A Executiva Nacional do PT aprovou, por unanimidade nesta
terça-feira (11), o nome do ex-prefeito paulistano Fernando Haddad como novo
candidato do partido a presidente.
A posição da deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB-RS)
como vice também foi aprovada pelo partido.
Nas redes sociais, petistas já têm usado as expressões “somos
todos 13 de Lula” e “Lula é Haddad e Manu 13”. Além dos membros da Executiva do
PT, participaram da reunião a ex-presidente Dilma Rousseff, os governadores
Fernando Pimentel (MG) e Wellington Dias (PI), entre outros nomes.
Deles, Dilma foi a mais assertiva ao dizer que seria
interessante esperar por alguma decisão do Supremo. O partido, porém, tem até
as 19h de hoje para formalizar a troca junto ao TSE.
Nova vice, Manuela D’Ávila estava a caminho de Curitiba no
começo da tarde. A presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, também se
deslocou para a capital paranaense e participou de reuniões de seu partido.
Aliado na coligação, o PCdoB também precisa comunicar ao TSE
que haverá uma alteração na chapa. A troca da candidatura precisa ser
oficializada junto ao TSE.
A partir disso, Haddad poderá se apresentar no horário
eleitoral como candidato a presidente, e não a vice, como vinha fazendo.
Para decidir sobre a nova chapa, a Executiva do PCdoB se reuniu
mais cedo em São Paulo. O outro partido da coligação, o Pros, também se reuniu
para deliberar a respeito da nova formação.
Os encontros dos partidos são necessários em razão da
necessidade de uma ata que precisa ser entregue ao TSE para formalizar a troca.
O anúncio oficial será feito na tarde desta terça na Superintendência da PF
(Polícia Federal) em Curitiba, onde Lula cumpre sua pena em função do processo
do tríplex.
Haddad tem 9% no Datafolha. Ele visitou Lula na prisão na
segunda (10) para acertar os detalhes do roteiro do anúncio. Mesmo ungido por
Lula, Haddad nunca foi unanimidade entre lideranças do PT e continua
desconhecido de boa parte do eleitorado.
Se o ex-prefeito for confirmado hoje como candidato, serão
postos à prova o poder de Lula como fator de união do PT e como cabo eleitoral.
Em pesquisa Datafolha divulgada ontem, Haddad teve 9% das
intenções de voto, atrás de Jair Bolsonaro (PSL) e empatado tecnicamente com
Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB).
No Datafolha de 22 de agosto, último em que seu nome
apareceu, Lula tinha 39% e liderava com folga.
No momento, os advogados de Lula e de sua coligação têm três
recursos no STF. Em um deles, cujo relator é o ministro Edson Fachin, a defesa
de Lula pede a revisão da decisão do magistrado em que negou um recurso
anterior, no qual os advogados pediram o afastamento de qualquer impedimento à
candidatura do petista.
O recurso tem como argumento um pedido do Comitê de Direitos
Humanos da ONU para que o Estado brasileiro, com base em tratados
internacionais assinados pelo Brasil, garanta os direitos de Lula como
candidato até que o caso do tríplex, pelo qual ele foi condenado em segunda
instância, passe por todas as instâncias da Justiça.
Em outro recurso, a coligação formada por PT, PCdoB e Pros
busca ao menos ganhar tempo. Os partidos pedem que o prazo de substituição de
Lula seja suspenso até que o recurso contra o veto à candidatura do
ex-presidente seja analisado no STF, respeitado o limite do dia 17 de setembro
— prazo da lei eleitoral para a troca de candidatos.
O pedido está com o ministro Celso de Mello. No último
recurso, cujo relator também é Celso de Mello, a coligação contesta a decisão
do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que barrou a candidatura de Lula com base na
Lei da Ficha Limpa no dia 31 de agosto, e pede urgência na análise do caso pelo
STF.
Em todos os casos, Fachin e Celso de Mello podem tomar
decisões sozinhos, remeter os recursos à Segunda Turma do STF ou mesmo levá-los
ao plenário da Corte. No entanto, não há prazo para que eles tomem qualquer
decisão.
Em nota, a defesa de Lula na esfera eleitoral diz que ainda
aguarda uma decisão do STF e argumentou que não se poderia “admitir que as
portas do processo eleitoral sejam fechadas a Lula sem que o STF fale”. “Que o
STF dê ao Brasil a chance de escolher seu caminho”, traz a nota da defesa.
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