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domingo, 2 de julho de 2017

Azenha e a corrente pelo outro Marco Aurélio Mello, vítima da GLOBO numa Ação de Ali Kamel contra blogueiros

Hoje cedo recebi o aviso de que o companheiro Marco Aurelio Mello precisava de ajuda diante de mais uma ação ganha por Ali Kamel, diretor da Globo na Justiça contra blogueiros.

Ao contrário do que ocorre com seu homônimo, ninguém irá relativizar uma punição porque Marco é chefe de família ou cidadão e profissional exemplar.

Ou que não tem meios espúrios de arranjar uma “mala de dinheiro” para acalmar ninguém.

Mello tem por si seus companheiros jornalistas, mas precisa de advogados.

Por isso, deixo que um querido colega, Luiz Carlos Azenha, conte a história de porquê e como devemos ajudá-lo:

Da importância de, mais uma vez, Marco Aurélio Mello derrotar a Globo

O ano é 2006. Sou destacado pela TV Globo para acompanhar o candidato do PSDB ao Planalto, Geraldo Alckmin. É minha primeira cobertura de uma eleição presidencial no Brasil.

É rotina bater papo sobre a cobertura nos intervalos do trabalho, em qualquer redação.

As conversas começam a produzir um consenso entre um grupo grande de colegas, alguns dos quais permanecem na emissora: a Globo quer evitar a reeleição de Lula e colocar Alckmin no Planalto.

Desde 2005, na cobertura do mensalão petista — vejam bem, o mensalão tucano, um teste regional do esquema, nunca foi chamado assim pela Globo, nunca mereceu investigação ou manchetes no Jornal Nacional — isso vem se tornando claro.

Marco Aurélio Mello, editor de economia do JN, conta que veio do Rio a ordem para “tirar o pé” das reportagens que mostravam recordes na compra de material de construção, emprego na construção civil, vendas da linha branca de eletrodomésticos, etc., assuntos que em tese poderiam beneficiar o presidente Lula.

Por outro lado, a principal repórter de economia de São Paulo repete, para quem quiser ouvir, que o real vai derreter diante da perspectiva de reeleição de Lula. “Dólar a quatro”, prevê.

Pessoa do melhor caráter, não faz isso por má intenção: apenas repete o que ouve no ‘mercado’, cujos ‘especialistas’ sustentam as reportagens da Globo, do Bom Dia Brasil ao Jornal da Globo desancando Lula.

Questiono a colega, cujas previsões mais tarde vão afundar feito a campanha de Alckmin no segundo turno.

Na redação paulista também se fala sobre o fato de a Globo escolher o tema a ser tratado pelos candidatos naquele espaço reservado à cobertura do dia-a-dia da campanha.

São 90 segundos para Lula, 90 para Alckmin, 90 para Cristovam Buarque — o Lulalight financiado pelos tucanos — e 90 para Heloisa Helena.

Se existia uma denúncia contra Lula ou o governo Lula, o petista acabava desancado: tinha 90 segundos para se defender, contra 270 segundos de pauladados adversários.

O ‘equilíbrio’, portanto, era mera formalidade, para inglês ver.

Outra surpresa: Alexandre Garcia deixa de aparecer apenas em programas estritamente jornalísticos e é visto, por exemplo, no programa de Ana Maria Braga, nunca atacando diretamente Lula ou seu governo, mas fazendo avançar ‘pautas’ de interesse dos adversários do presidente.

A repercussão das capas de revista aos sábados — sempre aquelas que faziam denúncias contra o PT — já haviam dado o que falar. A tal ponto que um grupo de jornalistas marcou reunião com o editor regional de Jornalismo para reclamar.

Como resultado do encontro, do qual não participei, sou escolhido para fazer uma reportagem sobre o escândalo das ambulâncias, atribuído ao PT mas que também envolve o ex-ministro José Serra, agora candidato tucano a governador de São Paulo.

A produtora Cecília Negrão é colocada no caso, mas sem qualquer recurso. Não há autorização nem mesmo para uma viagem a Piracicaba, no interior paulista, onde o sucessor de Serra no Ministério da Saúde era prefeito.

Ainda assim, conseguimos colocar em pé uma reportagem demonstrando que a grande maioria das ambulâncias superfaturadas entregues enquanto vigia o esquema o foi quando Serra era ministro, não no governo subsequente do PT.

Portanto, o escândalo que a mídia muitas vezes atribuiu exclusivamente aos petistas tinha tido origem “no governo anterior”, que é como William Bonner se referiu ao período de Fernando Henrique Cardoso certa vez, numa notícia que poderia comprometer o Príncipe.

Minha reportagem citando Serra não foi ao ar no dia previsto, Jornal Nacional de uma sexta-feira, não foi ao ar no sábado apesar de nossas reclamações — e até hoje ocupa uma gélida gaveta.

Com Lula reeleito, a dissensão interna na Globo teve duas consequências: o repórter Rodrigo Vianna não teve o contrato renovado, o editor Marco Aurélio Mello foi demitido e eu pedi rescisão antecipada de meu contrato, optando por aperfeiçoar meus conhecimentos sobre a internet num período sabático em Washington.

Por outro lado, todos aqueles que apostaram as fichas nas omissões e manipulações da Globo tiveram ascensão meteórica.

Mas… Ali Kamel perdeu. No que realmente interessa, a Globo foi derrotada.

O que era do conhecimento de um pequeno grupo de profissionais da emissora tornou-se assunto nacional, denunciado por quem estava lá e testemunhou tudo nos bastidores.

O que no passado foi assunto de acadêmicos — as manipulações da Globo — tornou-se tema debatido por milhões de brasileiros, ganhou as ruas como nunca nos cartazes dos movimentos sociais e é hoje uma das pautas mais importantes diante da sociedade brasileira.

As ações na Justiça contra desafetos foram a consequência lógica desta derrota política.

Seria ingenuidade imaginar que um Marco Aurélio Mello ficaria de bico fechado.

Olhem um trecho do currículo dele:

1. Prêmio Vladimir Herzog — 1993 (Programa Olhar Brasileiro)

2. Prêmio SENAI/CNT — 2004 (Novo Emprego)

3. Prêmio CNT de Jornalismo — 2005 (Série Transportes – Jornal Nacional)

4. Grande Prêmio Globo de Jornalismo — 2005 (Morte do Papa)

5. Melhor Cobertura Prêmio Globo — 2005 (Morte do Papa)

6. Menção Honrosa Prêmio Globo de Jornalismo — 2005 (Crise Política)

7. Prêmio Vladimir Herzog — 2008 (Saúde Pública, Salve-se Quem Puder)

8. Prêmio CNT de Jornalismo — 2010 (Cadê Meu Carro? – Jornal da Record)

9 Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo — 2012 (Doutor Marcelo, Diário do Inferno)

10. Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo — 2013 (Perseguidos)

11. Grande Prêmio Petrobras de Jornalismo — 2013 (Vidas Sem Lar) 

Trata-se, na verdade, de calar a dissensão interna.

De fazer estalar a chibata para servir de exemplo — ah, os métodos da Casa Grande são sempre os mesmos…

É uma forma de deixar claro aos colegas de Marco Aurélio que ficaram na Globo que é muito mais confortável tocar a vida sem se importar com as maquinações dos irmãos Marinho. Que não vale questionar, nem denunciar.

Os R$ 40 mil reais que Marco Aurélio foi condenado a pagar a Ali Kamel — por um texto ficcional! — tem, assim, também um caráter político.

Cabe, portanto, derrotar a Globo mais uma vez.

Como?

Demonstrando solidariedade, com a doação de pequenas quantias, para que ao final do processo um grande número de pessoas diga a Ali Kamel e à Globo: o Marco Aurélio não está só, nós sabemos o que vocês fizeram no verão passado e nem com todo o seu poder na Justiça, no Congresso e no Executivo, nem com seus bilhões de reais vocês serão capazes de comprar nosso silêncio.


Para derrotá-los nesta pequena batalha, clique aqui.

Do Tijolaço

domingo, 14 de maio de 2017

Personagens de Veja e Antagonista se digladiam na mídia

Ex-amigo, Reinaldo diz que Antagonistas são detratores profissionais

Depois que Diogo Mainardi o mandou "dar a bunda" no Twitter, Reinaldo Azevedo, de Veja, conta que chegou a ser convidado por ele e por Mário Sabino, com uma "proposta irrecusável", a participar do site O Antagonista, que é metade da corretora Empiricus; ele promete, no entanto, aos leitores: "Não vou deixar de lado as questões sérias sobre o país e o mundo para me ocupar de um site, de uma corretora e de uma dupla de detratores profissionais"

O blogueiro de Veja Reinaldo Azevedo escreveu uma resposta a quem chamou de "dupla de detratores profissionais" - Diogo Mainardi e Mario Sabino -, dona do site O Antagonista, que é metade da corretora Empiricus - que faz campanha terrorista contra o ex-presidente Lula.

A resposta aconteceu depois que Mainardi mandou Reinaldo "dar a bunda". O colunista de Veja promete, no entanto, aos leitores: "Não vou deixar de lado as questões sérias sobre o país e o mundo para me ocupar de um site, de uma corretora e de uma dupla de detratores profissionais".

Confira a íntegra:

Diogo e Mario me queriam como sócio. Recusei. Então virei inimigo
Sim, eles me convidaram. E até lastimaram a minha recusa. Aí passaram a atacar um amigo, sem nem rompimento prévio. Questão de mercadores...)
  
Vejam como são as coisas. No dia 20 de abril, o site de humor & negócios "O Antagonista" — metade pertence a uma corretora chamada "Empiricus" — publicou um de seus costumeiros ataques contra mim. Escrevi um texto em resposta. E não publiquei.

Por quê? Já nos seus primeiros dias, Diogo Mainardi e Mario Sabino deixaram claro que, para se estabelecer, a página precisava investir contra mim. Em vez de ampliar, então, o espaço das ideias não esquerdistas, eles preferiram se comportar como (de)predadores de um amigo antigo, com quem nem mesmo houve rompimento formal.

Responder por quê? Minha mulher e minhas filhas eram, e são ainda, as mais firmes: "Ignore! É visível que eles o atacam só para ganhar espaço". E, mais uma vez, silenciei. Nesta quinta, diante de nova investida, dei uma resposta educada e bem-humorada. E Diogo Mainardi resolveu sacar uma arma política mortal: "Vai dar a bunda, Reinaldo".

Dizem-me que, quando o fez — sempre há alguém que conta —, a estratégia do tuitaço já estava armada. Faz sentido. Um argumento político dessa natureza merece circular nas redes. Não me importo, não! Acho é bom! Quero que saibam que esse é o melhor argumento de Diogo Mainardi e de seu Leporello.

Na sequência, vai boa parte daquele texto que não publiquei e outras coisinhas. E fiquem calmos os leitores! Não vou deixar de lado as questões sérias sobre o país e o mundo para me ocupar de um site, de uma corretora e de uma dupla de detratores profissionais.

Sócio
Os dois que agora me demonizam me chamaram para ser sócio do empreendimento. Fosse essa uma calúnia, teria como provar. Disse "não" por uma penca de razões então silenciadas. Afirmei apenas que já tinha sido patrão, que não havia gostado da experiência e que eu não estava disposto a abrir mão da segurança que tinha.

Naquele texto do dia 20, eu os (leitores) poupava de detalhes da conversa que mantive com Mario ao telefone. Agora revelo porque, acreditem, tem a sua graça. Aquele que nunca se conformou em ter deixado de ser o meu "chefe" (na cabeça dele ao menos) me fez uma proposta irrecusável (rsss), que vinha acompanhada de elogios, ainda que à moda Sabino.

Esse empedernido antagonista da razão sugeriu qual seria a tarefa de cada um: Diogo entraria com o nome (???); ele, Mario, seria o comandante-geral e cuidaria, vamos dizer, do lado empresarial; e eu escreveria — como ele disse então, "Escrever, para você, é fácil". Ainda que eu não tivesse reservas de outra natureza, não poderia aceitar um convite em que um entra com a fama, o outro se dedica a jantares e afazeres sociais, e eu, ao trabalho. Mario queria voltar a ser meu chefe, nem que, para tanto, formalmente, eu fosse um sócio.

De resto, na análise política, quem tinha e tem um nome firmado, gostem ou não, sou eu. Diogo — que escreve muito bem; não me arrependo de elogios que fiz a seu texto e os mantenho — está mais para uma celebridade. Trata-se, reitero, de algo até injusto com sua escrita — quando ele não opta por telegrafar. Mas é visível que ele gosta desse papel. Se eu tivesse topado, seria prudente que cuidasse dos textos. Diogo é muito ruim de análise. Erra todas. Sim, é um cara culto, lido. Mas nada sabe de política.

Testemunha
Fui testemunha de defesa do antigo "enfant terrible" de Veneza (está envelhecendo mal) em dois ou três processos (como não é uma delação premiada, permito-me a imprecisão). Sem que tenha havido briga ou rompimento, começaram a me atacar pouco tempo depois de inaugurada a página. Entendi: "Ou é nosso sócio ou é nosso inimigo". As pessoas fazem suas escolhas. O que falei de ambos até hoje está em arquivo. Consultem no Google. Jamais os destratei. Nem quando me transformaram num alvo diário de baixarias.

Passei a ignorá-los porque entendi que tomavam unilateralmente a decisão de romper uma amizade com o propósito de se estabelecer. Era uma disputa de mercado. Fazer o quê? Eu continuaria a fazer o meu trabalho, como continuei. Não me dedico nem ao humor nem aos negócios.

Lava Jato
Quando surgiu "O Antagonista", eu já havia tornado públicas algumas críticas à Lava Jato. A dupla viu ali a oportunidade de me atacar. Os dois se tornaram lava-jatistas fanáticos, e os que ousassem criticar esse ou aquele aspectos da operação seriam vendidos.

Era tal o ânimo de me perseguir — e parece que o meu silêncio mais lhes assanhava o ódio — que chegaram a inferir, ainda que de forma oblíqua (até onde sei), que as letras "RA" que apareciam nas notas de um aparelho celular de Marcelo Odebrecht designavam "Reinaldo Azevedo". Não. Referiam-se ao executivo da empresa "Rogério Araújo".

Sabino e a Odebrecht
Eles sabiam muito bem que nunca tive nenhuma relação com a Odebrecht ou com o Odebrecht. Não é o caso de Sabino. Quando a revista "Piauí" publicou que ele atuara por algum tempo, na condição de profissional do ramo de assessoria, como conselheiro de Marcelo, indo à sua casa, em companhia de Eduardo Campos, então governador de Pernambuco, fiquei quieto. E instruí Ricardo Jensen, que cuida dos comentários: "Não publique nada a respeito".

Está relatado na "Piauí" o que teria sido o início de Sabino em sua nova profissão:

"Aconteceu, então, que Sabino começou a trabalhar. Participava de reuniões com clientes da casa, às vezes com o patrão, às vezes sem. Já estava 'do lado de lá'. Mas mantinha o figurino antigo, inclusive na afetação de certa arrogância, comum a quase todos os jornalistas, teatral e exacerbada no caso dele. Um exemplo vazou: na reunião com o principal cliente da casa, Sabino empalideceu os presentes — Marcelo Odebrecht entre eles — ao sugerir, muito senhor de si, que a empresa deveria mudar de nome — como é que ninguém pensou nisso antes? Participava do jantar, no apartamento de Odebrecht em São Paulo, o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos, morto no ano passado."

Sabino foi hábil em espalhar a versão de que a Secretaria de Comunicação da Presidência havia exigido a sua demissão.

Questões e jantar no Gero
Não publiquei nada sobre aquela ocupação de Sabino, mas me perguntei à época e me pergunto agora o que teria feito "O Antagonista" se houvesse sido eu a me encontrar com Marcelo Odebrecht, na casa do próprio, em companhia de Eduardo Campos, que, convenham, vivo ou morto, não faz boa figura na Lava Jato. E não era um encontro de jornalista com a fonte. Era uma reunião, no fim das contas, de negócios.

Há alguns dias, sites de esquerda, históricos detratores de Mario, Diogo e Reinaldo, resolveram explorar o trecho do depoimento de um dos delatores da Odebrecht. Este afirmou ter visto Diogo no restaurante Gero, no Rio, em companhia de Aécio Neves, Alexandre Accioly e Dimas Pimenta. Nesse dia, Dimas teria se levantado da mesa e passado ao delator, segundo seu próprio testemunho, um papel com o número de uma suposta conta secreta de Accioly em Cingapura para depósito de uma parcela de dinheiro que Marcelo Odebrecht teria prometido ao então governador de Minas.

Na sequência, veio a conversa, sobre a qual não me ocupei, de que a empresa do marqueteiro de Aécio estaria na raiz de criação de "O Antagonista". Ignorei, de novo, os dois assuntos, como vocês sabem. Mais uma vez, não permiti que um só comentário vazasse a respeito. Até porque, ainda que fosse tudo verdade — Diogo nega que tenha havido o jantar —, tais eventuais ocorrências provariam o quê, além de nada? Mas me indaguei outra vez o que não teriam feito os meus ex-amigos se, em lugar de "Diogo Mainardi", o delator tivesse pronunciado as palavras "Reinaldo Azevedo".

Mais: eu não faria baixa exploração do episódio, e não estou fazendo agora, porque eu mesmo já disse aqui que a Lava Jato aplica a Aécio Neves critérios e procedimentos distintos daqueles dispensados a outros investigados. A Justiça vai dizer se ele é culpado ou inocente. Eu acho que há um trabalho deliberado e organizado de desconstrução da sua imagem. Rodrigo Janot, por exemplo, pediu a abertura de três inquéritos sobre um mesmo episódio.

Por quê? Obsessão!
Por que eles agem como agem e eu como ajo? Temos moralidades distintas, está posto. A minha não permite fazer com os dois o que a deles permite que façam comigo. E não lembro agora alguns episódios para tentar vinculá-los a isso ou àquilo. Eles se sentem bem no papel de policiais, promotores e juízes — desde que não seja do próprio comportamento. Tanto é que vivem "prendendo Lula amanhã". Eu sou jornalista.

Eles sabem o que é viver sob ataque permanente de uma tropa organizada. Lembro-me da consternação de Sabino quando os sites de esquerda publicaram que ele havia manipulado a lista de "Livros Mais Vendidos" da VEJA.

Sempre que foram atacados, saí em sua defesa. Eles preferiram se juntar aos que me atacam. Um pragmático amoral diria se tratar de "uma questão de mercado".

Acho que é coisa de mercadores.

Do 247

quinta-feira, 23 de março de 2017

Moro chegou à fonte de Guimarães após quebra de sigilo telefônico, diz defesa

O juiz Sérgio Moro “voltou atrás” quanto à investigação da fonte do blogueiro Eduardo Guimarães, segundo despacho do magistrado divulgado hoje. Moro escreveu que foi em respeito ao direito dos jornalistas, garantido pela Constituição.


Porém, a defesa alega que Moro só chegou à fonte do blogueiro — a auditora da Receita Federal Rosicler Veigel — por conta da quebra do sigilo telefônico de Eduardo Guimarães, alguém exercendo atividades jornalísticas.


Lula manifestou-se através de sua assessoria, dizendo tratar-se de uma manobra que expõe a falta de provas contra o ex-presidente no processo a que responde em Curitiba. O deputado petista Paulo Pimenta disse o mesmo ao discursar na Câmara.


Segundo despacho do juiz, segue a investigação sobre se Lula foi beneficiado pelo vazamento de operação de busca e apreensão através do blogueiro.


Seguem as informações na íntegra:


NOTA DE ESCLARECIMENTO DA DEFESA DO JORNALISTA EDUARDO GUIMARÃES

Informamos que o juiz Sérgio Moro acabou de publicar uma decisão por meio da qual reconhece que Eduardo Guimarães é jornalista e, em tom de arrependimento, afirma ser “o caso de rever o posicionamento anterior e melhor delimitar o objeto do processo”.


Como consequência, determinou a exclusão de “qualquer elemento probatório relativo à identificação da fonte de informação”.


Dessa forma, o magistrado voltou atrás e reconheceu a tese alegada pela Defesa desde o início dessa investigação, admitindo ter tomado medidas ilegais.


Após o levantamento do sigilo dos autos, cumpre-nos informar fato extremamente grave.


Antes de ser conduzido coercitivamente, o jornalista Eduardo Guimarães teve o sigilo de suas ligações telefônicas violado.


O magistrado determinou que a operadora de celular informasse seu extrato telefônico, com o objetivo claro de identificar a fonte que teria passado a informação divulgada no blog.


É importante ressaltar que a fonte jornalística foi identificada mediante quebra de sigilo dos extratos telefônicos do Eduardo Guimarães.


Portanto, a decisão não corresponde à realidade ao afirmar que Eduardo “revelou, de pronto, ao ser indagado pela autoridade policial e sem qualquer espécie de coação, quem seria a sua fonte de informação”.


Basta perceber que o próprio juiz Sérgio Moro agora reconhece a ilegalidade das medidas tomadas visando à obtenção prévia da fonte de informação, para concluir que houve nítida coação ilegal no ato de seu depoimento.


Está devidamente comprovado que, na ocasião do depoimento, as autoridades já tinham conhecimento da sua fonte de informação, obtido mediante o emprego de meios que o próprio magistrado agora assume serem ilegais.


Não bastasse tamanha arbitrariedade, a autoridade policial sequer aguardou a chegada deste advogado para iniciar o depoimento.


Assim, é evidente a ilegalidade deste depoimento, cuja anulação será oportunamente requerida pela Defesa, bem como a restituição de todos os equipamentos eletrônicos ilegalmente apreendidos.


Caso se julgue necessário, estaremos à inteira disposição para prestar novos esclarecimentos, pois não há dúvida de que o jornalista Eduardo Guimarães agiu de acordo com a ética de sua profissão.


FERNANDO HIDEO I. LACERDA OAB/SP 305.684

PS do Viomundo: Por respeitar o direito ao sigilo de fonte dos jornalistas, Moro recuou no caso de Eduardo Guimarães. Não sem antes, porém, quebrar o sigilo telefônico do blogueiro! É como se você atropelasse alguém, fugisse da cena e voltasse depois — sabendo que a vítima estava morta — “para ajudar”.


Pimenta: “Prisão de blogueiro é estratégia de Moro para justificar falta de provas e fracasso da Lava Jato contra Lula”


O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) denunciou, na tarde desta quinta-feira (23), mais uma tentativa do juiz Sérgio Moro de mobilizar a opinião pública contra o ex-Presidente Lula.

Sem ter uma prova sequer contra o líder petista, Moro está tentando criar uma versão para “justificar o fracasso da Lava Jato” contra Lula, acusou Pimenta.

O deputado explica que a condução coercitiva do blogueiro Eduardo Guimarães nesta semana, acusado pelo vazamento de informações, está sendo usada para criar a ideia de que a antecipação das informações veiculadas pelo blog da Cidadania serviram de alerta para que Lula ordenasse a destruição de provas.

Em fevereiro de 2016, Eduardo Guimarães divulgou informação jornalística de que Lula seria um dos alvos da 24ª Operação da Lava Jato.

Dias depois, o ex-presidente foi levado coercitivamente pela Polícia Federal para prestar depoimento.

Segundo Pimenta, o alvo de Sérgio Moro não é o blogueiro Eduardo Guimarães, mas o ex-presidente Lula.

“Não há nada sobre o tríplex, não há nada sobre o sítio de Atibaia, e as palestras estão devidamente comprovadas. Mas é preciso explicar a parafernália do power point de Deltan Dallagnol, as exibições de Sérgio Moro. Como resolver isso?”, questiona Pimenta.

O parlamentar prossegue: “Criando uma ideia de que, em função de um vazamento ilegal, as supostas provas que poderiam existir foram destruídas. E que, portanto, a tese do MPF, da Justiça e aquilo que os delegados da PF afirmaram não será possível de se realizar por que as provas foram destruídas”, denunciou Pimenta.

“Moro e o MPF estão diante de um grande problema: após 3 anos de investigação, não encontraram nada contra o ex-presidente”, sentenciou o parlamentar petista.







MAIS UMA ARMAÇÃO CONTRA LULA

A coerção exercida contra o blogueiro Eduardo Guimarães esta semana revela um movimento para tentar imputar, mais uma vez, ao ex-presidente Lula, condutas que ele jamais teve.


É falsa a notícia de que o blogueiro Eduardo Guimarães teria avisado a assessoria do ex-presidente Lula sobre a iminência de sua condução coercitiva e da execução de mandados de busca e apreensão, ocorridas em 4 de março de 2016.


Estes episódios surpreenderam não apenas o ex-presidente, mas o Brasil e o mundo, por sua violência e ilegalidade.


As informações que Eduardo Guimarães publicou no Blog da Cidadania, em 26 de fevereiro de 2016, diziam respeito exclusivamente à quebra de sigilo fiscal e bancário do Instituto Lula, do ex-presidente, filhos, amigos e colaboradores, incluindo empresas destas pessoas.


“Sessão judiciária do Paraná. 13a Vara Federal de Curitiba. Pedido de quebra de sigilo de dados bancários, fiscais e/ou telefônicos. Requerente: Ministério Público Federal. Acusado: Luiz Inácio Lula da Silva e seguem-se mais ou menos 40 nomes. A partir daí o juiz [Moro] passa a detalhar o pedido. Vou agora ao deferimento, que é o que interessa. Defiro o requerido e decreto a quebra do sigilo bancário e fiscal de: (seguem 43 nomes)” http://www.blogdacidadania.com.br/2016/02/confira-prova-de-que-lava-jato…


Foram exclusivamente estas as informações que Guimarães apresentou à assessoria do Instituto Lula.


Ele procurou a assessoria para confirmar se os nomes listados eram realmente de pessoas próximas ao ex-presidente.


Este procedimento é uma prática normal de repórteres e blogueiros.


A assessoria do Instituto Lula recebeu e ainda recebe inúmeras solicitações de jornalistas tentando confirmar informações sobre supostas ações da Lava Jato em relação ao ex-presidente.


A coerção exercida contra o blogueiro Eduardo Guimarães esta semana revela um movimento para tentar imputar, mais uma vez, ao ex-presidente Lula, condutas que ele jamais teve.


Revela também o desespero dos acusadores de Lula, que, após dois anos de investigações abusivas e até ilegais, não encontraram nenhuma prova contra ele e nem sequer um depoimento desabonador, depois que 73 testemunhas de defesa e acusação foram interrogadas pelo juiz Moro.

Com informações do Viomundo