Na
manchete de O Globo e na edição de Veja, a estrela da lama deste final de semana é o doleiro
Lúcio Funaro, que, segundo a revista, “tinha pleno conhecimento de como
funcionavam os esquemas de corrupção que abasteciam o cofre do PMDB”.
Ou
não é tudo ou é muito pouco para sustentar um acordo de delação com um escroque
no naipe de Funaro, o que levanta especulações sobre o que haverá, em relação a
ele, no relatório da Polícia Federal que será apresentado na segunda-feira,
prazo dado pelo Ministro Edson Fachin.
Certamente
não seria por conta de uma informação genérica que Funaro estaria sendo chamado
pela ribalta.
Mas
ele pode integrar uma “segunda fase” da ofensiva de Rodrigo Janot que, disse
ontem o Estadão, seria “fatiada”, para manter o fogo alto e impedir que Temer
consiga, de uma só vez, fazer a Câmara mandar sustar o processo no
Supremo Federal.
Eliane
Cantanhêde, em sua coluna de hoje, diz que, na primeira fase da
denúncia, o mais “quente” será a relação entre Temer e a JBS por intermédio do
coronel reformado João Baptista Lima, e a reforma da casa de Maristela Temer:
“Como
parecia claro desde o início, o que vai se configurando como mais grave e
concreto contra o presidente Michel Temer é a relação dele com o coronel PM
João Baptista Lima, o “coronel Lima” das delações da JBS. Por enquanto, e até
surgirem fatos novos, bem mais grave e concreto do que a mala de R$ 500 mil do
ex-assessor Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) e a fita gravada clandestinamente
por Joesley Batista.
Tudo
parece indicar que foi a JBS quem pagou a reforma da casa de uma das filhas de
Temer, em São Paulo. O dinheiro sairia da empresa sob pretexto de doação de
campanha, iria parar na empresa do coronel Lima e dali sairia para o pagamento
de arquitetos e fornecedores de material para a obra.”
Pode
ser, porque há quatro dias o Jornal Nacional explora o tema, agora com uma
intervenção do chefe de Gabinete de Temer em São Paulo numa obra no apartamento
da mãe de Marcela, Norma Tedesco.
Num
terreno pantanoso, tudo é imprevisível, menos a lama. O fato é que o destino do
país ainda seguirá por um longo tempo – cujo fim não está à vista – onde
dependemos do que alguém diz que alguém fez e outro alguém decide se devemos ou
não saber disso.
E
nada do povo poder falar por si mesmo, pelo voto.
Do Tijolaço