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segunda-feira, 17 de abril de 2017

Luis Nassif comenta 1 ano da infâmia, o golpe

Do Psicanalistas pela Democracia. Entrevista: Luis Nassif comenta 1 ano do golpe.

Em 17 de abril de 2016, tem início a última fase do golpe parlamentar-midiático-jurídico no país com a votação, na câmara dos deputados, do impeachment da presidente Dilma Roussef, eleita com mais de 54 milhões de votos. Nessa ocasião,  a consolidação do processo de impeachment culminou com o sequestro dos votos de eleitores, brasileiros, que acreditavam na democracia recém conquistada no país e, por isso, compareciam diante das urnas periodicamente a fim de eleger seus representantes.

Esse princípio foi traído e o resultado imediato desse golpe, após a usurpação do voto, foi o início da pauperização e a retirada relâmpago de direitos fundamentais da maioria da população brasileira, que já vivia em condições precárias e limites antes do golpe.

Sem o mínimo de decência, competência e coragem para redistribuir entre os mais ricos os custos da crise nacional, o governo Temer e sua equipe econômica ameaçam a população com mais perdas, caso o pacote de destruição de direitos das classes trabalhadoras não seja aprovado na íntegra.

Se a reforma da Previdência não sair, tchau, Bolsa Família“, estampava o site oficial do PMDB.

Não se envergonham ao sugerir:
 “Olhem, se vocês não aceitarem a chibata teremos de bater com cabo de aço. Aí sim vocês vão ver como dói! Pelo bem do país, e de vocês mesmos, ofereçam docilmente seus lombos!”

Trata-se de mais um pacote de violências que sempre acompanha historicamente as chamadas medidas econômicas no país, mas agora o governo não se envergonha, ao contrário, se orgulha em manifestar abertamente que caberá exclusivamente ao trabalhador os custos da crise e do golpe. Sim, um golpe custa caro, porque é preciso recompensar todas as forças que o apoiaram e, de todas elas, a única excluída explicitamente foi a dos despossuídos, fora dos circuitos da acumulação e da riqueza e dependentes de sua própria força de trabalho.

A oikonomia gerencial dos que aparentemente estão apenas administrando a crise promete gerar um acúmulo de capital sem precedentes nas mãos de poucos, à espera de converter isso em poder político sem legitimidade.

Isso encontra hoje, no parlamento, uma usina de criação de mecanismos de acúmulo de fortunas, formas especulativas de patrimonialização de verbas e bens públicos que consagraram e institucionalizaram a submissão de boa parte da população brasileira à hordas de criminosos de terno que, ou roubam e não fazem ou fazem para roubar. Não existe, nunca existiu, o tão propalado e resignado ‘rouba mas faz.’

A votação do impeachment no dia 17 de abril de 2016 foi um espetáculo infame, mas flagrou de maneira extraordinária, quais as forças que ainda devemos enfrentar.

Hoje, o governo Temer já manifestou claramente à que veio. Ele aprofundará a crise, estancará a tímida distribuição de renda, alijará os trabalhadores de direitos e arrancará, de boa parte da população, a possibilidade de viver e sonhar. Milhões serão condenados ao trabalho em troca da mera sobrevivência. (AQUI).

Sen em governos anteriore,s avaliávamos as conquistas sociais como ainda tímidas para uma das nações mais desiguais do mundo, hoje tudo foi reduzido drasticamente a zero.

Em poucos meses, assistimos o retrocesso da população pobre à estágios anteriores de miserabilidade, o aumento do número de desempregados da ordem de milhões, o desrespeito aos direitos humanos se esparramando em todo país e projetos de venda de patrimônios nacionais sem precedentes (AQUI).

Antes do golpe, muitos já adiantavam que ele seria mais profundo e devastador do que o golpe civil-militar de 1964. Eles estavam certos. Ao longo dos últimos 14 anos de democracia, o país provou ser capaz de sair de sua condição de subalternidade diante dos países ricos, estabeleceu novos acordos e alianças capazes de empalidecer as relações de mera subserviência entre norte e sul e principiou um processo de crescimento que previa, ainda que lentamente, o combate ao abismo econômico e social entre classes.

Hoje isso acabou. Hoje, fora do país, a imagem do Brasil e dos brasileiros gera desconfiança e suspeita como país. Somos um país sem democracia, sem justiça, sem futuro. De líder inconteste da América do Sul o país retorna à sua irônica posição da República das Bananas conferido pelo olhar estrangeiro. Aturdido pelo mesmo golpe que recentemente sofreu o Paraguai.

Todavia, é fundamental destacar que no lugar onde tudo termina, nasceram e se fortaleceram movimentos, grupos, instituições e indivíduos que se insurgiram lá onde não havia esperança e onde a descrença medrava. Muitos já existiam, mas suas ações foram investidas de sentido e importância inconteste e crescente.

Não desistiram, mesmo quando o golpe se concluiu e um vazio e silêncio pairou sobre os resistentes. Mesmo assim continuaram a representar a esperança, a avançar nas redes, nas ruas e continuaram a existir como sinais de esperança cujos lampejos apontam caminhos.

Após um ano todos estão vivos, outros surgiram, muitos se fortaleceram.

Psicanalistas pela Democracia homenageia alguns deles – são muitos – postando semanalmente, a partir de hoje – 17 de abril -, dia oficial do Golpe, as conversas e entrevistas realizadas com alguns desses atores que representam hoje os contrafogos do incêndio que todos os dias se prepara.

Desejamos que nossos leitores, colaboradores e parceiros se sintam contemplados e presenteados com essa iniciativa e os estimulamos a seguir nossos homenageados nas ruas, propostas, iniciativas, sites, blogs e páginas que alimentam, e a somar com eles e com outros, na esperança de repor e aprofundar a democracia recém usurpada, mas ainda profundamente desejada por muitos de nós.

Do GGN

quinta-feira, 19 de abril de 2012

17 de abril: o dia em que o judiciário brasileiro se ajoelha para Zé Sarney

Neste 17 de abril de 2012, relembra-se (ou denuncia-se) o Golpe de Abril de 2009, quando forças do poder federal conseguiram dobrar o judiciário e o próprio executivo nacional para entronizar a rebenta mimada do Presidente do Senado e desalojar do Palácio dos Leões o Governador Jackson Lago, legítima e democraticamente eleito pelo povo em 2006.
Roseana Sarney foi derrotada em 2006, com o povo nas ruas, praças e avenidas das cidades entoando o é 12, é 12, é 12, numa euforia e encantamento raramente assistidos neste pequeno reino esquecido do Brasil, o pobre e rico Maranhão.

Roseana perdeu as eleições, mas 2 anos, 3 meses e 17 dias depois tomou posse do Governo do Estado, interrompendo a Primavera Maranhense que se estruturava e consolidava, do interior para a capital, da periferia para o centro, do cidadão para o poder.

Iniciativas (luminosas para o povo e as regiões, mas tenebrosas e ameaçadoras para a velha oligarquia decadente) até então inéditas, produziam pânico, frenesi e histeria no arraial do poder oligárquico que, a bem da verdade, combateu ferozmente o novo Governo desde o dia da Vitória da Frente que tinha tudo para ser o dia da Derrota Final dessa oligarquia.

Quem mais de perto conhecia Jackson Lago sabia de seu jeito e de seu modus operandi na condução do governo e no trato delicado de sua equipe de trabalho.

Jackson delegava poderes. Confiava nas pessoas nomeadas, dava-lhes oportunidade de ser, de agir, e de criar. Aceitava sugestões, acreditava no enfrentamento dos desafios e confiava que sua vida pessoal comedida e quase ascética contaminasse sua equipe, inspirando-a até o ponto de injetar ânimo, confiança e autoestima na própria população como um todo.

Seus inimigos lhe arremessavam o mundo nas costas, mas lá estava ele nos Encontros Governo/Sociedade sentado no seu banquinho igualitário a ouvir pessoas, lideranças, municípios e regiões. Dois dias seguidos, reclamações, cobranças, críticas e sugestões. O caderninho estava na mão, anotando tudo, assimilando a alma do povo, apreendendo as prioridades locais e regionais. Não estava ali um vice-rei do governo central, um representante de castas, classes ou até mesmo de partidos. Ali estava um filho da terra, um cidadão identificado, um democrata exemplar exorcizando os demônios da velha cultura autoritária brasileira.

Jogaram-lhe contra o peito e o sentimento a Operação Navalha, para indispô-lo com o país, mais um capítulo na estratégia torpe de preparação do Golpe que aceleradamente se articulava.

Até mesmo o Excelentíssimo Sr. Presidente da República, em visitas constantes a todos os rincões e estados do Brasil, não dava o ar de sua graça por nossas bandas, privando-se da nossa alegria, companheirismo e hospitalidade, quem sabe, para não correr o risco de contaminação da Primavera Libertária que se operava no Maranhão… e todos sabem porque.

Sob ataque constante de todos os lados, governando basicamente com os recursos estaduais, mas apoiado pelo arco político da Frente de Libertação do Maranhão (já com a maioria dos prefeitos, dos deputados federais e estaduais), Jackson implantava seu programa sonhado e os novos programas e projetos que a lucidez e a criatividade da equipe iam descortinando e implantando. Em curto espaço de tempo, o Governo Jackson:

1) construiu 173 novas escolas estaduais e preparava-se para, em 4 anos, entregar 300 escolas grandes, belas e dignas à nossa juventude;

2) mudou o equivocado conceito de combate a pobreza, para o novo conceito de geração de riqueza, no caso do importante Fundo Maranhense de Combate à Pobreza, o FUMACOP;

3) concluiu a emblemática Ponte da Liberdade de Imperatriz, amenizando a desconfiança secular da região Sul com relação ao poder dominante da região Norte do Estado;

4) projetou e liberou de pronto a primeira parcela do Projeto de Perenização dos Lagos da Baixada, o sonho de uma vida dos irmãos baixadeiros, dando concretude ao popular Projeto das Águas Fujonas;

5) asfaltou a estrada Bacabeira/Turiaçu, levantando a alta estima de toda a região;

6) instalou o primeiro Pronto Socorro do interior do Estado, na cidade de Presidente Dutra, e liberou recursos para os Prontos Socorros de Pinheiro e de Imperatriz, com a determinação de instalar mais dois, em Balsas e Chapadinha;

7) em várias políticas públicas essenciais, encaminhou o Governo para conveniar diretamente com os municípios, reconhecendo-lhes legitimidade constitucional, reafirmando uma sólida crença na municipalização e no conceito de subsidariedade;

obteve da Assembleia Legislativa aprovação da nova regionalização do Estado, preparando-o para a descentralização administrativa e a organização dos Escritórios Regionais de Governo, inspirados no exitoso programa de interiorização do desenvolvimento do Governo de Santa Catarina;

9) baseado no relacionamento profundamente democrático com as forças produtivas de dentro e de fora do Estado, estabeleceu novos padrões de atração e recebimento de investimentos sem barganhas obscuras e a serviço pleno do interesse do futuro e do desenvolvimento;

10) num ato de rara coragem e destemor, transferiu as contas do funcionalismo público estadual de banco privado para o Banco do Brasil, atendendo ao clamor da massa de funcionários e zelando pelo fiel cumprimento da Constituição Brasileira;

11) deu prosseguimento ao pioneiro projeto do Governador José Reinaldo fortalecendo o Consórcio da Rota das Emoções, envolvendo as regiões de Jericoaquara, no Ceará, do Delta do Parnaíba, no Piauí, e os Lençóis, no Maranhão (Consórcio Interestadual de Turismo Maranhão-Piauí-Ceará);

12) apoiou resolutamente a ampliação da rede estadual da pedagogia da alternância das Casas Familiares Rurais e das Escolas Família Agrícola, tão necessárias e fundamentais para a estruturação do desenvolvimento sustentável do campo maranhense.

Passo a passo com esse gigantesco esforço de reconstrução do desenvolvimento do Estado, o Governador Jackson preparou-se para o desfecho final do Governo com ações ousadas e revolucionárias na Capital e na Ilha de São Luís. Um exemplo em marcha foi o Programa de Segurança Cidadã, exitoso em São Luís e já esparramando-se pelas cidades do interior maranhense, além de:

- o Projeto Habitacional Rio Anil, em construção acelerada;

- os viadutos do Calhau e Forquilha, com o dinheiro liberado para a Prefeitura de São Luís;

- a conclusão da Av. Litorânea, com recursos também liberados para a Prefeitura de São Luís;

- 400 quilômetros de asfalto por toda a ilha, recursos também liberado para a Prefeitura de São Luís;

- o Museu de Arte Contemporânea, concebido magistralmente pelo Oscar Niemayer.

Ao comentar (e denunciar) o infame Golpe de Abril de 2009 no Maranhão, nunca será exagero afirmar:

a) – Jackson Lago não foi derrubado pelos erros eventuais do seu Governo, insignificantes frente à grandeza da obra política e administrativa em execução;

b) - Jackson Lago foi golpeado em razão dos seus acertos, cujo desdobramento previsível seria a derrota e a derrocada definitiva da oligarquia Sarney nas eleições de 2010 que se avizinhavam no Maranhão e no Brasil.
O Brasil inteiro se assustou. O Maranhão continua vergado sob o peso desse campo de concentração de pobreza, corrupção e desesperança.

Se bem pensado, o 17 de abril deve ser considerado o Dia da Infâmia Política no Maranhão.

Com informações da Central de Notícias
 Por Leo Costa
Sociólogo e ex Prefeito de Barreirinhas