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quarta-feira, 14 de março de 2012

Dilma cogita trocar Sarney por Lobão na presidência do Senado Federal, veja aqui

Seguindo a tradição de Maquiavel, presidente divide para reinar; troca de líderes no Congresso revela que ela não se intimidou com a rebelião do PMDB e o chororô do PT; terceiro ato pode ser o deslocamento de Edison Lobão do Ministério de Minas e Energia para a presidência do Senado.
Nesta semana, a presidente Dilma Rousseff surpreendeu o mundo político com dois movimentos ousados, radicais e complementares. Possessa com a derrota que lhe foi imposta pelo PMDB na nomeação de um técnico para a Agência Nacional de Transportes Terrestres, ela reagiu sem dó nem piedade. Menos de 48 horas depois de ter identificado as digitais dos senadores peemedebistas José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá – que informalmente se julgam membros vitalícios do que chamam de “diretoria” do Legislativo no Brasil – ela deu o troco. Convidou o ex-governador Eduardo Braga para assumir a liderança no Senado. Renan, Jucá e Sarney souberam depois. No dia seguinte, o petista Cândido Vaccarezza chegou ao gabinete presidencial como líder do governo na Câmara e saiu sem o cargo – para o seu lugar, Dilma escolheu o ex-presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia. O recado foi claro: a presidente sinalizou que, no Congresso, ela também fala mais alto.

Em Brasília, os lances de Dilma são vistos com apreensão. Tanto pelos governistas como pelos que torcem pelo fracasso do governo. Há muitos anos, um chefe de Executivo não realizava um gesto tão abrupto em relação ao Congresso. “Ela está igual a Lula antes do Mensalão”, disse ao 247, um dos mais influentes articuladores do parlamento. Palco de cobras criadas, o Congresso reagiu em silêncio, como é típico de quando seus líderes preparam respostas pesadas e traições futuras. Mas Dilma pagou para ver. E, seguindo a lógica de Maquiavel, que dividia para reinar, ela acredita que vencerá o duelo de forças como o PMDB e também com o PT, ancorada nos seus mais de 70% de popularidade.

Na marcha empreendida pelo Planalto, há um terceiro ato, ainda mantido em segredo. 247 apurou que a intenção da presidente da República é deslocar Edison Lobão do ministério de Minas e Energia para o Congresso. Lá, ele seria o candidato dela à presidência do Senado, lugar que José Sarney tem como cativo. Trata-se de um plano com requintes de sofisticação. Como Lobão é cria de Sarney, Dilma quer fazer com que a cria engula o criador. E, nele, ela confia. Ou melhor. Nele, ela manda.

Coincidentemente, diversas reportagens publicadas na Folha de S. Paulo desta semana, apontaram privilégios concedidos pelo Congresso a uma empresa que pertence a um neto de Sarney. Na prática, Dilma vem tentando mudar as práticas clientelistas que marcam a relação entre Executivo e Legislativo, sem que os atores do jogo tenham mudado. O momento favorece a presidente. Ela está no auge da sua popularidade, enquanto o senador maranhense vive seu crepúsculo. No entanto, a despeito da impopularidade, Sarney é um hábil articulador nos bastidores.

Hoje, os dois trocaram amabilidades em público – mas pelo menos uma flecha foi disparada. Amigo das palavras, Sarney ousou o termo “ousada” para definir a decisão do povo brasileiro em eleger pela primeira vez uma mulher para a presidência da República.

Talvez porque Dilma se intimide menos diante dele do que os homens que passaram pelo cargo.

Quem pode mais? É o que se vai descobrir assim que os interesses do governo estiverem em jogo no Congresso nas próximas semanas.

Com informações do blog do John Cutrim

sábado, 11 de fevereiro de 2012

MIN. EDISON LOBÃO DIZ QUE GASOLINA NÃO VAI SUBIR

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem ao ‘Estado’ que a redução no lucro da Petrobrás não aponta para o aumento no preço dos combustíveis, como já reivindicou, em várias ocasiões, o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, que deixa o cargo na próxima segunda-feira.
"A presidente Dilma Rousseff prefere que não haja inflação a ter balanços fantásticos", disse o ministro.

Lobão deu razão às queixas e reivindicações de Gabrielli, mas defendeu a posição do governo. "Ele fez corretamente, porque é presidente da Petrobrás, e não do Brasil", argumentou Lobão, comparando a visão da presidente Dilma à do olheiro postado na gávea do navio.

"O presidente da República tem de defender o interesse nacional, e não o localizado, de uma empresa. Cada um, no seu papel", disse.

As reclamações sobre a política de preços dos combustíveis no País não são recentes. Apesar de os preços de toda a cadeia do setor de petróleo terem sido liberados em 2002, o tratamento dado à questão sempre teve um caráter de "decisão de governo".

No ano passado, Gabrielli sugeriu várias vezes que o preço da gasolina poderia ser ajustado, por causa do alto preço do petróleo no mercado internacional. Mas o governo, principal acionista da empresa, nunca deu o seu aval.

Desvalorização. No quarto trimestre do ano passado, a Petrobrás registrou um lucro líquido de R$ 5,05 bilhões, praticamente metade do resultado apurado nos últimos três meses de 2010. O dado acabou provocando uma forte queda no valor das ações da estatal ontem na Bolsa de Valores.

Embora o mercado tenha sido pego de surpresa, o ministro de Minas e Energia afirma que o governo não se surpreendeu com o recuo de 52% no lucro da Petrobrás no último trimestre de 2011. E, segundo ele, o conhecimento dos números também não precipitou a saída de Gabrielli da presidência da estatal.

"Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Sempre tivemos Gabrielli como um bom gestor. Ele geriu bem a companhia esse tempo todo. Pegou a Petrobrás com patrimônio de R$ 20 bilhões, e deixou com algo em torno de R$ 160 bilhões", disse o ministro.

Resultado global. Lobão argumenta que essa redução do lucro "não é bem uma redução". Ele diz que, na verdade, "o que houve neste período foi um investimento maciço muito grande", mas não soube precisar os números.

"O governo prefere olhar o resultado global do ano, a esse parcial", afirmou.

O lucro da empresa no ano passado atingiu R$ 33,3 bilhões, uma queda de 5% em relação ao apurado em 2010.

O ministro voltou a insistir na tese de que Gabrielli está saindo porque tem projeto político.

"A ida dele para a Bahia já estava encaminhada porque não se constrói uma candidatura estadual encastelado na Petrobrás", afirmou.

Para sustentar sua tese de que os números não repercutiram na troca de comando, Lobão afirmou, ainda, que "esse governo não tem o hábito de lançar cargas ao mar. Aqueles que trabalham com competência são considerados", concluiu.

Fonte: Estadão