Vai ficando
claro que, debaixo do manto de fidelidade canina a Michel Temer, Rodrigo Maia
liberou os inibidores de apetite mais do que no setor farmacêutico.
Na Folha, diz-se que “a escolha de Sérgio Zveiter
(PMDB-RJ) como relator do pedido de denúncia de Michel Temer na Comissão de
Constituição e Justiça é um aceno para o grupo que pode se beneficiar com a
queda do peemedebista”. Zveiter é, afirma o jornal, aliado de Rodrigo
Maia.
Lauro
Jardim, em O Globo, é mais explícito. Fala que Maia já faz as contas
para assumir o cargo de presidente:
“Se a
Câmara autorizar o STF a analisar a denúncia e a maioria dos ministros torná-lo
réu, Michel Temer será afastado por até 180 dias. Maia assumirá. Após
esses seis meses, se o STF condenar Temer, Maia governaria por mais 30 dias,
podendo se candidatar na eleição indireta para comandar o país até o fim de
2018. Seria, naturalmente, um dos candidatos mais fortes.”
Como sonhar
não custa nada e os tucanos estão num mato sem cachorro, Lauro fala até em “reeleição”
– trata-se de um caso inédito de reeleição de quem não foi eleito.
Como na
velha peça teatral, trair e coçar, é só começar.
E o povo
brasileiro vai aprendendo que as ditas instituições são feitas para usurpar seu
direito a escolher seus governantes e a, de tempos em tempos, julga-los.
Deputados, senadores, promotores, juízes e ministros – inclusive aqueles que
andam a encontrar-se à socapa com seus réus – são quem decide quem
sobe e quem cai do poder e quem para lá vai em seu lugar.
A “democracia”
sem povo, eis o Brasil que a elite sempre sonhou.
DCM