A cúpula do PT no plano nacional emitiu nota na tarde desta
quinta (2) rebatendo as críticas em torno do acordo pela
"neutralidade" do PSB na eleição presidencial, que acabou rifando a
candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco e isolando Ciro Gomes
(PDT) na disputa presidencial. No informe, o partido admite que a aliança
"formal" entre ambas as legendas não foi possível, mas avalia que os
compromissos assumidos em alguns estados é o primeiro passo para o
"recomeço da frente de esquerda".
A nota confirma que o PCdoB esperava esse gesto de
aproximação do PT com o PSB como "condição" para construir a unidade
no campo das esquerdas. Além disso, explica que o acordo foi feito com uma ala
do PSB que tenta esvaziar o partido da influência dos que apoiaram o golpe em
Dilma Rousseff e apoiaram Temer.
O PT também ressalta que nunca escondeu de Marília Arraes e
do PT em Pernambuco que vinha buscando entendimento com o PSB local.
Em troca da neutralidade do PSB na eleição presidencial, o PT
prometeu tirar Marília da disputa pelo governo do Estado e apoiar Paulo Câmera à
reeleição. Além disso, se comprometeu a subir no palanque do PSB em outros 3
estados: Amazonas, Amapá e Paraíba. Em troca, além de não apoiar a candidatura
de Ciro ou outro presidenciável, o PSB não vai atrapalhar a tentativa de
reeleição de Fernando Pimentel em Minas Gerais.
Em Pernambuco, o grupo de Marília Arraes, contudo, se reúne
com o diretório do PT no Estado para decidir, hoje, se quer uma candidatura
própria - contrariando a resolução da executiva nacional do PT.
Leia, abaixo, a nota da cúpula do PT.
1. É uma estrategia nacional resgatar aliança com o PSB, um
partido em disputa. No Nordeste e Norte apoiarão Lula ou quem Lula Indicar.
2. Essa ala do PSB (Ricardo Coutinho, Paulo Câmara,
Capiberibe) tirou a direita do partido, e colocou o PSB contra a reforma
trabalhista, a EC 95, a entrega da Petrobras e a privatizacao da Eletrobras.
3. Recompor uma frente política de esquerda no país é
condição para o enfrentamento ao golpe e para tirar o Brasil da crise com uma
política econômica inclusiva
4. O PCdoB, um dos partidos que compõe essa frente, via o
entendimento com o PSB como condição para construirmos uma unidade do campo
5. Desde o ano passado temos reforçado que nossas alianças ou
acordos eleitorais se dariam no campo da centro esquerda. E listamos, e
APROVAMOS, em resolução do PT que os partidos para construirmos isso eram
PCdoB, PSB e PDT
6. Nunca escondemos do PT de Pernambuco, dos movimentos
sociais e de Marília, nossas conversas e nossos movimentos. Lutamos por uma
coligação formal, mas não foi possível. Esse movimento é o recomeço da frente
de esquerda no país, buscando resgatar um partido q historicamente esteve do
nosso lado
7. Sem a eleição de Lula e a construção de um campo político
NACIONAL progressista e popular não recuperaremos o país. Não vamos perder o
foco do nosso enfrentamento. Estamos numa batalha pela devolucao dos empregos,
dos direitos dos trabalhadores e do povo, da nossa democracia e da nossa
soberania.
GGN