Nesta edição, Nassif entrevista cientista social
Luis Felipe Miguel, o desembargador Rogério Favreto, com reprise da
participação de Ione Papas.
O programa
Na Sala de Visitas com Luis Nassif abre hoje com uma entrevista do articulista
do GGN, doutor em ciências sociais pela Unicamp e professor de Ciência Política
da Universidade de Brasília, Luis Felipe
Miguel, fazendo uma análise do conceito de democracia e o desafio de
consolidar o modelo político na atual conjuntura do Estado Brasileiro.
"Se a
gente for olhar hoje as democracias, por exemplo, na Europa elas partem de um
acordo. As classes populares conquistaram vários direitos políticos, com base
no acordo de que alguns espaços de produção igualdade, de condições de aumento
do nível de vida seria concedido para o sistema conseguir ser estável. No
Brasil, as nossas classes dominantes são tão intolerantes à igualdade, que não
aceitam esse acordo, que foi o que esses últimos governos tentaram
construir", avalia Miguel que coordena na UnB o Grupo de Pesquisa sobre
Democracia e Desigualdades. Segundo o professor, uma forma de combater essa
visão é com um aumento de pressão da sociedade pelos seus direitos:
"Acho
que nesse momento a gente tem uma situação nas instituições muito grave, porque
nenhum dos poderes constitucionais está cumprindo o que deveria ser o seu
papel, muito pelo contrário. Então, as ruas têm que mostrar pressão, que não vão
aceitar esse retrocesso e essa volta à uma situação de profunda desigualdade
", completa. Luis Felipe Miguel também avalia o papel do Ministério
Público Federal na crise da democracia brasileira, a necessidade dos centros
políticos organizarem um novo pacto para restabelecer a ordem proposta na
Constituição Federal de 1988 e, ainda, o papel da figura de Lula no jogo
político.
Em seguida
você acompanha a entrevista com o desembargador do Tribunal Regional Federal da
4ª Região (TRF4) e ouvidor do mesmo tribunal, Rogério Fravreto, ponderando
sobre a responsabilidade do Judiciário no equilíbrio dos poderes e na crise
política. Favreto faz parte do grupo de magistrados dispostos a fazer uma
autocrítica das instituições judiciais no país.
"A
sensibilização do julgador e dos demais agentes é com o que acontece com a
sociedade de forma concreta, com os movimentos sociais, com as questões dos
direitos que envolvem compreender a sociedade. Há um viés de estar às vezes
seduzidos um pouco por essas questões mais midiáticas, de alguns setores. Então
a preocupação hoje é crescente, estamos sentindo que isso está tendo já alguns
efeitos", destaca na entrevista.
Por último,
você acompanha a reprise da entrevista com a intérprete Ione Papas, acompanhada
de Paulo Ribeiro no violão e Denilson Oliveira na percussão. Na sua trajetória,
Ione se destacou como sambista, estudou teatro e canto, começando a cantar nos
bares de Salvador. Em 1989 venceu o concurso Novos Talentos, promovido pela
gravadora Dabilú Discos, Rádio Musical FM e Moinho Santo Antônio, interpretando
Noel Rosa. Seu primeiro CD, Noel por Ione, foi lançado em 2000.
Do GGN