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sábado, 2 de junho de 2018

COMO AFUNDA FÁCIL O DISCURSO DE QUE NA DITADURA DE 1964 NÃO HAVE CORRUPÇÃO. Por Fernando Brito

Se adiantasse alguma coisa para quem parece disposto a urrar, não a pensar, seria boa a leitura da Folha de hoje aos defensores de uma intervenção militar como forma de “restaurar a moralidade” em nosso país.
Afinal, podem não acreditar nos que viveram aqueles tempos mas, canino que é seu comportamento, hão de dar crédito a documentos estrangeiros.
Não abriram o bico com os papéis do Departamento de Estado norte-americano que revelavam os assassinatos políticos e não vão abrir com a descoberta de papéis  mantidos até agora em segredo pelo Reino Unido falando em corrupção justamente numa atividade militar: a contratação da construção de fragatas para a Marinha brasileira.
Coisa tão “cabeluda” que o governo militar brasileiro não quis receber 500 mil libras ( R$ 15 milhões, em dinheiro de hoje) oferecidos espontaneamente pelo governo de Londres como ressarcimento ao sobrepreço verificado na aquisição dos navios.
Não importa que todo mundo saiba que fortunas – e mais civis, até, que militares – se fizeram sob a ditadura, nem que tenha sido sob ela que se deteroraram as condições de segurança pública. É preciso “lembrar de um passado que não existe[1]” para tornar atraente o caminho da insensatez.
Do Tijolaço


[1] Memórias do que não houve e as do que é real. A direita brasileira – inclusive aquela que negará seguidamente que o é, nas colunas dos jornais deste país – insiste que o impasse que vivemos agora é fruto da “herança maldita” do Governo petista.