Elival Silva Ramos
O Judiciário é hoje o
controlador das políticas públicas sociais no Brasil. Mas não deveria ser,
pois não é o formulador de projetos e nem foi eleito para isso.
Excessivamente politizada, a Justiça se colocou no lugar da administração
pública e do Legislativo, analisa Elival da Silva Ramos, que acaba de
deixar o cargo de procurador-geral do estado de São Paulo.
Agora aposentado, Ramos
esteve por 37 anos na Procuradoria do estado de São Paulo, 12 deles no cargo de
procurador-geral. É homem de confiança de Geraldo Alckmin, que o nomeou
para o cargo em 2011, depois de ter exercido o comando da Procuradoria de
2001 a 2006, na outra gestão de Alckmin.
Mestre e doutor em
Direito do Estado e livre-docente em Direito Constitucional pela USP, sua
linha de pesquisa está centrada no estudo dos sistemas de controle de
constitucionalidade das leis e omissões legislativas.
Ramos afirma que o
Supremo Tribunal Federal tem avançado o sinal e que, agora, aposentado da
Procuradoria, poderá emitir opiniões de forma mais livre.
Além de dar um panorama
da atuação da procuradoria no ano que passou, ele diz que boa parte da
inviabilização do modelo brasileiro do Estado passa pelo ativismo de juízes. “O
Judiciário está imputando um custo ao Estado fenomenal em várias coisas. A
gente briga o tempo todo. Mas aí não é a questão dos argumentos do Estado serem
piores ou melhores, é questão ideológica, eu diria. O Judiciário brasileiro
assumiu indevidamente outro papel.”
Recebendo em seu
gabinete a equipe do Anuário
da Justiça, que o entrevistou para a edição do Anuário São Paulo 2018,
com lançamento em breve, Elival Ramos fez um balanço das finanças de São Paulo,
conta que “pagou” mais de R$ 3 bilhões de precatórios em 2017 e acredita que,
até 2024, prazo dado pela Emenda Constitucional 99/2017, o estado terá sua
dívida de precatórios quitada. Ele também explica por que as finanças de São
Paulo estão em uma situação bem diferente de outros estados em crise.
Leia a entrevista completa AQUI.
Do Conjur