Duas das mais relevantes instituições brasileiras, na área de
tecnologia, estão sendo destruídas pela organização criminosa alçada ao poder:
a CEITEC e o Inmetro. E esse crime contra o futuro está sendo aceito
passivamente pelas duas organizações que garantiram a ascensão desse grupo ao
poder: mídia e Ministério Público.
CEITEC
A CEITEC começou suas operações em 2011, sendo incumbida de
fabricar semicondutores brasileiros. A fábrica foi instalada no Rio Grande do
Sul e encara como empresa estratégica.
Durante os Governos Dilma Rousseff a empresa foi protegida de
nomeações eminentemente políticas, apesar de tentativas de várias correntes
partidárias de indicarem correligionários para lá, inclusive do PMDB (leia-se
Eliseu Padilha).
Assim que mudou o governo e o Ministério da Ciência e
Tecnologia foi assumido por Gilberto Kassab, começou o desmonte. O comando da
CEITEC foi entregue ao seu correligionário do PSD gaúcho, Darlei de Deus
Hinterholz, ex-goleiro do Grêmio.
Totalmente jejuno em temas tecnológicos, Darlei levou dois
meses para encontrar alguém nomeáveis para a presidência da empresa. Apelou
então para os profundos conhecimentos de seu chefe de gabinete, o Joca, que
tinha socirdade como uma pequena firma de informática de um certo professora da
Universidade Federal de Santa Catarina, de nome Paulo de Tarso Mendes Luna.
Em setembro de 2016 Paulo Luna tomou posse da presidência da
CEITEC, substituindo uma das maiores autoridades em semicondutores do país,
Marcelo Lubaszewski. Mais um mês para tomar pé e começam as mudanças para
acomodar a turma do deputado.
O Ministro Eliseu Padilha emplacou o diretor mais poderoso,
após o presidente: Luiz Fernando Salvatore Zacchia, que já foi preso devido a
irregularidades que cometeu à frente do DETRAN gaúcho no governo Yeda Crusius.
A tal Lei das Estatais, anunciada com alarde pelo governo
Temer, assim que assumiu, foi substituída pela lei Eliseu Padilha.
Com os dois cargos principais sob controle, o aparelhamento
foi rápido. Paulo Luna já enfiou no CEITEC quase trinta pessoas, de “soldados
rasos” (Salários de R$ 8 mil) a alto comando: dois superintendentes técnicos,
com salários de R$ 31 mil por mês e outros, na faixa de R$ 15 mil.
Curiosamente, o deputado goleiro votou duas vezes contra o
presidente Michel Temer, nas duas denúncias.
Esse quadro dantesco é de responsabilidade do Ministro
Kassab, que assumiu um mega ministério, decorrente da fusão de dois
Ministérios, com 29 estatais sob sua guarda.
O Inmetro
O Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia) é peça chave em todo
processo de normatização do país. Cabe a ele aferir de postos de gasolina a
balanças industriais, de produtos de exportação a brinquedos.
Nos últimos anos, foi submetido a um esvaziamento. Agora, o
novo presidente Carlos Augusto de Azevedo, também indicado por Kassab,
envolveu-se em operações suspeitas. Em julho, a Controladoria Geral da União
(CGU) identificou irregularidades na contratação de terceirizados. Com uma
empresa do setor de limpeza e manutenção, a Cardeal Gestão Empresarial de
Serviços, assinou um acordo no valor de R$ 3,3 milhões, sem justificativa.
Internamente, fiscais do Inmetro estão reduzindo a assinar
contratações de terceirizados, por suspeitas de irregularidade, segundo o
boletim Relatório Reservado.
No próximo ano, grande parte dos 40 laboratórios do Inmetro
serão submetidos à avalaição quadrienal do Bureau International de Poids et
Mesures (BIPM). Há grande possibilidade de que, nessa fiscallização, seja
constatado o colapso do sistema de rastreabilidade dos padrões brasileiros de
pesos e medidas.
Se o diagnóstico for de “não conformidade” para o Inmetro,
comprometerá todo o sistema de exportaçlões brasileiro, de manufaturados ao
agronegócio. O laudo do BIPM é a lei para os 58 países que integram o Bureau.
Segundo fontes ouvidas pelo boletim, "dos mais de 3,5
mil serviços prestados pela Inmetro, aproximadamente dois mil estão
suspensos. No Laboratório de Metrologia Óptica, várias atividades foram
paralisadas pela proliferação de fungos nas lentes. O Laboratório de
Elétrica tem diversos medidores fora de uso. Mais grave ainda é a situação
do Laboratório de Massas, que dá rastreabilidade aos padrões de referência
nacionais. Vários serviços de medição tiveram de ser suspensos por conta da
elevada umidade no local”.
O Inmetro é uma autarquia que cobra por seus serviços. Este
ano, deverá faturar R$ 1 bilhão. Mas sua dotação orçamentária não passa de R$
400 milhões, que estão sendo alvos de ataques por parte dos políticos.
GGN
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