Há 11 meses,
Léo Pinheiro inocentou Lula e mp não aceitou delação
Considerada
a "bala de prata" contra Luiz Inácio Lula da Silva, que seria eleito
mais uma vez para comandar o País se as eleições fossem hoje, a delação do
empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, só foi aceita depois que ele
decidiu mudar sua versão para incriminar o ex-presidente; em junho do ano
passado, a delação "travou" depois que ele inocentou Lula, segundo
apontou reportagem da Folha; também no ano passado, em agosto, a delação foi
suspensa quando vazaram trechos que incriminaram o senador Aécio Neves
(PSDB-MG), e não Lula; relembre os dois casos.
Considerada
a "bala de prata" contra Luiz Inácio Lula da Silva, que seria eleito
mais uma vez para comandar o País se as eleições fossem hoje, a delação do
empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, só foi aceita depois que ele
decidiu mudar sua versão para incriminar o ex-presidente.
Também no
ano passado, em agosto, a delação foi suspensa quando vazaram trechos que
incriminaram o senador Aécio Neves (PSDB-MG), e não Lula. Logo depois, a
revista Veja publicou um suposto trecho envolvendo o ministro Dias Toffoli, do
Supremo Tribunal Federal, o que levou o procurador-geral Rodrigo Janot a pedir
a anulação do acordo.
As
negociações do acordo de delação de Léo Pinheiro, ex-presidente e sócio da OAS
condenado a 16 anos de prisão, travaram por causa do modo como o empreiteiro
narrou dois episódios envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A freada
ocorre no momento em que OAS e Odebrecht disputam uma corrida para selar o
acordo de delação.
Segundo
Pinheiro, as obras que a OAS fez no apartamento tríplex do Guarujá (SP) e no
sítio de Atibaia (SP) foram uma forma de a empresa agradar a Lula, e não
contrapartidas a algum benefício que o grupo tenha recebido.
A versão é
considerada pouco crível por procuradores. Na visão dos investigadores,
Pinheiro busca preservar Lula com a sua narrativa.
O empresário
começou a negociar um acordo de delação em março e, três meses depois, não há
perspectivas de que o trato seja fechado.
Pinheiro
narrou que Lula não teve qualquer papel na reforma do apartamento e nas obras
do sítio, segundo a Folha apurou. A reforma do sítio, de acordo com o
empresário, foi solicitada em 2010, no último ano do governo Lula, por Paulo
Okamotto, que preside o Instituto Lula. Okamotto confirmou à PF que foi ele
quem pediu as obras no sítio.
Já a reforma
no tríplex do Guarujá, pela versão de Pinheiro, foi uma iniciativa da OAS para
agradar ao ex-presidente. A empresa gastou cerca de R$ 1 milhão na reforma do
apartamento, mas a família de Lula não se interessou pelo imóvel, afirmou ele a
seus advogados que negociam a delação, em versão igual à apresentada por Lula.
CORRIDA
Condenado em
agosto do ano passado por corrupção, lavagem de dinheiro e organização
criminosa, Pinheiro corre para fechar um acordo porque pode voltar para a
prisão neste mês, quando o TRF (Tribunal Regional Federal) de Porto Alegre deve
julgar o recurso de seus advogados.
O risco de
voltar à prisão deve-se à mudança na interpretação da lei feita pelo Supremo
Tribunal Federal em fevereiro deste ano, de que a pena deve ser cumprida a
partir da decisão de segunda instância. Ele ficou preso por cerca de seis
meses.
A decisão da
Odebrecht de fazer um acordo de delação acrescentou uma preocupação a mais para
Pinheiro.
Os
procuradores da Lava Jato em Curitiba e Brasília adotaram uma estratégia para
buscar extrair o máximo de informação da Odebrecht e OAS: dizem que só vão
fechar acordo com uma das empresas. E, neste momento, a Odebrecht está à
frente, segundo procuradores.
A OAS e o Instituto Lula não quiseram
se pronunciar.
Leia,
reportagem do 247 de agosto do ano passado, sobre a
suspensão da delação da OAS:
JANOT SUSPENDE DELAÇÃO DE LÉO
PINHEIRO, DA OAS
Reportagem
do jornal O Globo, que cita uma fonte próxima ao caso, diz que a
Procuradoria Geral da República determinou a suspensão das negociações do
acordo de delação premiada do ex-presidente da OAS e de outros executivos da
empreiteira após o vazamento de um dos assuntos tratados na fase pré-acordo de
colaboração; no fim de semana, capa da revista Veja contra o ministro do STF
Dias Toffoli teve como base a delação de Léo Pinheiro
A
Procuradoria Geral da República, comandada por Rodrigo Janot, determinou que
sejam suspensas as negociações do acordo de delação premiada do ex-presidente
da OAS Léo Pinheiro e de outros executivos da empreiteira, informa reportagem
do jornal O Globo, citando uma fonte não identificada que acompanha o
caso.
De acordo
com a matéria, Janot e outros investigadores teriam ficado irritados com o
vazamento de um dos trechos da delação de Léo Pinheiro. A revista Veja divulgou
na capa deste fim de semana denúncia contra o ministro do Supremo Tribunal
Federal Dias Toffoli, com base na delação de Léo Pinheiro.
Na
interpretação de Janot, a divulgação da reportagem teria tido o objetivo de
forçar a PGR a aceitar a delação do empreiteiro. Nas tratativas iniciais do
acordo de delação, segundo O Globo, não há citação a nenhum ministro do STF,
nem comprometimento de que haveria acusação de envolvimento de algum magistrado
em desvios do esquema da Petrobras.
Toffoli
disse não ter relação de proximidade com o ex-presidente da OAS e negou ter
recebido qualquer favor da empreiteira, como sugere a matéria de Veja (leia mais). A capa da revista também foi alvo de críticas
de jursitas (leia mais).
Do 247