Por que o
brasileiro não vê a Mídia como ator político?
O fim do
principal entrave para o país não é necessariamente o fim das Organizações
Globo, mas o contexto na qual ela se alimenta. Um país com pouca fome de
cultura democrática, e acostumado a fazer piada com tudo como se isso fosse um
traço de genialidade dado por Deus, estará sempre fadado a seguir orientações
de qualquer que seja a mídia de massa dominante.
Um traço
particular não só do brasileiro, mas de muitas outras nacionalidades, é a
incapacidade de enxergar a Mídia como agente politico, com seus próprios
interesses, com suas próprias aspirações de se perpetuar. A maior parte
das tentativas de alerta são geralmente ridicularizadas. A palavra consipração
é a maior amiga do Status Quo por que ela neutraliza questionamentos
pela via da acusação de paranóia, de fanatismo esquerdista, entre outras
bobagens.
Parece
crescer o consenso de que a Globo é a maior inimiga do Brasil, isso é sedutor
devido ao longo histórico de desserviço dessa emissora para o Brasil. Mas ela,
a Globo, sabe de algo que talvez ainda não tivessemos atinado, o brasileiro em
geral só consegue distinguir as partes de um embate quando elas são
diametralmente opostas. Isso significa que, para que o Brasil começar a enxerga
a Globo como agentes politico atuante, será preciso que nós deixemos de
acreditar que só porque chove no Deserto ele não é predomeninate seco.
A metáfora
das chuvas no deserto se enquandra no modus operandi da Mídia tupiniquim, e
como ela faz da falta de percepção dos brasileiros seu maior trunfo para acabar
com qualquer projeto inclusivo de país. Basta que depois de uma bateria de
notícias negativas sobre o país ela, a Mídia, pingue algumas gotas de otimismo
para que a ignorância brasileira passe a acreditar na sua imparcialidade, que
ela bate nos dois lados. Assim como basta que a Mídia noticie algo negativo
sobre Aécio, Temer, Dória, ou qualquer um que não lembre vermelho, para que os
fanáticos encontrem suporte para combater a narrative progressista de que a
Mídia manipulou o povo para dar o Golpe, ou mesmo que a Lava-Jato não persegue
o Lula. Ou seja, basta uma chuva, uma breve garoa, para que a condição
dominante de parcialidade seja transformada em imparcialidade no cérebro
brasileiro médio.
Esse tipo de
estratégia, chuvas no deserto, para disfarçar uma posição dominante, é também
usada no braço de humor da Veja, o Sensacionalista. A ideia de “bater em todos”
e as piadas que garante o obscurantismo são parte do jogo de esconder um viés.
É o acumulado que interessa, é a posição dominate que interessa, mas para
milhares de brasileiros, bastou fazer piadas com todos os lados para voltarmos
a estaca zero da aparente imparcialidade. Isso é desolador.
Não há o que
fazer quando as pessoas são incapazes de detectar vieses. A globo pode sumir do
mapa que rapidamente aparecerá um grupo tão ou mais esparto sabendo explorar
essa deficiência nata de perceber a Mídia como agente politico. Até o
momento, a operação chuvas no deserto vem garantindo que a corda da Globo não
arrebente totalmente. Por exemplo, os patos amarelos que foram as ruas com a
FIESP e a FIRJAN, a mando da GloboNews, são resultado dessa operação.
Desse modo, entendo e compartilho da preocupação de todos com o mal que a Globo
faz à Democracia, mas a Globo é apenas o instrumentalizador e não a origem do
problema.
Do GGN