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sexta-feira, 15 de março de 2019

XADREZ DO GRANDE NEGÓCIO DO COMBATE À CORRUPÇÃO, POR LUIS NASSIF

O grande pacto nacional terá que se dar em cima da reconstrução das instituições, especialmente dos tribunais superiores e da Procuradoria Geral da República.
Os últimos dias foram históricos, de afirmação das instituições nacionais em relação a dois poderes paralelos.
Em Brasília, finalmente a Procuradora Geral da República Raquel Dodge assumiu plenamente o cargo e enquadrou o grupo da Lava Jato – que junta procuradores, juízes de direito no que se convencionou chamar de “a República do Paraná”.
Como previmos, a história da criação de uma fundação de direito privado, com controle dos procuradores da Lava Jato, visando administrar a soma inacreditável de R$ 2,5 bilhões, foi o ponto de inflexão na saga da operação. Trincou o cristal permitindo, nos próximos meses, um levantamento amplo do que ocorreu nesses anos de exercício do poder absoluto.
O segundo poder a ser enquadrado foi o das milícias, com a operação que resultou na prisão dos dois assassinos da ex-vereadora Marielle Franco.
Lava Jato e milícias, cada qual na sua área, recorriam às mesmas ferramentas de amedrontamento dos adversários, uma com vazamentos e assassinatos de reputação, outra com assassinatos físicos, mas ambas se valendo da mesma base de apoio político das milícias digitais, dentro da mesma lógica de disputa de poder. E ambas intrinsicamente ligadas ao fenômeno e ao governo de Jair Bolsonaro, pacto consolidado na assunção de Sérgio Moro como Ministro da Justiça.
Os próximos meses serão relevantes para se levantar a enorme indústria que se montou em torno do combate à corrupção e o preço pago pelo país. Por trás, desse jogo, uma  indústria que se montou mundialmente em torno do combate à corrupção.
Em maio de 2018, alertávamos aqui e também aqui sobre as grandes tacadas em andamento. Antes disso, em junho de 2017 as jogadas já eram claras.
Peça 1 – a cadeia improdutiva do combate à corrupção
Os dois elementos centrais na criação da cadeia de valor da luta anticorrupção foram os acordos de cooperação internacional e a legislação anticorrupção emplacada pelos Estados Unidos no âmbito da OCDE. Por ela, qualquer ato de corrupção envolvendo o dólar será colocado sob jurisdição norte-americana.
Com base na nova legislação, o Departamento de Justiça (DoJ) e o Departamento de Estado montaram estratégias geopolíticas, enquadrando empresas de outros países de interesse estratégico norte-americano.
O enquadramento obedece ao seguinte roteiro:
Denúncia criminal nos Estados Unidos.
Acordo de leniência impondo multas elevadas e termos de ajustamento de conduta (TACs).
Parceria com Ministérios Públicos dos países de origem das empresas.
Os TACs foram terceirizados para grandes escritórios de advocacia, com ampla influência no DoJ, que se especializaram em normas de compliance.
Em cima dessa estrutura se montou a indústria improdutiva do combate à corrupção:
Contratação dos escritórios por somas milionárias.
No caso do Ministério Público Federal brasileiro, disponibilidade de provas e testemunhas contra as estatais brasileiras, visando instruir grandes ações de indenização, bancadas pelos chamados fundos abutres.
Desmonte das empresas investigadas, visando facilitar a venda de ativos.
As grandes operações da Lava Jato abriram espaço para três escritórios de advocacia norte-americanos: a Baker McKenzie, o Hogan Lovells e o Gibson, Dunn & Crutcher.
Os três se tornaram multinacionais poderosas trabalhando as normas de conformidade da legislação norte-americana.
Peça 2 – o caso Petrobras
O total das propinas na Petrobras até hoje não foi calculado porque se faz dupla, tripla e quintupla contagem. Mas não deve ter chegado a um bilhão de reais.
O custo direto da Lava Jato à empresa, sem contar o desmonte da engenharia nacional:
* Multa no DoJ (Departamento de Justiça dos EUA): US$868 milhões;
* Indenização aos acionistas minoritários US$2,9 bilhões;
* Honorários advocatícios, mais de US$300 milhões;
* como consequência da Lava Jato já foram vendidos US$23 bilhões de ativos, desintegrando a empresa, que agora vale muito menos.
Há muitas estatais de petróleo envolvidas em corrupção. Mas nenhum grande país fez campanha contra sua própria estatal, incluindo a Pemex, o Sonangol, a Ecopetrol, a Sonatrach, a Sinopec, a Iraq National Petroleum. Nenhum Ministério Público desses países foi a Washington para acusar sua empresa de petróleo, entregando documentos e testemunhas contra ela.
Com os últimos fatos divulgados, fica claro o acerto entre a Lava Jato e Pedro Parente, presidente da Petrobras.
Parente fechou um acordo com acionistas norte-americanos que surpreendeu até grandes escritórios de advocacia instalados no Brasil. Os advogados da ação julgavam que o máximo que conseguiriam seria um acordo de US$ 1 bilhão. A Petrobras aceitou pagar US$ 2,9 bilhões para encerrar a ação, um evidente escândalo, mas que passou batido pelos templários da Lava Jato.
Ao mesmo tempo em que fechava negócios ruinosos, a Petrobras firmava um acordo com autoridades norte-americanas destinando R$ 2,5 bilhões para gestão da República do Paraná.
Peça 3 – o papel de Ellen Gracie
A Hogan chegou à Petrobras em 2012, quando o diretor jurídico da Petrobrás Venezuela S.A., Diógenes Bermudez, saiu da empresa e foi para a Hogan Lovells.
Bermudez é formado pela Universidade Central da Venezuela e com especialização na Georgetown University. Antes de ir para a Petrobras Venezuela trabalhava na PDVSA como diretor jurídico da sua subsidiária Lagoven. Quando foi para a Hogan Lovells levou junto a conta da Petrobras Venezuela e a partir de Washington, sua base hoje comanda a conta da cliente Petrobras global, um mega cliente.
Não é o único supernegócio de escritórios de advocacia com a Petrobras. Na ação junto ao Departamento de Justiça a Petrobras contratou o Baker Mackenzie, também caríssimo e outro escritório de monitoramento, de confiança do Departamento de Justiça, que fica dentro da própria empresa.
Foi contratado também o escritório de Ellen Gracie, ex-Ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) para supervisionar os serviços de compliance.
Peça 4 – o caso Embraer-Bombardier
O mesmo escritório Baker McKenzie foi contratado pela Embraer para resolver suas pendências com a Justiça norte-americana. Em 2016 fechou acordo pelo qual se comprometeu a pagar US$ 206 milhões e confessar os crimes cometidos em quatro países
Como resultado do TAC, a empresa passou a conviver com um interventor e obrigada a informar as autoridades norte-americanas sobre cada passo estratégico.
Paralelamente, assinou um TAC com a Procuradoria da República no Rio. Um dos procuradores que participou do TAC foi Marcelo Miller que, tempos depois, seria contratado pela Trench Rossi, o escritório brasileiro sócio da Baker McKenzie.
Ao mesmo tempo em que trabalhava para a Embraer, a Baker McKenzie era a consultora da Boeing e sua lobista junto ao Congresso norte-americano. Foi nessa condição que assessorou a Boeing no processo de aquisição da Embraer.
Peça 5 – o caso Eletrobras
Em 2016, a Lava Jato foi até os Estados Unidos, uma equipe chefiada pelo então Procurador Geral da República Rodrigo Janot. Lá, Janot recebeu pessoalmente de uma advogada do Departamento de Justiças as denúncias contra a Eletronorte, braço da Eletrobras que cuidava da energia nuclear.
Foi o álibi para uma intervenção ampla na Eletrobras. Para supervisionar a implementação do compliance, foi contratado o escritório de Ellen Gracie por R$ 4 milhões da Eletrobras, sem licitação. Provavelmente coube a Gracie levar o Hogan Lovells para a Eletrobras. A supervisora não definiu um contrato com começo, meio e fim, mas um contrato por horas trabalhadas. Ampliou o escopo do trabalho aumentando em cinco vezes seu valor.
Por conta desse processo, hoje em dia há um olheiro do DoJ acompanhando todos os passos da empresa, inclusive a área nuclear.
Peça 6 – o enorme pesadelo
Todo esse pesadelo se deveu à destruição das instituições brasileiras. A Lava Jato viu-se dotada de um poder absoluto. Milícias digitais, blogs de ultra direita difundiram denúncias contra Ministros do STF, inibindo sua atuação. Ao mesmo tempo, insuflavam as redes contra o STF e o Superior Tribunal de Justiça.
O STJ é um tribunal polêmico, o STF igualmente. Existem Ministros polêmicos, sim. Mas a maior ameaça ao país, o quadro que levou à barbárie e ao fenômeno Bolsonaro, foram os poderes amplos conferidos à Lava Jato, a insubordinação de juízes e procuradores de primeira instância, cada qual criando seu território de poder particular.
O grande pacto nacional terá que se dar em cima da reconstrução das instituições, especialmente dos tribunais superiores e da Procuradoria Geral da República. Será a única maneira de impedir que o país se transforme definitivamente em um grande México, sob domínio político das milícias.
GGN

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

MPT PEDE QUE GOVERNO REVEJA ACORDO EMBRAER-BOEING

Foto: Reprodução Facebook/Embraer 
O Ministério Público do Trabalho se manifestou nesta segunda-feira (14) em nota sobre a decisão da Presidência da República em não exercer o poder de veto (Golden Share) na negociação da Boeing com a Embraer. 
A alegação da governo foi que a proposta apresentada pelas duas empresas preserva a soberania e os interesses nacionais, mas os procuradores argumentam que o contrato firmado entre as duas companhias não inclui mecanismos para preservar a planta de produção de aeronaves comerciais no Brasil e a preservação de empregos e, ainda, que ambas se recusaram a assinar um acordo proposto pelo próprio MPT que previa as referidas garantias. 
"A Boeing justificou-se afirmando que 'Limitações do tipo que provavelmente seriam incluídas em um TAC [termo de ajuste de conduta] poderiam afetar a habilidade dessa nova entidade de lidar com este ciclo natural, assim como a habilidade de a nova entidade enfrentar a realidade do mercado'. Ou seja, Boeing já antevê a possibilidade de transferência da atividade produtiva para fora do país", reforçam os procuradores do Trabalho. 
O MPT arremata que a cautela da Boeing em não acatar o pedido, de incluir as medidas de proteção aos interesses nacionais, "está em sintonia com o memorando de entendimentos firmado entre as empresas sobre a possibilidade de transferência das operações da sede para o exterior". 
Em setembro, um memorando acertado em sigilo entre as duas companhias previa o controle total da nova joint venture pela norte-americana. O documento veio à luz após o procurador do Trabalho Rafael de Araújo Gomes determinar em despacho a quebra de sigilo. 
Com a decisão, ficou exposto que a Boeing teria o controle total operacional da nova empresa, chamada no memorando de NewCo. A joint venture teria um conselho administrativo, cujos membros seriam indicados pela Boeing e gerenciada por uma diretoria indicada por esse conselho. À Embraer caberia a indicação de apenas um membro como observador (sem direito ao voto). 
O procurador revelou, ainda, que "o principal objetivo da Embraer em deter a participação societária da NewCo seria o de receber dividendos". Em suma, a brasileira não teria controle da joint venture e de suas operações ou negócios. 
Isso explica porque, na última sexta-feira (11), a agência de classificação de risco Standard & Poor's colocou a Embraer - atualmente em BBB - em observação para possível rebaixamento, um dia após aprovação da proposta apresentada pelas empresas ao Governo, "evidenciando a fragilidade da Embraer em razão da venda de seu segmento mais lucrativo", arremata o MPT na nota de hoje. 
Na quinta-feira (10), o governo Bolsonaro aprovou a parceria entre as duas empresas, o que significa da liberdade para assinarem o acordo que vinha sendo tratado desde o início do ano passado, e que irá transferir o segmento da aviação comercial da companhia brasileira para uma nova empresa. Na joint venture, a Boeing terá participação majoritária (80%) e a Embraer minoritária (20%). 
O acordo inclui, ainda, a criação de uma segunda empresa para produzir o KC-390, onde a Embraer irá deter 51% da sociedade e a Boeing os 49% restantes. 
Em outubro, uma reportagem publicada no Jornal Valor mencionava as tratativas entre as duas empresas de transferir a montagem de uma linha do cargueiro militar para os Estados Unidos. 
Na nota divulgada nesta segunda, o MPT destaca que encaminhou ao Governo um "robusto documento com subsídios para análise do acordo apresentado pelas empresas", completando: 
"Considerando que a União terá ainda outra oportunidade para utilizar a Golden Share na assembleia de acionistas que deverá ser convocada para aprovar, ou não, a operação, o Ministério Público do Trabalho espera que os fatores de elevado risco aos interesses nacionais sejam até lá melhor analisados pelo Governo Federal". 
O MPT destaca que não é contra a criação de joint ventures, apenas exige que as companhias incluam no contrato garantias jurídicas e efetivas que protejam a soberania nacional para a manutenção da planta de produção de aeronaves e empregos no Brasil. 
Os procuradores do Trabalho calculam que, se isso não for feito, 26 mil empregos no país estarão em risco.
A seguir, a nota na íntegra.  
NOTA DO MPT À IMPRENSA 
Em nota, a Presidência da República informou que não pretende exercer o poder de veto (Golden Share) na negociação da Boeing com a Embraer, alegando que a proposta apresentada preservaria a soberania e os interesses nacionais. 
Considerando os possíveis e prováveis desdobramentos da negociação para a economia da região de São José dos Campos – SP, e para as famílias de 26 mil trabalhadores brasileiros que dependem, direta ou indiretamente, do setor, o Ministério Público do Trabalho vem através da presente nota externar a preocupação com a ausência de garantias jurídicas reais de preservação dos postos de trabalho e ao estímulo ao emprego de qualidade no Brasil.  
A experiência dos mercados e do setor recomenda a exigência de garantias efetivas para a afirmação empresarial de que manteria a produção no Brasil das aeronaves já desenvolvidas, bem como os atuais empregos. O documento divulgado não menciona qualquer sanção ou consequência em caso de descumprimento.  
A preocupação não é vã. As empresas recusaram assinar o acordo proposto pelo MPT que prevê as referidas garantias (Inquérito Civil 000353.2018.15.002/0). A Boeing justificou-se afirmando que “Limitações do tipo que provavelmente seriam incluídas em um TAC poderiam afetar a habilidade dessa nova entidade de lidar com este ciclo natural, assim como a habilidade de a nova entidade enfrentar a realidade do mercado”. Ou seja, Boeing já antevê a possibilidade de transferência da atividade produtiva para fora do país. 
A cautela da Boeing está em sintonia com o memorando de entendimentos firmado entre as empresas sobre a possibilidade de transferência das operações da sede para o exterior. 
Também confirma a preocupação com o segmento a avaliação da agência de classificação de risco Standard & Poor´s (S&P) que incluiu o rating da Embraer em observação para possível rebaixamento após aprovação da proposta apresentada pelas empresas ao Governo, evidenciando a fragilização da Embraer em razão da venda de seu segmento mais lucrativo.  
O elevado risco de extinção de dezenas de milhares de empregos levou o MPT a encaminhar ao novo Governo documentos que sugerem que a Boeing não possui interesse em manter a atividade econômica de montagem de aeronaves no Brasil. Trata-se de robusto documento com subsídios para análise do acordo apresentado pelas empresas. 
Considerando que a União terá ainda outra oportunidade para utilizar a Golden Share na assembleia de acionistas que deverá ser convocada para aprovar, ou não, a operação, o Ministério Público do Trabalho espera que os fatores de elevado risco aos interesses nacionais sejam até lá melhor analisados pelo Governo Federal, a fim de que se exija, soberanamente, a prestação de garantias jurídicas efetivas e concretas de que a atividade industrial e a geração de tecnologia não deixarão o país. 
GGN

sexta-feira, 6 de julho de 2018

ATÉ QUE ENFIM MPF QUESTIONA GOVERNO, EMBRAER E TCU SOBRE FUSÃO PARA NOVA EMPRESA

Foto: Divulgação - Avião da brasileira Embraer E-2 
Após a Boeing e a Embraer anunciarem a criação da joint venture, uma fusão criando uma nova empresa de aviação, o Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo pediu explicações sobre a medida de transformar a brasileira Embraer em uma nova empresa que terá 80% controlada pela Boeing. 
O pedido de providências dos procuradores faz parte de um procedimento preparatório, ou seja, uma pré-análise do MPF se irá investigar a negociação, que foi protocolado pelos deputados federais Paulo Pimenta (PT-RS) e Nelson Pelegrino (PT-BA), alegando ilegalidade e lesão aos interesses nacionais. 
As representações já havia sido ingressadas pelos parlamentares no início do ano e no dia 6 de março, o MPF-SP abriu o procedimento preparatório. Com o avanço da negociação entre as empresas de aviação brasileira e norte-americana e o anúncio nesta semana da fusão, os procuradores pediram explicações. 
O pedido foi direcionado às empresas, que segundo o MPF, não divulgou as informações completas ao órgão. Por isso, reforçou nesta quinta-feira (05) um requerimento para que a Embraer apresente o termo do acordo e um relatório da operação e andamento das negociações junto à Boeing. 
Ainda, o procurador Luiz Costa, responsável pelo caso, também pediu informações a Michel Temer, ao Ministério da Defesa e ao Tribunal de Contas da União (TCU). Apesar de as duas empresas já terem anunciado a fusão, o governo federal, que possui ações decisivas na Embraer, precisa aprovar. 
No mês passado, o Ministério da Defesa disse que a venda - sabe-se hoje do que seria 80% dos lucros da Embraer à Boeing - não lesaria a soberania nacional e que a venda ainda não estava fechada. E o TCU também disse que não possuía acompanhamento do caso. 
Agora, contudo, levanta-se a informação de que o TCU chegou a ser consultado pelo Ministério da Fazenda se o governo federal, hoje nas mãos de Temer, poderia abrir mão sem consultar o Congresso do chamado Golden Share, as ações que dão poder decisivos ao governo federal de veto em decisões da empresa. No novo pedido, o MPF também questionou tal informação.  
Do GGN

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Xadrez da indústria da leniência e do compliance, Luis Nassif

Cena 1 – o procurador que mudou de lado
Marcelo Miller era procurador de ponta no Ministério Público Federal. Bem formado, com visão liberal da economia, conhecimento do mundo dos negócios e das offshores, conduziu a Operação Norbert que, atrás de um casal de doleiros no Rio de Janeiro, acabou identificando contas da família Neves em Liechtenstein.

Indicado Procurador Geral, um dos primeiros atos de Rodrigo Janot foi trazer Miller para sua assessoria pessoal, envolvendo-o também nas investigações da Lava Jato.

Causou surpresa a notícia de que, no início de março, largou o MPF por um contrato de advogado na Trench Rossi Watanabe, um dos maiores escritórios de advocacia do país, representante do influente escritório nova-iorquino Baker McKenzie.

O escritório defende a SAAB-Scania, alvo de uma operação do MPF conduzida pelo próprio Miller, visando apurar as circunstâncias da licitação FX da FAB. Apesar de ter sido conduzida de forma transparente, a licitação caiu nas garras do MPF e transformou uma denúncia vazia em um contrato de bom valor para a Trech Rossi Watanabe.

Vamos entender um pouco melhor esse jogo e como a indústria da leniência se transformou no negócio do momento para os escritórios de advocacia.

Cena 2 – a indústria dos acordos de leniência
As práticas jurídicas, acordos de leniência, acordos de delação, estimularam uma disputa feroz entre escritórios de advocacia e empresas de auditoria em todo mundo.

É uma indústria em franca expansão, na qual as estratégias consistem em se aproximar de órgãos públicos, cooptar procuradores, advogados com influência nos órgãos de controle, empresas de auditoria, atuando muitas vezes nas três pontas: nas empresas acusadas de corrupção, nas empresas vítimas da corrupção e nos governos nacionais.

É um mundo pouco conhecido, mas que mereceria um holofote em cima, para ser melhor entendido. E o caminho é analisar alguns episódios recentes envolvendo o mais influente dos escritórios do gênero, o Baker McKenzie.

Cena 3 – o acordo de leniência da Embraer
Confira-se o que ocorreu com a Embraer.

Em outubro de 2016, a Embraer assinou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Ministério Público Federal. Era a finalização de um caso envolvendo corrupção em diversos países.

Nos Estados Unidos, a Embraer pagou mais de US$ 200 milhões de multa. No Brasil, a multa foi bem menor. Os termos do acordo geraram desconforto no MPF.

O procurador do caso era Marcelo Miller. O escritório que representava a Embraer, a Trench Rossi Watanabe; o escritório para os EUA, o Baker McKenzie.

Aqui (https://goo.gl/z8TFVb) as referências a Miller, no Brasil, e à Baker McKenzie nos Estados Unidos.

Cena 4 – o acordo de delação da JBS
A JBS decide fazer um acordo de delação com a Procuradoria Geral da República (PGR). Seu escritório é o mesmo Trench Rossi e Watanabe.

Desde fins de 2016, a JBS vinha se preparando para uma delação-bomba, que lhe permitisse arrancar um grande acordo de delação com a Procuradoria Geral da República brasileira, ao mesmo tempo em que negociava um acordo de leniência com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Um dia antes das gravações de Joesley Batista, da JBS, no presidente Michel Temer, o procurador pede afastamento do Ministério Público Federal e vai trabalhar na Trench Rossi e Watanabe.

Aqui, a forma de saída de Miller e a maneira como convenceu Janot a aceitar a delação (https://goo.gl/ubAHLX).

Miller foi contratado com salário de R$ 30 mil mensais mais bônus anual garantido de U$ 450 mil. Pouco aparece no escritório Trench Rossi Watanabe. O escritório saiu do acordo de leniência, mas continua trabalhando para a JBS em casos bastante lucrativos. O referral fee (o pagamento recebido pela indicação do cliente) do contrato é de Miller.

Nos EUA, a JBS conseguiu um acordo de leniência com o Departamento de Justiça sendo representada pela... Baker McKenzie, é claro (https://goo.gl/BiHVh4).

O procurador geral da Divisão do Ministério Público Norte Americano responsável pelo caso JBS é Trevor McFadden (https://goo.gl/jDWDBK). Onde Trevor trabalhava antes de assumir essa função? Até janeiro de 2017, na Baker McKenzie (https://goo.gl/kII9lv).

Cena 5 – as investigações na Petrobras
Odebrecht e Braskem são grandes clientes da Trench Rossi Watanabe e da Baker McKenzie. Essas informações foram omitidas da Petrobras, quando contratado para conduzir as investigações internas na empresa.

É um custo bastante alto, também omitido do site da empresa, provavelmente bem maior do que os valores recuperados pela Lava Jato.

A mesma Baker McKenzie foi contratada pela Braskem para celebrar a leniência nos Estados Unidos (https://goo.gl/vwEf7t).

Já em 2014, a Trench Rossi Watanabe foi contratada para investigações internas na Petros, o fundo de pensão da Petrobras. Nada encontrou sobre a JBS. Quem a assessorou foi a empresa de auditoria EY, autora de relatório controverso sobre a Eldorado Celulose, no qual não identificou nenhuma irregularidade (https://goo.gl/xiGvSv). Posteriormente, na delação o próprio Joesley admitiu as irregularidades (https://goo.gl/9H7afW).

Um de seus advogados era Dalton Miranda, ex-conselheiro do CARF (https://goo.gl/eUwKZI), denunciado em fevereiro de 2017 na Operação Zelotes (https://goo.gl/bifJKb). A sócia administrativa da Trench Rossi Watanabe é Simone Musa, que também contratou Marcos Neder, advogado bastante influente e controvertido que, a exemplo de Miller, passou a advogar para empresas investigadas por ele (https://goo.gl/FIId7).

Conclusão
Puxa-se uma pena, vem a galinha toda, já dizia o preclaro Ministro Gilmar Mendes.

Os dados acima são as penas e algumas partes da galinha. Indo mais a fundo, é capaz de aparecer o galinheiro completo.

Do GGN, Luís Nassif

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Sete verdades que você precisa saber sobre o João Dória

7 coisas que você precisa saber sobre João Doria.


Todas as informações contidas neste artigo são públicas e contém links e fontes que podem ser pesquisados através do Google.

Bill Gates é um dos grandes empreendedores americanos e todo mundo sabe o que a empresa dele produz. João Doria, também é tido como um dos “grandes empreendedores do Brasil”, mas nós não sabemos exatamente o que suas empresas produzem.

Sendo assim fomos pesquisar para saber qual é o “Windows” do “Grupo Doria”,  qual é o grande produto que alavancou o nome de Doria para o panteão do empreendedorismo nacional e por sua vez à prefeitura de São Paulo.

Descobrimos coisas muito interessantes sobre o prefeito. Confira abaixo!

1 – O SITE DO GRUPO DORIA AINDA ESTÁ EM CONSTRUÇÃO
Com a rotina corrida de acordar cedo pra varrer as ruas de São Paulo,  João Doria talvez ainda não tenha conseguido tempo útil para delegar que uma equipe termine o site do seu “grupo empresarial”.

De qualquer forma, o site em construção hospedado sob o endereço https://www.grupodoria.com.br/ nos deu uma pista para nossa segunda descoberta.

2 – SUA PRINCIPAL “EMPRESA”,  LIDE “GLOBAL” POSSUI UNIDADES EM 15 PAÍSES, MAS AINDA NÃO TEM SITE EM INGLÊS
Pelo site oficial do Grupo Doria nós não descobrimos exatamente o que suas empresas fazem, então seguimos para o site indicado, que parece não ser exatamente de uma empresa, mas de um “grupo de empresários”, o LIDE “uma organização de caráter privado, que reúne empresários em diversos países.” diz a publicação.

O grupo LIDE se diz “GLOBAL”, diz ter atuação em diversos países, mas ainda não possui um site em inglês. Você conhece alguma empresa ou entidade com atuação global que não tenha ao menos um website em inglês? Nós também não, mas se encontrar indique lá nos comentários.  Site:  https://www.lideglobal.com/

A curiosidade só aumentou e isso nos levou para o item a seguir.

3 – ELE VIAJA EM UM JATO PRÓPRIO QUE NÃO FOI DECLARADO AO TSE
Pesquisando as últimas notícias sobre o prefeito, descobrimos na coluna da jornalista Mônica Bergamo na Folha de São Paulo,  que ele anda viajando pelo mundo em seu jato particular. Diz a coluna: “O prefeito de São Paulo, João Doria, decidiu viajar pelo mundo, mesmo a trabalho, em seu próprio jato particular. (…)  Doria partiu em seu Legacy 650, de preço estimado em US$ 30 milhões, para visitar o papa Francisco em Roma. (…)  O jato, da Embraer, tem o prefixo PR-JDJ –as iniciais de João Doria Junior.”

No site da ANAC, descobrimos que o avião está em situação de alienação fiduciária e pertence à DORIA ADMINISTRACAO DE BENS LTDA,  que declarou um patrimônio de 34 milhões ao TSE.  O jato modelo “Embraer Legacy 650” está avaliado em aproximadamente R$ 90 milhões (US$30 milhões).

Todos os bens da declaração ao TSE somam 179 milhões e você pode acessá-la
aqui:http://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/candidato/2016/2/71072/250000004975/bens.

Só o valor do jato representa metade de todo o valor declarado, o que nos levou a nos levou pesquisar e chegar ao próximo item.

4 – SEGUNDO MATÉRIA DO ESTADÃO, ELE TAMBÉM NÃO DECLAROU 2 APARTAMENTOS EM MIAMI, UM DELES EM NOME DE UMA OFF-SHORE REGISTRADA PELA MOSSAK FONSECA, AQUELA DO PANAMA PAPERS
O apartamento também não declarado, vale US$ 11,2 milhões e fica em uma área nobre de Miami. Segundo a matéria do Estadão, o prefeito ainda possui um outro apartamento, também não declarado que vale US$ 243 mil e foi adquirido por meio de uma empresa offshore aberta pela Mossack Fonseca, empresa envolvida no escândalo do Panama Papers.

Ainda segundo a reportagem do Estadão a casa onde mora o prefeito foi subvalorizada na declaração de bens enviada ao TSE.

O imóvel declarado por R$ 12,4 milhões, valeria ao menos 3 vezes mais.
Para os advogados de Doria, a declaração de bens à Justiça Eleitoral foi feita de acordo com a lei, mas segundo os nossos cálculos ou de qualquer um que saiba fazer contas, os bens NÃO declarados somam quase o mesmo valor do que foi declarado ou seja, Doria ocultou no mínimo 50% de todos seus bens.

Fomos pesquisar então o que fazem suas empresas para arrecadar tanto e você confere no próximo item.

5 – AS EMPRESAS DE DORIA “EMPREENDEM” EM “PARCERIA” COM O ESTADO
Os seguidores do prefeito adoram falar em “Estado Mínimo” e usam como exemplo a “gestão” e “eficiência” e principalmente o corte de gastos, e nós concordamos que o dinheiro do povo não deva ser gasto com banalidades, como as revistas de coluna social que são publicadas pela Doria Editora por exemplo.

Mas as empresas do “Grupo Doria” fazem “sucesso” em muitas “parcerias” com o Estado.  São milhões de reais gastos em publicações desconhecidas por 99% das pessoas que pagam impostos no Brasil.

Segundo matéria publicada no portal UOL, os governos tucanos repassaram R$ 10,1 milhões a empresas de Doria desde 2010, porém, nem só de verba tucana vivem as empresas de “João Trabalhador”.

Com pelos menos 7 CNPJs elas aparecem como fornecedoras de diversas empresas e órgãos ligados à governos estaduais e também em pagamentos do governo federal. Você mesmo pode pesquisar jogando os CNPJs no Google e obviamente só irá encontrar o que foi publicado em portais de transparência.

Para ajudar nessa tarefa, listamos abaixo alguns pagamentos e o nome das empresas com seus respectivos CNPJs, cada um com link para a busca do Google.

Doria Administração e Eventos LTDA  – CNPJ: 01.409.348/0001-08 — É a empresa a qual está registrado o Jato Legacy 650 que não foi declarado ao TSE.

Este CNPJ aparece em diversos pagamentos do governo federal no portal da transparência como nos exemplos abaixo.

• Outras Despesas Correntes Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica   = R$ 104.249,00.

• Aluguel de imóveis próprios (????) = R$ 160.000,00
Doria Editora Ltda. –   CNPJ: 11.704.394/0001-85 — A Doria Editora, que também não tem site nem página no Facebook, possui publicações “direcionadas a leitores exigentes”, segundo perfil publicado na plataforma Issu.

“São dezesseis revistas, destas, onze direcionadas ao mundo corporativo, economia e negócios, e cinco voltadas a estilo de vida, comportamento, gastronomia, viagens e alto luxo”, ostenta a descrição.

O CNPJ ligado a editora, aparece em diversos pagamentos, em diversas empresas e órgãos estatais como a Embratur, o Banco do Brasil, os Correios , Caixa Econômica Federal, Secretaria de Comunicação do Governo de SP, lista de fornecedores do Governo de Mato Grosso,  Secretaria de Comunicação do Governo da Bahia, Ministério do Esporte, Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais,  e aparece também em listas de pagamentos da SECOM ( Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República) de 2011, durante o governo Dilma que comprou milhares de reais em exemplares da revista Fórum e Negócios.


Doria Eventos Internacionais Ltda – CNPJ: 11.460.578/0001-47 — Não tem site, nem em português, mas o CNPJ também aparece em pagamentos no Portal da Transparência.

Doria Associados Consultoria Ltda – CNPJ: 11.448.516/0001-10 — O site da empresa ( http://www.doriassociados.com.br) redireciona para o site da LIDE Global e seu CNPJ aparece como beneficiário em diversas empresas e órgãos estatais. O principal é a Agência de Desenvolvimento do Governo Paulista, Desenvolve SP.

Lide — Grupo de Líderes Empresariais –  CNPJ: 19.248.787/0001-33  — Segundo o site, que não possui versão em inglês, o Lide é um grupo de Líderes Empresariais que atua em 15 países. Seu CNPJ aparece nos pagamentos da Agência de Desenvolvimento do Governo Paulista.

D. Empreendimentos Eireli – CNPJ: 12.086.271/0001-90 — Uma empresa de empreendimentos que não possui website.

Max Marketing e Producoes Ltda – CNPJ: 47.837.885/0001-41 — Uma empresa de Marketing que não possui website.

A “influente” página do Grupo Doria no Facebook, possui apenas 11.000 curtidas e traz em seus posts as capas das revistas da editora. Os últimos posts possuem em média menos de 20 curtidas cada.

As publicações e eventos promovidos pelas empresas de Doria parecem servir apenas para alimentar e evidenciar o circulo que envolve empresários e políticos e nos levam para o próximo item.

6 – PARA UM CACIQUE DE SEU PRÓPRIO PARTIDO, DORIA NÃO PASSA DE UM LOBISTA
Em um artigo intitulado, Para conhecer melhor João Doria, Alberto Goldman um dos caciques do PSDB paulista, que já ocupou a vaga de vice-governador do Estado, diz o que em nossa pesquisa ficou bastante evidente: ”Dória se diz empresário. Tem várias empresas, é verdade, e divulga em seu material de propaganda que, através delas, é um dos principais geradores de negócios do Brasil.  No entanto, como empresas de eventos, não produzem qualquer bem ou serviço diretamente, apenas estabelecem e ampliam relações entre empresários e agentes públicos (deputados, senadores, secretários, ministros, governadores), atividade lícita que se chama de lobby.”

Como exímio lobista e marqueteiro, Doria parece não dar ponto sem nó. Criou uma verdadeira máquina que marketing e eventos, cujo principal objetivo é reunir empresários e políticos e com isso, vender seus serviços para ambos.

Assim chegou até a prefeitura de SP com a imagem de “empreendedor de sucesso” que criou através de muito marketing em suas próprias publicações e programas de TV, o que nos leva ao nosso último item.

7 — É 100% MARKETING
Mansões, jatos, festas e tudo o que o dinheiro possa comprar, formam o imaginário do “empreendedor de sucesso”, mesmo que esse sucesso dependa das verbas gordas do Estado.  O que importa é a imagem e um homem de sucesso deve ter uma adega de vinhos cinematográfica, mesmo não sendo apreciador de vinhos. Doria construiu a dele com garrafas emprestadas do consultor de vinhos.

Elídio Lopes, que virou notícia quando tentou sem sucesso reaver US$ 84 mil (cerca de R$ 265 mil) em garrafas que cedeu para a adega do prefeito.
Com essa mesma receita da adega fake, Doria começou a sua campanha para presidência da república desde o primeiro dia na prefeitura de São Paulo.

Vendendo a imagem do “não político” e do “empreendedor bem sucedido” em meio a maior crise de representatividade da história do Brasil, caiu como uma luva e encantou os patriotas que desfilaram com a camiseta da CBF, um dos maiores símbolos da esculhambação nacional.
Sua última jogada de marketing é a DronePol, um “sistema de monitoramento de segurança” feito através de drones. Para isso recebeu uma “doação” de 5 drones, 4 deles modelo DJI Phanton 4.

Segundo o site da prefeitura a doação dos equipamentos foi feita pela fabricante chinesa Dahua Technology e foi estimada em cerca de “R$ 650 mil” em equipamentos.

Cada drone DJI Phanton 4 custa US$ 1.500 cada, o que dá por volta de R$ 20.000.

O outro Drone, a nota da prefeitura diz ser da fabricante “Dahua Technology” cujo modelo é “Dahua Technology X820”, mas nós não encontramos no Google nenhum drone dessa marca à venda, sendo assim não conseguimos saber onde foi diluído esse total de “R$ 650 mil”.

Para os desatentos, a ideia parece promissora e passa a imagem de que o prefeito é antenado ao que há de mais moderno.

Porém, qualquer adolescente sabe para o que servem drones como o DJI Phantom por exemplo, cujo as baterias não duram mais de 28 minutos, uma autonomia de voo que serve apenas para fazer registros panorâmicos de imagens aéreas, pois as câmeras não possuem zoom.

Os drones de “monitoramento de segurança” de Doria, não irão monitorar nada, poderão no máximo fazer belas imagens aéreas de SP, nada mais.

PS do Viomundo: Doria é o “administrador” que teve a ideia idiota de pagar Uber para 135 mil funcionários da Prefeitura de São Paulo furarem a greve, o que representaria por baixo um gasto de alguns milhões de reais apenas nas viagens, sem contar toda a burocracia envolvida no esforço — apenas, e tão somente, para criar um factoide que o levasse às manchetes.

Doria é o “administrador” que conscientemente mandou aumentar o limite de velocidade nas marginais de São Paulo, provocando mais acidentes e mortes, segundo o Diário de S. Paulo:

No segundo mês com novos limites de velocidade nas marginais Pinheiros e Tietê, o número de registros de acidentes com vítimas aumentou 10,3% em relação ao primeiro mês e o de mortes dobrou. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), dados operacionais, anotados por seus próprios agentes, indicam que aconteceram 106 acidentes com vítimas e uma morte no período de 25 de janeiro a 23 de fevereiro. Já entre os dias 24 de fevereiro e 26 de março foram computados pela companhia 117 ocorrências com vítimas e duas mortes. Após o fechamento do balanço do segundo mês, entretanto, a CET registrou ainda mais uma morte, de um motociclista, no dia 30 de março, passando para três óbitos no período.

Ah, e joga flores pela janela do automóvel quando é lembrado disso por uma ciclista. Se considerava lixo, deveria ter depositado em uma lixeira!

Do Vi o Mundo