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terça-feira, 9 de outubro de 2018

CONHEÇA AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE BOLSONARO E HADDAD


Foto: Arquivo/Agência Brasil
Programas de governo dos presidenciáveis têm raízes distintas, especialmente para a economia e os direitos humanos. 
O Brasil viverá, no próximo dia 28, a segunda etapa da corrida eleitoral rumo ao Palácio do Planalto, com a realização do segundo turno. Pelos resultados das urnas nesse domingo (7), a escolha dos eleitores é entre o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) e o candidato Jair Bolsonaro (PSL), que atualmente tem mandato de deputado federal.
O petista tem como candidata a vice à deputada estadual pelo Rio Grande do Sul Manuela d’Ávila (PCdoB), enquanto o líder do PSL conta com o general da reserva do Exército Hamilton Mourão (PRTB) na disputa. O primeiro tem como slogan de campanha “O Brasil feliz de novo”, e o segundo, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
As duas chapas se situam em espectros distintos do cenário político: Haddad é um dos expoentes da esquerda e, portanto, liderança do campo progressista; já Bolsonaro, conhecido pelas ideias reacionárias, representa um projeto político de extrema-direita. Como consequência, os programas de governo dos dois presidenciáveis guardam diferenças fundamentais. Veja a seguir algumas delas.
Economia e emprego
Haddad, que é professor do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (DCP-USP), propõe medidas de valorização do Estado. Entre elas estão a revogação do Teto de Gastos, que limita por vinte anos os investimentos nas áreas sociais, e da reforma trabalhista, ambos de iniciativa do governo Michel Temer (MDB).
Além disso, o ex-prefeito defende o fim do atual processo de privatizações; o equilíbrio das contas da Previdência por meio da geração de empregos e do combate à sonegação; e uma reforma tributária que compreenda, entre outras medidas, isenção de Imposto de Renda (IR) para trabalhadores com renda de até cinco salários mínimos (cerca de R$ 4.770).
No que se refere ao mercado de trabalho, Haddad propõe a criação de novos postos por meio do programa Meu Emprego Novo; o retorno imediato de 2.800 grandes obras que estão paradas em todo o país; e a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida. O petista também defende o fortalecimento da Petrobras.
Já o programa econômico de Bolsonaro prevê a redução da máquina do Estado e faz acenos ao mercado com propostas como: reforma da Previdência; independência do Banco Central; privatização da maioria das estatais, concessões e venda imóveis da União.
Além disso, o candidato defende o fim do monopólio da Petrobras no que se refere ao gás natural e uma tabela de preços da estatal baseada no mercado internacional.
Para o mercado de trabalho, Bolsonaro propõe a criação de uma nova carteira de trabalho, que também terá o contrato individual prevalecendo sobre as normas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Para sindicatos e outros setores populares, a medida fragiliza ainda mais os direitos da classe trabalhadora.
Segurança
Bolsonaro propõe medidas como flexibilização da legislação sobre o porte de armas; redução da maioridade penal para 16 anos; e tipificação de “invasões de propriedades rurais e urbanas” como terrorismo.
Já Haddad defende mudanças na atual política de drogas, com observação das experiências internacionais de descriminalização e regulação do comércio de entorpecentes; aprimoramento da política de controle de armas; e integração dos serviços de inteligência.
Educação e direitos reprodutivos
Com discurso conservador, o candidato do PSL critica a educação sexual, com referência a uma suposta tentativa de “doutrinação e sexualização precoce” por parte de setores progressistas.
O programa não menciona, por exemplo, a temática do aborto, mas Bolsonaro é conhecido defensor do impedimento de alterações na atual legislação, que libera a prática apenas em casos de estupro e gravidez de anencéfalos. Ele também não faz referência aos direitos do público LGBT, mas por diversas vezes já se pronunciou publicamente com posicionamentos homofóbicos.
Haddad também não faz referência ao aborto, mas destaca a defesa do Estado laico e propõe a promoção da saúde integral da mulher para o exercício dos direitos sexuais e reprodutivos, além do fortalecimento de uma perspectiva “inclusiva, não sexista, não racista e sem discriminação e violência contra o LGBTI+ na educação e nas demais políticas públicas”.  
O petista defende a promoção da cidadania LGBT, a criminalização da LGBTfobia e a inserção desse  público no mercado de trabalho.
Outros
Haddad defende ainda medidas que favoreçam as soberanias nacional e popular; o retorno a uma “política externa altiva e ativa”, com base, por exemplo, na integração latino-americana; reformas do Estado e do sistema de Justiça; promoção da diversidade na mídia; promoção dos direitos dos idosos e das pessoas com deficiência; além da defesa dos direitos dos povos do campo, das florestas e das águas.  
Já o programa de governo de Bolsonaro se manifesta em defesa da aproximação diplomática do Brasil com países como Estados Unidos e Israel, critica países como a Venezuela e não menciona, por exemplo, o Mercosul. Ao contrário, defende “acordos bilaterais”.
O candidato do PSL também não menciona, por exemplo, em seu programa de governo, os direitos das pessoas com deficiência.
Além disso, fala em “imprensa livre e independente” sem mencionar, no entanto, a pluralidade midiática. Ao mesmo tempo, o candidato defende, em discursos e entrevistas, práticas da ditadura militar, conhecida, entre outras coisas, pelo cerceamento da liberdade de imprensa.
GGN

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Extrema-direita descontrolada já preocupa até centro-direita

Chega a ser irônico o ataque a Lula que a ex-candidata a presidente pelo PSOL Luciana Genro fez recentemente, à luz dos ataques que os psolistas de São Paulo vêm sofrendo da extrema-direita enquanto são apoiados justamente pelo PT.

Luciana escreveu em seu site:
“(…) A burocracia corrupta que aceitou ser agente dos interesses burgueses também é inimiga das necessidades do povo. A liderança de Lula não representa a esquerda – e isso deve ser dito em alto e bom som (…)”

Enquanto Genro brinca de antipetismo, seu partido, em São Paulo, sofre ataques sistemáticos do MBL, braço “armado” da extrema-direita bolsonariana e defensora de “intervenção militar”, entre outras loucuras.

As vereadoras Sâmia Bomfim e Isa Penna, ambas do PSOL paulistano, tiveram seus números de celulares expostos em redes sociais e grupos de WhatsApp para serem “convencidas” do projeto de lei “Escola Sem Partido”.

Com a sigla do Movimento Brasil Livre (MBL), que é coordenado pelo vereador Fernando Holiday (DEM), a imagem da vereadora Sâmia Bomfim e seu respectivo contato telefônico foram divulgados acompanhados dos dizeres “Escola Sem Partido. Sâmia Bomfim é a favor da doutrinação nas escolas, ajude-nos a convencê-la do contrário”.


O PSOL de São Paulo avisa que vai pedir a cassação de Holiday


Só quem parece não estar preocupado é o setor do PSOL que Luciana Genro integra e que ela diz ser “majoritário” no partido.

Em sua escalada fascista, porém, o MBL não parou por aí.

Na semana passada, o secretário de Educação de São Paulo, Alexandre Schneider, postou no Facebook crítica à ação do vereador Fernando Holiday (DEM), um dos líderes do MBL que havia visitado uma escola para denunciar o que chama de “doutrinação ideológica” à esquerda feita pelos professores.

O sindicato da categoria atacou Holiday, e o secretário endossou a crítica, afirmando que não era correto “intimidar professores”. O MBL retrucou, Schneider pediu demissão, mas o prefeito João Doria, por ora, conseguiu demovê-lo de sair.

Eis que o MBL, agora, volta suas baterias contra o governo Doria… Ou melhor, contra o secretário Schneider, acusando-o de ser “psolista”.

Ao MBL, soma-se a ofensiva da extrema-direita no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, onde a grande aposta desse movimento extremista para as eleições de 2014, Jair Bolsonaro (PSC-RJ), deu um show preocupante, difundindo racismo, defendendo armar a população e sugerindo até ataques violentos a quem não comungue com suas ideias.

Para terminar de compor esse quadro, quero dar meu depoimento sobre fatos que revelam que a centro-direita já começa a se preocupar com a ofensiva da extrema-direita.

Nas últimas semanas, após os abusos de que fui alvo por parte da operação Lava Jato, recebi solidariedade e espaço de órgãos de imprensa insuspeitos de simpática com “comunistas”, tais como a Globo e o Grupo Folha de São Paulo, que me deram espaço em matérias corretas ou até para que eu me manifestasse contra esses abusos.

Além disso, nomes como Reinaldo Azevedo ou Ricardo Noblat protestaram contra os abusos de que fui vítima.

No caso de Reinaldo, ele vem travando uma guerra particular contra o que, eufemisticamente, chama de “direita xucra”, ou seja, contra Bolsonaro e seu MBL, pois, além de ver no deputado pelo PSC fluminense um risco eleitoral para a centro-direita, que integra, parece enxergar aonde pode dar uma aventura como essa.

Os métodos da extrema-direita, ao fim e ao cabo, encontram-se com os da extrema-esquerda e seus protestos regados a quebra-quebra e cerceamento da liberdade de expressão alheia.

Nesse aspecto, a Operação Lava Jato, em sua escalada de abusos contra qualquer divergência, já começa a preocupar os moderados de esquerda, de direita e os de centro, enquanto que encanta os extremistas dos dois lados do espectro político.

De volta a Luciana Genro. Em seu artigo supracitado, ela dispara:
“(…) Sempre defendi que a Lava Jato estava cumprindo um papel positivo ao enfraquecer um sistema político corrupto e burguês (…)”.

Em 26 de março, o MBL fez uma manifestação da qual Luciana poderia ter participado, em apoio à Lava Jato.

O PSOL tem muita gente boa. As jovens vereadoras paulistanas, Luiza Erundina, Marcelo Freixo, Jean Wyllys, mas há correntes no partido que preocupam por parecerem não enxergar o avanço da extrema-direita no país.

Por conta disso, centro-esquerda e centro-direita precisam estabelecer o diálogo. Antes que seja tarde. É óbvio que não há condição de comunhão sobre políticas públicas, etc. Todavia, deve ser levado a cabo um diálogo em defesa da democracia.

Do Blog da Cidadania, Eduardo Guimarães