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domingo, 13 de maio de 2018

Autocrítica e valorização dos ACERTOS dos Governos do PT em 2 ANOS DE GOLPE, por Alexandre Tambelli

Autocrítica e valorização dos acertos conjuntamente merecem espaço no debate sobre o Governo dos trabalhadores e o Golpe de Estado e as eleições de outubro, Golpe que completou 2 anos ontem, criam anticorpos futuros, quando da retomada do Poder, para se evitar novas rupturas democráticas e encontrar equilíbrio nas ações governamentais, afinal, tivemos erros, e acertos importantes na Era petista com o Presidente Lula e com a Presidenta Dilma e não se deve crer que tudo precisará ser diferente para se ter um bom/ótimo novo Governo dos trabalhadores.
A autocrítica é um instrumento coletivo, importante no aprimoramento das nossas ações e ela é parceira de qualquer caminhada na busca de minimizar erros futuros em uma retomada do Governo Federal pela esquerda ou pela centro-esquerda, pela classe trabalhadora.
Autocrítica não se confunde com ações oportunistas que querem ocupar o espaço político do PT utilizando da máxima de que o Governo do PT não teve nada de esquerda, que dizem o manjado: - traiu a classe trabalhadora, que só apontam erros nas suas administrações no Governo Federal, que vivem dentro de um moralismo barato da honestidade a toda prova, do entendimento que não se deveria ter feito conciliação com as classes dominantes nem alianças políticas com a direita, ainda, autocrítica não se confunde com a falsa tese que todos os problemas de hoje em relação à Justiça, à sociedade e ao Governo Temer são culpa, herança do PT, pegando o partido para Cristo, e assim por diante.
Porém, autocrítica se confunde com a possibilidade de reflexão de algumas práticas governamentais e partidárias + de militantes da centro-esquerda, Governo da classe trabalhadora que não renderam resultados práticos.
Temos que retomar o Poder no futuro tinindo nas ideias novas e nas ações consequentes com conhecimento do passado próximo, impedindo, assim, novas ações que possam novamente interromper o ordenamento democrático, por motivo de a direita política existente em nosso país não conseguir vencer uma Eleição no voto. 
ERROS E ACERTOS.
1) Erros.
Devemos estudar os erros, sim!
Vejamos os principais a serem observados e minimizados/sanados no futuro:
Observar que fomos um tanto descuidados com as bases sociais periféricas e de pequenas cidades, nosso público eleitor, no que tange a levar a eles Educação Política, informação precisa de seus direitos novos via novos programas sociais e educacionais criados na Era petista, para que eles os usufruíssem na sua totalidade, para que eles os defendessem e tivessem a clareza de que quem os criou foi o Governo dos trabalhadores.
Observar ainda que nos institucionalizamos por demais e acreditamos em um Projeto de Poder que se fechou em demasia na lógica do trabalho prioritário no Executivo e Legislativo e não na junção deste trabalho com o trabalho de formiguinha diário nas periferias e pequenos centros urbanos, junto da classe trabalhadora e dos pobres, para conscientiza-los, uni-los e serem eles forças mais expressivas de transformação social, em manifestações gigantescas, e tornando um crescente o tamanho da sociedade organizada com sindicatos mais fortes, universidades públicas mais próximas da população, com movimentos sociais/identitários interferindo com mais resultados positivos em políticas públicas sociais, nos direitos civis e nos direitos humanos e com partidos políticos de esquerda arraigados em suas bases sociais.
Observar que pouco criamos canais de comunicação direta com a população, talvez, um jornal impresso diário e nacionalizado, uma TV Brasil capaz de produzir uma audiência significativa, o que acarretou uma interferência em demasia negativa da Globo & velha mídia na compreensão efetiva e defesa pelos brasileiros do Governo dos trabalhadores.
Observar, também, que fomos um tanto republicanos demais nas escolhas dos postos chaves do Judiciário e da PF, em muitos momentos nossos adversários ocuparam cargos de chefia no Judiciário como é o cargo de PGR e de Delegado-Chefe da PF, etc., indivíduos que ajudaram na nossa derrubada, sem contar a dificuldade inicial de compreensão das intenções da Lava-Jato, muito longe de ser uma Operação séria de combate à corrupção e, sim, Operação de entrega do Pré-Sal às grandes petroleiras (as 6 irmãs), de destruição da Engenharia Nacional e parte importante no processo político do Golpe da derrubada de Dilma e que não foram combatidas suas medidas antinacionais, arbitrárias e golpistas a tempo. 
E assim por diante; todos instrumentos seguros para o impedimento de tentativas golpistas, caso a direita política tentasse sair da legalidade democrática do respeito ao voto popular e à Constituição, o que ocorreu em 2016.
Estudar os erros não é autoflagelação nem esquecimento dos inúmeros acertos, é utilizar de um processo dialético, onde ao mesmo tempo em que se faz o balanço dos erros se equilibra a balança com a valorização dos acertos e se aponta as vitórias, que foram muitas e bem mais presentes que os erros nas administrações petistas. E a balança certamente penderá para o lado positivo dos acertos.
Jogar só no lado das maravilhas ou jogar só no lado dos erros é primário e inócuo. 
2) Acertos.
Lembremos, então, dos inúmeros acertos em qualidade e quantidade de beneficiados também.
Quantas políticas públicas na área social, quantos acertos na área econômica, na Geopolítica que praticamos com eficiência, não é verdade? Lembremos de ações governamentais, dos programas criados/ampliados, das leis aprovadas no Congresso, uma parte apenas das ações, programas e leis para ilustrar nossos acertos, com seus números e com resultados práticos significativos, atingindo milhões e milhões de brasileiros:
Tiramos 40 milhões de pessoas da extrema-pobreza em 13 anos de Governo, é uma vitória extraordinária, saímos do Mapa da Fome da ONU, criamos o Bolsa Família que abrangeu com Dilma mais de 14 milhões de famílias beneficiadas. 36 milhões de brasileiros ascenderam até a classe média, diminuímos a taxa de mortalidade infantil pela metade.
Criamos mais de 21 milhões de empregos com carteira assinada e 23 leis novas ligadas a direitos trabalhistas, tivemos medidas efetivas no combate ao trabalho escravo. O salário mínimo em dólares equivaleu a 3 vezes os tempos de FHC. Ao término do Governo Lula em 2010 o número de pessoas com conta bancária chegou aos 115 milhões, diante de 70 milhões em 2002.
Controlamos a inflação por 12 anos seguidos, com inflação anual média de 5,8% até 2014.
Os gastos anuais com Educação quadruplicaram, criamos várias universidades, campus e escolas técnicas e dobramos o número de universitários, PROUNI ofereceu 1,2 milhões de bolsas, o Ciência Sem Fronteiras beneficiou mais de 100 mil estudantes.
Levamos luz (quase 16 milhões de novos beneficiados com o Programa Luz Para Todos) e água para quase todos os rincões do país (mais de 1 milhão de cisternas no Nordeste).
Triplicamos o número de venda de passagens aéreas e mais do que dobramos a fabricação de automóveis.
Fizemos da Política externa brasileira, com o comando de Celso Amorim uma Política externa soberana e respeitada mundialmente.
Triplicamos as exportações.
Levamos o Brasil ao quase quinto lugar nas economias mundiais com o PIB crescendo mais de 4 vezes em 13 anos, depois de FHC nos rebaixar para o décimo quarto lugar.
Tivemos a coragem de se aproximar dos BRICS por uma Nova Ordem Mundial não-unipolar e se aproximar dos países da América latina e da África.
Descobrimos o Pré-Sal, a maior reserva de petróleo descoberta nos últimos 30 anos, e colocamos ele a produzir poucos anos depois e revitalizamos a Indústria Naval., criamos o PAC, que realizou inúmeras obras de complexidade na área de engenharia Brasil afora com investimentos que chegam a quase 2 trilhões de reais.
Criamos o Mais Médicos que atende mais de 60 milhões brasileiros carentes de saúde básica.
Criamos o Brasil Sorridente, o maior programa de saúde bucal do mundo.
Criamos o maior programa habitacional de nossa história, o Minha Casa, Minha Vida, que atingiu mais de 4 milhões de casas contratadas/construídas em 7 anos (de 2009 até 2016) beneficiando mais de 10 milhões de brasileiros.
Valorizamos sobremaneira a Agricultura Familiar via Pronaf que cresceu em investimentos nos governos petistas 400% em relação ao Governo FHC, dobramos a safra agrícola.
Fizemos mais de 70 conferências nacionais no Governo Lula, nas áreas de Saúde, Educação, Comunicação, etc.
Aprovamos a Lei Maria da Penha.
Aparelhamos as Forças Armadas e revitalizamos a Indústria da Defesa.
Aprovamos diferentes leis de combate à corrupção, fortalecemos o Judiciário criando centenas de varas da Justiça Federal, criamos um Portal de Transparência do Governo elogiado internacionalmente, investigamos a fundo o funcionalismo público, exonerando, geralmente por atos de corrupção 4.481 pessoas entre 2003 e 2013.
Tornamos a PF funcional e com equipamentos e quadros e capaz de realizar inúmeras operações.
Acumulamos reservas internacionais na casa dos 380 bilhões de dólares, diante de FHC que nos deixou reservas de 37 bilhões de dólares.
E assim por diante.
O que precisamos é deste equilíbrio de análise, a que esconde erros é primária, como, igualmente é, a que só aponta erros, esta, em muitos casos, rancorosa e personalista.
Temos 2 anos de Golpe e uma Eleição em outubro que precisamos garantir a vitória nas ruas e na batalha por #LulaLivre e #LulaCandidato, certo? Faltam 5 meses.
Devemos aprender com nossas imperfeições e erros, construir caminhos para acertos cada vez maiores das esquerdas, hoje, representada com maior força pelo PT. Não se está, numa autocrítica equilibrada culpando o PT, rebaixando o partido nem sendo aproveitador, querendo ocupar um tal “espólio” do golpeado, porque este é muito forte e competente e sabe superar as adversidades com seus mais de 20% de brasileiros que se consideram petistas e com seus 50% de apoio, ao menos, nos votos válidos em pesquisas à nova candidatura de seu líder máximo: Lula.
O PT foi golpeado do Poder, bem sabemos, porém, não quer dizer que não tenha cometido alguns erros para que o Golpe fosse efetivado.
Se sairmos da estrada da mão-única, onde se trafega somente pela crítica a quem deu o Golpe, e com uma reflexão cuidadosa dos nossos caminhos percorridos, caminhos que não impediram dos golpistas roubarem o Poder, quando retomarmos, espero que em janeiro de 2019, estaremos mais fortes e conscientes das ações práticas a serem implementadas e abertos aos desvios necessários, se alguma de nossas premissas e ações não estiverem dando o resultado prático, tanto no crescimento socioeconômico como no impedimento de novas ações jurídico-legislativas visando golpear nossa vitória no voto.
Penso ser saudável toda autocrítica, sem medo, quando honesta e voltada para a construção segura da realidade prática de transformação social com Justiça Social e desenvolvimento soberano do Brasil; é valiosa ferramenta para minimizar os erros e amplificar os acertos, precisaremos dela se a vitória vier em outubro para assumir calejados em 1 de janeiro de 2019. É ação paralela à campanha e balizadora até das propostas a serem apresentadas no programa de Governo do PT e de outras candidaturas de esquerda. 
Certamente, não é a autocrítica tola a que merecerá valor, a que não observa a realidade para produzi-la e que acredita que não há dificuldades enormes para as esquerdas no mundo atual da concentração radical do Capital, do ultra neoliberalismo mundializado, da presença mídias oligopólicas e a serviço do 1%, se tanto, do topo da pirâmide social e da política   imperialista de recolonização da América Latina, mas, também, não é mais a falta de autocrítica uma ação saudável, hoje,  já passados 2 anos do Golpe. 
Como diz o ditado: nem tanto ao céu nem tanto ao mar!
União das esquerdas em tempos de caos e adversidades é necessário e urgente, porém, não se pode crer que união seja silêncio, seja abandono de diferenças, de autocrítica, de reflexões aprofundadas dos governos petistas com a responsabilidade de saber quem é o verdadeiro adversário político, econômico e social, que claramente não é o PT.
Apontemos para o futuro sabedor do passado. Tenhamos um memorial/glossário de informações sobre como os golpistas e os Golpes sobrevivem e agem, para consultas, reavivamento instantâneo na memória e barramento no seu início de uma outra tentativa de Golpe num Futuro, pós-retomada da Democracia e do Poder por uma esquerda ou centro-esquerda e/ou defensores dos interesses nacionais e políticos e administradores não colonizados.  
E tenhamos a compreensão de que a governabilidade segura se dá no casamento das ações Institucionais no Executivo e Legislativo com a busca de levar a informação das ações governamentais à população com eficácia e junto da informação mobilizar e valorizar a militância na formação socioeducacional continuada e diária da população trabalhadora e dos pobres nos bairros onde eles residem, preferencialmente.
A população precisa se tornar uma base social popular e trabalhadora de apoio, base social de pressão parlamentar ao conservadorismo possível e voz ativa nos rumos do Governo de esquerda/centro-esquerda, base social capaz de mobilização para defende-lo nas ruas***, em caso de tentarem novos retrocessos sociais, econômicos, dos direitos humanos e civis, das causas identitárias, retrocessos no nosso desenvolvimento e na nossa garantia de Soberania no concerto das nações, etc., em suma, se tentarem um novo Golpe; pontuando que precisaremos de um tempo significativo de administração de esquerda ou centro-esquerda e progressista + defensora dos interesses nacionais para arrumar a casa, quase destruída pelas mãos de Temer, Meirelles, Moreira Franco, Moro e a Lava-Jato, STF, Pedro Parente, tucanos, etc. em 2 anos de Golpe e este tempo necessário precisa ser compreendido pelo eleitorado e compartilhada as medidas adotadas via comunicação eficaz com a população. 
*** Base social que vai além da nossa militância clássica pré e pós-impeachment: acadêmicos/intelectuais, estudantes universitários, movimentos sociais, sindicalistas, artistas e militantes e simpatizantes da esquerda partidária. É o povo trabalhador não-organizado, o povo pobre que precisamos colocar, junto da gente, nas ruas.  
Do GGN