Comentário ao post "Xadrez
da grande manipulação da Lava Jato, por Luis Nassif"
MATÉRIAS SOBRE DELAÇÕES - GGN E DCM (pequeno resumo de dados
e fatos)
Caso 1: O INSÓLITO
ACORDO
LUIZ AUGUSTO FRANÇA, MARCO BILINSKI e VINICIUS
BORIN peixes graúdos no mundo dos doleiros e das
empresas offshore - pioneiros no mercado com os Paraísos Fiscais e
com dinheiro não declarado (lavagem de $$ sujo e ilícito) - e operadores
da Odebrecht.
Celebraram - na Lava Jato - Acordo de Delação
Premiada com o MPF de Curitiba e depois homologado (aprovado) por Sérgio
Moro com as seguintes (e incompreensívies) benesses:
Penas de 8 anos em Regime Aberto diferenciado por um (1) ano
e a Suspensão Condicional da Pena sem condições e Multa de apenas 3,4 milhões
quando teriam recebido 326 milhões.
As penas propostas para os três foram:
a. Condenação
à pena unificada máxima de 8 anos de reclusão e suspensão dos
demais feitos criminais.
b. Um
ano em Regime Aberto diferenciado, com a única obrigação de recolhimento
domiciliar noturno nos dias úteis (das 20 às 6 horas) e integral nos
feriados e fins de semana, sem tornozeleira.
c. Seis
meses em regime aberto com recolhimento integral apenas nos finais de semana e
feriado, sem tornozeleira.
d. De 3
a 6 meses de pena restritiva de direitos: 6 horas semanais de prestação de
serviços à comunidade.
e. Depois
disso, suspensão condicional da pena, sem quaisquer condições restritivas pelo
período restante
f. Ficou
acertada, ainda, a possibilidade de 6 viagens nacionais ou internacionais
a trabalho, durante o cumprimento da pena prevista, com prévia autorização
judicial pelo período máximo de 7 dias
g. E uma multa
de apenas US$ 1 milhão, que será paga apenas após a repatriação de valores do
exterior.
Para saber quanto dinheiro eles ganharam, a conta é simples.
Recebiam 4% sobre as operações da Odebrecht feitas através do banco.
Dois valores aparecem relacionados às operações do Meinl Bankrelacionadas
à Odebrecht — ora 1,6 bilhão, ora 2,6 bilhões. De dólares.
Considerando que o número correto seja 1,6 bilhão de dólares,
a comissão do grupo foi de cerca de 64 milhões de dólares. Além disso, o banco
recebia mais 2% pela movimentação oficial do dinheiro, o que representaria mais
32 milhões.
No total, estima-se que os três, mais Olívio Rodrigues,
o quarto sócio — além dos dois sócios ocultos — receberam 96
milhões de dólares de comissão, o que corresponde a 326 milhões de reais.
Mas a Lava Jato só cobrou dos três a multa de R$ 3,4 milhões
de reais e fichou ridícula pela corporal em Regime Aberto
diferenciado.
***
Caso 2: DARIO MESSER
DARIO MESSER esquecido pela Lava Jato, da mesma
forma como foi esquecido no caso Banestado, cujo juiz do processo foi
Sérgio Moro.
É bastante estranho que MESSER apontado
como o maior doleiro do Brasil e que esteve por trás das maiores
operações realizadas pelo grupo -
de França, Bilinski e Borin - foi omitido da
Delaçãoacordada e homologada.
Estranho, ainda, pois MESSER é antigo conhecido do
juiz SERGIO MORO, apareceu no escândalo do Banestado como grande
operador e, também, dali se safou. SÉRGIO MORO foi o juiz do caso Banestado.
E MESSER de lá se saiu livre, sem arranhões.
Nota: BANESTADO: (contabilizados) 134 bilhões de dólares
levados ao exterior (evasão de divisas, sonegação e impostos, remessa ilegal de
divisas). Atingia a nata do PSDB e do PMDB na época do governo de
FHC. Moro condenou 26 "laranjas"(pessoas comuns usadas para
desviar $$$. Nenhum nome importante foi condenado como políticos; empresários e
donos de empreiteiras envolvidas (Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão,
OAS, Camargo Correia), de mídia (Globo, Abril, RBS, RTB-Sílvio Santos, Correio
Braziliense) e outros grandes figurões. Delator doleiro: o de sempre,
Youssef. Delações, 30. Processos desmembrados, arquivados, crimes prescritos,
26 condenações sem importância e ainda poucos paralizados nos Tribunais.
Valor contabilizado em reais 436 bilhões, hoje. A acrescer ainda o juros e
correção das moedas (fatos apurados entre 1966 a 2002 durante os governos do
PSDB, PMDB, PTB, PFL).
***
Caso 3: TECLA DURÁN
CARLOS ZUCOLOTTO sócio de escritório da esposa de Sérgio
Moro, amigo próximo e padrinho de casamento do casal teria pedido 5 milhões de
reais por fora para conseguir acerto mitigado em delação na Lava Jato.
Assista video na
matéria publicada:
DURÁN junta - na CPMI - documentos comprovando a oferta
e diversos outros documentos que revelam os subterrâneos da Lava Jato:
30/11/2017
Documentos em delação
de executivos da Odebrecht foram adulterados, diz Durán
01/12/2017
Advogado [padrinho,
advogado e] amigo de Sergio Moro será convidado a explicar R$ 5 milhões 'por
fora'
30/11/2017
Para deputados Durán
revela subterrâneos da Lava Jato
***
Caso 4: CLÁUDIA CRUZ
A jornalista Cláudia Cruz, esposa do deputado cassado e
ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, foi absolvida hoje pelo juiz Sérgio Moro
da acusação da prática dos crimes de lavagem de dinheiro e de evasão de divisas
no processo que investiga o pagamento de propina oriunda do superfaturamento do
contrato entre a Petrobras e a Compagnie Beninoise des Hydrocarbures Sarl para
exploração de petróleo no Campo de Benin, na África.
Mesmo apontando gastos elevados de Cláudia Cunha como por
exemplo 23 mil dólares em um hotel em Miami e 7.700 dólares na boutique Chanel
em Paris, Moro a absolveu...
Nota: Compare com o tratamento dado à Marisa, esposa do
Lula...
VITO LO MONACO presidente do CENTRO STUDI PIO LA TORRE,
Instituto Italiano responsável pelo Projeto Educativo Antimáfia, diz:
"A máfia é forte
porque se infiltra no Estado"
Infiltrações possíveis
a. Advogados são condenados por envolvimento com organização
criminosa
Conjur: 03/12/2017
b. Infiltração do PCC no Judiciário de São Paulo é
investigada
c. Desembargador (Minas Gerais) que vende liminares a favor
de traficantes
d. Ministro da Justiça afirma que a escolha para o
Comando da Polícia Militar no Estado do Rio de Janeiro é fruto de um acordo
entre políticos, deputados estaduais e o crime organizado...
e. Corrupção no Exército? Procuradoria denuncia esquema
de militares
f.“Gorjeta” milionária para o MP nos acordos de delação
premiada
g. Cercado de corruptos Moro pede ajuda para combater - ele
diz - a corrupção
h. Amigo de Moro que teria pedido 5 milhões por fora
(propina) em troca de delação será convocado por CPMI
I. MATÉRIA ESPECIAL
SOBRE DELAÇÕES - GGN/DCM
COMO SE CONSTITUI UMA
ORGANIZAÇÃO MAFIOSA
Tome-se por exemplo o da Máfia Siciliana (Gamora),
paradigma de uma organização criminosa:
a. Base composta por criminosos comuns (como
assaltantes, pistoleiros, sequestradores, extorquidores, corruptores, etc). Os
"soldati".
b. No andar logo acima, os homens de (aparente)
honra composta por criminosos engravatados infiltrados em Instituições,
Organizações e Empresas tanto Públicas como Privadas, encarregados de
darem proteção e legitimidade às organizações, ações e grupos mafiosos (como
sacerdotes, pastores, religiosos, professores, comerciantes, industriais,
empresários da mídia, jornalistas, Juízes/Magistrados, Procuradores/Promotores
Públicos, Delegados/Agentes Policiais, Advogados, militares, Políticos,
Parlamentares, Governantes e outros tantos infiltrados). Os "uomini
d'onore".
- fanno relazione con la politica, con la economia, con
la chiesa, con i giornalisti... fanno relazione con tutti...un mondo di
relazione... I' uomini d'onore è il centro di un piccolo universo
c. Acima, ainda, os comissários mandatários regionais e
de circunscrição, que se submetem ao chefe geral normalmente escolhido por
eles. "Comissione": cúpula do comando nas regiões.
d. Por último, o grande Chefe. O
"il capo".
***
- una decina di uomini d'onore forma una famiglia
- diversi famiglie formano un mandamento [
circunscrição ]
- più mandamenti eleggono un capo della cupola o
comissione
***
Daí, poder-se deduzir - da vastíssima publicação de
matérias, fatos, narrativas, artigos e entrevistas produzidos por autores
sérios e responsáveis das mais diversas correntes - que a Lava Jato é
(desde o seu nascedouro) instrumento, peça e mecanismo fundamentais do maior
assalto e golpe criminoso ocorrido no país.
OS CRIME DA LAVA JATO
Breve resumo do assalto:
- indústria das delações
- balcão de benefícios penais e pecuniários
- lavagem de dinheiro sujo
- honorários fabulosos
- prevaricação: aos comparsas, "nada a ver"
- corrupção da Constituição Federal, do Direito, das leis
(materiais e processuais)
- indústria das indenizações (ex. acordo da Petrobrás nos EUA
de mais de 9,6 bilhões de reais)
- desvalorização dos ativos e valores da empresas denunciadas
- ataque à soberania nacional
- privatizações
- Temer e entourage
Sem dúvida alguma, cuida-se do maior assalto, golpe criminoso
perpetrado no Brasil.
É o que se pode deduzir da vastíssima publicação de
matérias, fatos, narrativas, artigos e entrevistas produzidos por autores
sérios e responsáveis das mais diversas correntes.
GGN