Que me perdoem os estrategistas políticos, os defensores da
realpolitik, mas Temer, não! Definitivamente, não!
Pouco importa se parte da esquerda quer que fique, pois até
as eleições de 2018, Temer será a melhor alternativa para desmoralizar o
golpismo. Pouco importa se oparte do mercado acha que sua queda, agora, poderia
consagrar Rodrigo Maia, dar fôlego ao desmonte e prorrogar eleições. Pouco
importa se sua queda afetar a economia, der algum fôlego a mais para os
golpistas, se desmanchar táticas políticas ou facilitar novos golpes.
Mas Temer, não!
Sua saída é a condição essencial para o país recuperar um
mínimo da dignidade perdida. Temer é a suprema humilhação. Jamais houve um
presidente tão explicitamente desonesto, tão grotescamente medíocre, cercado
por uma turba que representa o que de pior a política produziu.
Perto de Temer, Sarney era um estadista, Figueiredo, um
intelectual, Collor, um democrata. Cada um, a seu modo, trazia um mínimo da
responsabilidade institucional do cargo. Temer, não! Seu horizonte é apenas a
do saque sistemático, da barganha permanente, do troca-troca degradante, das
malas cheias de dinheiro negociadas em pleno exercício da Presidência.
Como é possível aceitar como presidente um impostor que, no
mesmo dia que assume o cargo leva para dentro do Palácio seus operadores
pessoais?
Qualquer tentativa de resgatar minimamente a honra nacional
passa pela saída e posterior processo, julgamento e prisão de Michel Temer. Ele
conseguiu igualar o país aos piores momentos do México, aos piores ditadores da
América Central, aos piores criminosos que assumiram nesgas de poder na América
Latina.
Em qualquer parte do mundo, o Brasil não é mais a terra de
Pelé, Jobim, de Villa ou Gilberto Freyre, a terra da música, das festas, da
amizade. É a terra presidida por Michel Temer!
Enquanto Temer permanecer, será vista como uma nação ferida,
controlada por uma organização criminosa, presidida pelo mais medíocre e
inescrupuloso governante da história, engatando uma marcha a ré fulminante.
Cada dia de vida política de Temer representa anos de perdas e atrasos para o
país, a desmoralização das instituições, a radicalização da política.
Não dá para conviver com um presidente flagrado negociando
favores com um empresário reconhecidamente corrupto. Não adianta a banda da
mídia financiada pela Secom sustentar que nada havia nos diálogos gravados que
deixasse explícita a concordância de Temer com o cala-boca de Joesley a Cunha.
O que havia nas gravações era algo muito mais grave: Temer indicando seu
operador; Rodrigo Loures, e o operador saindo com uma mala cheia de dinheiro
entregue pela JBS.
Agora, a informação de que um dia depois de receber R$ 1
milhão da JBS, Temer adquiriu terrenos em condomínios valiosos.
As ameaças à democracia não estão nos conflitos entre Supremo
e Congresso. Está na explicitação ampla, acima de qualquer dúvida, da
desonestidade pessoal e política do homem que sentou na cadeira da Presidência
da República, que passou a representar o país nos fóruns mundiais, um político
desonesto, que se valeu da política para enriquecer, continuou praticando
atos suspeitos no exercício da Presidência. A distribuição de emendas
orçamentárias, de decretos, o aparelhamento de órgãos técnicos, tudo isso em um
processo vergonhoso de barganha política.
Por tudo isso, Temer, não!
Do GGN