O
cientista político e professor da FESPSP Aldo Fornazieri criticou o que chamou
de "parcialidades" da Operação Lava Jato e avalia que a investigação,
embora tenha um papel importante no combate à corrupção, "se perdeu".
"A
Lava Jato tem duas faces, paradoxais e contraditórias. A primeira é que ela é
uma operação necessária para combater a corrupção, porque os níveis de
corrupção no Brasil sempre foram muito altos e ninguém nunca tinha enfrentado a
corrupção como agora", afirmou, em entrevista aos jornalistas Gisele
Federicce e Paulo Moreira Leite, transmitida pela TV 247. Assista AQUI.
"Por
outro lado, ela se perdeu. Ela se perdeu nas parcialidades, na ação
persecutória do Moro e de procuradores contra o Lula", acrescentou
Fornazieri. Para ele, "o Moro agiu politicamente em todo o processo".
"Ele foi copartícipe do processo do golpe, não tenho dúvidas disso",
ressaltou.
"Quando
ele divulgou os grampos à revelaria da lei, é um golpe. É vergonhosa a atuação
dele. Quantas vezes ele foi pego confraternizando com Aécio Neves, com o
próprio Temer. Num país sério, minimamente democrático, um juiz nunca teria
esse tipo de conduta", recordou o professor.
Ele
faz uma crítica à esquerda sobre sua reação ao golpe que tirou Dilma Rousseff
do poder. "Se houve golpe, tinha que haver luta. A esquerda não se
preparou para essa luta", avaliou. Em sua avaliação, "a esquerda
contribuiu para o golpe".
"Do
alto de sua arrogância, eles deixaram de lidar com a noção do amigo inimigo. Na
política nunca se pode deixar de lidar, porque você está cercado de
inimigos", descreveu, sobre os integrantes do governo Dilma.
Sobre
2018, ele afirma que o "novo" não necessariamente é a solução para o
Brasil, e que o mais importante é o programa de governo. "Podemos ter um
novo complicado, um novo como Doria, um novo como Bolsonaro, ou mais algum
empresário que possa se viabilizar e se catapultar neste momento de
desesperança", alerta.
O
ideal, diz ele, é "formar uma frente progressista, com sangue novo ou
não". "O que importa é que se discuta um programa. Um programa que
aponte um novo caminho para o Brasil, um caminho estratégico". O Lula vai
ser candidato com qual programa? Só pela figura do Lula?", questiona.
"O
mais importante é a unidade, porque a fragmentação favorece aqueles que deram o
golpe", ressalta. Assista abaixo à íntegra da entrevista:
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