O
colunista Jorge Bastos Moreno, 63, um dos mais conhecidos nomes do jornalismo
político do Brasil, morreu à 1h desta quarta-feira, no Rio, por conta de edema
agudo de pulmão decorrente de complicações cardiovasculares.
Moreno nasceu em Cuiabá e viveu em Brasília desde a década de 1970. Há 10 anos morava no Rio.
Com
mais de 40 anos de carreira, Moreno era dono de uma invejável agenda de fontes,
que inclui os principais políticos e os grandes nomes do mundo artístico do país.
Trabalhou
no jornal O Globo por cerca de 35 anos, onde chegou a dirigir a sucursal de
Brasília.
Entre
tantos furos, dois se destacam. Durante o impeachment do presidente Fernando
Collor, em 1992, quando a própria CPI do PC procurava uma prova cabal que
ligasse o presidente aos cheques de "fantasmas" que vinham do esquema
PC, foi Moreno que revelou que um Fiat Elba de propriedade do presidente tinha
sido comprado pelo "fantasma" José Carlos Bonfim. Uma informação que
ainda não era do conhecimento nem do relator da CPI, deputado Benito Gama, nem
de seu presidente Amir Lando. A manchete do GLOBO selava o destino do
presidente.
Venceu
também o Prêmio Esso de Informação Econômica de 1999 com a notícia da queda do
então presidente do Banco Central Gustavo Franco e a consequente desvalorização
do real. Moreno teve acesso à noticia no início da madrugada, avisou aos
diretores e conseguiu um feito com que todos os jornalistas sonham: parou as
máquinas do jornal para que seus leitores tivessem ao acordar a notícia
explosiva.
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