Nenhuma dor
de cotovelo jornalística, pelo “furo” ter sido de outro e nenhuma crítica à
turma do Diogo Mainardi por publicarem, o que é antes um dever jornalístico.
Mas a
liberação dos registros de vôo do jatinho de Joesley Batista que levou
Michel Temer e Marcela – além de outras cinco pessoas – para um resort na Ilha
de Comandatuba (BA), em janeiro de 2011, transportou o então
vice-presidente para um pós-expediente em Brasília e trouxe a trupe de volta a
São Paulo para um site de extrema-direita revela algo sobre o responsável pela
investigação, o sr. Rodrigo Janot, sob a guarda de quem estão estes documentos.
Sim, porque
se trata de algo tão explosivo que não pode ser tratado com irresponsabilidade.
Ou merece ficar em sigilo para permitir que a investigação avance ou, já que o
segredo de Justiça foi levantado por Luiz Fachin, deve ser tratado abertamente.
Os
documentos são notícia e, por isso, os publico apesar do vergonhoso
“adonamento” que fizeram da imagem, que não tem direito autoral por ser,
simplesmente, uma reprodução do que é um documento público, parte integrante de
um inquérito. Mas tudo bem, a vida é dura e a propaganda é grátis.
Repito, não
se trata de um “furo” convencional, onde um repórter apura o que ninguém ainda
levantou, mas de uma “doação seletiva” de um documento processual da maior
gravidade, sob a guarda da PGR.
Não é a
primeira vez que isso acontece: há dois meses a mesma turma cobriu em tempo real o depoimento de Marcelo Odebrecht a Sérgio Moro, transmitido –
e são fortes as suspeitas de que por alguém do MP – de dentro do gabinete do
juiz, que se irritou ao ponto de parar a audiência.
Esta conexão
“antagonista” do Ministério Público com a turma de Mainardi , uma vez que não
houve reação do Procurador Geral, tem um beneplácito que autoriza a qualquer um
a dizer que é patrocinada por Rodrigo Janot.
E o coloca,
portanto, na posição de “vazador”. E como vazamento é crime, não é difícil
concluir o adjetivo a que ele passa a concorrer.
Do Tijolaço