quinta-feira, 30 de junho de 2022

Bolsonaro não quer clube de tiro virando biblioteca; prefere biblioteca da bala, por Fernando Brito

Na sua live de hoje, vangloriando-se de termos já quase um milhão de atiradores licenciados, com um crescimento de 72% no número de lojas de armas e de 90% no de clubes de tiro, Jair Bolsonaro criticou Lula porque este iria fazer com que estes fossem ser transformados em bibliotecas.

É uma boa ideia, presidente, porque conhecimento e ideias são armas muito mais eficientes do que pistolas e fuzis.

Mas hoje, dia destas declarações, parece que isso é um revanchismo, um desagravo à ofensa que seu governo e os asseclas que colaboram com ele fazem de ofensa às bibliotecas brasileiras e justamente com a mais importante delas, a Biblioteca Nacional, cuja direção acaba de conceder ao brucutu Daniel Silveira, aquele condenado pelo Supremo Tribunal Federal indultado por Bolsonaro, a Ordem do Mérito do Livro, segundo nos conta Mônica Bergamo, na Folha.

Ouvido pela coluna, sequer soube dizer o nome da instituição: “”É uma honraria muito grande porque é em homenagem aos 200 anos da… ”

200 anos são da Independência, porque a Biblioteca é obra anterior, de D. João VI.

Brucutus não amam os livros, queimam-nos, em fogueiras e censuras, porque acham perigosos e tóxicos os seus conteúdos, as ideias. Este mesmo aí, que vai ganhar a medalha, invadiu o Colégio Petro II para vistoriar, como quem dá “uma dura” o que se ensinava nos livros de lá. Foi posto a correr, embora com seu corpanzil, por franzinos meninos e meninas que mereciam mil vezes mais aquela comenda.

Tijolaço.

quinta-feira, 23 de junho de 2022

PESQUISA DATAFOLHA DE HOJE LULA VENCERIA A ELEIÇÃO NO PRIMEIRO TURNO

Se as eleições fossem realizadas hoje, ex-presidente teria 47% contra 41% de seus adversários somados.

Segundo a pesquisa Datafolha divulgada hoje (23), Lula tem 47% contra 28% de Bolsonaro - Agência Brasil

O Instituto Datafolha divulgou no final da tarde desta quinta-feira (23) a mais recente pesquisa sobre a corrida presidencial de 2022, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencendo no primeiro turno caso a eleição fosse realizada hoje.

Feito por meio de abordagem pessoal, o levantamento contou com 2.556 entrevistas realizadas nos dias 22 e 23 de junho, e é a primeira sondagem divulgada após a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. Segundo o Datafolha, Lula tem 47% das intenções de voto, contra 28% do atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Em seguida aparecem o candidato do PDT, Ciro Gomes, com 8%, e André Janones (Avante), com 2%. Simone Tebet (MDB), Pablo Marçal (Pros) e Vera Lúcia (PSTU) têm 1% cada. Os demais candidatos não chegaram a 1%. Votos brancos e nulos somam 7% e não souberam ou não quiseram opinar 4% dos entrevistados.

Na pesquisa espontânea, Lula tem 37%; Bolsonaro, 25%, e Ciro aparece com 3%. Todos os demais somam 3%.

O Datafolha de hoje e o de maio

Esta é a terceira pesquisa Datafolha divulgada em 2022. No último levantamento, publicado em maio deste ano, Lula tinha 48% de intenções de voto, contra 40% dos seus adversários somados, já indicando àquela altura a possibilidade de vitória no primeiro turno. Bolsonaro tinha 27% .

A pesquisa presidencial de maio foi a primeira divulgada pelo instituto após as desistências de Sergio Moro e João Doria. Segundo aquela sondagem, Lula tinha uma expressiva votação entre eleitores de 16 a 24 anos, chegando a 58%. Já Bolsonaro aparecia com percentual maior na região Centro-Oeste, onde alcançava 42%.

O levantamento do Datafolha divulgado nesta quinta (23) foi registrado no TSE com o número BR-09088/2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

BdeF.

quarta-feira, 22 de junho de 2022

UM GOVERNO EM CHAMAS PODE QUEIMAR O PAÍS. POR FERNANDO BRITO

Dão os jornais que, neste momento, há uma reunião de emergência no Palácio do Planalto para discutir a “comunicaço” da camapana de Jair Bolsonaro. Nela, além do próprio, estão os filhos Flávio e Eduardo, o ministro Ciro Nogueira e o virtual candidato a vice, general Braga Netto.

Será que alguém acredita que a reação de Bolsonaro à prisão de Mílton Ribeiro será, como se diz na mídia, só um “isso prova que a Polícia Federal é independente?”.

É evidente que não e está se acertando ali uma ofensiva, para que as más notícias que esperam o presidente em matéria de pesquisas eleitorais não prevaleçam no noticiário político.

E, provavelmente, não será a CPI da Petrobras, até porque se o Centrão quisesse, o pedido não teria, depois de três dias, apenas 132 assinaturas. Antes de assinar – e se a CPI permanecer como desejo de Bolsonaro – o Centrão quer uma mudança que mude a lei das estatais para abocanhar cargos no fim de governo.

Bolsonaro, a esta hora, está é cuidando de providenciar mais do mesmo: a distribuição de dinheiro através de “vale”-tudo, se necessário com uma decretação de estado de calamidade para driblar a lei eleitoral.

Projeto em que seu maior temor é que seja detido no Supremo, pela evidente intenção de burla que contém.

Temos um governo em liquidação e, com ele, um país que entra em liquidação.

Não é só a cara do governo que está queimando, é o país que crepita, por toda a parte, à beira de uma catástrofe ainda maior.

Tijolaço.

terça-feira, 21 de junho de 2022

REFINARIA NA BAHIA MOSTRA QUE, COM PRIVATIZAÇÃO, COMBUSTÍVEL É MAIS CARO. POR FERNANDO BRITO

O Estadão publica um ranking do preço médio apurado pela Agência Nacional de Petróleo, medido na semana passada e , portanto, antes da entrada em vigor do último reajuste da Petrobras.

E a Bahia é o estado com maior preço – R$ 8,037 – por uma razão muito simples, que o jornal não menciona.

É que a maior parte do combustível vendido nos postos baianos vem da Refinaria Landulpho Alves, em Mataripe, a 60 km de Salvador.

A refinaria, a primeira construída do Brasil, agora é privada, vendida a um fundo de investimentos de Dubai, nos Emirados Árabes, pertencente à Mubadala Investment Company.

E cobra mais caro que a base de distribuição da Petrobras em Pernambuco, a unidade mais próxima onde se poderia, alternativamente, comprar o combustível.

O preço do diesel na Acelen, quando o cobrado pela Petrobras passou para R$ 5,61 na refinaria, subiu para R$ 6,11, quase 9% mais caro.

Este discurso sempre usado – e repetido pelo Ministro de Minas e energia, hoje, na Câmara, que a “competição” baixa os preços é uma história para boi dormir, porque o frete e a própria logística de poucos pontos de venda – como são as refinarias – não pode funcionar.

Seria, além de irracional, inviável abastecer a Bahia apenas com derivados vindos de São Paulo ou do Paraná.

Tijolaço.

sábado, 18 de junho de 2022

A CRISE NÃO SÃO SÓ OS 20 CENTAVOS DA GASOLINA. POR FERNANDO BRITO

É claro que a “desgovernança corporativa” do governo e da Petrobras é responsável por boa parte do desastroso comportamento do mercado financeiro nesta sexta-feira, na qual a Bovespa perdeu os 100 ,mil pontos dos quais não baixava desde o início de novembro do ano passado e o dólar subir a R$ 5,15.

Mas não é só o acréscimo de R$ 0,20 no preço do litro da gasolina ou o de R$ 0,70 no do diesel e nem mesmo a reação enlouquecida de Jair Bolsonaro, Ciro Nogueira e Arthur Lira que criaram o “sextou” de caos no mundo da grana.

A coleção de más notícias é vasta e envolve inflação e recessão ameaçando em escala global.

O índice da inflação registrado na Zona do Euro – 8,1%, em 12 meses – é recorde desde a criação da União Europeia, os norte-americanos falam abertamente em recessão, como nesta matéria de hoje do NY Times. Quem, ainda assim, achar que os pobres não importam, vá ver o que acontece com as ações da Tesla, do badaladíssimo Elon Musk.

Quando eles caem, nós, que vivemos de vender-lhes produtos primários, caímos também, porque nos conformamos a não ter dinâmica econômica própria, o que, claro, não é deixar de ter visão global.

O preço do minério de ferro, um de nossos mais fortes itens de exportação caiu mais de 5% na China, em razão das expectativas de menor crescimento do país, arrastando aqui as ações da Vale para uma queda igual.

A expectativa de recessão se espalha, com inflação e juros altos empurrando para baixo as expectativas do comércio. Por aqui, empresas do varejo, físico e eletrônico, perderam cerca de um terço do seu valor de mercado.

Cresce a apreensão de que a economia global esteja caminhando para um recessão desastrosa e, desta vez, o Brasil não tem o colchão do consumo interno para amenizar seus efeitos.

A solução primária tem sido sangrar os orçamentos públicos, abrindo mão de receitas e lançando perigosamente os recursos que poderiam estar sendo dirigidos a programas de retomada de investimentos no ralo de subsídios e, pior, subsídios de natureza eleitoral.

É como se estivéssemos transformando as contas públicas num lamaçal e isso nos impedisse de ter onde nos apoiarmos para reerguer o país. Até o Supremo, pelas mãos bolsonaristas de André Mendonça, lança-se a contribuir para isso, invertendo a lógica jurídica tradicional de travar tudo o que oferece perigo à arrecadação pública até que se esclareçam as razões, para mandar cessar impostos que podem montar a quantias que arruínem a prestação de serviços essenciais.

Agem como se o mundo fosse acabar nas eleições de outubro, enquanto o que periga acabar, sim, é a era de desgoverno do país.

Embora seja evidente, é preciso dizer que não estamos falando de pequenos expedientes eleitorais, mas de medidas que vão deixar o país arruinado em larga escala.

Tijolaço.

sexta-feira, 17 de junho de 2022

REINO UNIDO AUTORIZA EXTRADIÇÃO DE ASSANGE AOS EUA; ATIVISTA PODE PASSAR O RESTO DA VIDA PRESO

A ministra do interior do Reino Unido, Priti Patel, aprovou a extradição baseada na sentença do Tribunal Supremo.

Todos os grandes meios de comunicação internacionais recorreram às informações reveladas por Assange. Em outras palavras: quem revelou o delito será punido, não o delinquente - Justin TALLIS/AFP

A ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, autorizou nesta sexta-feira (17) a extradição do jornalista Julian Assange para os Estados Unidos. A partir de agora, em solo estadunidense, Assange pode ser condenado a passar o resto de sua vida atrás das grades. Responsável por publicar informações sobre possíveis crimes de guerra dos EUA em suas invasões no Oriente Médio, como o assassinato de civis, o jornalista agora enfrentará o judiciário estadunidense. Assange poderá recorrer.

A decisão contraria pedidos da Anistia Internacional, do Repórteres Sem Fronteiros e do Comissário de Direitos Humanos do Conselho Europeu, Dunja Mijatović.

"A natureza ampla e vaga das alegações contra Assange, e dos crimes listados na acusação, são preocupantes, pois muitos deles dizem respeito a atividades centrais do jornalismo investigativo na Europa e além. Consequentemente, permitir a extradição de Assange sob estas bases teria um efeito desencorajador sobre a liberdade dos meios de comunicação social e poderia, em última análise, dificultar a imprensa no desempenho de sua tarefa de provedora de informação e fiscalizadora pública nas sociedades democráticas", afirmou Mijatović em carta a Patel.

Por que os Estados Unidos buscam Assange?

Durante o governo de Donald Trump, os Estados Unidos usaram a Lei da Espionagem da Primeira Guerra Mundial para acusar o jornalista de publicar documentos confidenciais do governo. Se condenado, Assange pode receber uma pena de mais de um século atrás das grades. 

Trump e seu governo ficaram especialmente irritados com Assange após o WikiLeaks publicar em um de seus vazamentos, conhecido como Vault 7, informações sobre ferramentas secretas da vigilância dos EUA. Um dos vazamentos é de que a CIA perdeu o controle de ferramentas de espionagem criadas pela inteligência estadunidense.   

De acordo com reportagem investigativa do Yahoo News, após a publicação do Valut 7, o governo dos Estados Unidos discutiu e fez planos para matar ou sequestrar o jornalista

Assange não estava na Embaixada do Equador em Londres?

Assange ficou na Embaixada do Equador no Reino Unido de 2012 até 2019, quando o país latino-americano revogou seu asilo e as autoridades britânicas o prenderam. O jornalista buscou refúgio na instalação diplomática porque alegou que poderia ser extraditado aos Estados Unidos pela Suécia, onde havia um processo de estupro contra o fundador do WikiLeaks.

Em 2019, as autoridades suecas descontinuaram o processo contra Assange após uma revisão das evidências. Apesar da acusação ter sido descontinuada, Assange continuou refugiado na embaixada porque poderia ser detido por descumprir as regras da condicional que havia permitido sua liberdade em terras britânicas enquanto respondia ao processo da Suécia.

Ainda em 2019, o então presidente do Equador, Lenín Moreno, revogou o asilo de Assange sob a justificativa de que o jornalista teria interferido em assuntos da política doméstica equatoriana. Rafael Correa, antecessor de Lenín Moreno no cargo de presidente do Equador e responsável por conceder asilo a Assange, afirma que o jornalista foi entregue por alinhamento de Moreno com os Estados Unidos e em troca de um acordo do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI). 

Sob pedido de uma ordem de extradição dos Estados Unidos, a Polícia Metropolitana de Londres prendeu Assange em 11 de abril de 2019. 

BdeF: Arturo Hartmann

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Irmãos confessam assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips; corpos teriam sido decepados e incinerados

Segundo reportagem da Bandnews, Oseney da Costa contou à PF que o crime ocorreu no dia 5, dia do desaparecimento de Bruno e Dom. O motivo teria sido a pesca ilegal na região.

Bruno Pereira e Dom Philips (Foto: Divulgação/Funai/Arquivo | Reprodução Twitter/@domphillips | Ricardo Lima/Reuters).

Oseney da Costa confessou para a Polícia Federal que ele e seu irmão, Amarildo dos Santos, o "Pelado", assassinaram o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Philips. A informação foi divulgada em reportagem da Band News.

Segundo Oseney, o crime ocorreu no dia 5, dia do desaparecimento de Bruno e Dom. Ele contou à PF que os corpos teriam sido decepados e queimados na terra indígena do Vale do Javari, na Amazônia.

"O motivo do crime teria sido a pesca ilegal na região. Estavam pescando pirarucu, foram alertados por Bruno e Dom Phillips que estava fotografando. Eles foram rendidos e levados para uma vala, onde foram mortos e tiveram os corpos esquartejados e incendiados", diz a reportagem da Band.

Oseney foi levado no início da tarde desta quarta-feira pela PF para apontar o local do crime. A PF vai dar o caso como encerrado e indicar Oseney e Amarildo pelo assassinato. Também há a suspeita de participação de outras pessoas nas mortes de Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira.

Brasil 247.

terça-feira, 14 de junho de 2022

O GOVERNO DE JAIR BOLSONARO JÁ ENTREGOU UM TERÇO DAS EMPRESAS PÚBLICAS BRASILEIRAS PARA O CAPITAL PRIVADO

Número de empresa controladas pelo governo federal caiu de 209 para 133 em quase 4 anos.

Manifestantes realizam ato contra a privatização da Eletrobrás em frente à Bolsa de Valores de São Paulo - Divulgação/Salve a Energia.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) privatizou 36% das estatais brasileiras durante três anos e meio de seu governo. Quando ele assumiu a Presidência, a União controlava 209 empresas. Hoje, após a desestatização da Eletrobras, o número baixou para 133.

A cifra foi divulgada nesta terça-feira (14) pelo secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord. Ele participou no início desta tarde na cerimônia que marcou a conclusão da privatização da Eletrobras, realizada na sede da Bolsa de Valores de São Paulo, no centro da capital paulista.

“A finalização da operação da Eletrobrás vai fazer com que a gente atinja a marca de redução de um terço das estatais”, disse Mac Cord.

Enquanto movimentos populares protestavam contra a venda do controle da estatal, o presidente Bolsonaro, o ministro Paulo Guedes e outros membros do governo comemoram o evento. O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, classificou a desestatização da Eletrobrás como um feito histórico.

Sachsida foi secretário de Guedes no Ministério da Economia até maio. Ressaltou que o governo Bolsonaro decidiu reduzir a participação de estatais na economia para, segundo ele, abrir espaço para o capital privado.

No caso da Eletrobrás, por exemplo, o governo vendeu parte de suas ações para investidores. Com essa venda, ele deixou de ser acionista controlador da companhia. O controle da empresa, agora, é majoritariamente privado.

:: Quais os impactos da privatização da Eletrobras? Entenda no Programa Bem Viver ::

Outras empresas

A venda de ações também ocorreu no caso da privatização da BR Distribuidora, antiga subsidiária da Petrobras. Em 2019 e 2021 –ou seja, durante o governo Bolsonaro– a Petrobrás reduziu sua participação na empresa, que passou a ser 100% privada e até mudou de nome. Passou a chamar-se Vibra Energia.

No governo Bolsonaro, a Petrobras também vendeu a TAG (Transportadora Associada de Gás), que agora aluga seus dutos à estatal. Ainda privatizou a Codesa (Companhia Docas do Espírito Santo) e outras companhias. Muitas também ainda estão em processo de privatização, como os Correios.

O economista Sergio Mendonça, ex-diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), disse que essas privatizações representam uma perda de patrimônio público. Ele, aliás, não vê benefício nas vendas.

“O resultado é a redução da taxa de investimento das estatais nos últimos anos”, explicou. “Novos acionistas estão mais interessados nos lucros de curto prazo. Com a redução dos investimentos, reduziu-se a capacidade da economia brasileira crescer.”

O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) já alertou que, privada, a Eletrobrás tende a priorizar a distribuição de lucros a seus acionistas. A conta de luz dos consumidores, por outro lado, tende a subir. Cálculos do coletivo estimam alta de até 25%.

Leia mais: Juca Abdalla, o banqueiro que lucra com a privatização da Eletrobras e administrará a Petrobras

Mais privatizações

Bolsonaro, aliás, já anunciou que pretende dar sequência a sua agenda de privatizações caso seja reeleito. Em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, o presidente, inclusive, tem usado a promessa de venda de estatais em busca de apoio político de grandes investidores interessados nessas empresas.

Guedes e Sachsida já deram início a estudos para a privatização da Petrobras e da Pré-Sal Petróleo SA (PPSA). Mas neste mandato, essas desestatizações seriam inviáveis.

BdeF: Rodrigo Durão Coelho.

segunda-feira, 13 de junho de 2022

OS CORPOS DE BRUNO PEREIRA E DOM PHILLIPS FORAM ENCONTRADOS, DIZ ESPOSA DO JORNALISTA

Informação foi divulgada pelo jornalista André Trigueiro, que disse ter conversado com a esposa do jornalista britânico Dom Phillips, Alessandra Sampaio.

Bruno Pereira e Dom Phillips (Foto: Reprodução)

O jornalista André Trigueiro informou pelo Twitter às 8h50 desta segunda-feira (13) que o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista brasileiro Bruno Pereira, desaparecidos há dias na Amazônia, foram encontrados mortos.

A informação teria sido passada pela esposa de Phillips, Alessandra Sampaio. "Alessandra, mulher de Dom Phillips, acaba de me informar que foram encontrados os corpos do marido e do indigenista Bruno Pereira", escreveu Trigueiro.

Na GloboNews, porém, Trigueiro afirmou que Alessandra entrou em contato novamente por volta de 9h05 para dizer que dois corpos foram encontrados, mas que ainda é necessário aguardar uma perícia para confirmar a identidade das vítimas.

No domingo (12), o Corpo de Bombeiros do Amazonas afirmou ter encontrado uma mochila com pertences de Pereira e Phillips. Eles desapareceram no domingo (5).

Os bombeiros também haviam desmentido a informação de que partes de corpos tinham sido encontradas. 

Brasil 247.

DECISÃO DO STF ABRE DEBATE SOBRE PRESERVAÇÃO DE DIREITOS TRABALHISTAS POR CATEGORIAS

Acordo coletivo previa que trabalhadores não receberiam por tempo em deslocamento; TST foi contra, mas STF manteve.

Direitos previstos na legislação trabalhista estão sendo atacados; categorias devem se unir para preservá-los - Pedro Ventura/Agência Brasília.

Uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no último dia 2 de junho, abriu espaço para discussões no meio jurídico sobre os rumos dos direitos dos trabalhadores após a "reforma" implementada em 2017, ainda durante o governo de Michel Temer (MDB). 

O Supremo confirmou uma cláusula de acordo coletivo que suprime direitos previstos na legislação trabalhista, em votação do colegiado do STF, que deu ganho de causa à Mineração Serra Grande S/A, de Goiás, em recurso contra decisão tomada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST)

O acordo coletivo assinado previa que a empresa forneceria transporte para os trabalhadores entre o centro urbano da cidade de Crixás e a sede da mineradora, mas sem pagamento pelas horas gastas em deslocamento. O TST anulou essa cláusula do acordo – e foi essa decisão que foi derrubada pelo STF.

Centrais criticam a decisão

Em nota em seu site oficial, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) lamentou a derrubada, e lembrou que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Justiça do Trabalho geralmente autorizavam que "o negociado prevalecesse sobre o legislado", desde que não implicasse em retirada de direitos. Desde as mudanças na legislação trabalhista, porém, a pedido dos patrões, o critério passou a poder ser aplicado de sinal trocado: a Justiça passou a ter a prerrogativa de retirar direitos.

O advogado José Eymard Loguércio, que representou a CUT Nacional na votação no Supremo, afirmou que a negociação coletiva deve ser valorizada, mas o Judiciário não pode naturalizar a retirada de direitos. A entidade foi convidada a participar, mesmo não sendo parte diretamente envolvida, como representante dos trabalhadores em geral, que têm interesse direto no processo.

"Quando se faz uma naturalização da regressão de direitos para a construção da autonomia coletiva, começamos a desproteger novamente, porque não há princípio de equivalência entre as partes", disse, durante o primeiro dia do julgamento no Supremo (quarta, dia 1º).

O secretário-geral da Intersindical, Edson Índio, destacou que a supressão do direito de pagamento pelas horas em deslocamento não teve nenhum tipo de contrapartida. Ele disse que a decisão do Supremo acompanha a posição das entidades patronais, que há muito tempo pressionavam para poder retirar direitos, o que culminou com a "reforma" de Temer.

"Foi um retrocesso, mas não esperávamos coisa diferente, já que as decisões de matérias que chegam ao STF geralmente têm sido ruins para os trabalhadores. Esse debate, inclusive, sobre pagamentos de horas gastas em itinerários a locais de difícil acesso, aconteceu durante a tramitação da reforma, isso já era previsto", lamentou.

Índio disse, ainda, que a decisão do Supremo é perigosa em pontos menos específicos. Por exemplo, quando é citado que os direitos trabalhistas podem ser negociados abaixo do que preveem as legislações, desde que um "patamar mínimo" de direitos seja respeitado. 

"Só pode haver negociação para melhorar o que já está conquistado. Negociar pra reduzir é que não pode. Não vamos, centrais e sindicatos, negociar abaixo do patamar que já temos. Isso inclusive vai contra o princípio constitucional do não retrocesso social", alertou.

Alerta para os trabalhadores

Para a juíza do trabalho, Valdete Souto Severo, que também é professora de direito do trabalho da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o caso deve ser observado com atenção pelas entidades de classe. Ela lembra que a discussão nas instâncias superiores da Justiça só existiu por que o acordo coletivo previu que os trabalhadores não receberiam pelas horas que passam no transporte fornecido pela empresa.

"Nesse caso específico, a discussão não se relaciona com a questão do 'pactuado sobre o legislado'. O STF está tirando um direito previsto em lei, mas retirado em acordo. O que o Supremo está dizendo é que é possível um acordo coletivo retirar um direito previsto em lei", alerta.

A juíza chama atenção para o fato de que a legislação em vigor prevê requisitos mínimos para as relações de trabalho, e isso inclui, por exemplo, o tempo máximo de jornada de trabalho, a necessidade de salário mínimo e o oferecimento de condições de segurança. E alerta: cabe aos sindicatos negociarem para conquista de melhores condições para as categorias que representam – e não piores.

"Essa decisão é muito importante para ser refletida e discutida, pois mostra como o STF está se comportando perante alguns direitos que são reconhecidos como fundamentais. O problema é quando convenções e acordos retiram direitos, e cada vez retiram mais. O sindicato assinou um acordo", destaca.

Espaços em disputa

Professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), o jurista Jorge Souto Maior vai na mesma linha, e afirma que a classe trabalhadora não deve aceitar argumentos econômicos de que "se a empresa não reduzir direitos, ela não vai conseguir se manter", em ambientes de negociação e reforça que as categorias devem se recusar a aceitar propostas que retirem conquistas anteriores.

A decisão do STF no caso da mineradora goiana, segundo Souto Maior, não "faz terra arrasada" nos direitos trabalhistas. O caso é muito específico e ainda há muitos espaços de disputa. "Não é uma situação simples, mas é absolutamente necessário que os sindicatos, as centrais sindicais e o movimento trabalhista como um todo deem uma resposta em outro sentido: não negociar nada que envolva redução de direitos. Essa contraposição política é que pode estabelecer mudanças positivas", pondera.

A mineradora goiana pertence ao grupo sul-africano AngloGold Ashanti, um dos maiores da área no mundo. A decisão tomada beneficia a gigante, e, por ser uma decisão específica, não tem impacto favorável a outras empresas, deste e de outro setor.

"Nesse caso é um benefício para esta empresa em detrimento de outras, que não conseguem o mesmo patamar de redução de benefícios. Quando os trabalhadores assinam um acordo de retirada de direitos, eles favorecem o grande capital", destaca Souto Maior.

"Só vai ser possível reverter esse cenário com uma atuação da classe trabalhadora como classe. O que interfere na vida dos petroleiros deve dizer respeito também aos metroviários. O que interessa aos metalúrgicos, interessa também aos bancários. Sempre que houver esse tipo de ameaça a uma categoria, as demais devem estar solidárias", completa.

Brasil de Fato: Rodrigo Durão Coelho.

domingo, 12 de junho de 2022

A LEI DA SELVA DE BOLSONARO É A MORTE. POR FERNANDO BRITO

Parece aproximar-se o desfecho do caso do desparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Philips, e da pior forma possível, agora com a revelação de que pertenciam a eles os objetos mantidos amarrados a um tronco num igarapé.

Não só por eles e suas famílias, mas para nosso país.

Não só pelo fato de que verifica-se, na prática, que a Amazônia está entregue a gangues de ilegais, armados e violentos.

Não só pelo fato de que são grupos que contam com a simpatia assumida do presidente desta triste república.

Mas porque, há mais de dois anos, as regiões mais remotas daquela imensidão estão entregues à autoridade do Exército, sem que isso tenha representado qualquer redução no desmatamento, no garimpo, caça e pesca ilegais e nem sequer na existência de farto armamento nas mãos daqueles ilegais, e nem sequer imposto a eles o medo de ameaçar e matar qualquer um que se meta à “aventura perigosa” – como diz Jair Bolsonaro – de meter-se nos seus “territórios”.

Sim, porque para eles se demarca a bala, o que orgulhosamente o presidente diz que não se demaracará, um palmo sequer, pela lei, para os povos indígenas.

A política oficial para a Amazônia é a da morte.

Como falar da “soberania” sobre a Amazônia se não se exercem ali as funções do Estado brasileiro, que seja apenas e somente a de zelar pela lei e pela ordem, porque zelar pelas populações ribeirinhas já seria pedir demais para um governo que não consegue cuidar dos “índios”, seminus e famintos, que enchem as calçadas das grandes cidades?

Jair Bolsonaro e a entourage militar de seu governo repetem “A Amazônia é Nossa”, mas ela não é. Não é dos brasileiros “de bem”, como gostam de falar, mas dos que, devastadores e brutais, assumiram seu controle, à margem da lei. Talvez, até, por isso a considerem deles próprios.

Acham que este faroeste tupiniquim é assim mesmo, porque assim devem ser os pioneiros e conquistadores, prontos a fazer os povos indígenas largarem tangas e penas por cartucheiras e chapéus de cowboys e a plantarem soja em lugar da floresta.

A provável morte de Bruno e Dom – já não é possível esperar algo menos trágico que isso – ficarão como uma anátema sobre quem foi incapaz, sequer, de uma palavra de solidariedade, muito menos de indignação, diante do trágico destino dado a dois homens que amavam o Brasil e os brasileiros.

Jair Bolsonaro e os militares que dão suporte a seus crimes são, para nossa vergonha, a antítese da civilização. Que o espírito do Marechal Cândido Rondon, que nunca deixou aquelas brenhas amazônicas, receba os dois para ajudá-los a cuidar da floresta.

Tijolaço.

sábado, 11 de junho de 2022

Lavagem de dinheiro do tráfico com pesca ilegal pode estar ligada ao desaparecimento de jornalista e indigenista

A PF parece ter pistas de que o esquema está ligado ao desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips.

O Jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira (chapéu) (Foto: Ministério da Defesa/Divulgação via REUTERS)

A Polícia Federal (PF) investiga um esquema de lavagem de dinheiro para o narcotráfico por meio da venda de peixes e animais que pode estar relacionado ao desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, no domingo (5) no entorno da Terra Indígena do Vale do Javari, no Amazonas. Recentemente, Pereira apreendeu peixes que seriam usados no esquema. Ele acompanhava indígenas da Equipe de Vigilância da União dos Povos Indígenas do Javari (Unijava). A PF tem pistas de que o esquema está ligado ao desaparecimento de Pereira e de Phillips, de acordo com informações publicadas neste sábado (11) pelo jornal O Globo.

Pessoas responsáveis pelas investigações do esquema afirmaram que as apreensões feitas por Bruno e a Unijava em embarcações contrariaram o interesse do narcotraficante Rubens Villar Coelho, que é conhecido como Colômbia, mas tem nacionalidade brasileira e peruana. O narcotraficante usa a venda dos animais para lavar o dinheiro da droga produzida no Peru e na Colômbia.

As suspeitas da PF são de que Colômbia teria ordenado a Amarildo da Costa de Oliveira, o "Pelado", colocar a "cabeça de Bruno a leilão". 

A polícia prendeu Oliveira na quarta-feira (8) por porte de munição e de drogas, após denúncias de que estava envolvido no desaparecimento de Pereira e Phillips. 

A Univaja informou que o embaixador do Peru no Brasil, Rómulo Acurio, pediu às autoridades do país vizinho para colaborar nas buscas.

Sangue e material humano

Uma perícia identificou vestígios de sangue na lancha usada por Amarildo Oliveira, conhecido como "Pelado" 

A PF informou, nessa sexta, ter encontrado "material orgânico aparentemente humano" no Rio Itacoaí, próximo ao porto de Atalaia do Norte. 

Além de Amarildo, a polícia deteve ao menos outros dois suspeitos pelo desaparecimento do jornalista e do indigenista.

 Brasil 247.

domingo, 5 de junho de 2022

PT APROVA APOIO A FLÁVIO DINO E ANUNCIA VICE NA CHAPA DO PSB NO MARANHÃO

Por unanimidade, partido fechou com a chapa que lança Flávio Dino ao Senado e Carlos Brandão ao governo, com Felipe Camarão na vice.

O PT do Maranhão aprovou neste domingo (5), por unanimidade, o apoio à pré-candidatura de Flávio Dino (PSB) ao Senado e indicou o nome de Felipe Camarão para a vice na chapa de Carlos Brandão, que disputará o governo do estado pelo PSB.

Carlos Brandão vem governando o Maranhão desde que Dino, de quem era vice, deixou o cargo para disputar uma vaga ao Senado. Tanto Dino quanto Brandão lideram as pesquisas no estado.

A decisão no Maranhão faz parte da aliança nacional entre PT e PSB, que prevê que uma sigila apoie a outra em alguns estados.

Do Brasil247.

quarta-feira, 1 de junho de 2022

LULA, NO RS, FAZ PRIMEIRA BATALHA PELA RETOMADA DO SUL. POR FERNANDO BRITO

Um ato reúne, neste momento, milhares de pessoas, numa casa de espetáculos em Porto Alegre, para ouvir o discurso do ex-presidente Lula e de seu vice, Geraldo Alckmin.

É o primeiro ato desde o lançamento de suas pré-candidaturas e faz todo o sentido ser entre os gaúchos, um eleitorado que tem tudo para ser recuperado pela esquerda, depois de ter sido transformado em reduto do bolsonarismo.

Hoje, a situação é de um virtual empate e, apesar da falta de entendimento entre PT e PSB, avança favoravelmente a Lula.

Assista, em instantes, os discursos de Alckmin e Lula. 

Tijolaço.