O ministro
Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), atacou a Procuradoria Geral da República (PGR) e disse que
"propósitos escusos inspiram muitas vezes o inquérito"
Durante
discussão no plenário do STF sobre a limitação do alcance do foro privilegiado,
Gilmar disse que a investigação aberta contra os ministros do Superior Tribunal
de Justiça () Francisco Falcão e Marcelo Navarro e os ex-presidentes da
República Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff tem na verdade outro
objetivo: "castrar iniciativas do STJ".
"Eu não
sei quem daqui foi nomeado e não participou de algum périplo político. Poucos.
Agora fica pedindo câmeras e coisas de Qual é o objetivo desse inquérito? Esse
inquérito vai chegar a provar obstrução de Justiça desses magistrados?
Obviamente que não. Obviamente que não vai provar. Qual é o objetivo deste
inquérito? É castrar iniciativas do STJ. É amedrontá-lo. É este o objetivo",
disparou Gilmar Mendes.
"Por
isso nós temos que ter coragem civil de não permitir que esses inquéritos
tramitem", afirmou Gilmar Mendes. "Estes dias um advogado comentava
comigo que este inquérito estava sendo mantido com esse objetivo primeiro de
constranger o STJ e segundo de manter Lula e Dilma no STF. Se for por isso,
está se fazendo de maneira indevida. Mas veja que propósitos escusos inspiram
muitas vezes o inquérito. E nós temos que ter uma função não de autômatos, mas
de controladores destes processos", disse Gilmar.
A
insurgência de Gilmar Mendes contra as investigações sobre obstrução de Justiça
ocorre duas semanas após ser tornado público o inquérito aberto contra o
presidente Michel Temer, o assessor do peemedebista Rodrigo Rocha Loures e o
senador Aécio Neves tendo este como um dos supostos crimes apontados pela PGR,
com base nas delações do grupo J&F, que controla a JBS.
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