As
pesquisas eleitorais mais recentes sobre a sucessão presidencial de 2018 confirmam
tendência que já dura mais de ano de a maioria esmagadora do eleitorado dar uma
banana para os candidatos dos muito ricos e apostar nos extremos.
Nesse
aspecto, Lula e Jair Bolsonaro disputam a preferência do eleitorado enquanto
que candidatos ligados ao establishment amargam o preço da impopularidade de
Temer. Quando se fala em candidatos ligados ao establishment, obviamente que se
está falando de tucanos.
O
que mostra a preferência do eleitorado pelos tucanos é uma pesquisa realizada pela XP Investimentos que indica
Geraldo Alckmin e João Dória como os candidatos a presidente preferidos pelos
investidores do mercado financeiro.
A
mesma apuração prevê queda das ações da bolsa de valores caso Lula ou Jair
Bolsonaro conquistem um mandato presidencial.
Os
dados foram coletados na primeira semana de agosto. Foram ouvidos 168
investidores institucionais e 400 assessores das principais instituições do
mercado financeiro brasileiro.
Na
pesquisa, 42% dos operadores do mercado financeiro cravaram o nome de João
Dória como candidato preferido, enquanto que 38% preferem Alckmin. Lula ficou
com 6%, Marina Silva e Jair Bolsonaro, 3% cada. Álvaro Dias, 2%.
Se
depender do eleitorado brasileiro, porém, os banqueiros ficarão a ver navios.
Duas pesquisas eleitorais recentes mostram a mesma coisa, apesar de
apresentarem números diferentes.
No
dia 3 de agosto, pesquisa Vox Populi feita para a Central Única dos
Trabalhadores apontou melhora na imagem do ex-presidente Lula, que, nessa
pesquisa, bate os concorrentes em qualquer cenário.
O
levantamento ouviu 1999 eleitores em todos os estados e no Distrito Federal
entre 29 e 31 de julho – bem depois, portanto, de o juiz Sergio Moro determinar
a pena de nove anos e meio de prisão para Lula.
Um
dado em particular chamou atenção: continua a melhorar entre os eleitores a
percepção de que o ex-presidente é honesto. Seis meses atrás, 30% lhe atribuíam
essa característica. Na última pesquisa, o índice chegou a 35%. O petista
também foi mais bem avaliado em outros quesitos, como competência e
credibilidade.
A
pesquisa afirma ser “majoritária” a visão de que não ficou provado que o
apartamento no Guarujá pertence ao ex-presidente (42% a 32%). Afirma, também,
que Moro trata com mais rigor Lula e o PT (44% a 42%).
Nos
dois cenários mais prováveis, com Bolsonaro, Marina Silva, Ciro Gomes e Geraldo
Alckmin, no primeiro cenário, e João Doria, no segundo, Lula mostra crescimento
após a condenação por Moro.
Nas
projeções de 2º turno, Lula venceria de lavada qualquer adversário, com cerca
de 50% contra média de vinte e poucos por cento de qualquer adversário –
Alckmin, Doria, Marina ou Bolsonaro.
É
claro, porém, que os adversários de Lula dirão que a pesquisa CUT/Vox Populi é
tendenciosa – isenta são as pesquisas ligadas à mídia antipetista, para essas
pessoas. Mas, seja como for, qualquer pesquisa, seja ligada aos grandes grupos
de mídia ou a pesquisa associada à esquerda (Vox Populi) mostram a
preponderância de Lula.
O
dado importante, porém, é que uma pesquisa ligada à grande mídia acaba de
mostrar a mesma coisa que a pesquisa “petista”.
A
pesquisa Datapoder 360 foi divulgada por site criado pelo jornalista Fernando
Rodrigues, ligado umbilicalmente ao grupo Folha de São Paulo. Essa pesquisa
também mostra melhora das intenções de voto de Lula após ter sido condenado por
Sergio Moro.
A
pesquisa mostra que Lula cresceu, pontuando em agosto 31% e 32%, nos 2 cenários
testados. Em julho, antes de ser condenado à prisão pelo juiz Sérgio Moro, Lula
tinha, segundo o Datapoder 360, de 23% a 26% de intenções de voto.
Segundo
o veículo ligado ao antipetismo, “A pena imposta pelo magistrado parece ter
feito bem ao petista”.
A
pesquisa do DataPoder360 foi realizada por telefone (com ligações para
aparelhos fixos e celulares) de 12 a 14 de agosto. Foram feitas 2.088
entrevistas em 197 cidades.
Sobre
questionamentos por a pesquisa ter sido feita por telefone, O Datapoder 360 se
defende dizendo que “Os levantamentos telefônicos permitem alcançar segmentos
da população que dificilmente respondem a pesquisas presenciais”.
Em
termos técnicos, porém, pesquisa por telefone é inferior à metodologia do Vox
Populi, instituto consagrado no mercado há décadas. Mas, seja como for, a
pesquisa ligada ao antipetismo, apesar de mostrar Lula com muito menos votos
que na pesquisa “petista”, mostra a mesma coisa que ela: Lula crescendo após
ter sido condenado.
Como
se vê, a pesquisa “antipetista” diz a mesma coisa que a pesquisa “petista”, ou
seja, que Lula se fortaleceu após ter sido condenado por Moro. E mostra que, se
o petista for impedido de disputar, seus votos vão para… ninguém. Antes
de explicar o que isso significa, vejamos cenários sem Lula.
Sem
Lula na disputa, votos brancos e nulos disparam. Nos 2 cenários, o resultado é
praticamente o mesmo. Sem Lula e com Alckmin na disputa, 45% dos entrevistados
votam branco/nulo ou estão indecisos. Com Doria e sem Lula, 44% votam em
branco/nulo ou ficam indeciosos.
O
que significa isso? Que, sem Lula, seu eleitor espera uma sinalização sobre em
quem votar. De quem viria a sinalização? De Lula, obviamente.
A
pesquisa antipetista, portanto, sugere que a maioria quer votar em Lula e, se
não puder votar nele, deverá votar em quem ele indicar.
As
razões para esse cenário sobre a sucessão presidencial são fáceis de entender.
Os tucanos estão amargando a aliança com o presidente mais impopular da
história, Michel Temer. Marina Silva sofre o efeito de ter se aliado a Aécio
Neves, outro zumbi político.
Bolsonaro
é o candidato dos extremistas de direita que acreditam que ele não está
envolvido em escândalo por ser honesto e não por todos os grupos políticos
importantes e que tinham como avançar sobre o Erário terem preferido se manter
longe de sua verborragia nazifascista.
Ou
seja: se Bolsonaro não está metido em nenhum escândalo, pode ter sido por
absoluta falta de oportunidade.
O
Blog da Cidadania vinha prevendo que Lula recuperaria prestígio desde o início
de 2016, antes de sua condução coercitiva, quando o petista havia despencado na
preferência popular. A operação da Polícia Federal contra ele, em março de
2016, começou a sugerir ao público que o ex-presidente estava sendo perseguido.
Esse
processo de consolidação das candidaturas Lula e Bolsonaro deve continuar por
conta do literal apodrecimento da economia e das condições de vida dos
brasileiros. Apesar da acomodação do desastre, os brasileiros não vão ver a cor
das condições de vida a que estavam acostumados até 2014, pouco antes de a
direita midiático-judicial-policial sabotar o país.
É
o que sugere o índice Country RepTrak deste ano, segundo o Reputation
Institute.
O
Brasil despencou sete posições no ranking de países com a melhor reputação
global. O país aparece em 31º lugar na lista que inclui 55 nações de várias
partes do mundo. E agora aparece atrás de países que não costumavam ter uma imagem
internacional melhor do que ele, como Argentina (30º) e Chile (29º).
O
empobrecimento vai se acelerar devido aos cortes draconianos dos gastos
públicos, do corte nos programas sociais e, sobretudo, na reforma trabalhista,
que vai diminuir consideravelmente a qualidade dos empregos e o valor real dos
salários.
A
conclusão a que se chega é a de que a esquerda deve chegar forte à eleição de
2018. E que Lula, se não puder ser candidato, será um fortíssimo cabo
eleitoral. Até porque o juiz Sergio Moro, ao não conseguir provar a culpa do
inimigo, sugeriu aos brasileiros que Lula é vítima de um complô da elite
carnívora que infesta o Brasil.
GGN