Ex-prefeito de São Paulo comemorou parecer do Ministério
Público para que recurso da defesa do ex-presidente seja apreciado pela 5ª
turma do STJ
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT)
destacou como "primeira boa notícia" a decisão do Ministério Público
Federal (MPF) favorável a que o recurso apresentado pela defesa do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contra a sua condenação, seja
julgado pela 5ª turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Haddad visitou
Lula nesta sexta-feira (28), em Curitiba, acompanhado do ex-prefeito de
Osasco, na Grande São Paulo, Emídio de Souza.
"Ontem, tivemos a primeira boa notícia. O MP reconheceu
o direito do presidente Lula de ter o seu recurso apreciado pela turma do STJ,
e não por um único ministro. Significa dizer que existe uma chance efetiva da
sentença condenatória ser revista pelos cinco ministro que compõem a
turma", afirmou Haddad aos militantes da Vigília Lula Livre, nos arredores
da sede da Polícia Federal, após visita ao ex-presidente.
"Existe agora essa chance de essa sentença ser revista,
o que pode fazer com que o nosso presidente esteja conosco em algum período do
próximo ano, quando o recurso vai ser apreciado", disse Haddad. Ele
atacou como "muito frágil" a sentença do ex-juiz Sérgio Moro e o agravamento da pena decidido pelo Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
"A gente quer que o processo seja analisado de acordo
com as provas apresentadas. Se tem prova, condena. Mas se não tem, tem que ter
a coragem de absolver", afirmou Haddad, que disputou o segundo turno das
eleições 2018 contra o presidente eleito Jair Bolsonaro. Segundo ele, Lula é
mantido preso "como troféu" do novo governo.
Sobre o futuro governo Bolsonaro, Haddad afirmou que é
preciso conscientizar as pessoas sobre as ameaças aos direitos civis, sociais,
trabalhistas e ambientais representadas por medidas que estão sendo anunciadas
que, segundo ele, "não vão produzir o resultado
esperado". "Estão colocando pais contra professores, a população
contra a classe artística, o produtor de alimento contra o indígena. Democracia
é conciliação, e não criar oposição onde não tinha."