Antes mesmo
de a #BrasilEmGreve atingir os trends topics mundiais do assunto mais comentado
no mundo nas redes sociais e de o país aderir em massa à paralisação, contando
com todos os segmentos e sindicatos de trabalhadores, os movimentos sociais já
calculavam o 28 de abril como uma das maiores greves da história do Brasil.
Organizado
por sindicatos e pela Central de Movimentos Populares (CMP) e da Frente Brasil
Popular, as ações foram aderidas por grande parte da população para mostrar a
insatisfação com a Reforma Trabalhista e da Previdência do governo de Michel
Temer.
De acordo
com o coordenador da CMP, Raimundo Bonfim, em entrevista à Rede Brasil Atual
ainda nesta quinta-feira (27), quando as mobilizações estavam ainda sendo
discutidas pelas centrais, a dimensão do ato de hoje ocorre graças à coesão e
unidade de amplos setores sociais e populares.
"Além
do engajamento do movimento sindical, que tem a tarefa de parar a produção e
circulação das riquezas e pessoas, é uma greve que vai ter muitas ações
desenvolvidas por movimentos sociais e populares. Existe uma forte unidade dos
movimentos popular e sindical, das centrais sindicais, das frentes Brasil
Popular e Povo sem Medo", afirmou.
Segundo o
dirigente, o cenário é suficiente para "afirmar que será a maior greve da
história do Brasil". Bonfim também negou que as paralisações sejam apenas
reações de sindicatos e de federações trabalhistas.
"Tem
muita gente que acha que a greve é uma tarefa só do movimento sindical, e a
novidade dessa greve é que os movimentos populares e sociais estão fortemente
engajados na sua construção", disse. Uma vez que toda a sociedade está
sendo alvo dos ataques a direitos trabalhistas, com as reformas e o projeto de
terceirização, juntamente com a grande reprovação ao governo Temer, fica claro
que o engajamento para os atos de hoje vem de todos.
"A
greve está sendo discutida mesmo pelas pessoas que têm alguma contrariedade.
Existe de fato um sentimento da população de que haverá essa greve geral no
Brasil", contou. "Vamos manifestar de forma tranquila e pacífica, de
acordo com o direito de manifestação garantido pela Constituição",
concluiu.
Após os
preparativos, o fechamento de fábricas, escolas, universidades, transportes,
aeroportos, comércio, rodovias, e a ampla adesão deu a resposta clara da
população nas ruas contra as medidas econômicas tentadas pelo governo
peemedebista.
Logo pela
manhã, além das principais fábricas e petrolíferas acordarem sem trabalhos. Em
São Paulo, além dos ônibus e metrôs paralisados, movimentos sociais barraram as
principais vias de acesso ao aeroporto Internacional de Guarulhos, e outras
rodovias importantes, como a Regis Bittencourt. No Rio de Janeiro, foram
bloqueadas a ponte Rio-Niterói e a Transoeste.
Em Recife, o
bloqueio ocorreu na Avenida Norte e Cruz Cabuçá. Em Natal, os movimentos e
grupos de trabalhadores fecharam a BR 101. Metalúrgicos, montadoras e
indústrias químicas de todo o Brasil, principalmente na grande São Paulo,
tiveram a produção suspensa.
Somente no
ABC Paulista e em Ribeirão Pires, os trabalhadores fecharam as fábricas da
Ford, Volkswagen, Mahle, Arteb, ZF, Alpina, SMS, Arteb, Magna Cosma
Internacional, Basf, Lukscolor, Sanko, EMS, Novak, Sherwin Willians, TRW e
Marcolar.
Servidores
públicos também não temeram as paralisações. Funcionários da Saúde, Previdência
e Assistência Social aderiram aos movimentos junto à Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS/CUT).
Trabalhadores
do transporte de São Paulo e de Belo Horizonte tampouco se deixaram assustar
pelas ameaças de multas dos governos municipais e estaduais com a paralisação
das operações. Garantiram a greve geral por 24 horas.
Os
aeroviários da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da CUT
(Fentac) iniciaram as mobilizações da categoria, desde o aeroporto
internacional de Guarulhos, mas também Salgado Filho, em Porto Alegre, e o
Gilberto Freyre, no Recife. Professores de escolas públicas e particulares,
além de universidades, também públicas e privadas, aderiram à paralisação
geral.
Durante o
lançamento do manifesto Projeto Brasil Nação, o senador Lindbergh Farias
(PT-RJ) resumiu o sentimento da população manifestado por todo o país neste 28
de abril: "O Brasil não aguenta até 2018".
Do GGN