O golpe
engendrado por Michel Temer, Eduardo Cunha e Aécio Neves, em conjunto
com a mídia, resultou numa vitória de Pirro que pariu Jair Bolsonaro
2018.
A guinada
direitista dos tucanos, o blábláblá neandertal contra o bolivarianismo, a
corrupção, o financiamento de “movimentos de rua” e a obsessão da imprensa,
puxada pela Globo, com o PT, resultaram na viabilização de uma alternativa
fascista indigente.
JB vai se firmando como o antiLula
prometido na Bíblia.
A nova
pesquisa DataFolha, que traz Lula na liderança novamente, registra
que Jair foi de 9% para 15% e de 8% para 14% em dois cenários,
empatando com Marina Silva.
É o segundo
nome mais lembrado espontaneamente, com 7%. Lula tem 16% e os demais, 1%.
Seu
eleitorado está concentrado em jovens de alta renda e instrução formal.
O PSDB é
sócio de Temer num governo rumo a zero de aprovação, rejeitado por 61%. As
eleições diretas são desejadas por 85%.
Aécio,
Alckmin e Serra derretem numa economia em frangalhos. Doria ultrapassa o
padrinho Geraldo pela primeira e não a última vez, mas perde para Ciro Gomes.
Bolsonaro
surfou na criminalização de Lula e da esquerda. É, como Trump, uma espécie de
outsider (de mentirinha, claro, mas engana trouxa). A extrema direita que não
tem medo de dizer seu nome.
JB vai
cometendo suas barbaridades sem ser incomodado. Volta e meia sai uma denúncia
leve, com a de que usa a cota parlamentar para fazer campanha. A Folha deu uma
vez e não tocou mais no assunto.
Em abril de
2016, depois que homenageou o coronel Ustra na votação do impeachment, Miriam
Leitão, que dorme e acorda pensando em Dilma, se indignou.
“A
democracia brasileira precisa ser defendida pelos pares do deputado Jair
Bolsonaro. O voto dele é apologia de dois crimes, fere duplamente a
Constituição. Por que não sofre um processo de cassação pelo Conselho de Ética
da Câmara dos Deputados?”, escreveu em seu blog.
Se ela e a
Globo tivessem dedicado a Jair um oitavo do tempo dedicado a destruir
Lula, talvez a situação fosse diversa.
Quantos
editoriais o Estadão dedicou ao “lulopetismo”?
Quantas
capas imbecis da Veja gritando que “Lula acabou”? A mais recente foi desmentida
pelo próprio site da revista dois dias depois.
A mera
candidatura de Bolsonaro é uma prova do fracasso do jornalismo da velha mídia.
Ele foi
adotado como herói e salvador da pátria por sites de notícias falsas, por gurus
como Olavo de Carvalho e youtubers como Joice Hasselmann. Alguns desses
jihadistas têm milhões de seguidores.
Monomaníaca,
a imprensa falhou em contar a história real de Bolsonaro. A única entrevista em
que ele falou de suas “ideias” foi para seu igual Danilo Gentili.
O resultado
foi o esperado — uma cavalgadura com a cabeça oca. Alguns trechos:
Como
presidente, você acha que o seu repertório tem que aumentar, tem que falar
sobre economia?
“Eu falo
sobre economia. Por exemplo, eu falo do nióbio, do grafeno, das riquezas do
Vale do Ribeira. (…) Mais utilizado do que o nióbio só o grafeno. (…) Nós não
podemos continuar permitindo uma exploração predatória do nióbio”.
***
Mas você já
tem um princípio de plano?
“Isso
ninguém tem, né?”
Então me
explica, por que alguém deve votar em Bolsonaro para presidente?
“Eu sou uma
pessoa autêntica. As minhas propostas podem ser até pior (sic), mas são
completamente diferente (sic).”
***
O que
garante que você não irá copiar alguns modelos do regime militar que você
elogia?
“Na
Educação, vai ser convidado um general que já tenha um comando de colégio
militar”.
Você tem
muitos opositores, talvez uns 80, 90% de Brasília é opositor seu. Se você for
presidente, como é possível governar com tanta oposição?
“Nós vamos
ter mais gente de direita no parlamento. (…) E eu acho que economia vai estar
tão debilitada até lá que teremos que partir do zero”.
****
A farsa do
impeachment deu num Bolsonaro de 7 arrobas se espichando nas entranhas do
cadáver da democracia, espancada diariamente por Michel e seus sócios, entre os
quais a mídia chapa branca.
Do DCM