“Quero saber o limite deles para invadir
minha vida”: os melhores trechos da entrevista de Lula à rádio O Povo, do Ceará.
Lula deu entrevista à rádio O Povo, do
Ceará. Eis os melhores trechos, compilados por Marcelo Zorzanelli, o enfant
terrible do Cervantes:
“Eu aprendi na vida quando o
político esta querendo dois minutos de fama. O prefeito de São Paulo me ataca
todo dia e no fundo ele quer que eu o transforme em um personagem antagônico.
Eu não vou transformar. Ele foi eleito para governar São Paulo e ele tem que
parar de fazer pirotecnia e governar”.
“Não conversei com Ciro Gomes sobre 2018.
Está muito complicada a política brasileira. Tenho que deixar o tempo passar,
tem que esperar a política se arrumar. De todos que estão ligados a partidos
políticos, o que está com uma performance acima da média sou eu. Temos que
esperar o tempo, porque o PSDB não está morto, o DEM não está morto, o PDT não
está morto. Em algum momento, nós vamos conversar”.
“Quero que as pessoas tenham clareza que
eu levo o Ciro muito em conta, tenho profundo respeito por ele e não vou brigar
com ele por qualquer coisa, não. Porque aprendi a gostar dele. Devo a ele a
lealdade que teve comigo como presidente da República. Devo a ele a
feitura do projeto transposição do rio São Francisco”.
“Eu tenho um depoimento dia 3 de maio, e
estou ansioso para esse depoimento, porque é a primeira oportunidade que vou
ter para saber qual é a acusação contra mim, qual é a prova que eles têm contra
mim. Porque até agora o que sei é que eles tem contra mim é convicção”.
“As pessoas precisam mostrar prova para
condenar”.
“Quero ir lá dia 3 [no depoimento], quero
responder as perguntas do juiz Moro, quero saber quais as provas que eles têm
contra mim, quero ver as provas efetivas que têm. Prova quer dizer documento,
coisa escrita, conta bancária, um monte de coisa”.
“Eles já quebraram meu sigilo da minha
conta bancária, do meu telefone, de conversa da Marisa com meu filho, conversa
minha com a Dilma. Quero saber qual é o limite deles de invadir a minha vida”.
“Então, eu estou tranquilo, e estou
ansioso para o dia 3 porque vai ser a primeira oportunidade que terei para
responder as perguntas que forem feitas para mim”.
“Eu, sinceramente, acho que o Moro cumpre
um papel importante na história do país. A única coisa que eu condeno nisso
tudo é usar a imprensa para condenar as pessoas antes de ter as provas. O
cidadão é jogado no chão, jogado no limbo, destruído moralmente e politicamente
e depois vai para o julgamento. Era para ser o contrário”.
“Esse pacto da força tarefa da Lava Jato
com a imprensa é primeiro você condena pela imprensa, quando cidadão não tiver
mais coragem de levantar a cabeça e sair de casa, aí você julga ele, condena e
fica por isso mesmo”.
“Acho que eles cometeram um equívoco em
tentar me tratar desta maneira”.
“Eu acho que o PSDB deveria pensar no que
está fazendo com o país. A Dilma foi eleita democraticamente, o Temer foi
eleito com ela. A justiça eleitoral validou o resultado, a Dilma tomou posse…
Agora, você tentar cassar a Dilma, que já foi cassada, é no mínimo uma certa
confusão política desnecessária. Eu penso que a desgraça que tinha que ser
feita contra a Dilma eles já fizeram. Inventaram a mentira da pedalada e
fizeram com que a Constituição fosse pisoteada para tirar uma presidente eleita
e colocar um que não foi eleito pelo povo”.
“Para ter tranquilidade, para o povo
voltar a ser sorridente, para o povo não ficar com a raiva que está hoje, era
preciso que o povo pudesse eleger o novo presidente, que saia candidato quem
quiser ser candidato, que saia todo mundo que quiser, que coloque nosso Tite da
seleção brasileira, que coloque o Alckmin, o Doria, o Fernando Henrique
Cardoso, o Temer, sabe, o Renan, o Tasso Jereissati, o Ciro gomes, que saiam 500 candidatos, que o povo escolha um e depois o povo assuma a responsabilidade
por esse que escolheu e que ele possa governar o país. É isso que dá
tranquilidade”.
“Eu vejo juiz todo dia falando sobre
política. Eu acho que a pessoa que quer falar sobre política teria que largar o
cargo vitalício e se candidatar a alguma coisa por um partido político”.
“Eu vejo delegado, promotor, todo mundo
dando palpite na política. Vá ser candidato.”
Do DCM