domingo, 19 de janeiro de 2020

2019: O 1º ANO DE BOLSO, PERÍODO EM QUE FICAMOS MENORES

Então era isso, a modernidade, aquela que, desde Fernando Collor, dizem faltar em nosso pais?
Trocarmos os grandes debates nacionais por “tretas”? Discutirmos se a Terra é plana? Comemorarmos, como conta hoje o El País, a redução do desemprego feita com 905 mil pessoas, em 2019, terem se tornado entregadores, de moto ou de bicicleta?
É isso, é normal que, num país agoniado pela pobreza, onde os mais pobres cozinham o que têm na lenha, porque o botijão de gás ficou inacessível, as discussões de final do ano sejam a herança do Gugu e alguma outra bobagem de “celebridade”?
Em que “ter religião” é atirar coquetéis molotov em quem tem outra ou em quem não a têm?
Em que se comemora o emprego (?) em ‘bicos’ como faz-se hoje, em O Globo, com o aumento dos contratados “intermitentes”?
Ou será que ‘modernidade” em segurança e justiça seja armar-se mais, matar mais, prender mais e surrar mais?
Note que nem entrei no fato de termos um presidente idiota, grotesco, estúpido, alguém que não pode sequer, ao menos, comportar-se.
Nem no fato de ele empoderar, como príncipes, uma ninhada de energúmenos e boçais.
Isto sempre esteve aí, nas beiradas da sociedade civilizada e quem os colocou neste lugar foi gente muito bem situada, de bons modos e grandes apetites.
Este ano, como os mais recentes, fazem lembrar os selvagens que encolhem cabeças.
Os “cobradores de autocrítica” não praticam o que pregam, porque menos grave estes personagens que o embrutecimento geral a que levaram o Brasil. Reclamam dos exageros do imbecil presidente, mas não do processo que o construiu.
No fundo, acham que isso é um mal necessário para destruir dignidades, sonhos, país e, portanto, adequar o país a uma modernidade onde a única liberdade sagrada é a do dinheiro, seu verdadeiro Deus.
Do Tijolaço. Por Fernando Brito, 30/12/2019.