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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Tudo bem plantar provas na casa de Lula, desde que verdadeiras

Reportagem de O Globo reduz a suspeita de que a Polícia Federal plantou documentos na residência de Lula, durante operação de março de 2016, a um debate sobre a "autenticidade" dos papéis

Uma reportagem divulgada pelo jornal O Globo nesta quinta (15) virou mais um capítulo na saga de conflitos alimentados pela velha mídia em relação ao ex-presidente Lula. O jornal reduziu as suspeitas de que agentes da Lava Jato plantaram provas em um dos endereços do petista a uma discussão jurídica sobre a "autenticidade" desses documentos. 

A informação, que tem potencial para criar um escândalo e macular as instituições envolvidas na persecução penal de Lula, virou questão secundária. É como se o jornal dissesse que tudo bem plantar provas na casa de Lula. O importante é que o petista não tenha condições de provar que esses documentos são falsos.

Na publicação, O Globo diz que embora Lula tenha "insinuado" em seu último depoimento a Sergio Moro que a Polícia Federal pode ter plantado provas em sua casa, "a autenticidade dos papéis não foi questionada por sua defesa quando o material foi incluído no processo judicial há mais de um ano".

Para construir essa reportagem, O Globo se aproveitou do fato de que os documentos encontrados pela PF e usados para interrogar o petista na última quarta (13), em Curitiba, não fazem parte de um pacote de provas questionadas pela defesa de Lula em um "incidente de falsidade". 

Mas são pontos distintos, embora truncados: uma coisa é a defesa questionar documentos possivelmente falsos como, por exemplo, rascunhos e papéis apócrifos que foram anexados aos autos como se fossem agendas da Odebrecht. Outra coisa é a possibilidade de agentes da Lava Jato terem plantado provas, ainda que lícitas, em endereços ligados ao ex-presidente.

 O GGN e o DCM fizeram uma parceria inédita para investigar a indústria da delação premiada na Lava Jato. Quer colaborar? Clique aqui

 INCIDENTE DE FALSIDADE

 O GGN reportou, na quinta (14), que uma das razões para Lula ter deixado de responder a uma série de questões feitas pelos procuradores e juiz de Curitiba foi o fato de que eles pediram explicações sobre documentos que precisam ser periciados. Leia mais aqui.

A reportagem de O Globo ainda tentou gerar polêmica afirmando que o advogado Cristiano Zanin "não soube explicar por que não relatou, durante o processo, dúvidas sobre a validade desses documentos" que Lula desconhece e sugere que foram plantados.

Em nota aberta à imprensa, Zanin disse que isso não corresponde à verdade dos fatos, uma vez que ele explicou à reportagem de O Globo que, pela lei, Lula tinha direito de fazer o apontamento sobre a idoneidade dos documentos e relatar as suspeitas em relação à PF no momento de sua autodefesa, ou seja, diante de Moro.

"Jamais tive, direta ou indiretamente, com o jornalista, qualquer posicionamento ou conversa que permitisse a seguinte afirmação: “Ele não soube explicar por que não relatou, durante o processo, dúvidas sobre a validade desses documentos”, disse Zanin. "A reportagem não tratou de forma factualmente correta o posicionamento recebido pelo jornalista responsável por parte da defesa do ex-presidente", avaliou.

DOCUMENTOS PLANTADOS

Os documentos questionados por Lula dizem respeito à compra de um prédio que seria oferecido pela Odebrecht para a construção de seu instituto. O petista admitiu a Moro que visitou o espaço, mas afirmou não ter aceitado a oferta por achar o empreendimento inadequado.

A procuradora Isabel Vieira quis saber detalhes desses documentos, ao que Lula respondeu: "Tenho muita suspeita de cópia. Se a senhora tivesse me dito que estava no meu e-mail, no meu computador, eu dava um valor. Mas uma cópia de um documento na minha casa. Quem é que achou isso? A Polícia Federal?"

E continuou: "Deixa eu lhe falar uma coisa, querida: eu, hoje, passados todos esses meses, tenho muita suspeita do comportamento da Polícia Federal nessas ocupações (operações). Por isso, eu não posso dar crédito à cópia de um e-mail", acrescentou.

A Moro, Lula foi ainda mais direto: "Eu não sei o que encontraram na minha casa, doutor. Entraram às seis horas da manhã, num escritório na minha casa. Faz exatamente 20 anos que moro naquela casa e 20 anos que não entro naquele escritório. Eu diria que era quase um lugar de jogar tranqueira, de jogar papéis e mais papéis. O fato de ter encontrado isso num escritório na minha casa não significa que eu tenha conhecimento ou que eu tenha visto. Até porque não sou obrigado a acreditar que foi encontrado na minha casa."

GGN

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Lúcio Funaro é a bomba da vez, diz velha mídia O Globo e Veja

Na manchete de O Globo e na edição de Veja, a estrela da lama deste final de semana é o doleiro Lúcio Funaro, que, segundo a revista, “tinha pleno conhecimento de como funcionavam os esquemas de corrupção que abasteciam o cofre do PMDB”.

Ou não é tudo ou é muito pouco para sustentar um acordo de delação com um escroque no naipe de Funaro, o que levanta especulações sobre o que haverá, em relação a ele, no relatório da Polícia Federal que será apresentado na segunda-feira, prazo dado pelo Ministro Edson Fachin.

Certamente não seria por conta de uma informação genérica que Funaro estaria sendo chamado pela ribalta.

Mas ele pode integrar uma “segunda fase” da ofensiva de Rodrigo Janot que, disse ontem o Estadão, seria “fatiada”, para manter o fogo alto e impedir que Temer consiga, de uma só vez, fazer a Câmara mandar  sustar o processo no Supremo Federal.

Eliane Cantanhêde, em sua coluna de hoje, diz que, na primeira fase da denúncia, o mais “quente” será a relação entre Temer e a JBS por intermédio do coronel reformado João Baptista Lima, e a reforma da casa de Maristela Temer:

“Como parecia claro desde o início, o que vai se configurando como mais grave e concreto contra o presidente Michel Temer é a relação dele com o coronel PM João Baptista Lima, o “coronel Lima” das delações da JBS. Por enquanto, e até surgirem fatos novos, bem mais grave e concreto do que a mala de R$ 500 mil do ex-assessor Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) e a fita gravada clandestinamente por Joesley Batista.

Tudo parece indicar que foi a JBS quem pagou a reforma da casa de uma das filhas de Temer, em São Paulo. O dinheiro sairia da empresa sob pretexto de doação de campanha, iria parar na empresa do coronel Lima e dali sairia para o pagamento de arquitetos e fornecedores de material para a obra.”

Pode ser, porque há quatro dias o Jornal Nacional explora o tema, agora com uma intervenção do chefe de Gabinete de Temer em São Paulo numa obra no apartamento da mãe de Marcela, Norma Tedesco.

Num terreno pantanoso, tudo é imprevisível, menos a lama. O fato é que o destino do país ainda seguirá por um longo tempo – cujo fim não está à vista – onde dependemos do que alguém diz que alguém fez e outro alguém decide se devemos ou não saber disso.

E nada do povo poder falar por si mesmo, pelo voto.

Do Tijolaço

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Morre aos 63 anos o jornalista Moreno de O Globo

O colunista Jorge Bastos Moreno, 63, um dos mais conhecidos nomes do jornalismo político do Brasil, morreu à 1h desta quarta-feira, no Rio, por conta de edema agudo de pulmão decorrente de complicações cardiovasculares.
 
Moreno nasceu em Cuiabá e viveu em Brasília desde a década de 1970. Há 10 anos morava no Rio.

Com mais de 40 anos de carreira, Moreno era dono de uma invejável agenda de fontes, que inclui os principais políticos e os grandes nomes do mundo artístico do país.

Trabalhou no jornal O Globo por cerca de 35 anos, onde chegou a dirigir a sucursal de Brasília.

Entre tantos furos, dois se destacam. Durante o impeachment do presidente Fernando Collor, em 1992, quando a própria CPI do PC procurava uma prova cabal que ligasse o presidente aos cheques de "fantasmas" que vinham do esquema PC, foi Moreno que revelou que um Fiat Elba de propriedade do presidente tinha sido comprado pelo "fantasma" José Carlos Bonfim. Uma informação que ainda não era do conhecimento nem do relator da CPI, deputado Benito Gama, nem de seu presidente Amir Lando. A manchete do GLOBO selava o destino do presidente.

Venceu também o Prêmio Esso de Informação Econômica de 1999 com a notícia da queda do então presidente do Banco Central Gustavo Franco e a consequente desvalorização do real. Moreno teve acesso à noticia no início da madrugada, avisou aos diretores e conseguiu um feito com que todos os jornalistas sonham: parou as máquinas do jornal para que seus leitores tivessem ao acordar a notícia explosiva.

247

quinta-feira, 18 de maio de 2017

A mídia é uma das principais culpadas pelo Temergate

Foto: Estadão
Quem acompanha a política brasileira nos últimos anos, certamente não ficou surpreso com os fatos revelados sobre o Governo Temer – quem não sabia do esquema do Aécio? – mas se surpreendeu com o fato da mídia os ter divulgado.
  
Afinal, não é difícil imaginar que o presidente do PSDB e o ex-presidente do PMDB fossem capazes de fazer o que e aparentemente fizeram, por diversos fatores:

1) Temer é Cunha e Cunha é Temer, e o ex-presidente da câmara agiu como um verdadeiro mafioso em seu processo de cassação (Fausto Pinato que o diga); 2) Eduardo chantegeou abertamente Michel em perguntas que Sérgio Moro barrou (só chatagea nesse nível quem tem algum trunfo); 3) Aécio tinha relações altamente duvidosas com sua primo “tesoureiro” (como bem recordou Brito mais cedo); 4) Neves foi capaz, não só de perseguir jornalistas mineiros para se blindar, mas também perseguir e torturar Marcos Carone para não atrapalhar suas pretenções eleitorais. Por fim, claro, ambos encabeçaram um Golpe cujo objetivo era “estancar sangria” da Lava-Jato e inventar pedaladas para tomar o poder de uma presidenta democraticamente eleita.

É de se estranhar, portanto, que mesmo com tanta evidência indireta Michel e Aécio detinham tanto poder (a ponto de comandar reformas estruturais mesmo com baixa popularidade), e precisou de provas tão objetivas para escancarar o que já era facilmente abstraído.

Tal fenômeno só teve respaldo por um ponto: a mídia sempre esteve ao lado do governo Temer. Assim, considerá-la como cúmplice das ações ilícitas do alto escalão da base aliada não é nada mais do que justo.

Imaginem só um político que construiu um aeroporto de uso particular, com dinheiro público, na fazenda da família e cuja chave fica em posse de um tio. Pensem, agora, num helicóptero em nome de outro político pego com meia tonelada de pasta base de cocaína. Considerem, também, um presidnete que conduz um achaque a luz do dia para aprovar reformas altamente impopulares, com perdões de dívidas e consessões totalmente fora da realidade fiscal do país.

Sabemos bem que todos esses fatos, gravíssimos, não foram sequer investigados, quiçá esmiuçados, como pedalinhos, um sítio ralé e um triplex. E nessas horas, onde atitudes controversas tiveram total liberdade para acontecer sem as devidas explicações, não há outro sentimento a não ser a dúvida sobre o papel da mídia tradicional em todo essa sujeira que, agora, objetivamente foi colocada as claras.


Talvez a risada de Catanhêde com Temer, ilustrada acima, ajude a resolver esse questionamento: algo do tipo “Tamo junto, presidente!”.

Do Cafezinho

domingo, 7 de maio de 2017

Motivos para não acreditar na Velha Grande Mídia, Florestan

Florestan Fernandes explica por que você deve duvidar da mídia

O jornalista Florestan Fernandes Júnior lembra que, quando a economia ia bem, colunistas da mídia familiar diziam o contrário: apostavam no apagão, na inflação e no desemprego; hoje, quando tudo vai mal, tentam encontrar razões para dizer o contrário; confira sua análise.

As voltas que a mídia dá
Por Florestan Fernandes Júnior, em Facebbook, veja  aqui.
Revendo minhas postagens de 2013 aqui no facebook, topo com uma que é esclarecedora sobre a manipulação da notícia. Na época, o desejo dos donos dos meios de comunicação era explicitado pelos âncoras das emissoras de rádio e televisão nas críticas a nossa economia.

Vejam só, no início daquele ano, as manchetes das escaladas dos telejornais (Band, TV Globo, SBT, Record e outros) diziam que o país estava à beira de um apagão elétrico. O tempo passou, e nada!
Na sequência apostaram todas as fichas no aumento do desemprego, e a taxa fechou o primeiro trimestre do mesmo ano em 5,7%, o menor nível histórico para março, segundo o IBGE. Partiram então para a queda na produção automobilística.

No mês seguinte a produção de automóveis bateu novo recorde histórico. Logo em seguida, por conta da quebra da safra de tomate, batata, cebola e outros legumes, a bola da vez era a inflação que iria voltar. Como o esperado a produção se normalizou e os preços dos legumes caíram.

No Brasil do governo Temer, sem praticamente nada de bom para mostrar, o jornal Valor Econômico deu na última quinta-feira, em sua primeira página, que a Bolsa de Valores iria subir por conta da retomada empresarial. No mesmo dia a Bolsa de São Paulo caiu 2 pontos e o dólar subiu.

No início do ano as reportagens previam um aquecimento nas vendas por conta da liberação das contas inativas do FGTS. Bola fora, só em abril a produção de automóveis teve uma queda de 18,8% e a de material de construção uma retração de 5%. O setor industrial, de maneira geral, despencou 6,7% no primeiro trimestre de 2017.

E, para o desespero do trabalhador, o desemprego atinge hoje 14 milhões de brasileiros. Os únicos que se deram bem foram os bancos. O lucro do Itaú, por exemplo, cresceu 20% no primeiro trimestre, chegando à soma de 6,1 bilhões de reais. Agora, parte da nossa mídia garante que com as reformas trabalhista e previdenciária tudo irá melhorar. Você acredita?


Com informações do 247

quarta-feira, 3 de maio de 2017

O jogo político no MPF e a aliança entre Janot e Brindeiro

Na sessão ordinária desta terça feira, o Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) decidiu não referendar dois atos do Procurador Geral da República (PGR) Rodrigo Janot, autorizando afastamento de colegas para cursos no exterior.

Amplia-se, assim, o conflito entre o órgão superior do Ministério Público Federal (MPF) e Janot. Este não compareceu à sessão, motivo pelo qual não foi retomado o julgamento da representação sobre os limites para designação de procuradores fora da sua função original.

Como se recorda, a subprocuradora Raquel Dodge havia apresentado uma proposta para que não pudessem ser designados mais que 10% de uma mesma unidade. A proposta foi encaminhada a pedido da Procuradoria Regional da República do Distrito Federal e da Procuradoria Regional do DF – que atuam respectivamente na 2a e 1a instância. O PGR poderia designar até 120 procuradores, do efetivo de 1.200 do MPF. A única restrição era não convocar mais que 10% do efetivo de cada unidade.

Janot alegou que essa limitação inviabilizaria a Lava Jato. E o argumento foi acolhido pelo Estadão, em editorial, e pelo colunista Merval Pereira, de O Globo.

Janot jogou duro para derrubar a representação, valendo-se do álibi Lava Jato. Mas o que estava em jogo era sua vontade de designar procuradores ou autorizar afastamentos (em geral para viagens ao exterior).

Janot acabou pedindo  vista da representação quando a votação já estava em 7x1 contra ele.

Dias depois, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) emitiu nota oficial reconhecendo que a medida em nada afetaria a Lava Jato. O mesmo sucedeu com Congresso Técnico do MPF que, em reunião ocorrida semana passada em Belo Horizonte, endossou a posição do CSMP. A relatora da tese é a procuradora Mônica de Ré, membro da Lava Jato no Rio de Janeiro. A tese foi aprovada no Grupo Temático e na Plenária do encontro.

O Congresso Técnico foi ainda mais duro do que o CSMP, propondo a quarentena para procuradores que abandonem o MP para se tornarem advogados de defesa de ações que eles mesmo iniciaram. Foi o caso de Marcelo Miller, que abriu uma ação para investigar suposto pagamento de propina na licitação FX da FAB. Forçou o tema, ignorou todo o processo que culminou na escolha dos aviões da Gripen – que teve a aprovação unânime das Forças Armadas – para, depois, sair do MPF e aceitar um emprego milionário de advogado da própria SAAB, a dona do Gripen.

Hoje, na sessão ordinária, Janot não compareceu. Dessa forma, não se encerrou a votação da representação. Mas planeja assumir o controle do CSMPF através de uma aliança com o grupo de Geraldo Brindeiro – ex-PGR, conhecido na época como “engavetador geral da República”.

A aliança foi acertada no início do ano passado. Dela resultou a eleição para o CSMPF de Bonifácio de Andrada, estreitamente ligado ao ex-governador mineiro Aécio Neves, assim como a subprocuradora Maria Caetana Cintra Santos.

Caetana votou a favor da representação apresentada. Mas, pressionada por Brindeiro, admitiu rever o voto, caso haja reabertura de votação. Alega que a sessão não encerrou.
Toda essa movimentação reflete o clime pré-eleitoral, para renovação do CSMP.

No CSMPF há dez vagas. Duas são natas, a do PGR e do vice. 4 são eleitos pelo Colégio de Procuradores (englobando todos os procuradores do MPF) e 4 pelos subprocuradores.

Compõem o colégio os subprocuradores, Maria Caetana Cintra santos, Lindôra Maria Araújo, Raquel Dodge, Carlos Frederico Santos, Mário Bonsaglia, Mônica Nicida Garcia e Maria Hilda Marsiaj Pinto. Quando Bonifácio foi promovido, assumiu a vaga de vice-PGR e seu posto foi ocupado pela suplente Maria Hilda.

Na semana passada foram abertas as eleições de renovação de 4 vagas de conselheiros. Os grupos de Janot e Brindeiro se aliaram. Pretendem eleger juntos 4 titulares e os respectivos suplentes. Se saírem vitoriosos, ainda levará um bom tempo para o Ministério Público Federal reencontrar o caminho das grandes causas sociais e perder o estigma de ser um poder de uma nota só, a Lava Jato.


Do GGN

sábado, 22 de abril de 2017

O Globo produz a melhor das provas circunstanciais de que Léo Pinheiro mentiu em sua delação

As “provas” e as provas

Folha e O Globo trazem hoje relatos sobre as provas oferecidas pela Odebrecht e pela OAS para ratificar as declarações dos delatores contra, respectivamente, Michel Temer e o ex-presidente Lula.

A Odebrecht apresentou , segundo o jornal paulista, “extratos que seriam de pagamento de propina vinculada por delatores a uma reunião com o presidente Michel Temer em 2010”.

Os valores superam os US$ 40 milhões que, segundo ex-executivos, tiveram o repasse acertado em encontro com o hoje presidente, em seu escritório político paulistano.

A propina é ligada, de acordo com a Odebrecht, a um contrato internacional da Petrobras, o PAC-SMS, que envolvia certificados de segurança, saúde e meio ambiente em nove países onde a estatal atua. O valor inicial era de US$ 825 milhões.

Já a OAS, diz o jornal dos Marinho,  pretende apresentar a agenda de seu executivo Léo Pinheiro como prova de que este teve encontros com Lula, à qual a Força Tarefa pretende anexar um relatório de pedágio demonstrando que os carros que servem a Lula teriam ido, ao longo de dois anos, seis vezes ao Guarujá. É capaz de eu ter ido umas seis vezes a Petrópolis ao longo de dois anos, que fica do Rio mais ou menos à mesma distância e nem por isso tenho um “simplex” lá, que dirá um triplex.

De um lado, situações objetivas, retratando a movimentação de mais de uma centena de milhões de reais – “os extratos atingem US$ 54 milhões, mas a soma de planilhas anexadas chega a US$ 65 milhões – saídos de cinco empresas em “mais de 50 depósitos em offshores fora do Brasil que vão de US$ 280 mil a US$ 2,3 milhões”.

Ou seja, de onde veio e para onde foi. Uma riqueza probatória que nem mesmo no caso das contas suíças de Eduardo Cunha se dispunha.

Do outro lado: “eu digo que foi”, “eu tenho meu diário”, ninguém ouviu, mas ele me disse” e outras coisas do gênero que podem ser acusações, mas não adquirem a materialidade da prova: um documento, um depósito, um registo bancário, uma procuração, nada que se possa usar para dizer: sim, o apartamento pertenceu a Lula.

O Globo, porém, produz a melhor das provas circunstanciais de que Léo Pinheiro mentiu em sua delação.


Não seria preciso apenas ser corrupto, mas muito burro para operar um favorecimento na troca de um apartamento no Guarujá que há quatro anos já despertava os inquisidores da “Lava Globo”.

O contraste das duas investigações é impressionante.

Uma é tudo o que se quer que seja. Na outra, mesmo estando evidente que é, não é para ser.

Ou, pelo menos, enquanto não de quiser um novo impeachment.

Com informações do Tijolaço


P. S.: comentários (postagem de origem)

Celso Nunes Morais

Esses canalhas sabem armar... moro no Guarujá. O quartel onde Lula ficava hospedado, na praia do Guaiúba, fica a cerca de 500 metros do tal apartamento, na avenida atrás das Astúrias. Dá para ir a pé. Se Lula passou na porta - o que é inevitável, visto a geografia da ilha - já é o suficiente para acusá-lo. Eu não devia dizer isso aqui por questões diversas, mas acho relevante. Se Lula fosse 10% do demônio avaro de que é acusado, certamente teria deixado sua família em boas condições. Bem, um irmão dele trabalha próximo a mim, no porto. Peão, ele se suja, e muito, todos os dias. Que raio de irmão bandido é esse que nem uma aposentadoria antecipada arrumou? Só julgo o que vejo. E os reaças só enxergam fumaça, e nela vêem seus desejos psicóticos.