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domingo, 7 de julho de 2019

PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA PARTICIPOU DA ESBÓRNIA DOS VAZAMENTOS, POR LUIS NASSIF

Na representação, os advogados da Odebrecht relacionaram as reportagens que já haviam sido publicadas, em cima dos vazamentos.
O vazamento da delação da Odebrecht para procuradores venezuelanos, que a Lava Jato supõe ter sido de responsabilidade da Procuradoria Geral da República, foi denunciado na época pela própria companhia.
Segundo matéria em O Globo, de 17/10/2017 (aqui), a Odebrecht entrou com uma representação junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) para apurar os responsáveis pelo vazamento da parte sigilosa da delação premiada.
Segundo os advogados da companhia, a responsabilidade por resguardar o sigilo deveria ser da PGR. O vazamento comprometeria as investigações e colocaria em  risco a segurança dos delatores e de suas famílias.
“Diante da constatação de que , por diversas vezes, documentos sigilosos e custodiados unicamente pela D. PGR estão sendo indevidamente compartilhados a terceiros e de que essas condutas, além de ocasionarem substantivos prejuízos aos colaboradores e à noticiante, amoldam-se a elementos típicos caracterizadores de infrações penais, requer-se a adoção das medidas cabíveis para elucidação desses fatos, com a identificação dos responsáveis pelos vazamentos de informações sigilosas, a efetiva punição deles e, ainda, a adoção de todas as medidas necessárias para que situações de tal jaez não se repitam”, argumentaram os advogados Rodrigo Mudrovitsch, Gustavo Teixeira Gonet Branco, Felipe Fernandes de Carvalho e Luíza Rocha Jacobsen.
Na representação, os advogados da Odebrecht relacionaram as reportagens que já haviam sido publicadas, em cima dos vazamentos.
Diz a matéria:
A primeira delas é do dia 3 de julho, no jornal panamenho “La Prensa”. Em 1º de agosto, foi a vez do argentino “La Nación”. Em 2 de agosto, foi publicada uma matéria no GLOBO sobre corrupção no Peru , que depois foi reproduzida pelo jornal “El Comercio”, do país vizinho. Em 13 e 14 de agosto, foi a vez respectivamente do jornal mexicano “Aristegui Noticias” e do espanhol “El País”. Em 16 de agosto, “El Financiero”, outro jornal mexicano, também publicou reportagem com informações sigilosas da delação da Odebrecht. Em 21 de agosto, foi seguido pelo venezuelano “Los Reportes de Lichi”.
Do GGN

sábado, 6 de maio de 2017

O Brasil pode estar ajudando os EUA a intervir na Venezuela, diz o Professor Thomas Heye, do UFF

Professor Thomas Heye, do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF), chama a atenção para o contexto de instabilidade atual nafronteira amazônica entre Brasil, Peru e Colômbia, ao mesmo temtpo em que a convite do governo Michel Temer, o exército dos Estados Unidos fará um exercício militar naquela região; "Não vamos esquecer que a Venezuela – que está hoje num estado bastante tenso – está ali. Um exercício militar com as Forças Armadas americanas na fronteira é meio esquisito", diz.

A informação de que, a convite do governo Michel Temer, o exército dos Estados Unidos fará um exercício militar na fronteira amazônica entre Brasil, Peru e Colômbia, em novembro deste ano, é analisada sob pontos de vista diferentes por especialistas. O professor Thomas Heye, do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF), chama a atenção para o contexto de instabilidade atual naquela região.

"Não vamos esquecer que a Venezuela – que está hoje num estado bastante tenso – está ali. Um exercício militar com as Forças Armadas americanas na fronteira é meio esquisito", diz. Porém, ele pondera que, se a intenção fosse sinalizar uma possível intervenção ou ameaça ao país de Nicolás Maduro, "os americanos não iam esperar tanto tempo assim". Os exercícios militares estão programados para novembro.

De qualquer forma, Heye avalia que certamente essa atuação conjunta mostra para os países da região uma crescente aproximação entre Brasil e Estados Unidos. "Isso sinaliza para os países vizinhos uma situação diferente daquilo que era sinalizado até a gestão anterior à de Michel Temer (Dilma Rousseff). É uma mudança. Como interpretar essa mudança vamos ter que esperar um pouco." Em sua opinião, os exercícios previstos, aparentemente, não são ofensivos contra a Venezuela.

Para o professor fluminense, além de eventuais questões geopolíticas, a reaproximação entre os dois países implica uma possível reversão de uma política que, nos últimos anos, diversificou os fornecedores de material bélico ao Brasil, quando o país se aproximou de nações europeias como França e Suécia. "Passamos a construir submarinos com auxílio de tecnologia francesa e compramos os caças da Suécia", lembra Heye.

Os governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff conduziram e concluíram as negociações pelas quais o Brasil comprou os caças suecos Gripen NG, fabricados pela Saab. A negociação envolveu troca de tecnologia, prevendo, por exemplo, que cerca de 350 brasileiros trabalhem com o projeto Gripen na Suécia, no desenvolvimento da aeronave. Em julho do ano passado, foi entregue pela Nuclebrás a quarta seção do primeiro submarino com tecnologia francesa, integralmente produzido no Brasil.

"Essa diversificação foi positiva, porque permitiu ao Brasil retomar uma indústria de defesa autônoma e o desenvolvimento de tecnologia brasileira de defesa. Antes disso, éramos meros consumidores de material bélico dos Estados Unidos. Com a Europa, passamos a construir", diz Heye.

Já o professor de relações internacionais da PUC-SP Reginaldo Nasser, os exercícios militares estão mais para a propaganda do que para a realidade. Ele não acredita que a antiga geopolítica de ocupação militar tenha muito significado atualmente. "Aquilo que é para tomar, em relação à Amazônia, eles já tomaram de outro jeito: se apropriando dos recursos naturais, por meio de empresas, do direito a uso do princípio ativo das plantas", afirma.

Na opinião de Nasser, num mundo em que o sistema de inteligência é norte-americano, o sistema de polícia é internacionalizado, e a antiga forma militar de domínio já não faz sentido. "O FBI circula por qualquer país da América Latina. A CIA também. Entendo que essas coisas, como esse exercício militar, são um pouco para desviar a atenção. É a mesma coisa essa questão dos EUA com a Coreia. Todo ano é a mesma coisa."

Para o professor da PUC-SP, a discussão principal deve apontar para o fato de que os recursos minerais e naturais do mundo, hoje, são alvo de grandes corporações. "Temos que olhar para a apropriação real da terra, dos produtos, o agronegócio, o desmatamento da Amazônia. Algumas coisas têm efeito espetacular, como essa coisa de tropas, mas os Estados Unidos se mostram na economia."

Do 247