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quarta-feira, 24 de maio de 2017

O revanche da lava jato contra Reinaldo Azevedo ex-Veja

Na última terça-feira, meu nome foi lembrado por muita gente na internet por conta da vingança sórdida da Lava Jato contra o jornalista Reinaldo Azevedo. Antes de comentar mais esse episódio triste e danoso à democracia, porém, há que rever o meu caso pela perspectiva de mais esse jornalista pisoteado pelo arbítrio estatal vigente no país.

Vamos rever o que Azevedo escreveu sobre a investida da Lava Jato contra este blogueiro em 21 de março último.
Reinaldo não me conhece. Se conhecesse, saberia que, aqui nesta página, defendi até Fernando Henrique Cardoso e Gilberto Kassab (quando era cupincha do José Serra) por terem sido alvo de baixarias da esquerda.

O mais engraçado é que sempre que eu relatava que mantive contato com Reinaldo Azevedo durante bastante tempo, travando com ele debates sobre o que ele publicava na revista do Luiz Carlos Mendonça de Barros, a Primeira Leitura, muitos duvidavam, achavam que era invenção.

Sim, minha relação com Reinaldo era cortês. E até divertida. Certa feita, trocamos acho que uma dezena de e-mails até ele se dar por vencido no debate que travamos sobre a falta de isenção da grande imprensa e, assim, oferecer-me espaço em sua revista para eu manifestar minha posição.

Obviamente que declinei do convite, dizendo a ele que não tinha nada a dizer ao tipo de gente que lia a Primeira Leitura.

Mas o jornalista se enganou quando se queixou das críticas que venho lhe fazendo desde meados da década passada, quando a Veja o contratou.

Azevedo diz que eu o insultava. Não eram insultos, era inconformismo com a desgraça que ele estava ajudando a implantar no Brasil e que terminou por vitimá-lo. Esses cretinos que hoje ele chama de “direita xucra” foram criados por ele.

O termo “petralha”, essa tese odienta que envenenou gente de mente curta e língua comprida, ajudou a criar o caldo de cultura que exalta um bando de esbirros de uma ditadura policialesca que congrega setores do judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal, sem falar nos grupos de mídia e em partidos que, tal qual Azevedo, já começam a entender que o arbítrio nunca se basta, sempre quer mais.

Pobre Reinaldo Azevedo. Não sabia o que estava fazendo. Tão erudito, não estudou a história mais recente do país no capítulo dedicado a Carlos Lacerda, quem, como o agora ex-colunista da Veja e ex-apresentador da Jovem Pan, achou que poderia se dar bem com o arbítrio até descobrir o mesmo que seu herdeiro político-ideológico.

Lacerda, para quem não sabe, foi um jornalista e político de direita que pediu e ajudou a implantar a ditadura militar no Brasil de 1964.

Em novembro de 1966, porém, descobriu que ditaduras só são boas para os ditadores e lançou a Frente Ampla, movimento de resistência ao regime militar (1964-1985), que seria liderada por ele com seus antigos opositores João Goulart e Juscelino Kubitschek.

Lacerda foi cassado em dezembro de 1968 e levado preso para um Regimento de Cavalaria da Polícia Militar. Morreu vítima de infarto no miocárdio.

Reinaldo, como Lacerda, vibrou com o golpe, vibrou com a Lava Jato até que esta começasse a chegar perto do grupo político que ele integra, ou seja, a eterna aliança demo-tucana.

Reinaldo também é muito ligado a Gilmar Mendes e José Serra, além de Aécio Neves.

A Lava Jato havia grampeado a irmã de Aécio e flagrou uma conversa dela com Reinaldo. Uma conversa sem maior importância, mas na qual ele criticou a Revista Veja por ter publicado capa atacando o tucano.

Reinaldo fez na ligação o que vem fazendo publicamente. Nada havia contra ele. Foi uma vergonha o que a Lava Jato fez. Divulgou a gravação para o jornalista perder o emprego.

A Lei 9.296/1996 regula o uso de interceptações telefônicas em processos e determina que a gravação que não interessa à produção de provas em processo deve ser destruída. É o caso da gravação que a Lava Jato divulgou para prejudicar Azevedo.

Reinaldo diz que me defendeu mesmo sem eu merecer e que defendeu Lula do arbítrio porque é o que manda o Estado de Direito.

Perdoe-me, Reinaldo, não quero tripudiar, mas você precisa refletir que ninguém é bobo. Todo mundo sabe que você me defendeu, defendeu Lula e começou a criticar a Lava Jato porque sabia que a batata do seu grupo político estava assando.

Espero que não haja nada de mais grave envolvendo Reinaldo. E até acho que não vai haver.

Minha percepção é a de que a divulgação dessa gravação foi uma vingançazinha da Lava Jato por Reinaldo criticar a operação policialesca que está fazendo mais mal do que bem ao Brasil, pois, apesar de pegar alguns corruptos, está acabando com a economia e criando uma perigosa horda fascista que não se sabe aonde vai parar.

Reinaldo, espero que você tire uma lição de tudo isso. E espero que em seus novos empreendimentos use sua inteligência prodigiosa, seu português castiço, prazeroso de ler, para ajudar a desfazer o mal que você mesmo fez ao criar esses zumbis fascistas que acabaram se voltando contra o seu criador.

Boa sorte, Reinaldo. De coração.

Do Blog da Cidadania

terça-feira, 23 de maio de 2017

Grampo com Andréa Neves derruba Reinaldo Azevedo da Veja

Em conversa interceptada pela Polícia Federal, o jornalista Reinaldo Azevedo dialoga com Andrea Neves, irmã do senador afastado Aécio Neves, e classifica uma reportagem da revista Veja, onde trabalha, como "nojenta"; ele se referia à edição que trouxe Aécio na capa; no mesmo diálogo, ele também critica o procurador-geral da República, Rodrigo Janot; assim que a conversa foi divulgada, Reinaldo pediu demissão de Veja e disse que o grampo violou um dos pilares da democracia, que é o sigilo entre jornalistas e suas fontes: "Há uma agressão a uma das garantias que tem a profissão. A menos que um crime esteja sendo cometido, o sigilo da conversa de um jornalista com sua fonte é um dos pilares do jornalismo", escreveu, em resposta ao portal BuzzFeed.

O jornalista Reinaldo Azevedo teve uma conversa com Andrea Neves, irmã do senador afastado Aécio Neves, interceptada pela Polícia Federal, informa o portal BuzzFeed. O assunto tratado são as acusações contra Aécio contidas na delação da Odebrecht.

No diálogo, ele classificou uma reportagem da revista Veja, onde trabalha, como "nojenta". Ele se referia à edição que trouxe Aécio na capa, com o título "A vez de Aécio", que traz a acusação do empresário Alexandre Accioly, dono da academia Bodytech, de que emprestou uma conta em Cingapura para Aécio receber propina da Odebrecht.

"Aí aparece uma história maluca, que já tinha aparecido um mês atrás mais ou menos naquele site BuzzFeed, dessa conta do Accioly em Cingapura. Que era, em tese, o mesmo dinheiro da minha em Nova York, que é o tal dinheiro da [usina] Santo Antônio. É essa coisa mágica, que ninguém consegue explicar, porque que o Aécio poderia ganhar uma bolada desse tamanho numa obra que é do governo federal. [...]", comenta Andrea na conversa.

Reinaldo criticou também o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele dizia que o Janot atacava Aécio por supostas pretensões de se candidatar ao governo de Minas Gerais ou ao Senado.

Assim que a conversa foi divulgada, o colunista pediu demissão de Veja e disse que o grampo violou um dos pilares da democracia, que é o sigilo entre jornalistas e suas fontes. 

"Há uma agressão a uma das garantias que tem a profissão. A menos que um crime esteja sendo cometido, o sigilo da conversa de um jornalista com sua fonte é um dos pilares do jornalismo", escreveu.

"A PF não considerou indícios de crimes na conversa realizada entre o jornalista e sua fonte, Andrea Neves. Mesmo assim, as gravações foram anexadas pela Procuradoria-Geral da República ao conjunto de áudios anexados ao inquérito que provocou o afastamento de Aécio e a prisão da irmã", diz a reportagem do BuzzFeed.

Leia aqui o diálogo gravado e confira a íntegra da resposta de Reinaldo:

"Pela ordem:
Comecemos pelas consequências.

Pedi demissão da VEJA. Na verdade, temos um contrato, que está sendo rompido a meu pedido. E a direção da revista concordou.
1: não sou investigado;
2: a transcrição da conversa privada, entre jornalista e sua fonte, não guarda relação com o objeto da investigação;

3: tornar público esse tipo de conversa é só uma maneira de intimidar jornalistas;

4: como Andrea e Aécio são minhas fontes, achei, num primeiro momento, que pudessem fazer isso; depois, pensei que seria de tal sorte absurdo que não aconteceria;

5: mas me ocorreu em seguida: "se estimulam que se grave ilegalmente o presidente, por que não fariam isso com um jornalista que é critico ao trabalho da patota.

6: em qualquer democracia do mundo, a divulgação da conversa de um jornalista com sua fonte seria considerado um escândalo. Por aqui, não.
7: tratem, senhores jornalistas, de só falar bem da Lava Jato, de incensar seus comandantes.

8: Andrea estava grampeada, eu não. A divulgação dessa conversa me tem como foco, não a ela;

9: Bem, o blog está fora da VEJA. Se conseguir hospedá-lo em algum outro lugar, vocês ficarão sabendo.

10: O que se tem aí caracteriza um estado policial. Uma garantia constitucional de um indivíduo está sendo agredida por algo que nada tem a ver com a investigação;

11: e também há uma agressão a uma das garantias que tem a profissão. A menos que um crime esteja sendo cometido, o sigilo da conversa de um jornalista com sua fonte é um dos pilares do jornalismo".

Com informações do 247

segunda-feira, 15 de maio de 2017

O chorume vazado da lavanderia de Reinaldo e Mainard

Reinaldo e Diogo lavam roupa suja em público

"Breve apanhado de correspondência imensa revela que Diogo passou a me considerar um mau sujeito só depois de 'O Antagonista'", escreve Reinaldo Azevedo, divulgando emails do ex-amigo, que disse, num passado recente, que sua vida havia ficado "mais pobre" longe de Reinaldo.

A direita continua lavando roupa suja na internet. Neste domingo, Reinaldo Azevedo publicou em seu blog na Veja e-mails trocados com o ex-amigo Diogo Mainardi.

"Breve apanhado de correspondência imensa revela que Diogo passou a me considerar um mau sujeito só depois de 'O Antagonista', escreve Reinaldo, destacando mensagem de Diogo, num passado recente, que disse que sua vida havia ficado "mais pobre" longe de Reinaldo.

Os dois passaram a divergir desde que Reinaldo Azevedo se tornou crítico dos excessos da Lava Jato. Na última semana, Diogo mandou Reinaldo "dar a bunda" após o colunista de Veja ter criticado o juiz Sergio Moro em razão do depoimento do ex-presidente Lula. 

 Confira  aqui.

domingo, 14 de maio de 2017

Personagens de Veja e Antagonista se digladiam na mídia

Ex-amigo, Reinaldo diz que Antagonistas são detratores profissionais

Depois que Diogo Mainardi o mandou "dar a bunda" no Twitter, Reinaldo Azevedo, de Veja, conta que chegou a ser convidado por ele e por Mário Sabino, com uma "proposta irrecusável", a participar do site O Antagonista, que é metade da corretora Empiricus; ele promete, no entanto, aos leitores: "Não vou deixar de lado as questões sérias sobre o país e o mundo para me ocupar de um site, de uma corretora e de uma dupla de detratores profissionais"

O blogueiro de Veja Reinaldo Azevedo escreveu uma resposta a quem chamou de "dupla de detratores profissionais" - Diogo Mainardi e Mario Sabino -, dona do site O Antagonista, que é metade da corretora Empiricus - que faz campanha terrorista contra o ex-presidente Lula.

A resposta aconteceu depois que Mainardi mandou Reinaldo "dar a bunda". O colunista de Veja promete, no entanto, aos leitores: "Não vou deixar de lado as questões sérias sobre o país e o mundo para me ocupar de um site, de uma corretora e de uma dupla de detratores profissionais".

Confira a íntegra:

Diogo e Mario me queriam como sócio. Recusei. Então virei inimigo
Sim, eles me convidaram. E até lastimaram a minha recusa. Aí passaram a atacar um amigo, sem nem rompimento prévio. Questão de mercadores...)
  
Vejam como são as coisas. No dia 20 de abril, o site de humor & negócios "O Antagonista" — metade pertence a uma corretora chamada "Empiricus" — publicou um de seus costumeiros ataques contra mim. Escrevi um texto em resposta. E não publiquei.

Por quê? Já nos seus primeiros dias, Diogo Mainardi e Mario Sabino deixaram claro que, para se estabelecer, a página precisava investir contra mim. Em vez de ampliar, então, o espaço das ideias não esquerdistas, eles preferiram se comportar como (de)predadores de um amigo antigo, com quem nem mesmo houve rompimento formal.

Responder por quê? Minha mulher e minhas filhas eram, e são ainda, as mais firmes: "Ignore! É visível que eles o atacam só para ganhar espaço". E, mais uma vez, silenciei. Nesta quinta, diante de nova investida, dei uma resposta educada e bem-humorada. E Diogo Mainardi resolveu sacar uma arma política mortal: "Vai dar a bunda, Reinaldo".

Dizem-me que, quando o fez — sempre há alguém que conta —, a estratégia do tuitaço já estava armada. Faz sentido. Um argumento político dessa natureza merece circular nas redes. Não me importo, não! Acho é bom! Quero que saibam que esse é o melhor argumento de Diogo Mainardi e de seu Leporello.

Na sequência, vai boa parte daquele texto que não publiquei e outras coisinhas. E fiquem calmos os leitores! Não vou deixar de lado as questões sérias sobre o país e o mundo para me ocupar de um site, de uma corretora e de uma dupla de detratores profissionais.

Sócio
Os dois que agora me demonizam me chamaram para ser sócio do empreendimento. Fosse essa uma calúnia, teria como provar. Disse "não" por uma penca de razões então silenciadas. Afirmei apenas que já tinha sido patrão, que não havia gostado da experiência e que eu não estava disposto a abrir mão da segurança que tinha.

Naquele texto do dia 20, eu os (leitores) poupava de detalhes da conversa que mantive com Mario ao telefone. Agora revelo porque, acreditem, tem a sua graça. Aquele que nunca se conformou em ter deixado de ser o meu "chefe" (na cabeça dele ao menos) me fez uma proposta irrecusável (rsss), que vinha acompanhada de elogios, ainda que à moda Sabino.

Esse empedernido antagonista da razão sugeriu qual seria a tarefa de cada um: Diogo entraria com o nome (???); ele, Mario, seria o comandante-geral e cuidaria, vamos dizer, do lado empresarial; e eu escreveria — como ele disse então, "Escrever, para você, é fácil". Ainda que eu não tivesse reservas de outra natureza, não poderia aceitar um convite em que um entra com a fama, o outro se dedica a jantares e afazeres sociais, e eu, ao trabalho. Mario queria voltar a ser meu chefe, nem que, para tanto, formalmente, eu fosse um sócio.

De resto, na análise política, quem tinha e tem um nome firmado, gostem ou não, sou eu. Diogo — que escreve muito bem; não me arrependo de elogios que fiz a seu texto e os mantenho — está mais para uma celebridade. Trata-se, reitero, de algo até injusto com sua escrita — quando ele não opta por telegrafar. Mas é visível que ele gosta desse papel. Se eu tivesse topado, seria prudente que cuidasse dos textos. Diogo é muito ruim de análise. Erra todas. Sim, é um cara culto, lido. Mas nada sabe de política.

Testemunha
Fui testemunha de defesa do antigo "enfant terrible" de Veneza (está envelhecendo mal) em dois ou três processos (como não é uma delação premiada, permito-me a imprecisão). Sem que tenha havido briga ou rompimento, começaram a me atacar pouco tempo depois de inaugurada a página. Entendi: "Ou é nosso sócio ou é nosso inimigo". As pessoas fazem suas escolhas. O que falei de ambos até hoje está em arquivo. Consultem no Google. Jamais os destratei. Nem quando me transformaram num alvo diário de baixarias.

Passei a ignorá-los porque entendi que tomavam unilateralmente a decisão de romper uma amizade com o propósito de se estabelecer. Era uma disputa de mercado. Fazer o quê? Eu continuaria a fazer o meu trabalho, como continuei. Não me dedico nem ao humor nem aos negócios.

Lava Jato
Quando surgiu "O Antagonista", eu já havia tornado públicas algumas críticas à Lava Jato. A dupla viu ali a oportunidade de me atacar. Os dois se tornaram lava-jatistas fanáticos, e os que ousassem criticar esse ou aquele aspectos da operação seriam vendidos.

Era tal o ânimo de me perseguir — e parece que o meu silêncio mais lhes assanhava o ódio — que chegaram a inferir, ainda que de forma oblíqua (até onde sei), que as letras "RA" que apareciam nas notas de um aparelho celular de Marcelo Odebrecht designavam "Reinaldo Azevedo". Não. Referiam-se ao executivo da empresa "Rogério Araújo".

Sabino e a Odebrecht
Eles sabiam muito bem que nunca tive nenhuma relação com a Odebrecht ou com o Odebrecht. Não é o caso de Sabino. Quando a revista "Piauí" publicou que ele atuara por algum tempo, na condição de profissional do ramo de assessoria, como conselheiro de Marcelo, indo à sua casa, em companhia de Eduardo Campos, então governador de Pernambuco, fiquei quieto. E instruí Ricardo Jensen, que cuida dos comentários: "Não publique nada a respeito".

Está relatado na "Piauí" o que teria sido o início de Sabino em sua nova profissão:

"Aconteceu, então, que Sabino começou a trabalhar. Participava de reuniões com clientes da casa, às vezes com o patrão, às vezes sem. Já estava 'do lado de lá'. Mas mantinha o figurino antigo, inclusive na afetação de certa arrogância, comum a quase todos os jornalistas, teatral e exacerbada no caso dele. Um exemplo vazou: na reunião com o principal cliente da casa, Sabino empalideceu os presentes — Marcelo Odebrecht entre eles — ao sugerir, muito senhor de si, que a empresa deveria mudar de nome — como é que ninguém pensou nisso antes? Participava do jantar, no apartamento de Odebrecht em São Paulo, o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos, morto no ano passado."

Sabino foi hábil em espalhar a versão de que a Secretaria de Comunicação da Presidência havia exigido a sua demissão.

Questões e jantar no Gero
Não publiquei nada sobre aquela ocupação de Sabino, mas me perguntei à época e me pergunto agora o que teria feito "O Antagonista" se houvesse sido eu a me encontrar com Marcelo Odebrecht, na casa do próprio, em companhia de Eduardo Campos, que, convenham, vivo ou morto, não faz boa figura na Lava Jato. E não era um encontro de jornalista com a fonte. Era uma reunião, no fim das contas, de negócios.

Há alguns dias, sites de esquerda, históricos detratores de Mario, Diogo e Reinaldo, resolveram explorar o trecho do depoimento de um dos delatores da Odebrecht. Este afirmou ter visto Diogo no restaurante Gero, no Rio, em companhia de Aécio Neves, Alexandre Accioly e Dimas Pimenta. Nesse dia, Dimas teria se levantado da mesa e passado ao delator, segundo seu próprio testemunho, um papel com o número de uma suposta conta secreta de Accioly em Cingapura para depósito de uma parcela de dinheiro que Marcelo Odebrecht teria prometido ao então governador de Minas.

Na sequência, veio a conversa, sobre a qual não me ocupei, de que a empresa do marqueteiro de Aécio estaria na raiz de criação de "O Antagonista". Ignorei, de novo, os dois assuntos, como vocês sabem. Mais uma vez, não permiti que um só comentário vazasse a respeito. Até porque, ainda que fosse tudo verdade — Diogo nega que tenha havido o jantar —, tais eventuais ocorrências provariam o quê, além de nada? Mas me indaguei outra vez o que não teriam feito os meus ex-amigos se, em lugar de "Diogo Mainardi", o delator tivesse pronunciado as palavras "Reinaldo Azevedo".

Mais: eu não faria baixa exploração do episódio, e não estou fazendo agora, porque eu mesmo já disse aqui que a Lava Jato aplica a Aécio Neves critérios e procedimentos distintos daqueles dispensados a outros investigados. A Justiça vai dizer se ele é culpado ou inocente. Eu acho que há um trabalho deliberado e organizado de desconstrução da sua imagem. Rodrigo Janot, por exemplo, pediu a abertura de três inquéritos sobre um mesmo episódio.

Por quê? Obsessão!
Por que eles agem como agem e eu como ajo? Temos moralidades distintas, está posto. A minha não permite fazer com os dois o que a deles permite que façam comigo. E não lembro agora alguns episódios para tentar vinculá-los a isso ou àquilo. Eles se sentem bem no papel de policiais, promotores e juízes — desde que não seja do próprio comportamento. Tanto é que vivem "prendendo Lula amanhã". Eu sou jornalista.

Eles sabem o que é viver sob ataque permanente de uma tropa organizada. Lembro-me da consternação de Sabino quando os sites de esquerda publicaram que ele havia manipulado a lista de "Livros Mais Vendidos" da VEJA.

Sempre que foram atacados, saí em sua defesa. Eles preferiram se juntar aos que me atacam. Um pragmático amoral diria se tratar de "uma questão de mercado".

Acho que é coisa de mercadores.

Do 247

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Moro é viciado em si mesmo e desrespeita o devido processo legal, diz Reinaldo Azevedo ex-bajulador do juíz

Reinaldo detona moro no pânico e diz que ele é “viciado em si mesmo”
Azevedo e Moro

Jornalista Reinaldo Azevedo descascou nesta quinta-feira, 11, em críticas o juiz Sérgio Moro pela condução do depoimento do ex-presidente Lula nessa quarta-feria, 10, em Curitiba; durante participação no programa Pânico, da Jovem Pan, Reinaldo disse que Moro desrespeitou o processo legal e acabou “ajudando Lula” ao usar dois inquéritos no depoimento; “Juiz não pode ter convicção. [O que ele fez] foi para ferrar [o Lula]”, afirmou; "O Sérgio Moro, sabe o que ele é? Ele é viciado em si mesmo. É o solipsismo em português. Ele é viciado nos próprios critérios", afirmou o jornalista; assista acima.

O jornalista Reinaldo Azevedo descascou nesta quinta-feira, 11, em críticas o juiz federal Sérgio Moro pela condução do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessa quarta-feria, 10, em Curitiba. 

Durante participação no programa Pânico, da Jovem Pan, Reinaldo disse que Moro desrespeitou o processo legal no depoimento . “Moro errou no depoimento, atacou a lei e desrespeitou o devido processo legal”, afirmou Reinaldo. “Ele não pode usar em um processo elementos que são de outros processos”, acrescentou o jornalista, se referindo ao fato de Moro ter feito perguntas sobre o sítio de Atibaia que o Ministério Público atribui ao ex-presidente, e que é alvo de outra ação penal. 

Na visão de Reinaldo, Moro acabou “ajudando Lula” ao usar dois inquéritos no depoimento. “Juiz não pode ter convicção. [O que ele fez] foi para ferrar [o Lula]”, afirmou. 

"O Sérgio Moro, sabe o que ele é? Ele é viciado em si mesmo. É o solipsismo em português. Ele é viciado nos próprios critérios", afirmou o jornalista. Assista acima.

Do 247

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Moro pode prender lula para agradar sua própria torcida, diz Reinaldo Azevedo

O colunista Reinaldo Azevedo, direita raivosa, que tem adotado uma postura crítica em relação à Lava Jato, diz que o juiz Sergio Moro pode usar a delação de Léo Pinheiro para decretar a prisão do ex-presidente Lula, alegando obstrução judicial; no entanto, ele questiona a estratégia; "De certo modo, Sérgio Moro também está num impasse. A pressão de seu imenso público para que mande prender Lula é grande. Por outro lado, sabe que existe o risco de a decisão ser revista em instância superior — talvez não no TRF4 — o que não seria, certamente, positivo para a narrativa que a Lava Jato vem construindo".

O colunista Reinaldo Azevedo, que tem adotado uma postura crítica em relação à Lava Jato, diz que o juiz Sergio Moro pode usar a delação de Léo Pinheiro para decretar a prisão do ex-presidente Lula, alegando obstrução judicial.

No entanto, ele questiona a estratégia; "De certo modo, Sérgio Moro também está num impasse. A pressão de seu imenso público para que mande prender Lula é grande. Por outro lado, sabe que existe o risco de a decisão ser revista em instância superior — talvez não no TRF4 — o que não seria, certamente, positivo para a narrativa que a Lava Jato vem construindo".

Surge a chance da preventiva de Lula, como exige torcida de Moro, Reinaldo Azevedo

Léo Pinheiro diz que Lula mandou destruir provas; juiz já decretou prisão preventiva em situação semelhante. Mas o magistrado também está num impasse.

Sim, meu caros, agora sim! Dadas as escolhas do juiz Sérgio Moro e o modo como ele entende e aplica os fundamentos do direito, surgiu a possibilidade de ele decretar a prisão preventiva de Lula, uma reivindicação conhecida de seus — do juiz —  admiradores. Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS e tido como um dos amigões de Lula entre os empreiteiros, fez até agora a mais grave acusação contra ele. Já chego ao ponto. Antes, algumas considerações.

Escrevi um post hoje de manhã afirmando que Lula havia se encalacrado um pouco mais na história do sítio. Cinco delatores da Odebrecht asseguraram: era a família Lula da Silva quem cuidava da coisa. Notei, no texto, que documentos de fé pública dão conta de que o apartamento de Guarujá pertence à OAS e de que o sítio de Atibaia é propriedade de dois sócios de Lulinha, filho do ex-presidente. Quase ninguém acredita nisso. Nem eu.

E afirmei o que sabe qualquer operador do direito, que tenha um mínimo de compromisso com a verdade: apenas testemunhos e circunstâncias não seriam suficientes para manter uma condenação num tribunal superior — STJ ou STF a depender do andamento. Será preciso que o MPF produza outras provas.

Muito bem! Um desses sites obcecados por mim — no caso, é de extrema-direita; há os de esquerda — resolveu me atribuir uma torcida. Eu estaria dizendo, vejam que espetáculo!, que Lula “deve” ser absolvido justamente por ter lavado bens, oriundos da corrupção… Santo Deus! E aquele tipo de bobagem que nem errada consegue ser…

Não! Eu estava dizendo, e estou, ancorado no direito, que a prova de que Lula é dono dos imóveis terá de ser apresentada. Pode ser condenado em primeira instância; pode ser em segunda, mas não costuma bastar a um tribunal superior. Os senhores procuradores sabem disso.

A coisa ficou feia
Assim, ainda que a afirmação de Leó Pinheiro de que Lula era mesmo o proprietário possa fazer um mal imenso à sua reputação, do ponto de vista do direito, é um testemunho a mais. A prova provada, reitero, terá de ser produzida. A coisa grave do dia não está aí.

O risco da decretação da prisão preventiva está na afirmação de Léo Pinheiro, segundo quem Lula o teria orientado a destruir as provas de que a empreiteira pagava propina para o PT.

Não se esqueçam do bilhete que deu a Moro, e a outros tribunais, a justificativa para manter a prisão preventiva de Marcelo Odebrecht: “Destruir e-mail sondas”. Os defensores do empreiteiro ainda tentaram argumentar que a mensagem fora passada a um policial para que este entregasse aos advogados, que o acusado sabia que as mensagens passavam por um filtro e que, pois, não haveria lá a orientação para destruir provas; o empreiteiro estaria falando de outra coisa. Ninguém acreditou.

Com o que seria, no direito, o correspondente à licença poética na literatura, Moro pode entender que estão dados os motivos para a preventiva de Lula? Pode! A destruição de provas caracteriza “ameaça à ordem pública” e prejuízo “à instrução criminal”, dois requisitos para a decretação da prisão cautelar.
Mais: se pediu para destruir provas de casos que estão em curso, por que não estaria ainda empenhado em tal prática?

“Ah, mas Léo Pinheiro não precisa apresentar provas de que isso aconteceu?” Nessa fase, não! Basta que o juiz, com base nas circunstâncias e nos dados de que dispõe até agora, esteja convencido da necessidade. Afinal, existem as outras instâncias, não?

O passado
Léo Pinheiro já tinha dado início à sua delação premiada, vocês se lembram. Foi anulada por Rodrigo Janot. Ninguém sabe, até agora, por quê. Outra está em curso.

Cristiano Zanin, advogado de Lula, diz que Pinheiro  está mentindo e faz tais afirmações só para ter aceita a sua delação premiada. Afinal, ele está condenado a imodestos 26 anos de cadeia. Os que fizeram delação arcam, no máximo, com uns três. Seria uma troca e tanto!

Moro em um impasse
De certo modo, Sérgio Moro também está num impasse. A pressão de seu imenso público para que mande prender Lula é grande. Por outro lado, sabe que existe o risco de a decisão ser revista em instância superior — talvez não no TRF4 — o que não seria, certamente, positivo para a narrativa que a Lava Jato vem construindo.

Está claro?
Síntese das sínteses? Pois não!
1: nos dois casos em tela, apartamento e sítio, o MPF ainda tem de produzir a prova inequívoca. A minha convicção? É tudo dos Lula da Silva. Mas nem a minha convicção nem a de outros sites e blogs quaisquer condenam ou absolvem pessoas.

2: Moro tem em mãos um trunfo que, segundo os critérios que seguiu em outros casos, lhe permite decretar a prisão preventiva de Luiz Inácio Lula da Silva.

A questão agora é saber se ele terá essa coragem e se aceita correr o risco de ter a sua decisão revista.

Do 247

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Extrema-direita descontrolada já preocupa até centro-direita

Chega a ser irônico o ataque a Lula que a ex-candidata a presidente pelo PSOL Luciana Genro fez recentemente, à luz dos ataques que os psolistas de São Paulo vêm sofrendo da extrema-direita enquanto são apoiados justamente pelo PT.

Luciana escreveu em seu site:
“(…) A burocracia corrupta que aceitou ser agente dos interesses burgueses também é inimiga das necessidades do povo. A liderança de Lula não representa a esquerda – e isso deve ser dito em alto e bom som (…)”

Enquanto Genro brinca de antipetismo, seu partido, em São Paulo, sofre ataques sistemáticos do MBL, braço “armado” da extrema-direita bolsonariana e defensora de “intervenção militar”, entre outras loucuras.

As vereadoras Sâmia Bomfim e Isa Penna, ambas do PSOL paulistano, tiveram seus números de celulares expostos em redes sociais e grupos de WhatsApp para serem “convencidas” do projeto de lei “Escola Sem Partido”.

Com a sigla do Movimento Brasil Livre (MBL), que é coordenado pelo vereador Fernando Holiday (DEM), a imagem da vereadora Sâmia Bomfim e seu respectivo contato telefônico foram divulgados acompanhados dos dizeres “Escola Sem Partido. Sâmia Bomfim é a favor da doutrinação nas escolas, ajude-nos a convencê-la do contrário”.


O PSOL de São Paulo avisa que vai pedir a cassação de Holiday


Só quem parece não estar preocupado é o setor do PSOL que Luciana Genro integra e que ela diz ser “majoritário” no partido.

Em sua escalada fascista, porém, o MBL não parou por aí.

Na semana passada, o secretário de Educação de São Paulo, Alexandre Schneider, postou no Facebook crítica à ação do vereador Fernando Holiday (DEM), um dos líderes do MBL que havia visitado uma escola para denunciar o que chama de “doutrinação ideológica” à esquerda feita pelos professores.

O sindicato da categoria atacou Holiday, e o secretário endossou a crítica, afirmando que não era correto “intimidar professores”. O MBL retrucou, Schneider pediu demissão, mas o prefeito João Doria, por ora, conseguiu demovê-lo de sair.

Eis que o MBL, agora, volta suas baterias contra o governo Doria… Ou melhor, contra o secretário Schneider, acusando-o de ser “psolista”.

Ao MBL, soma-se a ofensiva da extrema-direita no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, onde a grande aposta desse movimento extremista para as eleições de 2014, Jair Bolsonaro (PSC-RJ), deu um show preocupante, difundindo racismo, defendendo armar a população e sugerindo até ataques violentos a quem não comungue com suas ideias.

Para terminar de compor esse quadro, quero dar meu depoimento sobre fatos que revelam que a centro-direita já começa a se preocupar com a ofensiva da extrema-direita.

Nas últimas semanas, após os abusos de que fui alvo por parte da operação Lava Jato, recebi solidariedade e espaço de órgãos de imprensa insuspeitos de simpática com “comunistas”, tais como a Globo e o Grupo Folha de São Paulo, que me deram espaço em matérias corretas ou até para que eu me manifestasse contra esses abusos.

Além disso, nomes como Reinaldo Azevedo ou Ricardo Noblat protestaram contra os abusos de que fui vítima.

No caso de Reinaldo, ele vem travando uma guerra particular contra o que, eufemisticamente, chama de “direita xucra”, ou seja, contra Bolsonaro e seu MBL, pois, além de ver no deputado pelo PSC fluminense um risco eleitoral para a centro-direita, que integra, parece enxergar aonde pode dar uma aventura como essa.

Os métodos da extrema-direita, ao fim e ao cabo, encontram-se com os da extrema-esquerda e seus protestos regados a quebra-quebra e cerceamento da liberdade de expressão alheia.

Nesse aspecto, a Operação Lava Jato, em sua escalada de abusos contra qualquer divergência, já começa a preocupar os moderados de esquerda, de direita e os de centro, enquanto que encanta os extremistas dos dois lados do espectro político.

De volta a Luciana Genro. Em seu artigo supracitado, ela dispara:
“(…) Sempre defendi que a Lava Jato estava cumprindo um papel positivo ao enfraquecer um sistema político corrupto e burguês (…)”.

Em 26 de março, o MBL fez uma manifestação da qual Luciana poderia ter participado, em apoio à Lava Jato.

O PSOL tem muita gente boa. As jovens vereadoras paulistanas, Luiza Erundina, Marcelo Freixo, Jean Wyllys, mas há correntes no partido que preocupam por parecerem não enxergar o avanço da extrema-direita no país.

Por conta disso, centro-esquerda e centro-direita precisam estabelecer o diálogo. Antes que seja tarde. É óbvio que não há condição de comunhão sobre políticas públicas, etc. Todavia, deve ser levado a cabo um diálogo em defesa da democracia.

Do Blog da Cidadania, Eduardo Guimarães