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quinta-feira, 4 de abril de 2019

MORO E GUEDES, O BOLSONARO SEM LEI E O SEM PLANILHAS, POR LUIS NASSIF

As discussões sobre tigres e tchutchucas serviram apenas para Paulo Guedes encontrar o álibi para se retirar da CCJ.
Bolsonaro de planilha, Paulo Guedes é o Ministro que não calculava
As discussões sobre tigres e tchutchucas serviram apenas para Paulo Guedes encontrar o álibi para se retirar da Comissão de Constituição e Justiça.
O ponto central da sabatina é óbvio: Guedes não apresentou em nenhum momento os microdados nos quais se baseou para sua proposta de reforma da Previdência. Em nenhum regime democrático e minimamente racional, toma-se decisão de tal natureza sem abrir os números. É o mínimo que se espera. Guedes continuou chutando estatísticas sem abrir os números.
Ontem, o deputado Molon declarou que mais de 90% do ajuste da Previdência recairão sobre o Regime Geral e o BPC (Benefício de Prestação Continuada).
Veja o vídeo AQUI.
Esse é o Brasil que vai sofrer com a proposta de Reforma da Previdência de Bolsonaro e Paulo Guedes: empregada doméstica que trabalhou desde os 10 anos vai trabalhar mais e ganhar menos.
Como é que Guedes pode afirmar que a reforma visa corrigir injustiças, sem abrir os números e sem rebater os cálculos apresentados?
Recentemente, Guedes anunciou a intenção de reduzir as verbas para o censo do IBGE. O argumento é que as pesquisas levantavam mais informações do que o necessário. Por trás dessa bobagem, o jogo ideológico de ocultar a realidade. As pesquisas levantam dados do mundo real. E esses dados podem prejudicar o mundo ideológico imaginado por Guedes, no qual só têm valor indicadores de mercado.
Ontem, ainda, Guedes foi alvo de outra denúncia requentada, agora com o TCU (Tribunal de Contas da União) requerendo informações sobre seus negócios com fundos de pensão. Nesse caso, trata-se de uma retaliação clara das corporações por conta de propostas na reforma da Previdência, típicas do desmonte do estado de direito perpetrado pela Lava Jato. Infelizmente, os beneficiário do Regime Geral têm como arma apenas o voto. E todo o jogo político, de Guedes à Lava Jato, é para erradicar o poder do voto popular.
Bolsonaro de algemas: Sérgio Moro, o insosso
As últimas manifestações públicas têm comprovado o completo despreparo do Ministro Sérgio Moro, que enxerga tudo apenas da ótica dos processos. Fora dos autos, de nada entende, nem como os processos são preparados, nem sobre segurança pública.
Mas a visibilidade dada a Moro revelaram outro ângulo de sua personalidade: a subserviência. Ficou nítido na troca da conselheira dos Direitos Humanos por um personagem da pior espécie, machista e homofóbico. Mas também nas suas manifestações em temas envolvendo aliados do presidente.
Foi o caso dos “snipers” do governador Wilson Witzel. “Snipers” são atiradores de elite que Witzel têm colocado em pontos estratégicos, e em helicópteros, com autoridade para fuzilar pessoas. No futuro haverá um Tribunal de Nuremberger que não poupará esse assassino.
Mas, colocado ante o tema, Moro saiu-se com duas evasivas. A primeira, é que não sabia o que era “sniper”. A segunda, mesmo não sabendo concordava que o policial tem direito ao primeiro tiro. Certamente referia-se aos episódios de confronto direto.
Mas, a soma de subserviência e desinformação, permitiu ao jornal que o entrevistou a manchete de que Moro era a favor das práticas assassinas de Witzel.
Do GGN

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

PROPOSTA DE GUEDES AMEAÇA PEQUENAS EMPRESAS

Tirso Meirelles. Foto: Sebrare/SP
Ainda em dezembro, antes de assumir a pasta na Economia, Paulo Guedes declarou em discurso na Federação das Indústria do Rio de Janeiro (Firjan) que irá reduzir o orçamento do Sistema S. 
"Como é que você pode cortar isso, cortar aquilo e não cortar o Sistema S? Tem que meter a faca no sistema S também", disse na ocasião. O Sistema S é como ficou conhecido o conjunto de nove entidades focadas no treinamento de microempreendedores e empresários de médios, pequenos negócios. O grupo inclui, por exemplo, o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), SESI (Serviço Social da Indústria) e Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). 
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o presidente do Sebrae-SP, Tirso Meirelles prevê que o corte indicado pelo ministro causará "impacto direto na sobrevivência dos pequenos negócios". A redução prevista pelo governo para o Sistema S está entre 30% e 50%. 
"Com um corte de 30%, 300 mil clientes deixariam de ser atendidos, quase 60 mil alunos do ensino fundamental deixariam de ter acesso a lições de cultura empreendedora e cerca de 65 postos municipais seriam fechados", completou Meirelles.
O porta-voz do Sebrae-SP defendeu que a contribuição do Sistema S ajudam na produtividade e competitividade dos pequenos negócios, resultando na "geração de empregos e de empreendimentos mais saudáveis, em todos os elos das cadeias produtivas". 
"Existem hoje 13,8 milhões de microempreendedores individuais (MEIs), micro e pequenas empresas, responsáveis por ocupação de 43,6 milhões de brasileiros e pela geração de 27% do PIB [Produto Interno Bruto]", pontuou o gestor, sinalizando que o público atendido pelo Sebrae "é um dos pilares estratégicos de desenvolvimento socioeconômico" do país pela geração de empregos e distribuição de renda. 
Só no estado de São Paulo, em 2018, o Sebrae realizou 2,5 milhões de atendimentos a 1 milhão de microempreendedores individuais, micro e pequenas empresas e empreendedores potenciais. O Estado todo concentra 4 milhões de pequenos negócios. "Além disso, mais de 2 milhões de empreendedores receberam consultoria e capacitação em gestão de negócios", disse Meirelles. 
"Como empresário, acredito que a criação de empregos ocorre à medida que se encontre um ambiente mais propício à sua atividade, simplificando, por exemplo, processos burocráticos que consomem muito tempo do empresário", destacou Meirelles. 
Segundo ele, o tratamento diferenciado é que garante a sobrevivência dos pequenos negócios, lembrando que no Simples Nacional, regime de tributação simplificado para facilitar o processo de arrecadação dessas empresas, a taxa de mortalidade nos dois primeiros anos de atividade alcança 17% dos empreendedores. "Para os não optantes, a taxa sobe para 62%", observou. 
GGN