e grandes empresas.
Sempre se soube que a corrupção não nasceu com o governo do PT, mas uma blindagem institucional nunca permitiu que as investigações avançassem sobre o PSDB.
O delegado Rodrigo Bossi de Pinho, da Polícia Civil de Minas, abriu uma brecha, deu voz a um grande operador do submundo do dinheiro, um profissional do crime de colarinho branco que prestou serviços a A, B, C e até Z.
Vai começar uma operação abafa.
A parte do Brasil que já foi civilizada não pode permitir que isso aconteça.
A lucrativa CEMIG foi o bem que, segundo Valério, os corruptos do PSDB venderam
DCM

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Propina solicitada por Aécio foi parar na empresa de dono do helicóptero da cocaína, Gustavo Perrella

Além de ter atingido em cheio o governo Michel Temer, ao revelar que o presidente deu aval à compra de silêncio de Eduardo Cunha, a proposta de delação da JBS caiu como uma bomba em cima da cabeça do senador Aécio Neves (PSDB).

Reportagem de Lauro Jardim, em O Globo desta quarta (17), revelou que a Lava Jato tem provas de que o tucano pediu R$ 2 milhões a Joesley Batista, um dos donos da JBS, com a desculpa de que precisava pagar seus advogados. Mas, na verdade, a Polícia Federal sabe que parte do dinheiro foi parar na empresa de Gustavo Perrella, filho do senador Zezé Perrela (PMDB-MG), o mesmo que se envolveu no episódio do helicóptero de cocaína.

Uma das provas contra Aécio é a gravação que a JBS entregou à Procuradoria Geral da República. O diálogo com o tucano ocorreu em março, em um hotel em São Paulo. Nele, Joesley concorda com o pedido dos R$ 2 milhões e pergunta ao senador quem será enviado para retirar o dinheiro. Aécio responde: "Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho."

A Polícia Federal gravou o primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, carregando uma mala com R$ 500 mil. Outras três retiradas foram feitas. "Fred, como é conhecido, foi diretor da Cemig, nomeado por Aécio, e um dos coordenadores de sua campanha a presidente em 2014. Tocava a área de logística", apontou O Globo.

Fred, segundo a Lava Jato, entregou as malas para Mendherson Souza Lima, secretário parlamentar do senador Zeze Perrella (PMDB-MG).

O assessor fez três viagens a Belo Horizonte, sempre seguido pela PF, e "negociou para que os recursos fossem parar na Tapera Participações Empreendimentos Agropecuários, de Gustavo Perrella, filho de Zeze Perrella."

Gustavo Perrella é o dono do helicóptero apreendido em uma cidade mineira com quase meia tonelada de pasta base de cocaína, em 2013. O caso acabou com todos os envolvidos inocentados.


Do GGN

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Aécio: tem que ser um que a gente mate antes de fazer delação

Gravações feitas pelos donos da JBS Friboi revelam pedido de propina de R$ 2 milhões por parte de Aécio Neves; o mais estarrecedor do áudio, no entanto, é a sugestão do presidente do PSDB para matar o recebedor da propina antes que haja uma delação; "Tem que ser um que a gente mate antes de fazer delação", disse o tucano; depois, Aécio diz: "Vai ser o Fred, com um cara seu [Joesley]. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho"; Fred, a quem Aécio se refere, é Frederico Pacheco de Medeiros, primo do senador e ex-diretor da Cemig, que acabou recebendo o dinheiro, em uma cena filmada pela Polícia Federal.

Gravações feitas por Joesley e Wesley Batista, donos do frigorífico JBS Friboi, revelam que Michel Temer deu aval para o pagamento de propina para Eduardo Cunha - uma forma de comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados. Os empresários também gravaram o senador Aécio Neves - o parlamentar tucano pediu R$ 2 milhões em propina.

No entanto, o aspecto mais assustador das gravações é uma fala de Aécio. Segundo matéria do jornal O Globo, Aécio faz uma exigência sobre a pessoa recebedora da propina: "Tem que ser um que a gente mate antes de fazer delação". O dinheiro seria usado para pagar a defesa do senador mineiro justamente nos processos da Lava Jato nos quais ele é implicado.

Aécio diz: "Vai ser o Fred, com um cara seu [Joesley]. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho". O Fred a quem Aécio se refere é Frederico Pacheco de Medeiros, primo de Neves e ex-diretor da Cemig - Medeiros foi um dos coordenadores da campanha do tucano a presidente em 2014.

Do 247

sábado, 6 de maio de 2017

Aécio a interface da Odebrecht com o PSDB, diz Marcelo

Odebrecht entrega todo esquema de propinas de Aécio

A empreiteira afirma que a contrapartida oferecida pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) foram obras em Minas Gerais, como a Cidade Administrativa, e grandes parcerias no setor elétrico, em parceria com Furnas e Cemig; “Nós estávamos investindo dinheiro numa pessoa que ia se constituir no mandatário do país”, disse o executivo Benedicto Barbosa Junior; "Ele passou a ser a grande interface nossa com o PSDB”, disse ainda Marcelo Odebrecht; alvo de cinco inquéritos no Supremo Tribunal Federal, o senador tucano, que atirou o Brasil na maior crise de sua história, ao liderar o golpe de 2016, disse que jamais se envolveu em atos ilícitos.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), que atirou o Brasil na maior crise de sua história, ao liderar o golpe de 2016, é o protagonista de uma reportagem do jornalista Hudson Corrêa, que revela todo o seu esquema de propinas na Odebrecht.

Aécio Neves acabara de perder a eleição para presidente da República. Mesmo assim, a Odebrecht honrou o pagamento da última parcela de sua campanha, em novembro de 2014 – em caixa dois, como mandava a regra. Eram R$ 500 mil, derradeira fatia de um acerto de R$ 6 milhões.

O executivo Sérgio Neves conta que pegou o dinheiro numa mochila preta no escritório da empreiteira em Belo Horizonte, colocou no porta-­malas do carro e dirigiu por meia hora até a Minasmáquinas, concessionária Mercedes-Benz localizada na saída da cidade. Encontrou-se no estacionamento com o dono da loja.

O Oswaldo Borges da Costa, o Oswaldinho, tesoureiro informal de Aécio.“Ele [Oswaldo] pegou a mochila e colocou no porta-malas do carro”, diz Sérgio Neves em seu depoimento. Pronto, mais uma entrega de propina da Odebrecht para Aécio era concluída com sucesso.

Oswaldinho convidou Sérgio Neves para almoçar no escritório. Na despedida, mostrou sua coleção de mais de 100 carros antigos, guardados em dois galpões.
Entre as raridades figurava um Rolls-Royce Silver Wraith 1953, a bordo do qual Aécio Neves desfilou na posse como governador de Minas Gerais em 2007.

Por pouco, o investimento da Odebrecht não levou o tucano a passear em outro Rolls-Royce da década de 1950, que o levaria ao Palácio do Planalto. Seria o terceiro presidente da República ligado à Odebrecht.
  
Presidente do PSDB e senador, Aécio Neves é um dos personagens mais frequentes nas delações dos 77 executivos da Odebrecht. Não à toa, divide com o senador Romero Jucá, do PMDB, o título de campeão no número de inquéritos derivados da delação, abertos pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo. É investigado em cinco.

Nesta semana, Aécio prestou seu primeiro depoimento à Polícia Federal, sobre a investigação relacionada a irregularidades em Furnas. Reunidos os inquéritos, Aécio é acusado de ter cometido os crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e fraude em licitação.

A divulgação da delação da Odebrecht mudou a perspectiva do senador tucano. A segunda candidatura à Presidência da República em 2018, que seria natural, soa muito distante, coisa do passado. Recentemente, Aécio comentou com amigos que pode ser candidato apenas a deputado federal, diante das dificuldades para obter votos até para manter-se no Senado.
  
Aécio foi uma aposta antiga da Odebrecht, coisa de longo prazo. As delações relatam propinas pagas desde que ele era governador de Minas Gerais, entre 2003 e 2010. “Nós estávamos investindo dinheiro numa pessoa que ia se constituir no mandatário do país”, disse o executivo Benedicto Barbosa Junior, o BJ, chefe de Sérgio Neves. BJ cuidava das principais obras da empreiteira pelo Brasil – acima dele estava apenas Marcelo Odebrecht.

Por isso, BJ tinha trânsito com políticos de variados partidos, entre eles Aécio. A relação era tão boa que ele disse aos procuradores da Lava Jato que frequentava o apartamento do senador no Rio de Janeiro e o Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governo em Minas Gerais. Possuía na agenda até o telefone da mãe de Aécio para encontrar o tucano quando seus assessores não o localizassem.

Leia aqui a íntegra.

domingo, 30 de abril de 2017

Delação da Andrade Gutierrez líquida Aécio e PSDB

O "recall" da delação dos executivos da Andrade Gutierrez deve atingir em cheio o alto tucanato, em especial o senador Aécio Neves (PSDB.MG); derá detalhada a participação de Aécio, então governador de Minas Gerais no processo de entrada da Cemig no consórcio que venceu a licitação da hidrelétrica de Santo Antônio; assim como pagamentos de propina na bilionária obra de construção da Cidade Administrativa de Minas Gerais; tucanos paulistas também terão dor de cabeça

A equipe da Lava-Jato e os advogados da Andrade Gutierrez fecharam o cardápio do recall das delações da empreiteira, que precisará explicar algumas omissões de seus primeiros depoimentos —reveladas com a delação da Odebrecht e o avanço das investigações.

Ao contrário dos primeiros depoimentos, dessa vez os tucanos terão com o que se preocupar — e muito.

"Será detalhada a participação do então governador Aécio Neves no processo de entrada da Cemig no consórcio que venceu a licitação da hidrelétrica de Santo Antônio. Assim como pagamentos de propina na construção da Cidade Administrativa de Minas Gerais.

Os tucanos paulistas também terão dor de cabeça. O menu inclui entre seus pratos principais propina na construção do Rodoanel e da Linha Amarela do metrô paulistano durante as gestões José Serra e Geraldo Alckmin."

Do 247