Em
junho de 2001, o Jornal Nacional veiculava uma série de reportagens que viria a
ser premiada. Marcelo Canellas e Lucio Alves apresentavam a “Fome no Brasil”. O
dado revelado era que uma criança morria de fome no Brasil a cada cinco
minutos. Em pleno “milagre neoliberal”, como gostam de citar alguns
intelectuais e políticos de direita no Brasil, uma criança morria a cada cinco
minutos no Brasil. Vou repetir, porque penso que o número deveria ser usado em
qualquer discussão sobre política e economia de agora em diante. Ao começar a
ouvir qualquer argumento dos defensores desta hipocrisia de direita, pare e
escreva “em 2001, aos sete anos do governo FHC, uma criança morria de fome a
cada cinco minutos no Brasil”. Repita ou escreva, não importa, mas sempre
comece por esta informação. Em seguida, olhe a ginástica retórica que o
interlocutor fará e avalie se ela se encontra no campo da ignorância ou da
mácula moral insanável. Qualquer das duas opções, é uma conversa que não vale à
pena.
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segunda-feira, 10 de julho de 2017
sábado, 17 de março de 2012
Sabetai Calderoni diz se Brasil tratar o seu lixo terá retorno de US$ 10 bi ano
O lixo domiciliar, se tivesse tratamento adequado, poderia gerar recursos da ordem de US$ 10 bilhões ao País por ano, dinheiro suficiente para beneficiar a população brasileira com cestas básicas e um plano habitacional. A estimativa é do economista Sabetai Calderoni, presidente do Instituto Brasil Ambiente e do Instituto de Desenvolvimento Sustentável. Calderoni acredita que o Brasil vai conseguir captar cerca de 80% desse valor em cinco a dez anos.
Para o economista, o "processo social de amadurecimento" que o País viveu nos últimos anos pode, com a implantação da atual Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabelece, por exemplo, o fim dos lixões e a logística de retorno de embalagens e produtos usados, aumentar ainda mais os ganhos com a reciclagem de lixo no Brasil.
"A gente gasta muito menos energia, por exemplo, quando usa sucata ao em vez de usar a matéria prima virgem. É o caso da latinha de alumínio, em que eu economizo 95% da energia. Da mesma forma, economizo minha matéria prima que é a bauxita gasta-se 5 toneladas de bauxita para produção de 1 tonelada de alumínio, e ainda economizo água", disse Calderoni. Na mesma conta, o economista ainda considera o pagamento feito pelas prefeituras aos aterros, que recebem e enterram os resíduos, além dos gastos com o transporte desse material e a perda dos ganhos que a reciclagem poderia gerar.
Tanto o lixo domiciliar, quanto o entulho, produzido pela construção civil, por exemplo, poderiam ser tratados pela sistemática das centrais de reciclagem, modelo proposto por Calderoni para aumentar a lucratividade com a reciclagem de lixo no País. Para contornar custos das prefeituras com a implantação dessas unidades, a solução apontada pelo economista é a parceria com empresas. "Se fosse apenas um custo proibitivo e não valesse à pena, os empresários não teriam interesse em participar", declarou.
Mais de 150 municípios já implantaram centrais que, segundo ele, derruba, na prática, argumentos que colocam o investimento necessário para a reciclagem como o empecilho. "Caro é pegar matéria-prima, chamar de lixo, pagar caro para transportar o lixo e gastar dinheiro para alguém receber e enterrar. É não entender que o que você está chamando de lixo é um conjunto de matéria-prima preciosa", disse Calderoni.
Do Terra