Uma das
vozes mais sensatas da política brasileira, o governador do Maranhão, Flávio
Dino, do PCdoB, aponta uma saída para o impasse nacional; "O único
caminho que enxergo para a política é um acordo PT-PSDB, Lula e Fernando
Henrique numa mesa. Neste momento de muita precarização da política, uma
conversa direta seria um fato altamente positivo, uma mensagem importante de
busca de recomposição da institucionalidade", disse ele, em entrevista à
BBC.
Flávio Dino diz ainda que Lula é quem mais teria condições de promover uma repactuação do País, mas afirma que ele pode vir a ser impedido de disputar as próximas eleições presidenciais, porque o Brasil estaria vivendo tempos de exceção; "A gente não vive condições normais, a Justiça se politizou, se partidarizou muito", diz ele.
Flávio Dino diz ainda que Lula é quem mais teria condições de promover uma repactuação do País, mas afirma que ele pode vir a ser impedido de disputar as próximas eleições presidenciais, porque o Brasil estaria vivendo tempos de exceção; "A gente não vive condições normais, a Justiça se politizou, se partidarizou muito", diz ele.
Uma das
vozes mais sensatas da política brasileira, o governador do Maranhão, Flávio
Dino, do PCdoB, aponta uma saída para o impasse brasileiro: o afastamento de
Michel Temer e um diálogo PT-PSDB em busca de uma solução institucional, com
pausa nas reformas trabalhista e previdenciária, até que o Brasil tenha um
governo legitimado pelo voto.
"O
único caminho que enxergo para a política é um acordo PT-PSDB, Lula e Fernando
Henrique numa mesa. Neste momento de muita precarização da política, uma
conversa direta seria um fato altamente positivo, uma mensagem importante de
busca de recomposição da institucionalidade", disse ele, em entrevista à BBC.
Embora
defenda diretas-já, Dino considera esse cenário pouco provável. "Só
haverá eleição direta havendo mobilização popular nessa direção. E esse é um
ponto de interrogação muito mais do que qualquer juridiquês. Se não houver
mobilização popular, é muito difícil o Congresso ou o TSE ir para esse caminho,
porque se choca com o desejo meio que universal da classe política, da elite,
de um certo nível de estabilidade. A classe social dominante não quer eleição
direta agora."
Ele afirma
ainda que Michel Temer se isolou completamente ao convocar as Forças Armadas.
"Acho que o efeito principal foi ampliar o isolamento do Temer, o
fragilizou, sobretudo pela medida equivocada de convocar o Exército. Quando
você vai para o extremo, é lógico que você constrói isolamento, até pelo modo
como foi anunciado, muito atabalhoado, dizendo que foi pedido pelo Rodrigo
Maia, mas não foi."
Na
entrevista, Dino fez ainda uma defesa do ex-presidente Lula e afirmou que ele é
quem mais tem legitimidade para conduzir a repactuação do País. "De
todas as grande lideranças nacionais, é quem tem maior legitimidade para tentar
reconduzir uma repactuação do país. Lula não é bom só para a esquerda, é bom
para todo mundo que acredita na democracia política.
Ele pode, ao
fazer um governo de diálogo como fez no passado, conduzir um caminho que não
seja de confrontação, que ao meu ver foi o grande erro do Michel. O Michel veio
adotar uma agenda de mais confronto e, portanto, de mais isolamento social. Qual
é o problema dele? As denúncias, a gravação, claro, e ter só 4% de aprovação.
Você já pega um país dividido, polarizado, e vai para um caminho de
venezualização, de radicalização. Deu no que deu."
O risco,
afirma Dino, é Lula vir a ser impedido de disputar as próximas eleições por
razões judiciais. "Em condições normais não haveria tempo nem em 2018, mas
a gente não vive condições normais. De fato a Justiça se politizou, se
partidarizou muito, me refiro ao sistema de Justiça como um todo, abrangendo
polícia, Ministério Público. Então, é muito difícil fazer análise política sem
levar em conta esse ingrediente."
247/MA